A Filha Do Chefe escrita por conselheira


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Um OBRIGADA do tamanho do MUNDO pra Carol C pela recomendação LINDÍSSIMA E PERFEITA *---------------------------* OBRIGADA, OBRIGADA, OBRIGADA!
Agora, um assunto sério: a fanfic tem 43 leitores e está adicionada ´por 25 pessoas aos favoritos, no entanto, só 10 comentaram no capítulo passado.
Um pouco injusto, né? Tanta gente lendo e nem a metade se prontifica a me dar uma ajuda também. Fiquei meio triste com isso, mas ainda assim preparei esse capítulo ONDE DEI O MELHOR DE MIM pelas 10 pessoas que comentaram (OBRIGADA!) e pela Carol C.
Boa leitura!



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CAPÍTULO 13

ALICE POV

– Tudo bem? – Perguntou enquanto se aproximava de mim, tentando disfarçar o nervosismo.

Talvez eu tenha herdado dele essa coisa de fingir que tudo está bem. Não mostraria isso a ele!

– Não, não está – respondi com amargura e honestidade.

Vi Simon congelar por um instante e sua máscara alegre ser desmanchada. Ele não esperava que eu fosse tão seca.

– Alice, eu-

– Para! – Berrei, afastando-me dele. – Só para, certo? Por que está aqui? – Indaguei exasperadamente.

– Eu...

Não o deixei terminar.

– Oh, espera! Eu já sei! – Ri amargamente. – Não achou que as coisas estivessem ruins o suficiente, não é mesmo? – Perguntei retoricamente.

Alice – ele murmurou em um tom sério, como se estivesse me repreendendo. – Eu só quero conversar, não tenho esse direito? – Perguntou com certa mágoa presente na voz.

Não demorei muito a responder.

– Não! Não tem! – Exclamei irritada. – “Não converse com essas pessoas, elas não querem sua amizade, só o fazem porque você é a protagonista!” – Imitei sua voz, resumindo uma das coisas que Simon repetia para mim com freqüência no passado.

Ele engoliu à seco e eu soube que tinha o atingido. Reprimi a parte de mim que era ética e se sentia culpada por ser tão vadia com meu próprio pai.

Esperei pela reação de Simon, não era do meu feitio trabalhar com monólogos.

– Me desculpe – ele disse fracamente.

Congelei.

Aquilo, definitivamente, não era o que eu estava esperando de Simon Cowell. Quero dizer, quando você passa dezesseis anos da sua vida ouvindo críticas e sendo manipulada por seu pai, ouvi-lo pedir desculpas quando você acabou de ser ofensiva é uma baita surpresa.

– O que você quer? – Questionei sem fôlego.

Era isso, só podia ser. Simon queria algo.

Ele balançou a cabeça e começou a andar cautelosamente em minha direção.

– Nada, Alice, nada... Eu só... Quero te entregar algo – murmurou fitando-me abertamente.

Ele estava prestando atenção em cada movimento meu. Isso era apavorante! Simon Cowell mal tirava os olhos do jornal para me encarar antes e agora... Não perdia um único piscar de olhos!

– Seja lá o que for, você está me assustando e eu não quero – falei rapidamente, almejando fugir dali.

Simon vasculhou um dos bolsos de sua calça com a mão e em seguida tirou de lá uma pequena caixa de veludo preta.

Prendi a respiração.

– Por favor, Alice, não seja tão difícil... É natal. Só quero te dar um presente – pediu com fervor.

– O que você quer? – Repeti minha pergunta anterior.

Essa era a única resposta. Simon devia querer algo de mim. A idéia de um Simon Cowell bom e humilde não se encaixava em meu mundo. Meu pai nunca seria assim.

– Só quero te entregar isso. É só aceitar, Alice – tentou me persuadir, ainda se aproximando à passos lentos.

Olhei exasperada para sua figura cada vez mais próxima de mim.

– Se eu aceitar, você me deixa em paz? – Indaguei.

Seu semblante entristeceu.

– Sim, Alice. Só precisa aceitar – murmurou, parecendo cansado.

Aproximei-me cautelosamente de Simon. Ele parecia ficar mais ansioso a cada passo meu, fazendo-me agir com mais cuidado. Eu era mestra em lidar com joguinhos psicológicos, fora treinada pelo melhor, não é mesmo?

Estendi a mão vagarosamente e ele depositou a pequena caixa lá. Puxei-a para mim e girei meus calcanhares, dando as costas para Simon e indo em direção a casa dos Styles. Eu voltaria para lá.

Caminhei apressadamente sabendo que Simon estava bem atrás de mim.

Não quero nada que venha de você, papai.

Uma raiva insana me inundou ao perceber que mais uma vez eu havia obedecido a Simon. As circunstâncias o favoreceram, mas ainda assim, fora fraca o bastante para dar a ele o que o mesmo queria.

Vou mostrar pra você que eu não sou mais seu brinquedinho famoso.

Avistando a casa dos Styles e a lixeira verde que ficava em um canto do jardim, aumentei a velocidade e segui em tal direção.

Quando alcancei a lixeira, sorri ao saber que Simon assistiria a todo o meu ato rebelde. Estiquei o braço com a caixa de veludo em minha mão e decidi contar até três para soltá-la.

Um...

– Alice, não faça isso! – Ouvi Simon berrar, um pouco distante.

Dois...

Senti uma mão tocar meu braço com apreensão.

– Se eu fosse você não jogaria esse colar no lixo – disse. Sorri sarcasticamente, sabendo que era exatamente o que faria.

Simon não me conhecia mesmo. Eu nunca ligaria para o quanto uma coisa havia custado. Não tinha valor sentimental nenhum para mim além de raiva e frustração.

Três...

– Alice, eu estou falando sério. – Ralhou. Quem ele pensa que é?! – Era da sua mãe – concluiu, suspirando em seguida.

Da sua mãe.

Aquelas palavras me fizeram virar e encarar Simon, instantaneamente desistindo do plano insano.

– Não me manipule com seus joguinhos! – Exclamei exasperada. – Era... Era realmente dela? – Completei com um sussurro, fitando a caixinha de veludo que tinha em minhas mãos.

Ele parecia sem fôlego.

– Sim... Queria te dar algo especial nesse natal e... Imaginei que talvez... Ela fizesse isso melhor – murmurou, fitando-me apreensivo.

Eu o encarei por vontade própria pela primeira vez em anos.

– Sinto falta dela – admiti.

Eu tentava inutilmente reconstruir a barreira indestrutível que expulsaria Simon, mas ela parecia ter ruído ao som daquelas palavras: Da sua mãe.

– Eu também.

O encarei, um pouco desesperada por mais uma vez me deixar ter uma conversa tão íntima com ele.

O lugar de Simon Cowell deveria ser fora da minha vida. Ele já havia me estragado e despedaçado demais.

Sem dizer mais nada, mais uma vez dei as costas para ele e segui em direção a porta de entrada, dessa vez segurando com força a caixinha de veludo.

Adentrei a sala de estar, mas meus olhos estavam cegos para qualquer coisa no mundo. Caminhei diretamente às escadas que me levariam ao corredor onde o quarto de hóspedes se localizava.

Ao entrar no quarto, sentei-me na cama e fitei a caixinha de veludo com apreensão.

Ouvi o ruído da porta se abrindo e, pega de surpresa, assustei-me.

– Alice, você está bem? – Harold perguntou, colocando-se em meu campo de visão.

Balancei a cabeça negativamente.

Escutei passos se aproximando de mim.

– Você me deixou preocupado. Eu vi Simon saindo depois de você. O que ele fez? – Indagou-me.

Respirei fundo e mostrei a caixinha de veludo.

– Um presente? – Murmurou em um tom confuso.

– Era da minha mãe – foi tudo o que consegui dizer.

Tantas sensações se apoderavam de mim naquele instante. Raiva, alegria, conforto, apreensão, medo, dor, frustração... Parecia que tinha coisas demais para uma só pessoa agüentar.

– Oh, entendo... – Harry disse compreensivamente. – Você precisa de um tempo sozinha.

Ele estava certo. Harold me conhecia mais do que eu mesma. Mais do que meu próprio pai.

(...)

NARRADOR POV

Harry saiu do quarto de hóspedes disposto a ter uma conversa com Simon Cowell. Harold adorava-o, mas mexer com a cabeça de Alice daquele jeito não era certo. Mesmo sendo pai dela.

E mesmo sendo o cara que havia levado ele e os amigos à fama. Harry era mais do que grato a Simon.

Por isso, ao descer as escadas e seguir em direção a sala de estar, Styles sabia que estava disposto a ouvir a versão de seu empresário também.

(...)

Caminhando juntos pela rua vazia, que antes fora palco de uma discussão entre pai e filha, Harry e Simon seguiam silenciosamente.

Com as mãos no bolso, Styles perguntava-se se devia mesmo se meter no assunto. Mas era sobre Alice. É claro que ele faria isso.

– Simon, o chamei para conversar sobre Alice. Vi o estado que ela voltou. – Murmurou, tentando usar um tom casual.

Sem sucesso.

Cowell suspirou. Ele sabia que chegaria a hora em que teria que contar para os garotos o que estava fazendo, mas não esperava que fosse tão cedo.

– Tentei conversar com ela – admitiu. – Harold... Tem uma coisa que você e os outros precisam saber.

Ambos pararam de caminhar para olharem-se.

– Pode me falar, Simon. Você sabe o quanto eu e os outros somos agradecidos por tudo que vem fazendo por nós. Mais do que isso, somos amigos, não é? – Harry tentou confortar o empresário.

Simon suspirou diante do ato de Styles.

– Tenho medo que vocês fiquem com raiva de mim... – Murmurou.

Harry resolveu deixar o próprio empresário decidir o que fazer.

– Mas... É isso. Não é justo enganar vocês. – Falou em tom decidido. – O encontro de Alice com vocês no Havaí foi armado por mim e não algo casual. Eu queria que vocês se aproximassem dela. Isso me daria uma chance de ter minha filha de volta - começou, deixando Harry pasmo.

Aquilo tudo fora uma armação?!

Vendo o rosto de Harold se contrair em desgosto, Simon tratou logo de contar toda a história, desde a infância de Alice até os dias de hoje. Não tinha mais nada a perder.

(...)

– E achei que Alice poderia ter melhorado, virado a página para todas as coisas idiotas que a ensinei quando vi que vocês realmente tinham se tornado amigos. Mas pelo visto... – Simon concluiu, suspirando. – Ela definitivamente não superou muitas coisas.

Inclusive Danny Jones.

A mente de Harold concluiu.

– Eu vou te ajudar – Harry disse, surpreendendo Simon.

Ele esperava ver Styles zangado, mas o garoto queria o ajudar!

– Harry, eu não sei como agradecer – falou, tendo um vestígio de esperança pela primeira vez em meses.

Harold sorriu para seu empresário.

Havia entendido o lado de Simon. Sabia que o empresário havia errado e traumatizado Alice tanto quanto pôde, mas se existia alguém merecedor de perdão, esse alguém era Cowell. E ele havia feito uma bela besteira ao enganar a todos daquele jeito, todavia, fora por um motivo bom: tentar fazer Alice virar a página e encarar a vida de uma maneira diferente.

– Eu pensei em várias coisas... Até mandar o McFly para aquela casa no Havaí ao invés de vocês. Talvez Alice ficasse feliz por ter Danny perto... Eu não sei! Estava realmente desesperado naquela época. Mas escolher vocês foi o melhor que fiz. – Cowell tagarelava, sentindo-se aliviado por desabafar.

Harry fez uma careta involuntária ao ouvir o nome do integrante do McFly. Simon, percebendo isso, notou finalmente algo que deveria estar óbvio para ele, amigo de Styles e pai de Alice.

– Você está apaixonado pela minha filha – concluiu.

Harold arregalou os olhos ao ouvir tal frase. Tentou negar veemente, mas Simon ria sem acreditar.

– Então é isso – o empresário continuou. – Você não está me ajudando só porque quer ver os Cowell unidos novamente... Você quer ver Alice feliz. Acredite, Harry, isso é muito nobre de sua parte, não há motivo para ter vergonha.

Styles suspirou. Não adiantaria negar, Simon já havia notado. Por mais vergonhoso que fosse admitir aquilo para o pai da garota que amava, Harold finalmente o fez.

– Por que... Por que você acha que Ally ainda gosta do Danny? – Perguntou sem se conter. Ele não ousaria dizer a palavra “ama”. Doeria demais.

Simon sorriu.

– Danny é a imagem do cara perfeito para Alice. Eu era cruel com ela na época e Jones a defendia, mostrando outro jeito de encarar as coisas. Acho impossível para qualquer homem competir com a figura de um... – Iniciou.

– Príncipe encantado – Harold completou com um tom de voz enciumado.

Simon riu um pouco e tocou o ombro de Harry.

– Calma, rapaz – pediu. – Os dois são pessoas muito diferentes, de modo que por mais que tentem dar o seu melhor pelo outro, acabam brigando. Eles seriam o casal perfeito se não fossem tão diferentes – Simon concluiu, deixando Harry irritado e feliz ao mesmo tempo.

Seriam.

– Isso significa que eu tenho chance? – Indagou com esperança.

O empresário sorriu mais uma vez.

– Creio que sim, Harry. O modo como Alice olha para você... Ela o admira. E Jimmy me conta algumas coisas que Ally fala sobre você para ele. – Disse misteriosamente.

Harold fitou-o pensativo.

– Não pode me contar, não é? – Perguntou com curiosidade. Simon fez que não. – Tudo bem, eu já havia decidido que... Lutaria por ela.

Ao ouvir isso, Simon encarou Harry com seriedade.

– Você sabe que não será tão fácil, não é? Para Alice não é a questão de apenas amar você. Existem todos aqueles dilemas na cabeça dela. Precisamos destruí-los para que consigamos tê-la.

Harold balançou a cabeça positivamente. Sabia disso.

– Então o faremos. – Disse com convicção.

Simon sorriu.

– Sabe, Harry... Danny Jones é um cara legal. Talentoso, inteligente e já fez bem para minha filha. Mas eu definitivamente prefiro você – concluiu, fazendo Styles sorrir. – Só uma coisa: nunca me chame de sogrão – ameaçou, depois gargalhando diante de um Harry tenso.

Ali, o empresário e Harold selaram um acordo.

– Vamos fazer Alice virar a página. E nessa página, ela terá a família de volta... E, bem, um novo amor.

– Nem tão novo assim, Simon. Com todo o respeito, eu gosto da sua filha desde os doze anos! – Harry retrucou, fazendo Cowell rir.

(...)


ALICE POV

Rindo da insanidade de Harry, me vi sendo puxada pelo mesmo enquanto corríamos em direção à praça onde estava seu lugar favorito.

Era loucura fazer aquilo: fugir da ceia de natal para trocar presentes em um local isolado. A família e os convidados dos Styles iriam notar nossa falta, com certeza!

Mas eu não conseguia dizer não a meu melhor amigo. Então quando ele surgiu pela segunda vez no quarto de hóspedes, dizendo que queria entregar meu presente de natal em um lugar especial e me convidando para fugir dali... Eu topei. Tudo o que fiz foi pegar meu presente e segui-lo sem protestar.

É. Isso. Agora estávamos correndo na direção da praça, tremendo de frio e rindo como duas crianças bobas que fazem algo errado e divertido.

Passamos pela parte dos brinquedos infantis, dos banquinhos, chegamos à área mais vegetal e logo achamos nossa árvore.

Harry and Alice. Forever and ever. S2

Sorri diante do coração torto feito por Harry dias atrás.

– Ally, meu presente pra você não é a árvore, então dá pra prestar atenção em mim? – Harold pediu com um biquinho, apesar do tom divertido de sua voz.

Vir-me-ei, ficando de frente para ele e sorri ao encará-lo.

– Satisfeito? – Indaguei.

– Muito – retrucou, aproximando-se de mim enquanto escondia o presente atrás de suas costas.

Gargalhei e revirei os olhos.

– Não adianta esconder, Styles, vou vê-lo de um jeito ou de outro – disse com convicção.

Ele bufou.

– Não seja chata no natal, é quase um crime! – Reclamou.

– Tudo bem – assenti, dando de ombros e voltando a sorrir para ele.

Eu estava imensamente feliz e agradecida por ele ter me tirado de sua casa. Harold parecia ler meus pensamentos e vontades às vezes.

Ele também parecia alegre. E estava com um semblante diferente desde a primeira vez que entrou no quarto de hóspedes. O conhecia tão bem que podia jurar que havia acontecido algo.

– Aconteceu alguma coisa? – Indaguei, sem conter minha curiosidade.

– Não – respondeu rapidamente. – Por que não me dá meu presente?

Eu sabia que ele estava sendo irritante apenas para que eu esquecesse o assunto anterior.

– Ok – concordei sem querer discutir ou insistir.

Minhas forças de combate se exauriram completamente durante minha conversa com Simon Cowell.

Sendo assim, entreguei a Harold o embrulho vermelho e o assisti rasgando o mesmo e dando de cara com a coletânea do Take That, sua banda favorita. A expressão feliz de Harry me fez sorrir por um momento.

Em seguida, ao dar uma olhada melhor na coletânea, Styles percebeu o DVD de Crepúsculo atrás dos CDs do Take That.

– Ahn... – Ele murmurou. – Obrigada por isso – levantou a coletânea. – E você é louca? DVD de Crepúsculo? – Soltou um muxoxo.

Gargalhei.

– Harry Edward Styles – comecei. – Achou mesmo que eu não zoaria o fato de você ter o nome do vampiro de Crepúsculo? – Perguntei, ainda rindo da expressão do meu melhor amigo.

Ele franziu o cenho.

– Olha, eu sei que sou tão bonito quanto um vampiro... Mas se você for a tal da Isabella Swan, quero que saiba que o lobisomem é um homem morto – disse com convicção, fazendo-me rir mais ainda.

– Eu odeio lobisomens – sussurrei para ele.

Harry sorriu para mim e finalmente me mostrou o objeto que tentava esconder: uma caixinha de veludo menor. A outra mão continuava grudada em suas costas.

Hoje era o meu dia de ganhar caixinhas de veludo?!

– O que é isso? – Indaguei.

– Meu presente de natal. Na verdade são dois, porque esse aqui comprei há muito tempo. – Apontou para a caixinha.

Sorri e tentei pegá-la, mas Harold não deixou.

– Primeiro esse – disse, mostrando finalmente a outra mão.

Puxei a camiseta rapidamente e estiquei-a para ver melhor.

Era idêntica à camisa favorita de Harry. Preta e da banda Ramones. Aprovei, vendo que era exatamente meu número.

– Adorei! Obrigada – disse realmente agradecida.

Harry sorriu, parecendo feliz por eu ter gostado de seu presente, e estendeu – finalmente – a caixinha de veludo para que eu pegasse.

Assim que o fiz, abri a mesma com cautela e identifiquei um par de anéis do X-men dentro.

– Você tá me zoando por eu ser fã de X-men? – Perguntei sem entender.

Harry revirou os olhos.

– Você não é a única que teve infância aqui, tolinha. Caso tenha esquecido, sempre fui fã do X-men. E isso são alianças – me corrigiu. – Comprei há uns anos e disse para a minha mãe que ia dar pra você. Ela achou graça e mandou alguém ajeitá-los para que ficassem no tamanho de nossos dedos.

Coloquei o anel no dedo e sorri.

– É bonito. E caso queira saber, acho essas suas histórias juvenis muito fofas. Eu casaria com o Harold de anos atrás – admiti, encarando a aliança.

Eu imaginava uma versão infantil de Harry pedindo para Anne comprar os objetos para ele com um sorriso bobo no rosto. Era uma imagem fofa, que me fazia sorrir abobalhadamente.

– E comigo? A versão melhorada? – Perguntou com um sorriso convencido.

Revirei os olhos.

– Eu dispenso – disse, segurando-me para não rir.

Harold notou que eu havia colocado o anel no dedo e fez o mesmo.

– Bem ou mal, acabamos de casar – declarou, gargalhando.

Não consegui me conter e acabei rindo com ele.

Era tão fácil ficar feliz com Harry!

Encostei-me à nossa árvore e continuei a fitá-lo. Os olhos verdes, a expressão divertida, corpo esguio. Harry era definitivamente um garoto bonito.

Mas ele havia me prometido que não me abandonaria, não é? E eu também o fizera. Então pensamentos sobre como ele poderia ter qualquer garota que quisesse e se esquecer de mim não eram coerentes.

Mesmo assim, eu tinha medo. Porque tinha algo nele, em Harold, que me fazia querer ficar perto dele todos os momentos. Tinha algo em mim que chegava a me assustar.

Algo que me fazia ter vontade de abraçá-lo e não soltar mais.

Balancei a cabeça, afastando os pensamentos.

– Ally? – O ouvi chamar, bem perto de mim.

– Sim?

– Você realmente casaria com o Harold de anos atrás? – Indagou-me.

Por um instante, achei que Harry estava me zoando ou algo do tipo. Estava pronta para fazer uma piada quando percebi que ele continuava a me fitar com seriedade.

– Sim – assenti simplesmente.

Ele sorriu e deu um passo, ficando mais próximo. Eu poderia tocá-lo se quisesse. E aquela força assustadora dentro de mim começou a funcionar novamente, tentando me arrastar para os braços de Styles.

Talvez fosse como ele tinha dito: as Cowell sempre acabam em seus braços, de um jeito ou de outro. Maldita genética.

– Eu tenho mais uma pergunta – ele murmurou baixinho.

Fitei-o e balancei a cabeça para que continuasse.

– Entre um príncipe encantado e um cara idiota apaixonado, quem você escolheria? – Questionou, fazendo-me arquear a sobrancelha. – Tudo bem, eu sei que é uma pergunta horrível e sem sentido, mas pode me responder?

Mordi o lábio.

– Não é que seja uma pergunta ruim... É só que achei que estivesse óbvio pra você – respondi.

O semblante de Harold entristeceu-se.

– Oh, sim. Desculpe. Todas as garotas escolheriam o príncipe encantado, óbvio – disse, esforçando-se para sorrir.

Sem entender seu humor, apenas balancei a cabeça negativamente.

– Não, não no meu caso. Eu já te disse uma vez que tenho uma queda pelos idiotas. Estávamos assistindo Vampire Diaries, não lembra? – Disse, recordando.

Harry me encarou subitamente, parecendo ter sido pego de surpresa. E, quando sorriu dessa vez, era de verdade.

– O que disse? – Indagou-me, se aproximando de uma maneira perigosa.

Seja lá o que fosse aquela maldita força que me puxava para Styles, continuava funcionando. Prendi a respiração por culpa dela.

– Eu preferiria o idiota apaixonado – resumi com honestidade.

Percebi que meu tom havia saído mais baixo e Harry me encarava abertamente, aproximando-se sem nenhuma cautela. Restavam poucos centímetros nos separando.

– Você tem certeza? – Insistiu.

Bufei.

– Claro que tenho, Harry! O que-

E ele me beijou.

No primeiro momento não consegui mexer um único centímetro devido à surpresa, mas no segundo a maldita força pró-Styles escapuliu e me fez enlouquecer, correspondendo instantaneamente a Harry.

Eu esqueci que ele era meu melhor amigo e que eu não devia sair por aí beijando caras.

A língua de Harold pediu passagem e eu concedi, mergulhando num poço de chocolate quente. Beijá-lo era como ir às nuvens e dançar na chuva misturada com aquela sensação de dirigir na mais alta velocidade. Harry me beijava com delicadeza e exasperação ao mesmo tempo, como um protagonista que finalmente havia conseguido seu final feliz.

Minha mão subiu involuntariamente para seu cabelo e as dele para minha cintura, acabando com toda aquela distância desesperadora.

Continuamos indo ao céu até acabarmos com nosso fôlego.

Eu estava sem palavras e meu cérebro não conseguia formar nada com nexo o bastante para dizer a ele. Harry, também transtornado, apenas colou nossas testas e sussurrou:

– Feliz natal, Ally.





















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Notas finais do capítulo

Lembrem de comentar! Não sei quando vou postar de novo. Seria na terça, como sempre, mas depende de vocês...
Agora, um assunto sério: a fanfic tem 43 leitores e está adicionada ´por 25 pessoas aos favoritos, no entanto, só 10 comentaram no capítulo passado.
Um pouco injusto, né? Tanta gente lendo e nem a metade se prontifica a me dar uma ajuda também. Fiquei meio triste com isso, mas ainda assim preparei esse capítulo ONDE DEI O MELHOR DE MIM pelas 10 pessoas que comentaram (OBRIGADA!) e pela Carol C.