Krytus escrita por Isabella Lopes


Capítulo 15
Storyteller




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Dormir começou a se tornar um pesadelo, sonhar tornou-se os demônios destas passagens. Perturbador. Ate para uma criatura considerada demoníaca estes momentos não são agradáveis. Há muito que saber, há muito que descobrir. Riu alto com meus pensamentos... De que adianta minha preocupação com tais questões se suas respostas estão distantes e cada vez mais confusas?

As cenas da igreja, a dor, agonia, sangue. Aquelas vozes até este ponto somente o que eu já havia visto, mas então começam... Nos assentos da igreja, corpos mutilados; Nas paredes, mãos de sangue daqueles que tentaram fugir. Acordo com um grito e suando frio.

Onde estamos? Conseguimos um quarto para dormir na cidade. Um senhor disse que havia um quarto livre em sua casa e poderíamos ficar se fizéssemos as compras semanais. Não gostava de sair pelas ruas então, evitava, mas não poderia viver desta maneira.

Levanto-me do colchão que estava dividindo com Jess. Quarto na verdade era o sótão, pequeno, mas comportava nos dois. Ela já havia saído, fora ate o mercadinho no final da rua para comprar pão e geleia. Impressionante as coisas industrializadas, quase não se sente o gosto da fruta nas geleias do mercado. Para mim... Ela traz uma maçã.

Tomamos café com o senhor que nos acolheu, ele nos conta historias de sua época, mas mal sabe ele que estávamos vivos antes dele nascer. 1932, o ano em que “dormimos” fora em 28. Após quatro anos... Suas historias eram sobre medo e toques de recolher, tinham medo do que o que acontecera na cidade vizinha viesse a acontecer com eles. Ele não sabia nos explicar, seu pai lhe contara que a cidade havia sido queimada bem como seus moradores, apenas os mais espertos e inocentes saíram vivos, mas não se sabe pra onde foram. As manhas eram sempre iguais, nos poucos dias em que permanecemos na casa, comia minha maçã enquanto ouvia meu passado não vivido, digo, as historias do velho George.

Não estávamos de bobeira, procurávamos por informações todos os dias na biblioteca publica, num sistema de internet avançado e perguntávamos ate para pessoas que eram daquela época, fora as historias matinas. Não chegávamos a lugar algum.

–Jess, não sei mais onde procurar.

– No exato momento não e a única coisa que me preocupa Jay, hoje é lua cheia!

– Você diz como se eu não soubesse. Estou farto de não saber mais o que procurar, nem onde e de viver na casa de George.

– Não seja rude, ele esta nos ajudando mais do que pensa. Lembra quando ele disse que um sujeito muito esquisito chegou à cidade impondo o toque de recolher?

George havia dito que um homem muito religioso havia alertado a cidade e imposto o toque de recolher ou então poderiam sofrer, ele disse que aquele homem falava assustado e tentando protege-los de algo, ou alguém.

– Lembro claro que lembro, mas e dai?

– Achei alguns arquivos na internet, lendas, contos de halloween sobre um Homem extremista, alienado que andava com um facão enrolado a um crucifixo...

Facão! Agora estamos chegando a algum lugar

– Aqui diz que ele se mascarava de religioso para eliminar pragas e demônios nas cidades, conseguia persuadir os meros humanos, porem a aqueles que caçavam seus dotes ao se aplicavam, estes seres sabiam que o homem não era humano por suas habilidades, mas antes que alertassem a cidade do caos, o homem matava queimando os corpos nas fachadas das igrejas.

– Nossa isso é um verdadeiro avanço nas nossas buscas, mas o nome do tal homem...

– Aqui não diz. Acho que devemos perguntar para o velho George se ele sabe de algo em relação a isso.


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