A Filha Do Chefe escrita por conselheira


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Obrigada aos reviews dos leitores mais lindas do mundo:
galerinhadomal
AnaBaunilhaLuisa
Kath Dragomir
Viclobianco
É PELOS REVIEWS DE VC QUE TO POSTANDO RÁPIDO!
BOA LEITURA!



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CAPÍTULO 3


POV ALICE

Acordei dez horas da manhã com um pouco de dor de cabeça. A conversa que tivera com Liam não saía de lá, por mais que eu tentasse esquecer.   

Payne havia me mostrado um tipo de realidade diferente do meu. E eu queria tanto!... Mas não, não era o certo.    

Porque eu vivia naquele mundo desde os doze anos. Rodeada de pressão por todos os lados, inclusive em minha própria casa. Simon queria sempre a perfeição...

FLASHBACK ON

- Por que não posso trazer os meus amigos pra cá, pai? - Perguntei a Simon, que estava sentado em sua poltrona favorita, folheando um jornal enquanto bebericava um de seus melhores vinhos.    

Era esse o seu melhor passatempo.   

- Não pode e ponto final. Não me irrite, Alice - Disse, tomando mais um pouco do vinho italiano.    

Suspirei. Mas não iria desistir dessa vez. Tinha catorze anos e adorava os atores que trabalhavam comigo em "Percy Jackson"! Não via motivo para não convidá-los para uma tarde em minha casa.    

- Você nunca me diz o porquê... - Bufei. Já estava cansada daquela história de "não pode e ponto final!". - E eles são meus amigos! - Protestei.   

Simon fechou o jornal imediatamente, colocando-o em cima da mesa à sua frente de uma maneira tão raivosa que senti minha própria respiração falhar. Ele me encarou.   

- Sabe o que esses seus amiguinhos querem de você, Allie? - Indagou-me. Não respondi. - Sua fama! Seu talento! Só estão com você pelo que você tem, não pelo que é - fuzilou-me com o olhar e eu engoli à seco.   

Reuni toda a coragem que me restava para protestar.   

- Não é verdade! Os conheço há dois anos e eles sempre me ajudaram!   

Simon riu.   

- Porque você é uma das protagonistas, tolinha! - Sorriu azedamente. - Escute bem, Allie, eu realmente não queria tirar você do seu mundo cor-de-rosa, mas é preciso para que não sofra mais tarde. - Ponderou. - Todos no ramo em que você quer seguir, querida, todos sem exceções, querem algo de você. Fama, dinheiro, contato com pessoas relevantes. É tudo um jogo de interesses.   

Trinquei os dentes, sentindo-me instantaneamente fraca e exposta às verdades que meu pai me dizia. Ouvia aquilo desde os sete anos.    

- Não é... - Murmurei baixinho, tentando fazer com que as lágrimas não escapassem.   

- É, Alice! Para de ser boba! Eu estou nesse ramo há anos e nunca vi uma única pessoa que não estivesse à procura do seu próprio benefício! - Berrou. - Você é uma jóia para eles, mas só porque vale milhões! Porque jovens tolos do mundo todo amam a "Annabeth" e a "Alice Cowell"! Eles não amam você, querida, amam a personagem simpática e dócil que você aparenta ser em frente às câmeras. - Finalizou.   

Eu o encarava chocada. Toda aquela felicidade de jovens de todas as idades pedindo-me autógrafos, fazendo-me sorrir com os presentes que me davam dizendo adorar-me... Eu me sentia tão amada, tão feliz! Amava tanto isso! E agora meu pai, meu próprio pai, o homem em quem eu confiava de olhos fechados... Dizia aquilo.    

- Agora prometa, Allie. Prometa que vai deixar essa bobagem de amizade com atores fora da sua vida. Você escolheu seu próprio caminho, querida. Lembre-se de uma coisa: uma estrela brilha sozinha. Não existe constelação no mundo das celebridades! - Declarou.   

- Eu... Eu... Não sei - balbuciei. Estava completamente confusa.    

- Não sabe? Como não sabe, Alice? Esse é o melhor caminho pra você! - Falou. - Se você não tivesse o sucesso, seria lixo para eles! Está me escutando? LIXO! - Berrou.   

Não aguentei mais. Lágrimas escorriam por minha face e eu soluçava como um bebê. Simon estava sendo duro demais comigo.    

- Eu não quero ser lixo... - Soluçava.    

Simon, para minha surpresa, começou a afagar meu cabelo gentilmente.   

- Eu sei, eu sei, meu bebê... Você nunca será, certo? Prometi isso a mim mesmo desde a sua infância! - Confessou-me. - Agora me prometa que não se misturará com essas pessoas.    

Suspirei.   

- Prometo... Mas... E Meg? - Mordi o lábio. Ela era minha melhor amiga desde... Sempre!   

Simon sorriu.   

- Meg é uma ótima menina e está com você desde sempre. É uma raridade, sabia querida? Como eu e sua mãe éramos - seu semblante escureceu. - Tudo bem, Meg é sua amiga de verdade.   

Um vislumbre de um sorriso apareceu em meu rosto.    

- Agora vamos secar essas lágrimas, pois quero ouvi-la cantar "Something" de novo! Fica perfeito em sua voz, sabia, Allie? - Elogiou.    

Assenti e já me preparava para cantar quando Simon resolveu falar algumas últimas palavras:   

- Em alguns momentos você vai se sentir muito sozinha, meu bem. Mas seja forte, você não precisa de ninguém além de si mesma. Lembre-se disso. Quanto menos pessoas, menos decepções pra você, meu anjinho.   

FLASHBACK OFF   

Eu tinha pena de mim mesma ao lembrar de todas aquelas coisas que Simon havia me ensinado. Muitas vezes me sentia como um robô.   

Talvez, a única luz no fim do túnel em minha vida fosse Meg. E Jimmy.    

Sentei na king-size abrançando-me e deixando lágrimas escorrerem. O pior de tudo era que ele estava certo em várias coisas.    

Chorei como uma criancinha e agradeci aos céus por Megan ter dormido na casa dos garotos. Não queria que ela me visse naquele estado, acabaria a deixando deprimida - como sempre.    

Tinha tanta sorte por tê-la ao meu lado! Megan era forte o suficiente por nós duas e com ela eu era quem queria ser. Eu mesma, acho.    

Às vezes ela se irritava comigo por eu não conseguir quebrar meu conceito sobre o certo e o errado. Mas sempre continuava ao meu lado. Deus, eu não saberia o que fazer se um dia a perdesse!   

E havia Jimmy também, que se mostrara o melhor de todos os empresários. Carinhoso, um bom amigo. Suprindo minhas necessidades de afeto quando Meg não estava. Jimmy aprendera a ler meus sinais, porque eu nunca pedia nada. Na minha cabeça, queria convencer-me de que só dependia de mim mesma. Mas, às vezes, só às vezes, as coisas não acabavam como eu queria. 

Aí, eu me sentia sozinha. E chorava.   

E, droga, hoje era um dia daqueles!    

Levantei-me da cama e calcei pantufas. Minha camisola estava úmida devido às lágrimas, mas não me importei.    

Segui caminhando pela casa, explorando cada cômodo para combater o tédio. Nada. Já havia visto tudo com uma Meg eufórica ao meu lado.   

Senti saudade dela e de toda aquela amizade louca que tinhamos. Estava me sentindo mais sozinha do que nunca e droga! Isso era uma merda.   

Decidi ver um filme. Não iria atrás de Megan. Ela viria quando acordasse.

(...)

12:00...

13:00...

14:00...

15:00...

16:00...

17:00...   

Decidi dar uma olhada pela janela. Meg estava demorando demais e eu já não sabia mais o que fazer para matar o tempo.    

Por coincidência, vi minha melhor amiga sair com os garotos da One Direction em direção ao Audi. Observei a todos entrando no mesmo e logo o carro se foi.   

Dei de ombros, por mais que um sentimento estranho de traição se espalhasse por mim, sabia que não era certo. Meg havia me contado que gostava dos garotos e eu mesma havia dito para ela não se importar comigo.   

Bem, ela se foi com eles. Com seus novos amigos.    

E eu continuava ali. Sozinha. 

(...)   

Acordei com dor em um braço e descobri que havia dormido no sofá - em cima dele. Xinguei a mim mesma diversas vezes e decidi me alongar para aliviar a dor.    

Após isso, notei algo estranho. Manhã. Eu havia dormido muito!   

Sorri ao me dar conta que Megan já devia estar em seu quarto, dormindo também. Tinha tantas coisas em mente para fazermos juntas!  

Subi as escadas praticamente correndo para abrir a porta de seu quarto em um só impulso e encontrar sua cama vazia e arrumada. Meg não havia dormido ali.    

Fiquei parada em sua porta por algum tempo. O que teria acontecido? Meg estaria se divertindo mais com os garotos? Eu havia feito algo de errado?    

Bem, não importava. Não importava se eu devia ignorar as pessoas da casa da frente, não importava se eu tinha contado para Liam e Harry que não queria a amizade deles, não importava. Eu iria lá, esquecendo de todas as formalidades e de minha educação, só para perguntar a Megan o que estava acontecendo. E para ver se ela não podia ter um tempo pra mim.    

Para sua melhor amiga.    

Pensando assim, sai de casa. Sem trocar de roupa, escovar os dentes ou qualquer ato que fizesse do meu menos insano. Solidão é um sentimento enlouquecedor.    

Corri para a casa da frente e toquei a campainha.    

"Vamos, Meg. Atende! Por mim, vamos lá"...   

A porta é aberta, mas não é Meg quem se encontra lá.    

- AI. MEU. DEUS. - Gritei, tapando os olhos imediatamente.    

Escutei a risada de Styles e senti algo puxando minha cintura, levando-me para perto dele e fazendo com que eu entrasse na casa.   

- ME SOLTA! JÁ BASTOU PRA MIM TER QUE VER ESSA CENA UMA VEZ! - Berrei, fula da vida, ainda de olhos fechados.   

O que ele tinha na cabeça pra andar por aí assim: do jeito que veio ao mundo?!   

- Tá com medo, Cowell? - Deu uma risadinha. - Nunca viu, não? - Provocou, tentando tirar minhas mãos dos meus olhos.   

- Vai te catar! - Berrei, saindo de perto dele às cegas.   

Por azar, acabei tropeçando e o idiota conseguiu me alcançar.    

- SAI, SAI, SAI! - Soltei-me de novo, como se ele tivesse alguma doença contagiosa e mortal.    

Bem, talvez ele tivesse. O que mais explicaria o fato dele ser um retardado mental?    

- Volta aqui, Cowell! Você prometeu uma noite de fantasias, lembra? Agora aguenta! - Ele exclamou para mim.   

Virei-me furiosamente para ele, tirando as mãos do rosto e fuzilando o mesmo com o olhar. Com muito cuidado, para não descer até... Deixa pra lá.   

- VOCÊ ESTAVA BÊBADO E IA ACORDAR COM UMA PUTA RESSACA SE EU NÃO DESSE UM JEITO! - Berrei, morrendo de raiva. - Preferia estar até agora com a cabeça explodindo, Styles? Porque eu sim! - Bufei.    

Eu sei que talvez o melhor jeito fosse bancar a pedra de gelo, mas eu simplesmente não conseguia. Styles me irritava demais!   

Escutei risos provenientes de alguma parte da casa e lancei um olhar acusador para Styles. Que porra era aquela?    

- Tão cuidadosa comigo, bebê! Desse jeito vai se apaixonar por mim - sorriu maliciosamente. - É melhor não, hein, sou profissional em quebrar coraçõezinhos de garotinhas!    

Cínico!   

Bufei. Então, percebi mais risadas. E elas vinham da cozinha... Bem, para descobrir o que estava rolando, eu teria que passar por Styles.    

Revirei os olhos e saí correndo - como uma imbecil - para passar por ele através da força bruta. Era o modo mais seguro.   

Infelizmente, o plano não deu certo. Styles devia ter gastado algumas horinhas na academia e acabou me segurando antes que eu atingisse meu objetivo. Fula da vida, tentei me soltar mas o otário não deixou. Continuou a me segurar pela cintura.   

- Dá pra me soltar ou tá difícil? - Revirei os olhos.   

O olhar de Styles baixou exatamente para o meu busto, fazendo-me querer estar enterrada ao lembrar que estava só de camisola e pantufas. Deus, que cena ridícula!    

- Bem difícil - disse, sem deixar de olhar pra lá.   

Desferi um tapa bem forte em sua face.   

- ME SOLTA, SEU ESCROTO! - Reclamei.   

Styles revirou os olhos e me levantou em seus braços. Esperneei, mas o idiota não me largou. Simplesmente começou a caminhar.   

- Sabe, depois dessa eu realmente continuaria com nosso trato... Mas não é justo - comentou, deixando-me confusa.   

O que o fato dele me carregar em seus ombros pra sei-lá-onde tinha a ver com o trato?    

Do nada, Styles me colocou novamente no chão, dessa vez com gentileza. Já ia começar a reclamar quando ouço vozes gritando atrás de mim:   

- SURPRESAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!! 


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Notas finais do capítulo

Lembrem: quando mais reviews, mais rápido. Se nesse cap tiver 5 reviews, vejo a possibilidade de postar o 4 ainda hoje!



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