Atashi To Tenshi To Akuma escrita por Mel Devas


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Yooo!!! Acabou que consegui postar hoje Dig Din Dig Din*faz dança doida* Espero que não tenha ficado cansativo, e mais uma vez a surpresa vai pra depois porque não resisti em parar por aí... Ç.Ç Desculpe...
Bem, boa leitura!!!



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Dias, meses e acabou que um ano se passou, nada de Mitsra e nada do seu filho, Jim estava em profunda depressão, Sheila preocupadíssima, e a garotinha de cabelos brancos simplesmente não sabia o que estava acontecendo.

            O homem não sorria mais, passava os dias quieto e pensativo,totalmente infeliz. Sheila cuidava da pequena e confusa garota e acabava sempre percebendo o olhar perdido do pai enquanto o fazia. Jim resolveu voltar a estudar arqueologia e tentar descobrir alguma coisa sobre Mitsra e seu filho, Sheila ficou encarregada de cuidar da pequena, tornando-se sua mãe adotiva, sem contar a garota. Era melhor que não soubesse.

- - x - -

            Cada dia o pai lembrava-se de sua filha. Fora certo abandoná-la? Não, não, não a abandonara, voltaria quando a família estivesse completa novamente. Ah, ela já fez 5 anos... O seu gêmeo também, onde ele e Mitsra se meteram?

            Trabalhava febrilmente todos os dias, procurava em cada canto de cada escavação sobre anjos, esperando pelo menos uma pista como a da última vez. Já tinha olhado inúmeras vezes o porão do palácio antigo onde tudo começou. Nada. Vasculhou as proximidades. Também não.

            Victor, que ajudava o amigo com as pesquisas, mesmo não sabendo o que estava acontecendo, ficava constantemente preocupado com o amigo. Jim praticamente não comia, sempre trabalhava quase que com desespero, varava noites checando suas anotações. Será que acontecera algo com a sua família? Não via-o mandando mensagens ou se gabando dela, coisas que sempre fazia quando ficava longe.

            Com o tempo, Jim tinha acabado de olhar todas as escavações que poderiam ter no Egito, pelo menos as descobertas, e partiu pra fora do país, sempre seguindo pelo deserto. Foi nesse momento “descartou” Victor, frio, o indiano já estava enterrado demais na história e o homem queria preservar o amigo, afinal, ele não devia perder seu precioso tempo ajudando um inútil como o que, a seu ver, havia se tornado.

            Não foi fácil deixar Victor, foi talvez uma das coisas mais difíceis que ele fez, mas não tinha outra opção, tinha que achar a família.

            Foi mais ou menos um mês depois de se despedir do indiano que ele encontrou uma dica no Deserto de Danakil, na Etiópia. Mitsra com certeza ia querer fazer uma missão naquele país, Jim pensou amargurado. Mas afastou suas lembranças de sua cabeça e se focou no que poderia trazer sua esposa e seu filho de volta. Linguagem difícil, essa, que ele achou. Na verdade, nunca tinha visto nada igual antes, a única coisa que lhe chamou a atenção foi um desenho de uma pessoa com asas.

A escrita parecia uma mistura de tudo que já tinha visto. Passava o dia todo tentando interpretar os desenhos e letras, quando estava cansado demais pra continuar, puxava uma capa e tirava um cochilo debaixo do que provavelmente seria um túmulo de alguma pessoa importante, como se fosse uma pirâmide, só que mais arredondada, uma característica tão peculiar quanto a escrita no mármore da parede.

Depois da primeira semana foi pegando o jeito, várias imagens se repetiam, e a estrutura complexa era decodificada aos poucos. Cada imagem que ganhava significado era mais uma chama de esperança que acendia no coração de Jim, que cada vez dormia menos, tamanha era sua excitação para terminar o texto.

Passaram três semanas e o homem olhou satisfeito e ansioso sua papelada, pegando a caneta para fazer um resumo, anotar os fatos principais. Terminado o trabalho ele releu, com o coração na boca. A única coisa que faltava era perder de vez as esperanças, então era melhor ler várias vezes. E foi o que fez. A primeira não foi o suficiente, ele se embebedou com aquelas palavras, até ficar embriagado, tudo que ele procurava nos últimos meses estava ali. Sorriu. Era hora de botar o plano para funcionar.

-x—

Demorou um pouco pra conseguir todos os preparativos, recebeu uma ajuda de Sheila também, mas enfim, depois de 6 meses, finalmente completou o que precisava.

Tinha achado uma terra santa. ENORME. E com o dinheiro que lhe sobrou fundou uma academia lá, afinal, seria muito estranho um terreno daquele tamanho aparentemente sem uso. Consultando de tempos em tempos suas anotações desenvolvia o prestigioso colégio, se for pra fazer uma escola de desculpa, que seja uma boa escola.

Pronto, tudo já estava arranjado, Jim pegou uma boneca de palha e tecido grosso e uma de porcelana que parecia sua amada Mitsra. Não sabia o que fazer pelo filho, não sabia mesmo, mas tinha certeza de que sua esposa o ajudaria a resolver essa questão.

Caminhou até o parquinho que havia construído – bendito parquinho – era um dia ensolarado, nenhuma nuvem pairava no céu azul ofuscante, os pássaros cantavam e pequenos roedores ficavam futricando nos buracos das árvores. Ótimo dia pra quebrar uma maldição com outra.

Com cuidado, escavou um buraco bem fundo, colocando a boneca maltrapilha dentro, jogou areia por cima e bateu até ficar bem firme e dura. Rabiscou uns desenhos em cima do buraco, com os olhos fechados pronunciou o que seria um sutra, receoso.

Olhou para a boneca de porcelana em sua mão, nada. A boneca permanecia imóvel, os olhos olhando para o nada. Jim fechou as pequenas pálpebras, poderia ver tudo, menos uma boneca de sua mulher com os olhos vazios.

Era isso. Estava tudo acabado, arrancaram todas as suas esperanças e pisotearam em cima delas. Começou a chorar, era como se sua família tivesse morrido. Nunca mais os veria, claro. É uma maldição, dizia a escritura, a raça dos anjos e dos humanos não poderia se misturar. A punição para os dois que quebrassem essas regras e tivessem filhos era clara. Eram uns bastardos, Jim pensou. Deus, Céu, era tudo um monte de palavras vazias, sem significados! Não só tiraram parte de sua família, como também esperaram 4 anos pra tal, isso era o mais doloroso.

Que bom que era o período de férias em que os estudantes eram obrigados a voltar, Jim tentou imaginar os alunos olhando ele desabando de chorar. Podia sentir seu rosto quente, mas não mais do que as lágrimas que queimavam seu rosto, salgadas. Sentiu a mão formigar.

Em sua mão, a bonequinha abriu os olhos lentamente, piscando-os em seguida. Encarou bem o homem chorando e concluiu:

- Você continua um fraco...

Era Mitsra. Ela mesma, não podia ser ninguém mais.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado >0< Agora nem sei se apressei demais as coisas ou fiquei enrolada... Bem, obrigada por lerem!!! *--------*