Krytus escrita por Isabella Lopes


Capítulo 13
Madness




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Certo. São muitas as coisas que tento explicar de uma só vez. Pra mim, pouca coisa faz sentido. Começando pelo fato de que eu não controlei a minha atração pela minha própria irmã... Acredito que durante todos esses tempos meus sentidos se intensificaram. Diante de tantas perguntas, ideias e pensamentos guerreando em minha mente causando mais confusão (como se as que eu estava enfrentando pessoalmente já não fossem o bastante).

Não me lembro de muita coisa, não me lembro de quase nada. Lembro-me da dor, da agonia, dos gritos... As alegrias e bons momentos nessa hora estavam se escondendo na pequena parte clara da minha alma. Profundo? Também achei!

Já havíamos saído da igreja há um tempo. Estava à espera de outra dor imensa e delirante ate que cairia no chão e acordaria de novo em outro ambiente, outro tempo, outro dia. Quem sabe ate encontrar as mesmas criaturas, cujo chamamos de “garotas”.

Mais uma coisa que me atormentava.... A maldita carta.

O “seu tipo", “esconder”, “morte”, “Krytus”... palavras cujo ainda soavam perturbadoras em minha cabeça... não era pra menos. Quanto mais as coisas “progrediam”, se e que posso dizer assim, mais perguntas surgiam.

Um detalhe a ser observado: A faca e Krytus tinham uma ligação. O facão tinha a letra “K” marcada na lamina. A carta tinha a letra “G” ... “G” de Gylber. Enquanto procurava as respostas em meu consciente, andávamos pela floresta. Quietos. Floresta! Hahaha queria poder dizer que era uma simples floresta. Estávamos de volta ao Grande Bosque.

Estava ficando louco, isso sim. A mesma onde tudo começou. Toda aquela -historia... e adivinhe? Mais perguntas, mais duvidas, mais confusão.

– Er... Jess! Creio que saiba onde estam...

– Infelizmente irmão, sei! Só espero que não comecemos a nos debater em arvores novamente, todas as lembranças boas que tinha desse lugar... estão em algum lugar, mas aquele dia... não consigo...

Caiu de joelhos e olhou firme para frente. Apoiei minhas mãos em seus ombros.

– Já me cansei disso...

Pausa. Não terminou a fala. Senti seus ombros estalarem enquanto girava a cabeça. Estava tensa, mas isso a dominou. Levantou bruscamente enquanto segurava minhas mãos e tirava-as de cima. Um empurrão.

– ESTOU CANSADA DESSA PALHACADA!

– Ei, mocinha! Calma, não desconte em mim. Pensa que não estou cansado também...

Nem me atrevi a continuar. Encarei seus olhos, estavam assustadores... veias saltando no inferior próximas as bochechas, cantos vermelhos cor de sangue, aquele verde sereno transformou-se em um verde agressivo e claro.

– IDIOTA!

Com uma velocidade, me empurrou contra uma arvore e segurou meus ombros. Seus olhos estavam voltando ao normal, um pouco raivosos, mas não tão agressivos.

– Não tem culpa de nada.

Sua cabeça caiu e se encaixou em meus ombros. Sentia a raiva aprisionada dentro dela. Naquele momento de fraqueza entre dois irmãos, eu senti como ela estava.
Já estava de tarde. Não me conformava como não estava morrendo de fome. Ah claro... Comi dois esquilos logo que saímos da igreja. Digo... Não comi sua carne, mas tirei o liquido que os mantia vivos.
Continuamos andando, quietos novamente, sua cabeça ainda estava em meus ombros enquanto a abraçava do meu lado esquerdo.

– Jess... me desculpe. Queria poder ajudar a todos. Nos ajudar. Ajudar você.

– Jay, nunca me abandone certo? Nun-ca

– Prometo! Jamais deixarei você ir!

Ate agora, nada de galhos, nada de garotas esquisitas, nada de cortes misteriosos na barriga... Estava bom demais pra ser verdade. Retiro o que disse. Umas rajadas de vento repentinas, duas vultos cortaram nosso caminho e persistiram em nos assombrar com seu som agoniante. Conforme se mexiam, soltavam uns gritinhos agudos e chatos. Meio que “Kryyyyyyh”, um som agudo que minhas orelhas pareciam estar estourando.·.

– ABAIXA!!!
Nem sequer ouvi o que haviam gritado e já fui empurrado a ponto de cair. Jess havia feito isso. Uma faca parou estacada na arvore atrás de mim, por pouco não foi no meu tórax.

– Mas que... de onde isso...
Outra rajada de vento. Obviamente para cortar a minha fala novamente.

Jess sumiu. Assim que consegui levantar ela não estava mais em terra firme. Estava gritando desesperada em cima de uma arvore, se debatendo com um dos vultos. Claramente, a palavra “humano” não se aplicava aquela situação.

Senti algo me agarrando pelas costas, com unhas afiadas, me tirou do chão e me jogou longe. Bati a cabeça na escada da Igreja. Okay, não sei como a igreja foi parar no Grande Bosque, o que sei e quem eram os vultos.


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