A Filha Do Chefe escrita por conselheira


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Tive uns problemas familiares e não consegui postar ontem... Espero que me desculpem. Como podem ver, não to muito bem, mas vou ficar. Obrigada por tudo! Os reviews de vocês me trazem muita alegria!



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CAPÍTULO NOVE


POV ALICE

Escuto o burburinho das pessoas, o começo da música e respiro fundo. Um espírito borbulhante me faz agarrar a parte provocativa em meu eu. Ligo o "foda-se" de uma maneira tão tempestuosa que por um instante me assusto com minha força.

É, a gente sempre descobre que pode ser mais forte quando passar por alguma situação ruim.

Hey hey you you! I don't like your girlfriend– começo a cantar, agitando meus ombros. - No way no way! I think you need a new one... Hey hey you you! I could be your girlfriend– dou um sorrisinho malicioso e aponto para as pessoas da plateia.

Todos gritam, animados. Ainda sorrindo, desço lentamente do palco, surpreendendo a todos.

Hey hey you you! I know that you like me– pisco para o primeiro garoto que vejo na multidão. - No way no way! You know it's not a secret... Hey hey you you! I want to be your girlfriend– puxo a mão de outro cara, que me faz girar e adentrar ainda mais a parte central do salão.

Outros braços me seguram.

You're so fine, I want you mine, You're so delicious! – Canto para o ruivo que me dá um belo sorriso. - I think about you all the time, You're so addictive! Don't you know what I can do to make you feel all right– me desvencilho do garoto, caminhando para outro lado.

Uma legião de pessoas me segue. Escolho outra vítima e parto para o ataque.

Don't pretend I think you know I'm damn precious! And how, yeah, I'm the motherfucking princess!– Danço, apontando para mim mesma. - I can tell you like me too; And you know I'm right!– Seguro o microfone com força, entusiasmada pelo público.

Sorrio ao ver todas aquelas pessoas cantando comigo.

She's like so whatever! You can do so much better– faço uma careta. - I think we should get together now; And that's what everyone's talking about! – pulo freneticamente.

Todos se juntam para imitar minha coreografia no refrão.

Hey hey you you; I don't like your girlfriend; No way no way; I think you need a new one; Hey hey you you; I could be your girlfriend– aponto para um garoto moreno da plateia.

Deixo o garoto da guitarra - também backing vocal - cantar a segunda parte do refrão com o público enquanto escolho minha próxima vítima.

O loirinho que fora o primeiro a se apresentar para mim. Joe. Sorri ao me aproximar do mesmo.

I can see the way I see; The way you look at me; And even when you look away; I know you think of me; I know you talk about me all the time; Again and again – canto, colocando meu rosto próximo ao dele. Ele me encara com profundidade.

Afasto-me um segundo depois.

So come over here; Tell me what I wanna hear; Better yet, make your girlfriend disappear! I don't wanna hear you say her name ever again; And again and again and again cause–paro de andar novamente. - She's like so whatever; You can do so much better; I think we should get together now... And that's what everyone's talking about!

Danço e canto mais uma vez o refrão, em seguida finalizando a música com minha pose de "má". Todos vibram.

Encaro a todos, surpresa com os aplausos e gritos. De repente, começam a berrar meu nome e me sinto especial. Era por momentos como esse que encarar aquela vida valia a pena.

Sorri, emocionada e sem palavras, enquanto pessoas surgiam de todos os lados para me cumprimentar ou apenas tocar em mim. Eu me sentia em estado pleno de felicidade.

Naquele instante, não importava o motivo para eu ter feito a apresentação. Styles não estava em meus pensamentos, mas sim o público e minha paixão pelo que fazia.

O momento de paz e alegria acabou quando capturei o olhar de meu melhor amigo, no lado oposto do salão.

Harry me encarava com seriedade. Porém, de repente, ele sorriu. Parecia admirado com alguma coisa, e, apesar de estar morrendo de raiva dele por me abandonar, não deixei de retribuir. Eu estava em estado de graça.

– Ei, me dá um autógrafo! - Escutei uma garota me pedir com um brilho no olhar.

Ainda sorrindo, assinei rapidamente o papel e comecei a caminhar. Eu estava feliz e de bem comigo mesma.

(...)


Havia se passado algum tempo desde a minha apresentação. Agora estava sentada em uma mesa com estranhos que conversavam animadamente. Eu estava tentando ser simpática e me entrosar, mas não estava dando muito certo. Precisava de alguém que me colocasse na conversa ou que mudasse o rumo da mesma para algo que eu pudesse dar minha opinião. Esse alguém era Harry.

Mas nesse momento, meu melhor amigo estava desfrutando do sucesso do "Plano A". A morena que trajava o vestido provocativo o encarava como se fosse o último biscoito do pacote. O plano tinha dado certo. Os garotos da festa me encaravam, fazendo-me sentir vigiada e meio incomodada, enquanto Harry aproveitava sua garota.

Encolhi os ombros. Estava me sentindo deslocada naquele instante. Não tinha como manter uma boa conversa com aquelas pessoas e a única alma conhecida naquele salão não estava nem aí pra mim. Mesmo sendo meu melhor amigo.

Suspirei. Styles fazia parecer que se importava mais com seu "orgulho masculino" do que comigo. Ele nem ao menos gostava da garota! E aquele pensamento infeliz de que eu precisava urgentemente reconquistar minha vida pessoal teimava em não sair da minha mente por um motivo ruim: saber que meu melhor amigo demonstrava que poderia me abandonar quando bem quisesse.

E, droga, eu estava odiando me sentir tão sozinha novamente! Suspirei, frustrada por ter tanta gente ao redor e saber que isso só intensificava o sentimento solitário dentro de mim.

– Vamos dar uma parada no pop rock para cantar uma música mais lenta! Cada um pegue seu par pra dançar coladinho na pista! Vamos lá, galera! - O vocalista da banda contratada avisou.

Fitei Styles levar a morena para o centro do salão e logo em seguida desviei o olhar. Não adiantaria ficar piorando as coisas. Ele havia me abandonado ali, era um fato. Ficar me machucando não mudaria isso.

Percebi uma agitação de vários caras ao meu redor e finalmente notei que talvez alguns deles estivessem tentando chamar minha atenção. Recordei do plano, de dar uma chance para alguém e assim, por fim, dar a mim mesma uma. Sorri, tentando ser gentil e encorajá-los, mas estava nervosa por dentro.

Fazia muito tempo e eu já havia me acostumado a ficar na linha de conforto, sem dançar ou compartilhar minha noite com qualquer estranho, principalmente do sexo oposto. Agora eu estava ali, controlando o nervosismo e tentando não deixar a máscara fria tomar conta de minhas feições. Ela era tão mais segura... E tão mais falsa.

Assisti pela visão periférica Styles abraçar a morena, com um sorriso galante, porém, sem vestígios de sentimento. Bufei.

Eu precisava ter aquela chance. Mais do que nunca. Faria algo por mim, porque sei que alguém como Harry Styles não faria. Pelo menos, algum dia, não mais.

– Quer dançar? - Escutei uma voz masculina soar próxima a mim e imediatamente encarei o dono da mesma.

Joe. O loirinho que havia sido o primeiro a me cumprimentar.

Fiquei atordoada por um instante e apenas segurei sua mão com firmeza, erguendo-me com dificuldade da cadeira. Era tão esquisito e inebriante fazer algo novo!

E necessário. Extremamente necessário. Porque eu precisava de um passo inicial para um futuro seguro e menos solitário. Eu tinha tanto medo da solidão...

Sorri para Joe com certo nervosismo. Ele passou gentilmente o braço esquerdo por minha cintura e me guiou até o centro do salão. Eu podia sentir vários olhares em cima de nós dois, mas estava me esforçando para esquecê-los. Era tão ruim chamar atenção nesses momentos!

Joe parecia estar nervoso também. Eu queria quebrar aquele silêncio constrangedor entre nós dois e acabei finalmente notando a música que a banda tocava.

Sorri, dessa vez da maneira mais sincera e aliviada possível. Eu amava aquela música!

– Essa música... - deixei escapar sem querer, enquanto Joe me enlaçava para começar a dançar comigo.

Ele parou e me encarou com um sorriso. O loiro parecia menos nervoso.

– Você gosta? - Indagou-me.

Fitei seus olhos verdes e balancei a cabeça positivamente.

– É tão linda... - Murmurei.

Joe se aproximou lentamente, como se pedisse permissão. Acabei com o resto da distância, enlaçando seu pescoço com meus braços e sorrindo para ele. Era impressionante o quanto uma música podia mudar tudo.

– É uma das minhas favoritas - ele retrucou, devolvendo-me o sorriso.

Assim como eu, ele parecia estar mais confortável. Eu havia finalmente encontrado alguém que me desse assunto para conversar. Alguém que unisse Chesire a Londres.

– Obrigada - agradeci, esperando que ele não entendesse.

Joe deu de ombros, começando a mover-se lentamente comigo ao som da música.

– Eu percebi que não estava muito a vontade e resolvi te resgatar - riu, parecendo um pouco nervoso por estar conversando comigo.

Sorri, tentando fazê-lo se acalmar.

– Obrigada - agradeci novamente.

Eu estava dançando com um cara uma música linda e estava me sentindo perfeitamente bem por isso. Aquela euforia, eu sabia, era por estar conseguindo cumprir minha meta.

Lá estava eu, dando uma nova chance a mim mesma. Resgatando minha vida pessoal e começando a ter uma noite ótima, sem compromisso e cheia de surpresas.

Como aquilo era bom!

Percebi Joe finalmente relaxando e fiz o mesmo. Nos movíamos conforme o ritmo lento que a música comandava, absorvendo a linda letra e a atmosfera local.

Come home, come home– repetíamos a música baixinho.

Rimos disso.

Joe passou a me encarar.

– Como é pra você, que viaja para tantos lugares, estar em casa? - Perguntou-me de repente.

O fitei, confusa com aquela pergunta.

– Desculpe, sempre quis perguntar isso a alguém que viajasse muito. Meus pais são assim... - Ele confessou.

Balancei a cabeça, mostrando que havia entendido.

– Estar em casa é... - Parei para pensar. - Para mim... - Ponderei.

A figura de Styles de repente surgiu, dançando com a morena. Meu melhor amigo me encarou e pareceu chocado ao me ver dançando com um cara.

No lugar dele, eu também ficaria surpresa. Eu nunca aceitava dançar com desconhecidos em festas, pubs ou baladas.

O olhar de Harry me inundou, espalhando uma sensação de conforto. Apesar de tudo, ele estava ali. Desviei meus olhos e voltei a encarar Joe.

– Estar em casa é se sentir seguro. Acho que isso acontece quando estou com meus amigos - Harry, completei mentalmente sem querer.

Ele assentiu, satisfeito com minha resposta e voltamos a ficar em um silêncio agradável. Apenas a música, nossos corpos e a dança.

Fiquei imersa naquele estado de felicidade por estar conseguindo algo que queria. De repente, o olhar de Joe se modificou de leve para uma careta confusa. Sem entender, apenas dei de ombros, achando que ele poderia ter ficado nervoso com os olhares de todos sobre nós.

Soube que estava errada no exato instante em que me vi sendo erguida de uma só vez e carregada para longe de Joe.

– Que droga é essa... - Bufei, já incomodada com o ato.

Virei o rosto e dei de cara com um par de olhos verde-azulados furiosos. Harry.

– Harold, me põe no chão! - Pedi, subitamente irritada com aquele sequestro sem motivo aparente.

Styles não me respondeu. Acenou um tchauzinho bem falso e divertido para todos na festa e me arrastou para fora do salão, sem dar chances para eu me despedir das pessoas.

Comecei a bater nele para que me largasse, mas Harold não o fez. Ele parecia estar cego para minha reação. Fora cegado... Pela raiva.

– Pelo amor de Deus, Harold, o que está acontecendo com você? - Pedi, confusa e irritada com seu gesto inconsequente.

Styles, do nada, parou no meio da rua e me colocou no chão. Encarou-me de frente, seus olhos acusavam-me de algo.

– O que você estava fazendo dançando com Joe Brown? - Indagou-me, com um tom de voz estranho.

Bufei. Não acreditava nisso!

– Você tem a resposta na sua pergunta, Harold, eu estava dançando! - Exclamei.

– E você entendeu o que eu quis dizer! - Elevou o tom de voz.

O fitei com raiva. Quem ele pensava que era para me arrastar pra fora de uma festa e gritar assim comigo, do nada?

– Você nunca dança com ninguém, Cowell! Nem ao menos conversa! Por que faria isso?

Trinquei os dentes.

– Eu não devo satisfações a você, Harold - falei secamente.

Styles parecia a ponto de chorar e me matar ao mesmo tempo.

– Desculpe, achei que fosse seu melhor amigo, mas vejo que me enganei! - Ironizou, magoado.

– Eu também achei que fosse, mas vejo que me enganei! - Repeti, igualmente magoada.

Harold me fitou surpreso.

– Por que diz isso? - Não parecia entender.

O encarei, incrédula. Ele era tão idiota assim?

– Você me deixou sozinha numa droga de uma festa da sua cidade e dos seus amigos! - Acusei. - Harold, você sempre me deixa sozinha!

– E você nunca reclamou! - Rebateu.

Baixei meus olhos.

– Agora é diferente - murmurei. - Eu finalmente notei isso. É como se eu enxergasse a nossa situação pela primeira vez sem uma névoa em volta.

Ele balançou a cabeça, atordoado.

– Cowell, você nunca reclamou do "Plano A"! O que deu em você? - Perguntou, agitado.

Enfureci-me novamente.

– Decidi ter uma vida pessoal, Harry! Ou acha que eu pretendo cuidar de sete gatos no futuro? - Ironizei.

– O que quer dizer com isso? - Pediu.

O fitei. Ele parecia tão perdido como eu.

– Eu também tenho sonhos, seu idiota - funguei. - Também quero acordar de manhã e ter que cozinhar a droga do café da manhã pra meus filhos e depois levá-los para a escola. Quero acordar com alguém que tenha um bafo tão horrível quanto o meu de manhã e mesmo assim estar feliz. Quero ter a família que eu nunca tive - fiz uma pausa. - E nunca, nunca mais me sentir sozinha - finalizei, deixando-o sem palavras.

Senti alguns pingos de água refrescando meu rosto e percebi que tinha começado a chover.

Styles agarrou minha mão.

– Vem, eu vou te levar pra casa - murmurou sem me encarar.

– Pra a sua casa! - O corrigi, soltando minha mão da dele.

Harold voltou a me encarar.

– Você não entende, Harry, nunca vai entender como é se sentir sozinha de verdade, como é não ter um lar... Porque você sempre vai ter o seu! E eu... Eu preciso conseguir o meu - suspirei, olhando para os carros atrás de Harold.

Ele segurou meus ombros, fazendo um pouco de pressão ali.

– Achava que eu, os garotos e Megan fôssemos sua família! - Sua voz estava esbanjava uma mágoa palpável.

– E são... Mas um dia vocês também seguirão seus caminhos. O fato de você sempre me deixar de lado quando bem entende é só uma prova disso - acusei.

Styles relutou para me dizer algo, mas não permiti.

– Agora, por favor - fechei os olhos. - Me deixa sozinha, você já estragou minha noite.

– Allie, eu só estava protegendo você... - Tentou se defender. - Você nunca faz isso, então...

Ri azedamente.

– Então você achou que teria o direito de me arrastar para fora dali. Nossa, Harold, cada dia melhor! - Ironizei.

– Você sabe que um cara como o Joe só iria magoar você!

– Ah, é? - Acabei com quase toda a distância entre nós dois. - Então me diz um cara que não me magoaria! - Pedi com fúria.

– Eu! - Berrou imediatamente.

A chuva havia piorado consideravelmente. Logo estaríamos completamente ensopados.

Perdi a voz por algum tempo. Eu queria acreditar nele... Mas não conseguia.

– Harry... Você vai seguir a sua vida sem mim a qualquer momento. Pare de ser egoísta e me deixe ter a minha também - falei, suspirando.

Em seguida, sem querer prolongar aquela conversa, corri para longe dali. Felizmente, Harold não me seguiu.

Eu podia sentir o peso da noite fria misturado com o da chuva sob minhas costas. Minha cabeça latejava e eu me perguntava porque brigar com Harold era sempre tão ruim. Aquela havia sido a pior discussão que já havíamos tido.

Lágrimas começaram a escorrer por meus olhos. E o motivo, eu não sabia. Não estava errada, então por que chorar?

Talvez porque em uma briga ambas as partes perdessem. Não havia vitória em um campo de miseráveis.

Engoli o nó que se formava em minha garganta. Harold havia merecido aquelas palavras, não tinha motivo para eu me sentir tão culpada por tê-las despejado sobre ele.

Provavelmente, Styles teria ficado lá para completar o objetivo de sua noite: ficar com a morena.

A chuva tinha se tornado mais forte ainda. Tentei me concentrar em um caminho de volta para a casa dos Styles. Era aquilo ou nada. Minha família não havia chegado a Chesire ainda, e mesmo que estivessem ali, não saberia dizer com o que eu sofreria mais: minha briga com Styles ou a presença de Simon.

Continuei caminhando atordoada, de braços cruzados, como se estivesse me protegendo do resto do mundo.

As lágrimas não paravam de molhar mais ainda minha face. Tantas coisas haviam acontecido... Harry havia me abandonado, depois eu tinha me sentido sozinha, Joe melhorou as coisas e Harold as destruíu de novo por puro egoísmo.

Quem ele achava que era para me dizer se as pessoas me magoriam ou não? Logo ele, que havia sido o primeiro a me deixar de lado!

(...)


POV NARRADOR

A noite também estava sendo difícil para Harry. O garoto se metera em alguma rua e ligara desesperadamente para Louis, pois precisava desabafar com alguém.

Ele havia sentido uma sensação horrível ao ver Alice dançando com outro, mas o pior de tudo tinha sido brigar com ela. Nunca haviam tido uma briga assim antes.

Ouvindo apenas soluços e alguém chorando do outro lado da linha, Louis demorou algum tempo até reconhecer a voz de Harry. Em nenhum momento se lembrou de tê-lo visto daquela maneira. Seu melhor amigo estava arrasado, e sua baby blue, Allie, provavelmente também estaria.

Aqueles dois retardados, pensou Louis, não deveriam se machucar assim!

– Eu tenho medo de que a machuquem, Louis - Harry tentava explicar o motivo para ter arrastado Alice para fora da festa.

Tomlinson suspirou.

– Eu também tenho, Hazza - concordou. - Deveríamos ligar para os outros. Talvez algum de nós tenha uma solução para isso.

Harry concordou.

(...)


– Esperem, estou me sentando em baixo de algo com telhado, tá chovendo pra caramba! - Harry avisou os amigos.

Ele estava um pouco melhor, pois os garotos haviam o consolado e falado vários tipos de besteira, que quase o fizeram rir. Quase.

– Gente... - Liam murmurou sinistramente.

Como o mais sensato dos cinco, Payne se sentia na responsabilidade de esclarecer as coisas para seus amigos. E naquele momento, apesar de todos terem concordado com Harry, achando que estava cedo demais para Alice embarcar em aventuras amorosas e que isso só a machucaria, ele resolveu discordar.

– Quem precisa saber o que é certo e errado é a Alice. Estamos falando da cabeça dela, não da nossa. É a vida dela que está em jogo. Acho que ficamos todos cegos, tomando-a como nossa propriedade por todo esse tempo. Talvez tenhamos esquecido que Alice é tão livre quanto qualquer um de nós, estão me entendendo? O fato de sermos os melhores amigos dela só quer dizer que ela nos escolheu, não que Allie é nossa propriedade. - Argumentou, deixando os meninos em silêncio.

Harry foi o primeiro a se manifestar.

– Mas eu não entendo! Ela estava feliz até agora, o que mudou?

Styles não admitiria, mas as palavras da melhor amiga haviam grudado em sua mente. Descobrir que Alice planejava ter uma família no futuro mudava tudo. Bem, pelo menos para ele. Aquilo acabava com seus planos de serem dois melhores amigos que teriam um ao outro para sempre, sem impedimentos.

Na cabeça de Harold agora passavam imagens de Alice cuidando sorridentemente de suas crianças, enquanto um anel de diamante brilhava em seu dedo anelar. Ela havia casado com alguém que estava a fazendo feliz e Harry... Era só o passado de Alice. Aquele parecia ser um destino pior que a morte.

– Não! - Sem perceber, havia respondido em voz alta aos seus pensamentos.

– O que foi, Harry? - Zayn perguntou com preocupação.

Styles não respondeu. Apenas mais pensamentos começaram a rondar sua mente. Em todos eles, Alice estava presente. E como não seria assim, já que sonhava com o dia em que a conheceria desde pequeno? Agora, tudo se intensificara.

Alice não era mais só uma imagem inalcançável. Ela era real e muito melhor do que ele jamais poderia ter imaginado. Era a sua garota, a pessoa em quem ele enxergava seu futuro.

Ela sempre estava lá, sempre esteve. Não importava, de algum jeito teria que pedir desculpas. O vazio que ficaria em sua vida se aquela garota resolvesse o deixar... Não podia nem pensar naquilo.

O que havia começado com uma idolatria da infância se tornara um sentimento real agora que era adulto. Harry suspirou. Não sabia o que era, mas de qualquer jeito, ele podia sentir que Alice Cowell sempre seria a garota mais importante da sua vida.

– Nada - respondeu depois de algum tempo. - Vou me resolver com a Allie.

– Boa, Curls! - Liam encorajou. - Lembre-se de mostrar para ela que você está disposto a ajudá-la nesse novo caminho que ela quer traçar. Somos os melhores amigos, em vez de ficar atrapalhando, devemos ajudá-la.

Todos concordaram. Payne havia os feito ver o quanto estavam sendo egoístas com relação a Alice. Menos Harry.

Harold permaneceu calado. Ele não conseguia assimilar sua imagem parada, apenas vendo Alice sair por aí com outros caras.

Depois de algum tempo, a chuva cessou e Styles se despediu dos amigos, que o desejaram boa sorte.

Harry voltou para casa e resolveu não tentar falar com Alice ainda. Ela devia estar magoada. Passou o resto da noite planejando algo para reconquistar a paz entre ele e sua melhor amiga.

Achou que uma ideia em particular era fantástica.





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Notas finais do capítulo

Me contem o que acharam! To me recuperando emocionalmente da briga que estive, mal saio do meu quarto. Tenho certeza que os reviews de vcs vão me animar! Digam o que acharam do cap e como estão se sentindo sobre a história! Beijãooo!
pss.: ainda não respondi aos reviews dos capítulos 7 e 8, mas logo resolverei isso, eu prometo. Só não estou muito bem para fazê-lo agora.