Capitulo Onze – Reflexões e Choro.

_Marlene, tem como falar mais baixo? Obrigada. Eu estava pensando ok? Eu saí àquela hora, fui ao banheiro e depois quis ir pensar. Então eu encontrei Amos Diggory e ficamos conversando. Satisfeita? – eu falei sorrindo e me sentando no sofá.

_Não, nem um pouco satisfeita. Procurei por você igual uma louca por todo este castelo. Você tem noção da minha preocupação Lily? Meu Deus, até o Peter saiu para te procurar, na verdade eles estão te procurando até agora. Você deveria ter nos avisado sua lerda. – ela falou olhando ameaçadoramente para mim. Eu revirei os olhos.

_Meu Deus, eu estou bem. Não é como se eu fosse ser sequestrada ou algo do tipo não é mesmo? Eu só quis sair pra pensar, encontrei o Amos e ficamos conversando. Nada demais Lene. – eu falei revoltada.

_Você ficou conversando com quem? – ao ouvir aquela voz meu corpo todo gelou. Potter. James Potter, o filho de uma boa rainha que me deixou sozinha em um armário sem dar explicações. Virei-me lentamente para encarar o energúmeno.

_Desde quando eu tenho que lhe dar satisfações da minha vida? – eu falei desafiadora.

_Não tem que dar satisfação de nada. – ele disse emburrado. Ótimo, agora ele vai fazer birra.

_Amos Diggory. – Lene falou para ele. Isso que é amiga, o resto é resto. Fofoqueira. Ela não pode sair contando coisas da minha vida a tarados não. Quem ela acha que é?

_VOCÊ ESTAVA CONVERSANDO COM O DIGGORY? – O Potter gritou e eu instintivamente dei um passo para trás. Ele me assustou. Quem ele pensa que é para gritar comigo?

_NÃO FALE NESTE TOM COMIGO POTTER. EU NÃO TE DEVO SATISFAÇÕES DA MINHA VIDA. – eu gritei para ele também. E comecei a andar em direção ao corredor que levava as escadas, mas senti alguém me segurando pelo pulso. Respirei fundo.

_Lily, me desculpe por falar desse jeito, mas... O Diggory não, escolha qualquer um, menos o Diggory. Eu te imploro. Se quiser eu até vou embora deste castelo e nunca mais apareço por aqui, mas o Diggory não. – Ele falou baixinho e com sofreguidão, meus olhos começaram a marejar. Merda eu vou chorar. Soltei-me do Potter e sai correndo. Esbarrei em alguém e na hora que eu olhei para cima eu vi o rosto sorridente do Sirius.

_Ruiva que bom que t... Lily? EI LILY, ESPERA. POR QUE VOCÊ ESTÁ CHORANDO? – ele berrou, mas eu não dei ouvido e continuei a correr. Assim que cheguei ao meu quarto eu tranquei a porta e desabei.

Porcaria Lily, por que você tem que se importar com o que o Potter diz? Você nem ao menos consegue ter uma conversa civilizada com ele como teve com o Amos. Além do mais, o Potter nem conhece o Amos direito para ficar julgando o coitado. Ele é tão fofinho, tão carismático. O que aquele energúmeno tem contra ele? Vamos lá Lily, pare de chorar. Por que eu estou chorando afinal? Eu não me importo de jeito nenhum. Não mesmo.

Limpei as lágrimas que rolavam pelo meu rosto e me forcei a levantar do chão. Eu não vou chorar mais, ainda mais por um motivo besta. Troquei de roupa, entrei de baixo das cobertas e dormi instantaneamente.

...

Acordei com o sol batendo na minha cara. Olhei ao redor do meu quarto e me levantei. Senti meus olhos arderem, provavelmente por causa do choro de ontem. Tomei banho e desci para o café da manhã. O castelo estava estranhamente silencioso, assim que cheguei a mesa, todos me olharam e sorriram. Eu tentei sorrir, mas acho que ficou mais parecido com uma careta. Sentei-me a mesa, no meu lugar e comecei a comer silenciosamente.

_Fiquei sabendo que você e o Sr. Diggory ficaram conversando ontem a tarde. – meu pai falou sorrindo, acho que ele realmente quer que eu me case logo.

_Sim, eu saí um pouco e acabei por me encontrar com ele perto do lago então ficamos conversando pela tarde toda. – eu disse dando de ombros. Vi pelo canto do olho Potter parar de comer seu mingau de aveia e se levantar.

_Com sua licença Vossa Majestade, eu não estou me sentindo bem. – meu pai só assentiu e ele saiu. Olhei para a figura dele e a tristeza voltou ao meu coração. Voltei-me para meu mingau, mas eu não queria comer, estava sem fome.

_O que está acontecendo com vocês hoje? Estão tão quietinhos. – minha mãe falou desconfiada.

_Nada Vossa Majestade, estamos apenas com sono. – Marlene disse sorrindo e minha mãe fez que sim com a cabeça. Ela não acreditou. Olhei novamente para o meu prato e senti meu estômago embrulhar. Levantei-me da mesa e me dirigi aos meus pais.

_Com licença. Eu estou sem fome. – mas ao contrario do Potter eu não esperei uma resposta, eu simplesmente saí da mesa antes que eu vomitasse. Fui para os jardins, um sol fraquinho batia em um dos bancos e eu fui para lá. Após uns cinco minutos, alguém se sentou ao meu lado. Ótimo. Agora eu vou ter que dar explicações sobre porque eu estou assim.

_Ele está pior do que você sabe? – me virei para encarar Sirius, ele estava serio, olhando para o nada. – Ontem, depois da gritaria entre vocês ele também não apareceu para o jantar e quando fomos falar com ele, a porta estava trancada e ele não abriu. – eu suspirei.

_Não me interessa nada sobre isso Sirius. – eu falei tentando encerrar o assunto, mas seu olhar se voltou para os meus olhos. Seus olhos mostravam um ar de seriedade que eu nunca havia visto nos olhos de um garoto da idade dele.

_Você acha que não te interessa Lily. – ele sorriu de canto para mim. – Mas você se importa com ele. Eu sei. Se não você não teria saído chorando depois da briga que vocês tiveram ontem.

_Eu não estava chorando por causa dele.

_Mas ele estava chorando por sua causa Lily. O James te ama desde os 11 anos de idade. O sonho dele era vir para a sede do Reino conhecer a princesa Evans. Agora imagine ter esse sonho frustrado? – eu encarei uma roseira que tinha perto de onde nós estávamos sentados.

_Eu já tive muitos sonhos frustrados e ninguém se importou. Ele tem que superar isso. – eu disse firme, tentando não transparecer o vazio no meu peito.

_Lily, só não perceba o que você sente tarde demais. Não será fácil anular um casamento com aquele idiota do Diggory. – eu revirei os olhos.

_Não chame o Amos de idiota. E eu nunca disse que queria me casar com ele, disse? – eu falei o encarando.

_Mas também nunca disse que não queria. Só pense no que eu te falei Lilica. – ele falou se levantando, de um beijo na minha testa e saiu. Maldito. Senti o vento bater em meu rosto e tive vontade de chorar mais uma vez. Por que diabos eu tenho que ter vontade de chorar toda hora? O que está acontecendo com você Lily? Suspirei. Como eu queria voltar a ter 13 anos e sonhar com o príncipe encantado e não ter que preocupar com um maldito príncipe que me ama desde pequeno e que agora está magoado. É, acho que eu vou ter que pedir desculpas ao Tarado.