Meetings in Our Holiday escrita por Machene


Capítulo 3
Amigos Recém Escalados




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Cap. 3

Amigos Recém Escalados

Voltando ao restaurante onde Tyson e Daichi trabalham, o grupo faz uma reunião juntando mesas na entrada do estabelecimento e os amigos começam a discutir sobre a confusão no zoológico em mínimos detalhes, voltando às atenções a heroína da vez.

– Sali, garota, diz como foi que você fez aquilo? A Hi é sua amiga há mais tempo porque conheceu você graças à amizade da Thalia e da Diva, mas nem ela sabia do seu dom de domar animais! – a moça ri e nega com a cabeça.

– Mas eu não domo Melissa, apenas tenho um pouco de habilidade com alguns, só isso. – um belo rapaz de longos cabelos se aproxima dela.

– Um pouco? – Ray ri – Eu sou veterinário há bastante tempo, e posso garantir que nunca vi aquilo! Uma criança caiu dentro da jaula dos tigres e você teve a coragem de ir até lá, descendo por uma árvore, pra salvá-la dos animais. Eu sinceramente pensei que o nosso tigre veterano, Suyure, tentaria atacar vocês em dois tempos!

– Ah, ele não ia fazer nada. Estava bem alimentando, assim como os outros.

– Então por que você acha que estavam rosnando quando eu pulei logo atrás?

– Eram só grunhidos. Eles se sentiram tensos com aquela situação estranha, então era óbvio que ficariam nervosos! Mas você ainda parecia mais nervoso do que eles. – a jovem caçoa gentilmente, fazendo todos rirem e o rapaz ergue as mãos em defesa.

– Os tratadores também, só que não tinha como manter a calma naquela situação!

– Ah Ray, qual é, ela se saiu muito bem! – Kenny intervém – Foi a Salima quem te fez ficar despercebido no meio dos tigres, quando mandou parar com seus movimentos bruscos. Todo mundo ficou perplexo! – Tyson de repente estapeia a cabeça dele.

– É idiota, e você ainda veio nos dizer que eles quem tinham caído na jaula!

– Preferia que eu parasse pra pedir informações mais específicas?

– Não importa mais, pelo menos as coisas terminaram bem.

– Lane tem razão. E a Sali ainda teve coragem de fazer carinho naquele... Que tipo de gato era aquele mesmo? Eu esqueci o nome.

– Era um ti-ligre. – o veterinário explica à loira – Um dos vários híbridos nascidos naquele zoológico. Ele tem convênio com o Instituto Witier, de reintegração ambiental para animais de grande porte, e foi assim que eu comecei a trabalhar lá, por meio de um programa de estágio. Costumo alternar o trabalho entre os dois e dessa vez foi uma bela surpresa a de hoje. – Salima sorri constrangida, especialmente pelo olhar atencioso dele.

– Aham. – as amigas da moça se entreolham e sorriem maliciosamente, então logo Melissa prossegue – Vem cá, o que, em nome de Deus, é um ti-ligre?

– Ah, o ti-ligre é o filhote de um tigre com uma ligresa, que já é resultado da união de um leão com uma tigresa. Nesse caso, ele se parece mais com o pai, porque a mãe é a híbrida. Mas tem o li-ligre, que é a cria de um leão e uma ligresa. Nesse cruzamento, os filhotes serão semelhantes ao pai também, sendo que prevalece o gene dominante puro, chamado homozigoto, por ser duplo. Com o ti-tigreão e o li-tigreão é o mesmo exemplo. O primeiro é filhote de um tigre que cruzou com uma tigreoa; deve ser esse o termo; e a fêmea nasce da junção de um tigre com uma leoa. O segundo é cria dela com um leão.

– Ok, já deu nó no meu cérebro, então pode parar.

– Eu só entendi que as fêmeas parecem ser as únicas capazes de se reproduzir.

– É Kailane, isso porque os machos são estéreis. Ainda assim, os filhotes híbridos tem saúde muito delicada, por isso não entram tanto em contato com as outras pessoas, considerando que eles só nascem em cativeiro. Eu tive muita sorte!

– Realmente. – Ray concorda – Em especial porque mesmo tigres não sendo muito paternais, Suyure tem se mostrado um pai bastante zeloso até agora. Nem ele ou mesmo a sua fêmea tomaram a iniciativa de proteger o filhote por medo de ser ameaçado, e olha que mães felinas tendem a ser hostis demais! – Salima sorri orgulhosa consigo mesma.

– É que meus pais e eu moramos por dois meses na reserva do meu tio quando eu era pequena, então me acostumei a lidar com filhotes e os felinos maiores, até tigres. Na hora de escolher minha profissão, foi bem fácil: zoóloga.

– Ah, logo vi. Agora está explicado por que alguém além de mim teve coragem de enfrentar aquele time de gatos crescidos. – os dois riem.

– Ok, vocês são demais, já entendemos! Ah, acabei de lembrar que não fizemos as devidas apresentações ainda! – a estilista pigarreia e começa direcionando a mão para o lado – Este aqui é o Max, um fotógrafo que conhecemos há quase duas horas, e os seus amigos, Kenny, Tyson e Daichi. – ela aponta os dois últimos – Sei que vocês trabalham aqui, e foi onde encontramos a Lane e o...

– Kai. – ele se apresenta – Eu sou empresário de uma companhia de eletrônicos.

– Acho que já ouvimos falar. – Thalia responde pelas outras.

– Legal. Eu sou a Melissa e essas são a Hilary, Diva, Kailane e Keilhany, que nós chamamos de Thalia pela voz dela ser parecida com a da cantora.

– Verdade? Então canta alguma coisa pra gente. – Daichi solicita.

– Eu cobro trinta dólares por minuto. – a jovem brinca e os demais riem.

– Eu quero saber uma coisa... O que estão fazendo aqui em Nova York?

– Não é óbvio? Você e a Salima deixaram todo o serviço por nossa conta enquanto viajavam, e agora os sócios estão pressionando para ver seu novo filme e a nova história dela. Duas ingratas que nem tem o trabalho de mandar notícias!

– Ah, desculpa Diva! Não foi mesmo justo deixar você sofrendo sozinha, já que o seu trabalho é me auxiliar com os trailers. Mas eu trouxe meu material comigo.

– Eu também trouxe o manuscrito e já estou quase acabando.

– Mas você não tinha dito que era zoóloga? – Kai questiona.

– E sou escritora também. Publico ficções há vários anos.

– E se quiser continuar com a tradição bienal, termine logo o último! – Keilhany a confronta, recebendo um aceno rápido e assustado da escritora.

– Ah Ray, isso me lembra de que precisamos verificar o registro de vacinação.

– Claro... Ah, o Kenny é meu auxiliar pessoal, e certamente bem mais organizado do que eu. Se tiverem curiosidade em fazer uma pesquisa acadêmica, peçam dicas a ele.

– Podem me chamar de Chief mesmo! – ele sorri largamente.

– Ainda não sabemos o que você faz Kailane. – Tyson relembra e resolve brincar – Por acaso faz esculturas com argila ou alguma coisa parecida? É pintora?

– Eu sou advogada. – ela responde curta e grossa e o rapaz engole em seco, dando aos outros a chance de rir – Vou deixar essa passar e ignorar um processo.

– Nossa, eu estava gostando da ideia. – Hilary provoca e os demais riem de novo.

...

No dia seguinte, às oito da manhã, as garotas acordam e se arrumam planejando as atividades do dia, quase ao mesmo tempo em que a campainha toca. Salima abre a porta e fica estática de repente, segurando a maçaneta.

– Salima, quem é? – Hilary aparece detrás dela e logo faz uma careta – Você?

– Eu! – o conhecido torce o nariz – O que é que tem?

– O que você está fazendo no nosso hotel? – ele dá uma risadinha.

– Então vocês compraram o hotel? Ganham mais do que eu esperava.

– Não temos tempo pra brincadeiras idiotas! O que você quer?

– Não soe o alarme, miss perfeição. Eu vim acompanhando o Ray. – Tyson aponta para ele ao seu lado – Qual o seu problema comigo?

– Hilary, que gritaria é essa? – Melissa chega usando um avental – Ah, meninos! É uma surpresa vê-los aqui! Como vão nossos mais novos amigos? Tudo bem?

– Tudo sim. E com vocês? – o veterinário responde, já vendo que o garçom está se estranhando com a cineasta – Desculpe o incômodo.

– Nada! Acho melhor entrarem logo, antes que alguém os confunda com estátuas. – ele ri enquanto a loira tira as amigas da frente, e com o movimento a zoóloga corre pra cozinha – Vocês descobriram bem rápido onde estamos hospedadas.

– Ah, o Max descobriu, na verdade. – Ray conta, sentando junto do amigo no sofá – Aconteceu alguma coisa? Todas parecem... Apressadas.

– Ah, é porque estamos ocupadas hoje. – a estilista retira o avental.

– Ocupadas como? – o garçom questiona – Vocês não estão de férias?

– Só por mais dez dias e algumas horas, e mesmo assim nós precisamos organizar nosso trabalho inclusive nas férias para não acumular.

– Eu estava falando com a Melissa. – Hilary cruza os braços e dá de ombros.

– Então conversem enquanto eu vou terminar a sopa. – ela toma o avental e sai.

– O que me lembra de botar mais duas cadeiras na mesa.

– Ah, não se preocupem, não vamos ficar muito tempo! – o veterinário abana a sua mão – Só queremos fazer um convite em nome dos outros.

– Mesmo? E qual é? – a moça senta na poltrona de dois lugares mais próxima.

– Bem, nós estamos participando de um torneio anual e famoso que vocês devem conhecer: o Gold Rush. – ele explica.

– Ah claro, a “febre do ouro”! Eu não sei muito sobre o evento, embora tenha visto uma vez na TV. Só me especializo naqueles relacionados à minha área, então podem me perguntar qualquer coisa sobre o Fashion Week que eu respondo! – Kailane sorri com os olhos cheios de malícia e para no corredor dos quartos.

– Quando ele foi criado? – Melissa faz uma careta e se volta a ela.

– Não me faça perguntas difíceis! Isso aí já é abuso, sabe?! – o trio ri e a advogada se junta a eles, se acomodando na poltrona também.

– Olá rapazes. – eles a cumprimentam – Por que os outros não vieram?

– Bom, pela mesma razão na qual acreditamos que vocês vão aceitar nosso acordo. – Ray recomeça – O torneio exige que todos os competidores tenham dois parceiros e só temos um para cada. Por isso queríamos sua ajuda.

– Mas, pelas minhas contas, mesmo nos pedindo ajuda vocês ainda precisariam de mais seis ajudantes. Assim, todos terão dois parceiros. – a defensora reflete.

– Na verdade, apenas Tyson e eu nos inscrevemos pra participar. Como se trata de uma corrida, com o mero objetivo de levar um bastão pintado de dourado, simbolizando o ouro, por um percurso até a linha de chegada, os parceiros nos ajudam a revezar e dar um descanso. Daichi vai ajudar o Tyson, mas o Kenny confessou que estava muito fora de forma e por isso Max se ofereceu para me ajudar.

– Pedimos a ajuda do Kai, é claro, mas o filho da mãe se recusou a fazer, como ele mesmo disse na cara dura, um “esforço desnecessário”.

– E por que fazem tanta questão de competir nesse torneio? – a loira questiona.

– É que o prêmio é uma estadia grátis de três dias no hotel mais caro do país. Nós precisamos realmente disso, já que o Kai também se recusou a nos emprestar grana!

– Puxa Lane! – Hilary surge no batente da porta segurando uma vasilha e mexendo o conteúdo com uma colher de pau – Você tem mesmo tendência a atrair caras mãos de vaca, né?! – a jovem responde olhando ameaçadoramente.

– Hilary, você não tinha ido para a cozinha, fazer mais uma daquelas suas comidas cheias de tempero forte? – a moça franze o cenho e joga o quadril para o lado, bem onde Tyson está sentado, então estende a colher na sua direção.

– Dá uma provada e me diz o que achou. – o rapaz faz uma careta desconfiada.

– Eu corro o risco de morrer provando isso? – a cineasta estreita mais os olhos, lhe negando opções, então ele experimenta a massa sem ver e acaba se surpreendendo – Tá muito bom. O que é isso? – ela sorri, abanando o talher.

– Minha torta de pêssego, e logo mais estará pronta.

– Ok, agora peça pra ele experimentar seus famosos sanduíches de pimenta.

– É uma receita de família, ok?! Sua resmungona! – a jovem dá meia volta e volta para a cozinha – Se acha tão ruim, não me peça pra preparar mais nada da próxima vez!

– Pode deixar! – Melissa e Ray riem de leve enquanto a morena bufa, fechando os olhos para se acalmar – Eu me pergunto quem aguentaria comer essas invenções dela.

– Bom, eu sinceramente acho que o Tyson conseguiria. Ele tem dois estômagos.

– Nem vem Ray, vocês só zoam de mim cara! E o Daichi, heim?

– Ele é pequeno, mesmo sendo um saco sem fundo, por isso você aguenta mais.

– Certo, vamos discutir isso depois...! – a estilista balança as mãos – Retornemos ao assunto inicial... Por que vocês estão precisando tanto de dinheiro?

– Não é que a gente precise de grana, só estamos no buraco. – o garçom continua – O Ray divide um apartamento com o Kenny e eu com o Daichi. Eles estão fazendo uma reforma e nós fomos obrigados a começar uma por causa do vazamento no quarto andar. Na moral, esses dois têm mais condição de pagar aluguel em outro hotel do que a gente.

– Teríamos Tyson, se tivéssemos recebido o último pagamento. Eu já expliquei.

– Ok, então basicamente os dois... Ou melhor, os quatro, precisam de um lugar pra ficar e querem ajuda de duas de nós para participar desse torneio Gold Rush.

– Nem pensar que vamos competir! – a cineasta interrompe – Esqueça Melissa!

– De novo Hi? Qual o problema? Estamos desocupadas mesmo.

– Desocupada é você! Estamos de férias sim, mas não vamos aproveitar direito se for nesse ritmo! Fora que ainda temos o trabalho acumulado.

– Deixa de ser rabugenta! É só por um dia! Podemos deixar o pessoal do trabalho na linha de espera e ainda ficamos com nove dias para relaxar.

– Então está confirmando presença nessa competição? Porque eu não vou.

– Muito bem, não vá! Eu ajudo com muito prazer.

– Garotas, vocês não precisam discutir por nossa causa.

– Não se preocupe Ray, nós gostamos de discutir. Especialmente a Hilary.

– Eu acredito. – a moça torce o nariz e pega o controle da televisão sobre o braço do sofá, batendo na cabeça de Tyson – Ai! Qual é a dessa violência?

– Que “violência”? Minha mão escorregou. – ela sorri com desdém, fazendo todos rirem, e então liga o aparelho – Esse é o jornal local? Os apresentadores não são lá essas coisas. Podiam arranjar gente mais bonita se tratando de um programa de TV.

– Você escolhe os atores dos seus filmes por beleza ou talento? – o garçom indaga.

– Os dois. Ei... Esse hotel não é o nosso? Por que essa agitação aqui em frente?

– Ah é... – o jovem ri – Sabem aquele motivo que temos pra vocês nos ajudarem?

Continua...


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