Amanhecer Com Os Volturi escrita por bella cullen


Capítulo 14
promessa


Notas iniciais do capítulo

tomara que nao tenha demorado,mereço rewiens ne?
por favor me ajudem!!



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POV.EDWARD

O sangue dela desceu pela minha garganta, saciando verdadeiramente a sede pela primeira vez em décadas – não que aquela pequena amostra pudesse satisfazê-la; pelo contrário, prová-lo apenas aumentou o desejo por drená-lo completamente, não desperdiçando uma única gota daquele que era o verdadeiro néctar dos deuses.

Foi quando senti os braços de Bella passarem por debaixo dos meus, seus dedos fechando-se no tecido da camisa com força, um pequeno, quase imperceptível gemido escapando de sua garganta. Aquilo foi o suficiente para que eu despertasse do breve devaneio – apenas um segundo em que eu flertara com a tentação.

Usando todo meu autocontrole, eu me afastei dela com esforço e isso não se devia ao fato de que ela tentava me reter. E eu não sabia se devia sentir orgulho por ter sobrepujado o monstro que vivia logo abaixo da minha superfície ou se deveria me envergonhar por ter, ainda que por um segundo, permitido que meus pensamentos fossem por aquele caminho.

Não havia tempo, contudo, para que eu me permitisse afundar em minhas comiserações. Eu precisava fazer aquilo, eu podia fazer aquilo. Por Bella. Por nós.

- Eu não vou embora, Bella. – tentei tranquiliza-la, sabendo que ela precisava se ancorar em alguma coisa, precisava do conforto da minha presença para fazer aquilo. Depois de tudo o que tínhamos passado para chegar a esse momento, ela precisava disso – Eu nunca mais vou embora.

Ela não fez sinal de que me ouvira e eu me movi ao redor da cama, ansioso para que aquilo acabasse logo. Se eu pudesse tomar a dor que ela sentia nesse momento para mim, eu o teria feito sem pensar duas vezes. Mas aquilo era só o começo - três dias de fogo e tortura nos aguardavam até que o coração de Bella cedesse e a transformação estivesse completa.

Mordi seus pulsos, injetando mais veneno em seu corpo. Eu podia sentir o gosto da morfina misturado ao êxtase do sangue dela e isso, somado os pequenos gemidos que escapavam da garganta dela me ajudaram a manter o controle mais uma vez.

Estava feito. De alguma forma, eu conseguira resistir ao sangue que cantara para mim desde o primeiro momento em que Bella se insinuara em minha existência. Eu a observei encolher o corpo, soluços secos acompanhando a trilha de lágrimas que rolava por seu rosto.

Incapaz de me conter, eu me deitei ao lado dela, passando meus braços por sua cintura de modo a trazê-la para mim. Eu precisava daquele contato tanto quanto ela: para o fogo consumindo suas veias, o frio do meu corpo seria um pequeno paliativo; para mim, segurá-la era uma tentativa de ancorá-la a essa realidade, de assegurar que ela não me deixaria.

Por mais que até ali, tudo estivesse correndo bem, havia a possibilidade do coração dela não suportar. Era uma possibilidade pequena, mas verdadeira - se ele parasse de bater antes que a transformação estivesse completa, não haveria volta.

Rocei meus lábios em sua nuca descoberta e suada. O corpo de Bella começara a rejeitar tudo o que fazia dele um corpo humano. A essa altura, os lençóis já estavam quase encharcados de suor e não se passara sequer uma hora desde que a mudança se iniciara.

- Vai ficar tudo bem. - eu murmurei, sem ter certeza para quem afirmara aquilo, se para ela ou para mim mesmo.

A melodia da canção de ninar que eu compusera para ela escapou baixinho por meus lábios e isso pareceu de alguma forma alcançá-la, pois Bella virou-se para mim, encostando o rosto ao meu peito, agarrando minha camisa com força.

Pouco depois ela começou a vomitar. Por quase meia hora, tudo o que ela ingerira foi colocado para fora. Por todo tempo, eu continuei a segurá-la, precisando da recordação física de que ela estava ali, de que ela não me fugiria.

Por todo esse tempo, nem uma única vez, ela gritou.

Quando os músculos dela começaram a se contrair em pequenos espasmos involuntários, eu soube que o veneno passara da corrente sanguínea para suas entranhas e não demoraria muito para que a verdadeira dor começasse, quando ele finalmente alcançasse a medula óssea.

As lágrimas continuavam a correr por seu rosto, através dos olhos fortemente cerrados. Elas continuariam a vir, abundantes, independentes do controle dela, até que seu corpo fosse incapaz de produzi-las.

E, durante todo esse tempo, a única coisa que eu podia fazer era segurá-la, agonizando lentamente junto com cada batida do seu coração, acompanhando-o com toda a minha atenção cada vez que ele acelerava ou ia mais devagar. De quando em quando, eu balbuciava de novo que tudo ficaria bem, que logo aquilo acabaria e, repetidas e repetidas vezes, o quanto eu a amava.

- Ela parece estar indo bem.

A voz de Carlisle me pegou desprevenido e eu me senti ligeiramente surpreso pelo fato de sequer ter atentado para a presença dele no quarto. Eu levantei meu rosto para encará-lo, ao mesmo tempo em que ele se abaixava junto à cama, colocando uma mão sobre a fronte febril da minha esposa. Minha Bella.

- Há alguma coisa mais para fazer? - eu perguntei, sabendo perfeitamente bem qual seria a resposta, voltando novamente o olhar para o rosto contorcido em dor dela.

- Tão logo o corpo dela termine de descartar todos os seus fluidos, a temperatura começará a baixar. - Carlisle respondeu, adicionando mentalmente 'Tudo o que se podia fazer você já fez, Edward. Vai ficar tudo bem. '

Eu não respondi. Estivera repetindo aquelas mesmas palavras desde o início, mas a verdade é que eu só acreditaria que ficaria tudo bem quando ela despertasse.

Tinha perdido a noção do tempo, meu universo inteiro centrado na criatura que tremia em meus braços. Naquele momento, Bella era todo meu universo, e era quase uma heresia que o mundo tivesse continuado a girar e que o dia tivesse dado lugar à noite como se meu anjo não estivesse morrendo.

- Emmett está ansioso para levá-la para caçar. – Carlisle disse em voz alta, visto que eu continuava imerso demais nela para prestar atenção aos seus pensamentos.

- Eu não gosto disso. – eu me ouvi dizer, minha voz soando estranha para meus ouvidos – Não acho que seja uma boa ideia levá-la para caçar por enquanto.

- Edward... – o tom dele era agora uma mistura de surpresa e ansiedade, que também se refletia em sua mente – Eu não acho que...

- Eu jurei que a protegeria, Carlisle, ainda que fosse dela mesma.

E o que você pretende fazer?

- Nós podemos trazer o sangue para ela aqui. Bella não precisará caçar até ter se recuperado o suficiente.

Os Quileutes aceitaram a mudança dela.

- Eu não sei se podemos confiar plenamente neles. – levantei meus olhos brevemente, com esforço desviando-os de Bella.

- Mas, Edward, ainda que Jacob Black não goste da transformação, o que ele poderia fazer? – ele perguntou seus olhos dardejando rapidamente da figura de Bella para a minha, completando mentalmente sua sentença 'É tarde demais para que ele possa impedir. '

- Ele perderia o controle. Tentaria machucá-la. Ela acabaria matando-o por acidente. – com cuidado, tirei uma mecha que se pregara a fronte dela, sentindo o calor da pele dela contra meus dedos – Bella jamais se perdoaria se isso acontecesse.

-acho que ele não faria isso – Carlisle disse.

. Bella era, afinal, minha responsabilidade. Minha esposa. E eu cuidaria dela. Eu a ensinaria aos poucos a dar os passos nessa nova vida, como uma criança que aprende a andar.

Pelo final do segundo dia, o corpo dela estava frio e as lágrimas tinham secado. Alice deixara roupas limpas para Bella e, Carlisle trocava os lençóis e o próprio colchão sujo de sangue coagulado, eu e Alice a limpamos.

 O aroma dela me atingiu em cheio, a mistura de frésias com morangos que era tão característica dela. Havia agora, contudo, uma nota muito discreta do meu próprio cheiro, um lembrete eterno de quem a transformara.

As batidas do coração dela ficavam mais espaçadas a cada minuto. Em alguns momentos, ela sussurrava coisas incompreensíveis e, em outros, mergulhava em vários estágios de inconsciência, indo e voltando de seu torpor.

As mudanças já eram visíveis. Eu sabia que a temperatura dela agora combinava com a minha e que, ainda que sob meus dedos, sua pele continuasse macia e suave, ela tinha a dureza de um diamante.

Poucas horas antes do amanhecer do terceiro dia quando a aurora já surgia no horizonte, o coração de Bella acelerou novamente, pela última vez, antes de se quedar, silente.

Eu não tinha saído do seu lado nem um segundo, nem para ver nossa filha,quando sentimos um cheiro diferente na casa ,todos estavam no quarto.

As pálpebras cerradas dela flutuaram de leve, as longas pestanas fazendo sombra sobre as maçãs do rosto para então, devagar, abrirem-se pela primeira vez nessa existência, revelando íris de um vermelho vivo.

Ela piscou. Uma ,duas vezes, antes de levantar o braço, como se para proteger os olhos da claridade. Fascinado, eu a observei enquanto ela analisava o brilho que a pele dela agora emitia, sem conseguir captar exatamente o que as emoções que passavam brevemente por seu rosto significavam.

Foi apenas quando ela franziu ligeiramente a testa, criando um mínimo vinco entre suas sobrancelhas que eu não mais me consegui refrear.

- Bella.

Para minha surpresa, a reação dela foi um pequeno tremor.

- Faça parar... – ela pediu com uma voz dolorida que, ao mesmo tempo, soava como delicados sinos, límpida e cristalina – Está muito alto... Muito confuso...

Não foi difícil compreender o que estava acontecendo depois disso. Eu sabia, por experiência própria, que os primeiros momentos após a transformação eram capazes de sobrecarregar nossos sentidos – a visão e a audição mais acuradas, a forma como nossos corpos se tornavam fluidos e graciosos, a força sobre-humana e, acima de tudo, a sede.

- Shhh. – eu murmurei, aninhando-a contra meu peito e, pela primeira vez nos últimos três dias, sentindo-me em paz comigo mesmo.

Tinha terminado. Bella estava ali, comigo e eu não teria mais que me preocupar com a possibilidade de ela se machucar, de perdê-la. Ela estava ali e ficaria comigo pela eternidade.

Eu curvei meu rosto para encará-la enquanto ela se mexia desconfortavelmente em meus braços – uma reação aos passos de Carlisle, que soavam logo atrás da porta.

Se não fosse por ela, eu ainda estaria submerso em minha existência vazia, apenas a metade de um todo, incompleto sem Bella. E, se ela não tivesse aparecido, eu continuaria assim, e, pior ainda, sem sequer ter consciência de tal fato.

Carlisle parou junto à porta, esperando que nós realizássemos sua presença. Eu me voltei para encará-lo, notando que Bella também o tinha percebido, apesar de não desviar a atenção de mim. Aparentemente, ela sofria com a mesma dificuldade que eu, incapaz de refrear a atração que um exercia sobre o outro.

'Parece-me que correu tudo de acordo com o que esperávamos Edward. A transformação foi perfeita. '

Eu apenas assenti silenciosamente. Ele deu um passo à frente.

'Eu pedi a Emmett que providenciasse sangue para ela. Ele e Jasper não gostaram muito da sua ideia. Você tem certeza de que quer fazer isso?'

Não pude me impedir de tencionar a menção do que meus irmãos achavam; eu podia ouvir os pensamentos reprovadores de Jasper lá embaixo. Não era fácil controlar um recém-nascido e mantê-lo trancado dentro de casa parecia-lhe pouco recomendável. Uma caçada faria com que Bella se acostumasse com seus novos sentidos, com que ela aprendesse a se controlar – ele repetia.

Ainda assim, eu não poderia permitir que Bella deixasse o confinamento da casa. Eu prometera.

Mas uma vez, eu assenti, forçando-me a relaxar ao perceber que Bella se tornara imóvel em resposta à minha tensão.

Só então Carlisle se aproximou, começando a examiná-la com gentileza e, a cada segundo mais que se passava, eu podia perceber a ansiedade crescer nos olhos dela, mesmo depois dele confirmar com um sorriso que estava tudo bem.

- Bella. – eu chamei baixinho, tentando acalmá-la.

Ela me encarou como uma criança perdida, milhares de expressões passando por seus olhos sanguíneos, rápidas demais para que eu as pudesse identificar – e, com toda minha força de vontade, forcei-me a não demonstrar minha frustração com isso.

A mente dela continuava tão fechada para mim quanto antes. Suas expressões eram ainda mais desconcertantes flutuantes demais para que eu pudesse lê-las com certeza.

- Tenho sede. – ela murmurou suas mãos fortemente cerradas em minha camisa, dessa vez capazes de rasgar o tecido sem qualquer dificuldade, sem que ela fosse sequer capaz de perceber.

Distraí-me por um momento ao ver as marcas que não tinham se apagado; as únicas cicatrizes que a tinham acompanhado em sua transformação: a meia-lua um pouco mais pálida na mão que James havia mordido e o desenho dos meus dentes em seu pulso e na coluna pálida de sua garganta.

Para os olhos dos humanos, aquelas marcas estariam invisíveis, fracas demais para que eles a pudessem perceber. Mas elas sempre estariam lá para mim, uma recordação de tudo o que Bella deixara para trás para ficar comigo.

Minha distração durou apenas alguns segundos e logo eu estava novamente consciente; hiper-consciente, eu poderia dizer, do corpo dela tentando se desvencilhar do meu. Imediatamente, apertei-a mais fortemente contra mim, perguntando-me o que aconteceria se eu a deixasse escapar, se os outros seriam capazes de protegê-la.

Não. Aquela era minha carga, meu fardo, minha sina. Bella era minha; minha para proteger e para amar. Eu tinha de ser capaz, fora eu que a transformá-la, precisava arcar com as consequências até que ela voltasse a dominar sua própria consciência.

Carlisle voltara com o sangue e eu me sentei na cama, trazendo Bella comigo. Não havia no quarto quaisquer evidências do que ocorrera nos últimos três dias e eu quase suspirei de alívio ao perceber que não havia nada aqui que pudesse trazer imediata lembrança a Bella da tortura pela qual ela passara.

Ela engoliu o sangue com satisfação, bebendo em grandes goles, sem mal parar para respirar. Foi só nesse instante que percebi a forma como o peito dela se movia sob meus braços, inspirando e expirando devagar.

- Eu quero mais. – ela pediu, voltando os olhos vermelhos para mim, passando a língua pelos lábios ligeiramente sujos de sangue.

Se meu coração ainda batesse, ele teria pulado um compasso diante dessa cena. Mais uma vez, vi-me forçado a me restringir, por muito pouco não atacando seus lábios – não por causa do sangue, mas por causa dela, Bella.

Meus braços apertaram-se com mais força ao redor da minha jovem esposa e eu me lembrei de que, naquele momento, ela era como uma criança. Eu não sabia qual seria a reação dela se eu a beijasse e por isso terminei por me contentar em um beijo casto e carinhoso sobre seus cachos que eu passara as últimas horas antes do despertar dela penteando, ao mesmo tempo em que lhe respondia.

- Nós vamos arrumar mais, vamos cuidar de você até que possa se cuidar sozinha. – eu prometi – Eu vou cuidar de você, Bella, eu prometo.

Ela assentiu minimamente e se aconchegou um pouco mais contra meu peito, enquanto a inflexão e o peso de minhas palavras soavam em meus próprios ouvidos.

Eu prometo...

Olhei para minha família que estava a olhando com curiosidade, minha filha no colo de Rosálie linda como a mãe.

Alec já tinha voltado para Volterra me deixado um pouco tenso com isso, Irina e Tanya também voltaram para as suas casas.

Minha vida estava se aperfeiçoando cada vez melhor.


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Notas finais do capítulo

e entao o que acharam,alguma duvida ou recomendaçoes falem ok?



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