Addicts - Repostada escrita por whatsername, whatsernamebeta


Capítulo 24
Capítulo XXIV


Notas iniciais do capítulo

Bom dia : )
Fiquei mega feliz com os comentários, muito obrigada!
Boa leitura



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POV Edward

Tinha muitos carros. Muitos! Nova Iorque parecia engolir as pessoas. E eu me senti um roceiro.

Era quase impossível trafegar pelas avenidas, nunca via um nova-iorquino, eu só via turistas, e todos tinham o mesmo rosto. O rosto dela.

Quando sai de Forks sabia que eu tinha que vir para cá, assim eu estaria um pouco mais próximo de Bella. Meus pais não concordam, eles me queriam em Chicago.

Eu já estava quebrado, então por que eu não podia escolher a porra da cidade que eu queria?

Há um mês eu estava longe de tudo, de casa, de Bella. Eu me sentia incrivelmente sozinho no meu apartamento, ele tinha sido comprado por meus pais, apesar de aconchegante eu me sentia fora de casa, fora do eixo.

Alice tinha me ligado para me dizer que Jacob tinha armado para cima de mim e de Bella, eu me perguntava o que eu tinha feito para despertar tanta ira nele.

Meus pais sempre ligavam para saber como eu estava indo, odiava ser considerado o filho emocionalmente deficiente.Minha vontade era saber como ela estava, se ela estava seguindo em frente.

Faltando uma pecinha. Era assim que eu me sentia, faltava além do meu coração,vontade de rir, de comer, de viver.

Eu tentava não pensar nela, mas era fodidamente impossível, seu rosto estava em todo lugar: nas paredes, na TV e em todas as outras faces.

Sair na rua era um pesadelo, eu via Bella em qualquer lugar, eu estava com medo de estar louco. Sua voz também aparecia não na mesma intensidade de seu rosto, mas ela sempre estava lá.

Eu ansiava seu toque, seus beijos, sua mão em minha barba... Eu precisava dela aqui.

Sempre me senti um fraco, mas agora, essa realidade batia forte em mim, eu estava vegetando dentro de uma casa que não era a minha casa. Eu queria voltar para Forks, voltar para Bella, e tentar de novo fazer a gente dar certo.

O telefone apitava na mesinha em minha frente, eu não tinha vontade de fazer nenhum movimento para pega-lo.

“Alô?” Perguntei mal humorado.

“Edward? Sou eu filho.” Só de ouvir a voz de minha mãe eu já me sentia melhor.

“Oi mãe, como está?” Perguntei andando pela casa.

“Estamos bem, não quero te atrasar, só liguei para saber se podemos ir até ai no próximo fim de semana.”

Eles não podiam vir até aqui, eles descobririam a fossa que eu estava, mas eu não queria deixar de vê-los.

“Hum... Eu adoraria a visita de vocês.” Eu tropecei numa meia. “Só está um pouco sujo.”

Esme riu do outro lado. “Não se preocupe filho.”

“Mãe?” Eu chamei com medo. “Você tem alguma notícia dela?”

Eu tão era filho da puta comigo.

“Er, ela não está muito bem.” Esme colocou com pesar na voz.

Bella estava doente? Tinha se ferido? Uma bola de vôlei tinha acertado sua cabeça?

Eu precisava de respostas.

“Renée me disse que ela não está comendo direito e que pouco dorme.”

Ela tinha sintomas iguais os meus, estávamos juntos nessa merda toda?

“E como vai Renée? Reagindo bem aos tratamentos?” Bella não era um assunto seguro.

“Ela está curada!” Esme disse exultante. “Seu pai disse que ela está completamente curada, sem chances de recaída.”

Bella deve estar feliz com essa noticia, eu também estava!

“Isso é grande!” Eu disse colocando um pouco de emoção em minha voz. “Fico feliz, dê os parabéns ao papai.

“Edward? Alice está louca para conversar com você, vou passar para ela. Eu amo você, fique bem.”

Não deu tempo para eu responder minha mãe, eu já ouvia a voz de Alice do outro lado.

“Lice, saudade de você!” Falei voltando para minha cama. “Como você está?”

“Estou com saudades de você.” Ela não conseguia não chorar.

“Calma Alice, eu estou bem.” Eu estava mentindo com muita facilidade.

“Você faz tanta falta.” Minha irmã falava com a voz chorosa ainda.

“Eu sinto a falta de vocês também, vou esperar você aqui na próxima semana.” Falei tentando mudar um pouco a atmosfera.

“Não vejo a hora de sair com você por Nova Iorque.”

Ela esqueceu que não gostava de compras?

“Não conte com isso.” Eu disse rindo.

“Então eu vou ter que levar Jasper comigo!” Alice disse sem perceber seu deslize.

Silêncio.

Jazz nunca poderia saber onde eu estava, se ele soubesse, Bella estaria aqui no meso instante, eu sabia que ela viria atrás de mim, ela só não o fez ainda por falta de informação.

“Edward, me perdoe, por favor?” Alice pediu do outro lado. “Eu não queria dizer aquilo.”

“Tudo bem Lice, até semana que vem.” Eu desliguei o telefone.

.

.

.

As palavras de Esme sobre Bella ecoavam em minha mente, doía saber que ela estava tão mal quanto eu, queria tirar toda sua dor.

Ela não estava seguinte em frente.

Então eu seguiria por nós dois.

Minha vida já estava uma merda, eu não tinha mais o que perder. A ideia de procurar um emprego me pareceu um bom começo.

Porra, eu não sabia fazer nada!

Vesti meu único par de roupas limpo que tinha, peguei as chaves do volvo que estavam em algum lugar entre a caixa de cereal e o amontoado de vasilhas.

O trânsito daqui era um inferno, me perguntei como Bella conseguia trafegar com aquele monte de ferros retorcidos.

E a saudade bateu de novo, junto com ela vinha a dor no peito. A dor do vazio.

Comprei um jornal com anúncios de empregos, eu circulava com uma caneta os que me interessavam, não foram muitos, apenas um.

Demorei uns bons quarenta minutos para chegar ao local que indicava no anúncio.

“Boa tarde, em que posso ser útil?” Um senhor grisalho se ofereceu.

“Er, eu vi este anuncio no jornal, e gostaria de saber se a vaga ainda está disponível.” Eu atropelei as palavras.

O senhor parecia se divertir com a minha falta de jeito.

“Por aqui, meu jovem.” Ele disse me conduzindo para um corredor cheio de salas, eu podia ouvir música, crianças...

“Qual seu nome, por favor?” Ele perguntou depois que entramos numa espécie de escritório.

“Edward Cullen.” Eu respondi fracamente.

“Bom... O que você sabe fazer?” Ele atirou para mim.

Rá. A pergunta.

Eu sempre ganhei tudo dos meus pais, eu nunca tive que aprender a fazer nada, eu sei dirigir, falar sujo...

Essa não parecia uma resposta cabível.

“Eu sei tocar piano e jogar basquete.” Falei já me conformando com a dispensa.

O velhinho em minha frente abriu um sorriso.

Eu tinha falado algo bom?

“Isso parece perfeito! Piano, nós precisamos aprender piano.”

Eu disse que tocava não que eu ensinava.

“Hãn... Eu realmente sei tocar, mas não sei se sou capaz de ensinar alguém.” Eu disse saindo da salinha.

“Meu jovem... Olhe para isso aqui.” Ele abriu uma grande porta. Atrás dela tinha muitas crianças, de todas as idades... Brincando, conversando...

Caralho, era bonito de se ver.

“Tem motivação maior que essa?” Ele disse apontando para o aglomerado de crianças.

Eu estava um pouco embasbacado. Elas pareciam tão felizes.

“Onde eu estou?” Eu perguntei encarando velhinho.

Não foi uma pergunta idiota, eu queria saber a origem de tanta gente pequena.

“Isso aqui é um orfanato.”

Meu estomago deu voltas, eu odiava a realidade.

Orfanato. Isso significava crianças abandonadas, sem família. Se Esme e Carlisle não tivessem me adotado, eu estaria num orfanato.

“Que dia eu começo?” Eu perguntei para o senhor.

“Quando quiser, estamos ansiosos.”

“O que eu tenho que fazer? Que tipo de aula tenho que dar?” Eu não sabia nada sobre ensinar.

“Calma, você vai saber agradar essas crianças.”

.

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Eu tinha pegado um caminho diferente para voltar para casa, e infelizmente eu passei em frente à entrada principal do Central Park.

Era o lugar que Bella mais gostava, eu senti a umidade em meus olhos, eu descansei a cabeça no volante e chorei, eu estava puto, eu odiava essa dependência, eu não saberia viver sem ela.

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Eu não podia reclamar do meu apartamento, ele era grande e com uma ótima vista. Só era grande demais só pra mim.

E ele estava imundo, eu precisava limpa-lo, meus pais chegariam em poucos dias e ali tinha sujeira de um mês.

Liguei para algumas agências de limpeza, e eles não tinham nenhuma empregada disponível.

Excelente! Eu teria que limpar essa sujeira!

Eu não tinha dotes domésticos, eu não sabia arrumar nem minha própria cama!

Tinha muita embalagem de comida congelada, ajuntei todas e coloquei para o lixo, as vasilhas foram um problema, eu tinha molhado todo o chão da cozinha...

E assim eu tinha matado uma tarde de minha vida, eu arrumei toda a bagunça e poucas vezes Bella passou por minha cabeça.

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Eu não gostava da noite, era quando eu me sentia ainda mais sozinho, minha cama parecia gigante.

Era suficientemente confortável para um casal: eu e Bella.

E eu também não conseguia dormir, eu passava a noite encarando as imagens de Bella que se projetavam nas paredes.

Eu estava ficando louco, eu tinha certeza disso.

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Hoje seria minha apresentação no orfanato, e eu estava me cagando, eu estava realmente preocupado.

O velhinho se chamava George, ele estava tão animado que me deu medo.

“Bom, meninos, peço que vocês se sentem, hoje vamos apresentar nosso novo professor; Edward.”

Eu fui arremessado para o palco improvisado no meio do salão.

Eu tinha muitos rostinhos me encarando, eu não vi Bella em nenhum.

Era um avanço.

O que se faz uma apresentação? Eu estava fodidamente perdido.

“Boa tarde, eu sou Edward Cullen, e serei o professor de piano de vocês.” Eu falei comendo as palavras.

Bella tinha que estar aqui para me acalmar.

“E espero que vocês gostem do que eu estou preparando, piano é um instrumento legal, podem apostar.”

Eu estava me sentindo um pouco idiota.

“Hãn... Pra quer serve um piano?” Ouvi um garotinho falando no fundo.

Como eu poderia respondê-lo?

“Serve para muitas coisas.” Ótimo começo Edward! “Além de produzir algo realmente agradável aos ouvidos, é bom para relaxar, externar nossos sentimentos...”

Isso estava ficando pessoal demais.

A apresentação seguiu com perguntas mais superficiais, o que me deixou mais tranqüilo.

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Voltei para casa, eu tinha que preparar uma aula de piano, abri meu computador procurando uma maneira de fazer isso funcionar.

No final eu tinha gostado do que tinha na tela, eu senti um pouco menos inútil.

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Sábado, meus pais estariam chegando em pouco tempo, a casa estava limpa, e como eu não tinha dormindo durante a noite resolvi ressonar no sofá mesmo.

Tinha tempo que não sonhava, e eu me assustei com que eu estava tendo.

Bella estava morta. Sem vida. Sem bochechas coradas. Seu corpo estava magro, seus ossos disputam lugar com sua pele. Eu estava sem ela.

Eu acordei desorientado, eu olhava para os lados e só enxergava a imagem de Bella sem vida.

“Você está bem filho?” Ouvi a voz de minha mãe. Eu não via seu rosto.

“Mãe, eu preciso de ajuda!” Pedi me derramando em lágrimas em seu colo.

Carlisle e Alice estavam igualmente desorientados.


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Notas finais do capítulo

Tadinho do Edward, né?
Até segunda para quem acompanha Passado Distorcido e até terça para quem só gosta do Anjinho :D
Beijos