POV Bella

Nunca me senti tão confusa, o quase beijo entre mim e Edward fazia minha cabeça rodar, ele perecia querer tanto com eu, mas foi melhor assim, Edward só me queria ao seu lado para ajudá-lo e era isso que eu iria fazer.

Não gostou da comida, filha? Você nem tocou em seu prato. Ouvi Renée falar, nem tinha notado o prato na minha frente, estava ocupada demais com meus devaneios.

Só estou sem fome, mãe. Falei enquanto me levantava da mesa. Acho que estou indisposta, vou para o meu quarto.

Bella, o que você tem? Anda tão dispersa ultimamente. É alguma coisa no colégio, pode me contar filha!

Não é nada de mais, acho que é o cansaço.

Fui para meu quarto pra tentar clarear meus pensamentos, por mais que eu tentasse minha mente fugia para a cena de hoje mais cedo, mal tinha percebido que Edward, agora, sabia boa parte de minha vida. Por outro lado ele também se abriu comigo, nunca imaginei que uma pessoa poderia se revoltar tanto ao saber que é adotado. Quero ajudá-lo, mas não sei como, mesmo eu prometendo a ele que eu ficaria ao seu lado, tenho ciência que não sou a melhor pessoa para dar conselhos, e sem contar que também, nas maiorias das vezes, me sinto perdida.

Era engraçado imaginar Edward tão vulnerável, sua aparência demonstrava superioridade, confiança... Mas com um olhar um pouco mais aguçado, podia se ver uma pessoa cheia de traumas e um tanto sem rumo.

Mesmo eu tendo péssimas lembranças com drogas e bebidas, sei que as experiências que vivi no passado em NY, vão me ajudar com Edward.
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Depois que Emmet chegou da oficina, eu e Jasper fizemos o jantar, meu irmão não parava de falar da menina que conhecemos no hospital, por mais inusitado que fosse, ouvi isso de Jazz era ótimo, queria ver ele bem, e aquela menina poderia ser a pessoa certa para ele.

O jantar correu bem; eu, meus irmãos e minha mãe sentados ali, conversando... Como uma família tem que ser. Minha mãe estava reagindo bem ao novo tratamento, ela teria que voltar ao hospital em dois dias, apesar de um câncer de pele comum, o de minha mãe tinha um agravante: tinha grande probabilidade de metáfase. Viemos para Forks, por vários motivos; esquecer o passado, tentar um uma vida nova, mas principalmente por causa do tratamento que o hospital local oferece. Depois de assistirmos um talk show qualquer, fomos nos deitar, antes revisei se tinha alguma tarefa de escola para amanha, ainda bem que não! Me deitei e esperei o sono chegar, quando estava praticamente dormindo ouvi um bip vindo do meu celular.


From: Edward Obrigado por tudo hoje! Nem sei como agradecer. Boa noite


Um sorriso se formou automaticamente em meu rosto, era uma mensagem tão simples e inocente, mas que fez meu coração inflar. O que eu nutria por Edward não eram amor nem paixão, era uma vontade de cuidar, de ter para mim, mas o que me intrigava era o fato de só pensar nele pra eu ficar toda derretida, como se ele fosse o primeiro homem que eu vi em toda a minha vida.

Acordei um pouco antes do previsto, fiz meu ritual higiênico de todos os dias, e quando fui me vesti, me acometeu uma vontade de vesti alguma coisa diferente, optei por um jeans skinning escura, e uma camisa ¾ azul escura, pela vez primeira percebi o quanto esse tom de azul valorizava minha pele. Não tinha muito que fazer com o cabelo, tentei deixá-lo um pouco menos com aparência de ninho de feno. Passei pela cozinha e ganhei olhares assustados de minha mãe e de meus irmãos.

Bella, você só está indo ao colégio, não para uma festa! Emm disse enquanto mastigava sua panqueca.

Pode ir-me contanto, pra que tanta arrumação, filha? Minha mãe disse junto de um olhar divertido.

Por um instante imaginei que eu estava realmente igual a uma árvore de natal. Gente, por que vocês não falam logo que ela está linda? Jazz perguntou a Emm e Renée. Bella, é sério, nunca te vi tão bonita! Ele completou.

De longe, Jasper é meu irmão preferido!

Cheguei ao colégio em cima da hora, e assim que desci de minha Chevy, ouvi alguns comentários constrangedores dos meninos, pedi mentalmente que Edward não estivesse no meio deles, odeio ser o centro das atenções, e como reação abaixei a cabeça e entrei correndo dentro prédio, enquanto procurava minha sala de história, senti uma mão me cutucando, quando olhei para trás vi aquela menina do hospital:

Oi, se lembra de mim? Aquela coisinha minúscula perguntou.

Não tinha como se esquecer dela, visto que, meu irmão não tinha parado de fazer comentários sobre ela.

Claro, te vi no hospital, não é? Respondi.

Desculpe-me por não ter me apresentado naquele dia, sou Alice. Ela se apresentou cordialmente.

Eu também peço, ficamos conversando tanto que até esqueci-me de perguntar seu nome, bom, eu sou Isabella, mas se quiser, pode me chamar de Bella.

Ficamos conversando um bom tempo, descobri que ela é filha do dr. que assiste minha mãe no hospital, isso justificava a presença dela aquele dia no hospital. Ela era uma companhia agradável, às vezes ela se demonstrava um pouco efusiva, mas nada que me incomodava. Por fim, ela sugeriu que eu fosse ate sua casa, e depois dar um passeio pelo centro para me mostrar a cidade, hesitei, mas concordei, depois da aula iríamos para sua casa.

Durante a aula de literatura, tive que agüentar um menino me secando, já estava ficando insuportável, e pra piorar na saída ainda tive que ouvi uma daquelas cantadas baratas.

Aliás, me chamo Jacob ele completou. Completamente desnecessário, saber seu nome só faria me esquivar dele.

Assim que o intervalo começou, me encaminhei para as escadas, pedindo para que Edward já estivesse lá, infelizmente fui a primeira a chegar. Como não tinha muito que fazer, fiquei esperando por ele, logo ele chegou, de longe podia ver seus olhos correndo pelo meu corpo, eu juro que tinha colocado estas roupas diferentes sem qualquer intenção, mas o olhar dele era diferente, enquanto os outros me olhavam com cobiça, Edward me olhava com uma quase admiração.

Hei, como vai? Ele disse com um sorriso gigante no rosto e sentando ao meu lado

Estou bem sim, de onde veio tanta animação? Perguntei realmente querendo saber.

Sabe, uma pessoa me fez enxergar um tanto de coisa que eu deixei passar na minha vida. Ele disse olhando fixamente nos meus olhos, o sorriso sacana em seus lábios entregava seu joguinho. Decidi fazer o mesmo.

Sério? Essa tal pessoa então merece uma recompensa, não é? Afinal, ela conseguiu transformar um rebelde sem causa em um bom moço. Disse olhando do mesmo modo pra ele, estava ficando engraçada a situação, mas no mesmo tempo tive medo da resposta, por mais que fosse apenas uma brincadeira, não queria me iludir.

Uma recompensa? Pensei em várias, mas por agora ela merece a verdade, vou tentar dizer a ela mais tarde, que nunca vi nada mais bonito. Edward me respondeu, soando muito sério, fiquei muito sem graça e ele percebeu rapidamente.

Ei, pode parar de ficar com vergonha de mim, você está linda, não só hoje. Mas se você ficou incomodada, peço desculpas de verdade. Ele se retratou.

Eu sou muito idiota mesmo, só pode! Edward estava me elogiando, e consegui estragar tudo.

Não Edward, não precisa se desculpar, é que eu não consigo lidar muito bem com elogios, isso não faz parte do meu cotidiano.

E dessa vez ele riu, riu muito. Como assim Bella? Qualquer pessoa que te ver vai te achar maravilhosa, e como você não tem consciência do quanto você é linda?

Eu já não sabia onde enfiar minha cara, o ouvi dizer tudo isso fazia meu ego inflar, é claro, mas ao mesmo tempo, desconfiava que ele tivesse uma visão completamente distorcida de mim, eu linda? Onde?

Edward estava com grande interrogação no rosto, ele no mínimo deve me achar uma demente.

Então pode ir se acostumando, sua recompensa vai ser um elogio por dia, estamos combinados? Ele propôs.

Fazer o que, né? Me dei por vencida.

Com um sorriso de vitória, Edward mudou de assunto. Bella, confesso que fiquei curioso em saber como era sua vida em NY. Essa era a deixa para eu contar os poucos episódios bons de minha vida.

Comecei falando dos meus amigos, Ângela e Ben, do meu curso de culinária, do meu breve namoro com James, pude ver o rosto de Edward se transformar numa careta. Não sabia que você já namorou. Ele pontuou. Não fiz nenhuma objeção quanto ao seu comentário, lembrei dos passeios ao Central Park que fazia com o pessoal da escola, durante a primavera...

E Edward continuou sua sabatina, me perguntando o motivo pra eu ter vindo morar em Forks, seria inevitável não falar da situação da minha mãe.

É que descobrimos que ela está com câncer, e o hospital daqui é referencia em oncologia. Não entrei em detalhes, não precisava.

Edward se lamentou pela situação, ele parecia querer falar alguma coisa, mas ele não o fez.

Mesmo que o clima tivesse pesado um pouco, me sentia confortável ao lado dele, a conversa fluía sem complicações. E quando o intervalo terminou, levantamos e nos dirigimos para nossas respectivas classes, antes de entrar minha sala, Edward me segurou pelo braço, e disse: Bella, só quero te agradecer de novo por tudo, e eu vou tentar fazer de tudo pra você esquecer o que você não quer mais lembrar, me dê esta oportunidade, quero muito te ver feliz, isso vai me fazer bem também, vai ser uma troca, um ajudando o outro, pode ser? Ele realmente tinha me pegado desprevenida, mas eu não tinha como negar, a presença de Edward me fazia esquecer tudo que me assombrava.

Uma troca justa, no mínimo. Eu disse meio desnorteada.

Despedimo-nos sem nenhum tipo de contado, ou senão repetiríamos e cena de ontem.

As duas últimas aulas passaram como um borrão, minha cabeça estava no que Edward disse, ele era tão estranho de entender às vezes, mas sua proposta fazia todo sentido, pessoas com as mesmas dificuldades tentando se ajudarem.

Por causa dessa avalanche de emoções, tinha me esquecido de Alice, quando a vi me esperando na porta da sala, custei a raciocinar, sem mostrar minha recente confusão fomos até o estacionamento, de longe vi Edward encostado na porta de seu carro, e o mais estranho era nós duas indo na direção dele, não estava entendendo nada, e pela feição dele, ele sentia o mesmo: pura confusão