Addicts - Repostada escrita por whatsername, whatsernamebeta


Capítulo 8
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Oi
Atualização matinal!!! hehehe
Boa leitura



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POV Edward


"Ela não tem namorado, ela não tem namorado, ela não tem namorado... "


Repeti este mantra particular inúmeras vezes enquanto esperava a porra da aula de biologia começar, com a minha cabeça baixa tentava entender o que eu estava sentindo, odiava não me entender, esta confusão. Eu não nutria nenhum sentimento pela Bella, a não ser minha vontade de tê-la como amiga, mas vê-la com um cara me corroeu, queria puxá-la pra mim, só pra mim. 


E mesmo que ela tenha um namorado, o que eu poderia fazer? Dizer que eu sou melhor que ele? Que eu sou merecedor de seu amor? Não, qualquer pessoa consegue ser melhor que eu. 


O atraso de Bella não me preocupava, sabia que a qualquer momento ele passaria pela porta, não fiz o mínimo esforço para tentar levantar minha cabeça e ver quem já tinha chegado, mesmo que eu quisesse minha dor de cabeça não permitiria. 


Me sentia mal por ter me drogado tanto ontem, fumei sem limite, e agora sentia as conseqüências, o sono, fome... Não queria que Bella me visse nesta situação, como um fracassado. 


Percebi quando Bella chegou, queria ver seu rosto, mas como sou um covarde do caralho minha cabeça continuou sobre a mesa, me senti ainda pior quando ela me disse um sincero "bom dia", ela estava esperando uma resposta minha, mas esta não foi dada. Eu sou um filho da puta. 


Não sabia muito bem o que não me deixava olhá-la, se era o medo dela ver minha ressaca ou o medo de ver em seus olhos seu desprezo por mim. 


Quando o Sr. Banner entrou na classe, levantei meu rosto e soltei palavrão qualquer, se existe um professor que eu odeie, este se chama Sr. Banner. Aproveitando a deixa, olhei para Bella, seus olhos estavam fixos em algum ponto na frente da sala. 


A pior aula do mundo seguiu normalmente, eu perdido em meus pensamentos, e Bella fazendo um exercício, em dupla por sinal. 


Estava quase dormindo, quando senti uma coisa quente me cutucando, Bella estava me cutucando, e me mandando bilhetes? 


O conteúdo do papel me fez estremecer: 

Está com algum problema? Preocupada. 

Bella


Ela estava mesmo preocupada comigo? Não poderia acreditar. Li o papel algumas vezes para ter certeza, sua caligrafia era uma graça, seus garranchos, na verdade, mas não deixavam de ser uma graça. 


Não sabia o que responder, não queria deixá-la mais preocupada. 

Nada com que você precise se preocupar. 

Edward



Escrevi e mandei para sua mesa, pude ver a confusão passar pelo rosto de Bella. 

Te fiz alguma coisa ontem? Te deixei com raiva? 

Bella



Deus, essa garota é incrível como ela pode achar que estou com raiva dela, estou com raiva de mim por não ser bom o suficiente pra ninguém. 

Intervalo. 
:X 

Edward 


Se Bella quisesse conversar iríamos fazer isso não por bilhetes. 


Nunca andei tão rápido, mas Bella ainda estava em minha frente, nos sentamos, como de costume, sabia que era eu quem deveria começar esta conversa, mas o silencio parecia não deixar as palavras saírem. 


Parecia a porra de um mudo, queria falar tudo, minhas angustias, meus medos, mas meu cérebro me traiu soltou a coisa mais estúpida já vista: 


“Não sabia que você tinha namorado.” Perguntei, ela olhou para mim tão assustada, que nem me dei conta do meu estado, olhos vermelhos, e um rosto marcado pela decepção por ser quem eu sou. 


Bella estava em choque, eu acho. “Eu não namoro, Edward!” Ela respondeu com a voz tremula. Aquele cara não era seu namorado? Não entendia mais nada. 


Meu cérebro ainda me traia: 


“Não é o que parecia quando te vi ontem.” Deixei escapar. 


Pude ver um pequeno divertimento no rosto de Bella. “Aquele é meu irmão.” 


Então eu achei que seu irmão era seu namorado? Queria me esconder, como pude ser tão infantil? 


Tentei me desculpar, mas nada que eu dissesse iria melhorar aquela situação, nem percebi que Bella estava falando: 


“É, lá em casa é assim mesmo, somos bem unidos.” Se eu já estava mal, isso me deixou ainda pior, saber que Bella tinha um lar, irmãos, uma família de verdade, tudo que eu não tinha, meu peito se contorceu em dor. 


Bella com certeza viu a dor passar por minha face, ela parecia estar assustada: 


“Falei algo que não devia?” Ela tinha uma capacidade enorme de se culpar. 


“Não, claro que não.” Disse esboçando um sorriso, não queria que ela se culpasse ainda mais.


Bella parecia insatisfeita com a minha resposta, ela queria a verdade. 


“Edward!” Ouvi ela chamar meu nome baixinho. “Assim, eu sei que não mereço sua confiança, mas se quiser você pode conversar comigo, ok?”


Não podia estar escutando aquilo, Bella queria saber da minha vida? Ela estava dizendo que eu não confiava nela? 


Meu corpo estava estagnado, eu tinha tanta coisa pra falar, e elas simplesmente não saiam. 


 “Oh Bella, você não sabe o que esta dizendo, é claro que confio em você, é eu que não mereço sua confiança.” As palavras saíram sem nenhum filtro, mas era a verdade, e falta de fé em mim mesmo me corroia. 


Odiava essa minha falta de filtro, agora um silencio reinava, não era desconfortável, só precisava saber como nos ficaríamos depois dessa conversa. 


 “Hum, porque você ficou daquele jeito quando eu falei da minha família?” Bella realmente estava disposta a me entender, e só não tinha certeza se eu estava pronto para me expor. 


Mas eu precisava mostrar a Bella minha realidade, ela iria entender: 


 “Sua família é tudo o que a minha não é!” Falei com uma voz amargurada, não gostava de relacionar minha família com tristeza, mas era inevitável. Bella olhava cada detalhe de meu rosto, posso jurar que ela viu a tristeza em meus olhos. 


Bella parecia nunca estar convencida com minhas respostas, nada era o suficiente para ela. E eu já podia imaginar qual era a próxima pergunta, e eu não saberia responde-la. 


“Porque vocês não se dão bem?” Ela perguntou, era a questão crucial, a resposta era óbvia, eu era um ingrato. 


Eu não sabia se devia contar sobre minha adoção, tinha medo de que Bella me odiasse quando soubesse o que eu já fiz com meus pais e Alice. 


“Não precisa responder se quiser, eu vou entender.” Bella me deu esta chance. Estávamos numa conversa reveladora, certo? Eu tinha o direito de tirar minha dúvidas, certo? 


“Bella, se eu te perguntar uma coisa você me responde?” Tentei, eu realmente gostaria de saber o que tanto assustava. 


Bella abriu um sorriso me encorajando. “Claro, pode perguntar.” 


 “Porque você fica em pânico quando eu estou cheirando à maconha e bebidas?” Perguntei de uma só vez, sabia que ela se assustaria com minha pergunta, mas sua reação foi alem. 


Seu rosto empalideceu, um desmaio seria em questão de segundos. Assustado com que poderia acontecer, levei minhas mãos ate seu rosto, o calor que se estabeleceu foi inacreditável, Bella discretamente procurou mais contato, mas isso não era o correto, automaticamente minhas mãos voltaram para meu colo. 


“Estou bem Edward, se eu contar a minha parte você conta a sua?” Bella perguntou, era uma troca, trauma por trauma. 


“Prometo que conto.” Eu estava certo disso agora, meu sorriso era um reflexo desta certeza. 


Bella parecia não saber de onde começar. 


"Sabíamos que alguma coisa tinha acontecido, nosso pai, Charlie, tinha sido morto por uma gangue de narcotraficantes, ele perdeu sua vida ao exercer sua profissão, agente policial." Bella falava coma voz arrastada, nunca imaginaria que ela fosse órfã de pai, queria tirar aquela tristeza dela, eu faria isso por ela. 
"A situação só piorou quando aquele monstro começou a fumar e outras drogas, nossa casa vivia com aquele cheiro, minha mãe fazia de tudo para tira-lo de nossa casa, mas em resposta ela era espancada na frente de meus irmãos" Seu choro era sofrido, suas lágrimas escorriam sem limites, nem percebi que segurava suas mãos nas minhas, e seu rosto estava descansando em meu ombro. Eu ficaria igual ao Phill caso não mudasse minha vida, esta conclusão foi como um tapa, jamais quero que alguém passe o que Bella passou. 


“Eu não quero ser igual ao Phill, eu não quero fazer isso com meus filhos.” Sussurrei, eu nunca mais faria alguém sofrer. 


“Você não vai ser, Edward; Phill nunca foi uma pessoa boa, e eu sei que você é bom.” Bella me disse, ela parecia estar muito certo do que dizia, seus olhos derramavam sinceridade. 


Trauma por trauma. Agora era a minha vez. Me acomodei ao seu lado para começar a contar meu caos particular. Não entendi quando Bella fez menção para que eu me deitasse em seu colo, ela realmente me queria tão próximo? 


Deitei em seu colo, muito, muito receoso, era tão estranho estar assim com alguém, nunca tinha partilhado de tanta cumplicidade. Não negaria isto à ela, deitei timidamente em seu colo, só não esperava um acesso de riso de Bella enquanto procurava uma posição confortável. Ela tinha cócegas nas coxas? Eu tive o que aproveitar esta chance. Esfreguei mais uma vez minha cabeça e em resposta recebi uma gargalhada. Alta. 


“Pára, Edward!” Ela pediu, me perdi quando ela falou meu nome, gargalhadas junto com meu nome e a voz de Bella me agradava. 


Ela sorrindo era lindo, faria ela rir mais vezes. “Eu gosto quanto você sorri, suas bochechas coram, e eu gosto delas assim” Falei também sorrindo. 


“Nem adianta, Edward, esqueceu que você tem que me contar uma coisa?” Bella me apressou, na verdade o meu medo já tinha ido embora, o que não me deixava contar era a vontade louca de ficar com ela daquele jeito pra sempre. 


“Merda, pensei que você tinha esquecido.” Falei com uma falsa carranca. 


“Bobinho, pode ir contanto,pode confiar em mim, se for do meu alcance vou te ajudar, eu quero de ver bem!” Bella me assegurou, e eu acreditava nela. 


Suas mãos foram para meu cabelo, seu toque era tão delicado que eu era capaz de adormecer, mas não, eu devia à Bella uma explicação. 


Enquanto contava como eu mudei depois que descobri que havia sido adotado, eu chorava, como nunca tinha feito antes, era um choro de libertação, não queria mais viver coma aquilo. 


Bella também chorava, não era um choro de piedade, era compreensão. 


“Edward, você vai conseguir, eu não vou deixar você desanimar, você vai reconquistar sua vida, confie em mim.” Bella me disse ao final de minha fala, era muito fácil acreditar nela, e eu acreditava. 


“Eu confio, Bella; só não confio em mim mesmo.” Falei a verdade, seu rosto demonstrava a indignação com a minha resposta.



“Edward, olhe para mim. Você vai conseguir, coloque isto em sua cabeça, eu te ajudar, conte comigo.” Bella falou com a voz dura, e com os olhos fixos nos meus. 



“Promete que não vai desistir de mim, Bella?” Eu tinha que saber, agora, era ela que me ajudaria a sair desta vida, ela não podia me deixar sozinho no meio de um caminho que eu não conhecia. 


“Prometo, eu sempre vou estar aqui!” Ela disse, e eu não tinha mais dúvidas, Bella lutaria por mim, e eu lutaria por tudo que perdi. 


Abraçar, não era um gesto comum a mim, mas tive que fazê-lo, queria sentir Bella próxima a mim, prende-la a mim se possível. Puxei- a para um abraço, nem sei ao certo como fazer, mas quando ela se aninhou em meus braços, nada mais parecia existir, a não ser ela. Acredito que coloquei força de mais, mas não me importei, aquela garota só podia ser uma anjo, e agora, ela era meu anjo. 


“Você acredita em anjos, Bella?” Não sei da onde saiu esta pergunta, mesmo assim tive que fazê-la. 


“Acredito. Porque?” Ela respondeu num sussurro, seu rosto estava em meu pescoço, e sua respiração estava eriçando todos meus pelos daquela região. 


“Porque com certeza você é o meu!” Respondi ainda mais baixo, bem perto de sua orelha, meus lábios roçavam seu lóbulo, em resposta ela soltou um lampejo quase inaudível. 


Meu aperto em volta do corpo de Bella já havia passado do tempo limite de um abraço normal, mesmo não sendo a minha vontade aos poucos fui soltando ela, não queria deixar de senti-la próxima, minhas mãos saíram de suas costas e foram para cintura fina coberta pelo moletom, aos poucos meu rosto saiu de seus cabelos com cheiro de morango. As mãos de Bella estavam em meus braços, era indescritível a sensação do contato. 


Nem percebi que nossos rostos estavam perigosamente próximos, seu olhar fitava todo meu rosto, Bella parecia decodificar todos meus traços, e pelos seus olhos, pude ver que ela estava completamente intrigada, só desconhecia o motivo. 


Como se eu tivesse sendo movido por uma atração desconhecida, inclinei meu rosto em direção ao de Bella, meu olhar vagava em seu rosto, sem saber pra onde olhar, tudo era perfeito. 


Seus lábios estavam tão próximos, que não sei como não os suguei para minha boca, não estava me entendendo, nunca em minha vida, fiquei igual a um idiota olhando para uma garota, enquanto eu poderia beijá-la. Eu queria beijá-la. 


Sabendo o que ia acontecer, Bella se soltou definitivamente de mim com leve um empurrão e meus braços, não iria forçar meu anjo a nada, nem sei por que quis beijá-la. 


 “Hum... É melhor eu ir embora, já passou do horário de eu chegar em casa.” Bella visivelmente sem graça, suas bochechas estavam coradas, e isso era encantador. 


Trocamos telefones, caso eu precisasse de alguma coisa, não queria deixá-la ir, mas Bella realmente precisava chegar em casa, não me opus. 


Sai daquele colégio, muito mais confuso que o normal, agora eu tinha alguém ao meu lado, torcendo por mim, era tudo tão novo e o medo era inevitável, não queria decepcionar meu anjo, não queria decepcionar mais ninguém.




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Notas finais do capítulo

Comentem e recomendem!
Até quinta, beijos