Krytus escrita por Isabella Lopes


Capítulo 14
Two Lives




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No chão eu estava. Por milímetros não bati com a cabeça em uma pedra, mas não parou por ali. Eu tinha a impressão de já ter estado na presença daqueles misteriosos vultos. Precisava achar uma maneira de para-los para que pudesse ver quem eram... Ou o que eram.

Naquele momento não pensava em outra coisa. Enxergava meio embasado quando resolvi levantar-me. Ainda cambaleei para os lados, desnorteado. Não fora uma queda agradável.

Ah, adivinhe? Com todas as “emoções”, nem me dei conta do tempo. Já estava escurecendo e poderia muito bem ser lua cheia. Sabe, depois de tudo, toda a viagem, meus sentidos estavam mais desequilibrados que eu naquele dia. Ou seriam “dias”? Em que dia estávamos?

Deuses! Um gemido horrendo entupiu meus ouvidos. Que coisa perturbadora. Abri os olhos. Como? Estava deitado em cima de uma arvore, como um gato desleixado e largado. Ora, mais um sonho? Mais uma viagem? Já estou cansado de escrever perguntas, mas não vejo soluções para elas.

Ergui a cabeça, espreguicei-me e senti aquela pancada na cabeça. Meus sonhos andam mais intensos do que imaginava Hahaha.

Que horror. Com tudo isso acontecendo eu ainda arrumo espaço pra contar uma piadinha ridícula. Se Jess estivesse aqui daria-me um tapa. Falando nela... Onde raios estaria?

Depois de tanto tempo indo e voltando em sonhos absurdos e perturbadores, criei uma teoria. Nosso pai deve ter morrido assim como os outros. Os tais vultos devem ser provenientes da desgraça. Devem ser um dos poucos que destruíram o lugar em que moramos, morávamos. O tal Krytus deve ser o mestre deles... E devem haver mais deles. Simples dois vultos não queimariam tudo e ainda assassinariam pessoas e não-pessoas... Como nossos pais. E nos? Ele disse que estavam atrás de nos... Devem ser seres de inteligência inferior para não notarem um porão ao lado da casa e nem tentarem abri-lo.

Minha teoria pode explicar boa parte de toda essa confusão, mas não explica as nossas viagens esdruxulas, os acontecimentos na igreja, o suposto ritual, as garotas estranh... Olhos negros e irritados. Oh Deuses, seriam elas, os tais vultos? Afinal, duas garotas, dois vultos com estrutura similar.

Saltava de galhos em galhos enquanto refletia as possíveis teorias e procurava por Jess, obviamente. Para a minha surpresa e dor, encontrei-a de cara. Literalmente, ela estava vindo em minha direção e nos esbarramos fortemente, cara a cara.

Estávamos ofegantes. Ela estava com os dentes da “fera”, assim que nos classificamos, “feras“. Estava com os olhos claros, irritados e as veias abaixo deles, saltadas e visíveis sobre a pele.

– Arrf...ah! seu... rosto..meu...seu!

Ao meu entender, eu estava na mesma situação. Nem precisei explicar nada, além de não conseguir falar, ela parecia pensar quase como eu em relação aos acontecidos.

E mais uma vez....Que novidade. Os malditos vultos. Um segundo que paramos e estas pestes nos perseguem. Que droga! Mas dessa vez não pensei duas vezes. A lua já estava quase visível e o céu escurecendo.

Pulei no pescoço, eu acho que era o pescoço, de um dos vultos. Caiu. Debatia-se, se movia muito rápido, parecia que não era carne, parecia eletricidade negra. Dentes pontiagudos, olhos.. Não, dois buracos na face. Negros que escorriam para as bochechas.

Estava paralisado. Minha vontade era de acabar com aquela coisa, destroca-la. Estava paralisado quando Jess atirou uma pedra enorme na cara da criatura. Esta... Apagou


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