Krytus escrita por Isabella Lopes


Capítulo 9
One, two... Tree




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Já não sei bem em que dia estamos. Começo descrevendo o dia de hoje sem anotar a data.

Estamos há alguns anos, muitos anos, depois da noite em que nos trancamos no porão.

Depois de toda a confusão, analisamos melhor o ambiente onde nos encontrávamos. Arvores no meio de uma floresta sem fim, garotas caminhando com roupas extremamente justas e coloridas...

– Jess. Você percebeu que aquelas garotas nem notaram os destroços das casas?

– Provavelmente devem ter notado. Já faz tanto tempo que aconteceu...

Longe da região queimada. Estávamos a quase quilômetros de distancia e nada da tal cidadela que as garotas haviam mencionado.

Jess parou para analisar um tronco caído e queimado:

–Aqui, olhe! A madeira esta muito fraca. A quantidade de carbono presente na arvore é grande, mas se desprende fácil. Isso deve ter acontecido perto do dia em que nos trancamos.

Jess acabara de me impressionar com a detalhada descrição da arvore, mas ela não havia terminado. Apontou para uma arvore mais a frente, minto, não tão a frente, mas quando se corre muito rápido feito o vento, o longe é sempre mais perto do que imaginamos.

–Esta aqui... Esta foi posta em fogo antes. A duração da queima foi menor! O carbono não se desprende tão facilmente da madeira. Ela não esta oca, e o tronco ainda é bem resistente. Queimaram-na antes de atacarem. Como se a fumaça fosse o sinal do que estaria por vir. Foi na noite em que nos trancamos!

–Como você sabe de tudo isso a partir de um simples tronco queimado?

– A natureza guarda segredos, Jay. Sabe mais do que muitas pessoas.

Ela me mostrou o tronco. Como sentiu a temperatura, espessura, cheiro, aspecto e as cinzas no chão impregnadas na grama. Realmente, não sabia como isso era possível ou como um simples toque revelaria tanto sobre um objeto. Delirio, premonição, maldição, ciência? Chame como quiser... Era tudo muito suspeito ainda.

– Percebeu a maneira como elas olhavam para nos?

– Ainda pensando naquelas garotas, Jay? Respondeu irônica.

– Ora, pare com estas bobagens. Não estou pensando nelas desta maneira... Tente se lembrar dos olhos. Elas tinham olhos avermelhados e pretos.

–Como?

Não sei bem como explicar, mas seus olhos pareciam irritados e ao invés de olhos azuis ou verdes, seus olho pareciam não ter cor. Simplesmente, uma pupila enorme em meio ao branco com as laterais avermelhadas.

– Não foi a todo tempo. Assim que chegaram...

Seus olhos pareciam que haviam sido feridos nas laterais e as pupilas muito dilatadas...

Seres noturnos? Isso explicaria as pupilas. Nunca vi humanos noturnos. A menos que não fossem humanos.

Jess leu meu pensamento.

–Como podem? Seres noturnos em plana luz do dia? Porque? Não faz o menor sentido!

–Concordo, mas...

Senti uma dor imensa no abdômen, mas continuei

–E se foram obrigadas a fazer aquilo? Elas não sairiam e prejudicariam a visão sem motivo, mesmo que fosse próprio...motivo da irritação sobre a luz do Sol.

– Faz sentido...

Num momento estamos analisando olhos, no outro estamos caídos de joelhos e com a barriga sangrando. Parecia que a lateral de nossos corpos fora cortada. A dor era imensa. Não aguentamos e vi Jess cair apagada cobre o tronco antes que eu apagasse batendo a cabeça no chão.


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