POV Edward

Eu estava sendo levado, eu não tinha onde me apoiar, eu estava sozinho nessa merda.

Eu estava vivendo a pior semana de minha vida.

Deste quando sair pela porta do quarto de Bella eu estava procurando maneiras de me manter firme, e a único motivo que eu tinha era ela.

Eu amava tanto aquela mulher! Eu ficava entorpecido só de pensar nela.

Mas como eu sou um completo fodedor de vidas, eu tinha acabado com a minha e com a dela. Eu estava com nojo de mim, eu tinha ido contra todos os meus princípios em relação à Bella: eu não tinha sido cuidadoso nem tinha a tratado com respeito.

Eu a tinha deixado tão mal, seu corpo tinha as minhas marcas, eu tinha ferido todos seus sentimentos.

Eu via Bella apenas na escola, era doloroso vê-la ao meu lado sem poder ao menos conversar. Eu queria poder afagar suas bochechas, bagunçar seu cabelo...

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Ela tinha me pedido um tempo para pensar, não sabia quanto demoraria, mas eu estaria esperando, poderia ser por toda a vida, mas eu estaria esperando.

Eu precisava liberar um pouco de raiva, eu não queria descontar minha ira na minha família, nem em mim. Fumar não seria uma opção.

Quadra. Bola laranja. Cesta. Jogar basquete de me deixava melhor, minhas tardes se resumiam a jogar, eu passava horas na quadra velha nos fundos de minha casa. E por um breve período eu conseguia me esquecer da realidade.

Era assim na escola também, o semestre estava acabando, eu já tinha conseguido as notas, eu não queria mais escutar professor. Matei todas as aulas na quadra, eu treinava todos os fundamentos: arremesso, bandejas...

“Você é realmente bom numa quadra.” Ouvi a voz de Bella falando, não me importei, já era uma constante sua voz vir em meu pensamento.

“Um dia os New York Knicks vão te contratar.” Eu soltei um sorriso, a ideia me agradava! Continuei encarando a cesta, a voz de Bella em minha cabeça estava me desconcentrando.

“Porquê tive com foder com tudo? Eu queria minha garota aqui me vendo jogar!” Eu falava arremessando a bola com raiva. Ela tinha acertado a tabela. Merda!

“Sua garota está aqui Edward!”

Estávamos num estágio mais avançado? Agora ela podia responder minhas perguntas?

“Eu estou ficando pirado.” Falei pra mim depois de guardas as bolas no armário.

“Eu estou aqui!” A porra de sua voz falava de novo.

Eu estava começando a ficar irritado com minha mente.

“Mas que caralho, porquê você não deixa?” Eu disse gritando no meio da quadra, eu estava puto comigo.

Meu erro? Foi olhar para as arquibancadas.

“Bella?” Eu perguntei encarando sua imagem. Isso não podia ser alucinação.

“Oi.” Ela disse com um sorriso nervoso.

“Oi... O que você está fazendo aqui?” Eu perguntei concentrado em seu rosto, ele era tão bonito.

“Er... Eu queria conversar com você.” Por que ela estava com vergonha de mim?

POV Bella

Eu tinha pensado, minha cabeça estava quente de tanto raciocinar, e por mais que eu quisesse negar, eu não conseguia chegar a outra conclusão: eu precisava de Edward independente do que já passamos.

Eu o amava, ele me amava! Tínhamos passado por muita coisa nos últimos meses, estávamos machucados, mas nós nos curávamos.

Éramos o veneno e soro um do outro.

POV Edward

“Estou aqui te ouvindo.” Falei me sentando dois degraus a sua frente.

“Olha pra mim Edward.” Ela pediu aflita.

Eu me virei para tras, no instante em que nossos olhos se encontaram eu me senti um pouco mais vivo.

“Eu pensei sobre tudo.” Ela disse séria.

Isso era bom ou ruim?

“ Devo ficar animado?” Eu perguntei fixos em seus olhos.

“Posso ir na sua casa mais tarde?” Ela perguntou no meio de um sorriso.

O que ela queria dizer com isso? Tínhamos alguma chance ainda?

“Claro... A hora que você quiser.” Falei desenvolvendo um sorriso sincero.

Não tínhamos mais o que falar, ela se levantou e foi embora, e eu fiz meu caminho para o vestiário para pegar minha mochila.

Não sei se deveria, mas eu estava fodidamente animado para vê-la mais tarde.

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Dessa vez iria dar certo, nós iriamos conversar e nos acertar, mesmo com nossos traumas tudo ficaria bem.

Eu queria fazer desse recomeço uma ocasião especial, eu gostava de presentear Bella. Decici dar uma ida rápida em Port Angels, eu queria encontrar alguma coisa que representasse tudo o que eu nutro por ela.

Não foi dificil encontrar, eu tinha comprado o presente perfeito, coloquei no bolso de minha mochia e voltei para Forks, sabia que Bella iria gostar, era um presente que representava nós dois

Eu tinha ficado com orgulho de mim!

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Ouvi a voz de Bella na andar de baixo, eu estava ansioso para vê-la.

Ela conversava animadamente com meus pais, o calor de sua voz me deixou confiante. Nós poderíamos dar certo de novo.

Ouvi batidas na porta. “Edward... Estou entrando.” Sua voz estava tão boa de se ouvir.

“Oi.” Eu disse ao me arredar nacama. “Sente-se.”

Ela veio de boa vontade para meu lado, eu queria beijá-la, abraçá-la...

“Você esteve fora?” Ela perguntou. Eu ainda estava com as mesmas roupas.

“Tive que ir a Port Angels comprar umas coisas para mim.” Falei escondendo o real motivo de minha viagem.

“Hum.” Ela falou sem demonstrar mais curiosidade.

“Então, sobre o que você quer falar?” Eu perguntei encarando o chão.

“Eu quero você para o resto da minha vida.” Ela falou também encarando o chão.

Ela estava falando isso para mim?

“Oi?” Quis saber se ela estava falando realmente para mim.

“Eu te amo, eu não sei ficar longe de você.” Sua voz estava cheia de emoção.

“Bella isso é sério?” Ela não podia brincar desse jeito comigo.

“Claro que é Edward!” Bella estava um pouco exaltada.

Quando a veracidade de suas palavras entrou em meus poros eu cambaleei, estava um pouco tonto, mas feliz.

“Você está bem?” Ela perguntou quando levantou seu rosto para mim.

“Eu realmente não te mereço!” Eu falei deixando nossos rostos próximos.

“Eu te fiz tanto mal, e você sempre me dando outra oportunidade...”

“Mas você sabe o quanto eu sou covarde, eu não consigo me distanciar de você...”

“Eu te amo tanto!” Minha respiração estava misturada com a sua, minhas mãos estavam caídas em meus lados, eu não sabia se podia tocá-la.

“Edward, eu amo você.” Ela jogava lufadas de ar em mim. “Eu sou sua namorada, você pode me tocar!”

Eu já disse que amava muito ela?

Nosso beijo era uma tortura; lento e sofrido. Minhas mãos estavam em seus cabelos, e as suas percorriam meu pescoço.

“Melhor pararmos.” Falei em sua boca. Ela tinha entendido meu ponto, daqui pra frente eu iria respeitá-la mais que tudo.

“Ok” Ela tava beijinhos em meus lábios. “Temos mais o que conversar.” Ela colocou discretamente.

“Sabe aquela noite?” Ela perguntou baixinho. “Eu quero esquecer que ela existiu, então, por favor, não a mencione mais.”

Olhar para frente. Era isso que iríamos fazer.

“Como você quiser.” Eu disse afagando seu rosto. “Er... Eu comprei uma coisa pra você.”

“Aproveitei minha ida a Port Angels e comprei um presentinho.” Tentei explicar.

“Edward, eu não gosto que gaste dinheiro comigo.” Ela estava me censurando.

“Bella, não seja chata, pegue minha mochila para mim.” Pedi.

“Aonde está então?” Ela ficava tão linda irritada. “No bolso pequeno da frente.” Eu disse examinando sua feição.

Ela trouxe o pequeno embrulho para suas mãos. “Posso abrir?”

“É para você abrir anjo.” Há quanto tempo eu não a chamava assim?

Ela abriu cuidadosamente o papel branco.

Mas ali não tinha o meu presente.

Tinha muito pó branco.

Era cocaína.

O cheiro forte invadiu o quarto, os olhos de Bella comecaram a ficar vermelhos e eu estava desnorteado.

O que estava acontecendo?

“Como você pode fazer isso comigo?” Ela gritou entre lágrimas para mim.

Eu não sabia o que estava acontecendo, por que tinha cocaina em minha mochila? Eu tinha cheirado apenas uma vez, e eu prometi que nunca mais iria usar.

“Você queria me ver no fundo do poço Edward?” Bella gritava jogando o pó para mim. “Fique feliz! Você conseguiu!”

Ela estava insana, e eu paralisado.

“Por quê você teve que cutucar minha ferida mais profunda?” Ela queria a resposta.

E eu queria respostas para toda aquela merda.

Mas eu não me movia, eu não reagia.

“Eu não quero olhar nunca mais na sua cara, eu não quero você mais em minha vida.” Ele gritou enquanto tirava o anel de seu dedo: “Suma da minha vida.”

O barulho do metal caindo no chão se misturou com o eco de seu pedido:

“Suma da minha vida”

Eu estava sem ela, e dessa vez era certeiro.

Não sei quando ela saiu do meu quarto, mas eu via meus pais e Alice ali, eu queria falar, mas não conseguia.

“Ele está em estado de choque.” Eu ouvia a voz de Carlisle vindo de longe.

“Ele vai ficar bem daqui a pouco, não é necessário levá-lo para o hospital.” Minha mãe falava massageando minhas têmporas.

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Eu acordei atordoado, minha cabeça pulsava e meu corpo ainda estava um pouco rígido, só tinha um pensamento em minha mente:

“Suma da minha vida.”

E foi isso que eu fiz: coloquei minhas roupas numa mala e procurei pelas coisas mais importantes que eu tinha:

A foto que eu tinha pegado de Bella;

O anel que estava caído no chão e;

O presente que eu daria a ela.

Eu não estava me preocupando com quem tinha colocado a cocaína em minha mochila, eu queria ver Bella feliz, e ela seria feliz comigo longe dela.

Consegui com as mãos trêmulas escrever um pequeno bilhete para Bella, o deixei em cima da cama, eu nunca iria saber se ela o leu.

A despedida de meus pais foi triste, eu não queria deixá-los, eles acreditavam em minha inocência, ter que dar adeus para Alice me cortou, nós estávamos tão próximos, comoverdadeiros irmãos.

Meu coração estava quebrado, Bella estava com raiva de mim, e dessa vez eu não tive culpa de nada. Eu estava pesado, de alma pesada.

Entrei em meu volvo chorando igual à porra de um bebê, eu estava indo para longe, longe de minha família, longe da minha vida.