21.12.12 - A Invasão escrita por Padalecki


Capítulo 22
O Resgate do soldado Clark


Notas iniciais do capítulo

Divirtam-se ^^



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imagem do capítulo: 

- Não! – Gritei, lançando-me para fora da aeronave. Se não fosse por Josh e sua força ameaçadora, eu teria me jogado dali mesmo. – Não! – Gritei novamente, debatendo-me junto ao peito firme de Josh. – Não!

- Calma, Gwen. – Ronronou Josh em meu ouvido, aninhando-me a ele graciosamente enquanto me afastava do buraco pecaminoso em que eu queria me jogar.

Shawus deve ter acionado algum botão importante, pois logo não havia mais um buraco propenso ao vácuo, e sim uma nova porta. Tão firme quanto a outra.

E então a nave começou a tomar velocidade.

- Precisamos resgatá-lo! – Argumentou Dallas, e eu assenti.

- Clark... – Murmurei.

De repente, entrei em um estado de transe puro. Eu tinha noção de onde estava, com quem estava e o que estava fazendo. Porém, era uma noção fraca, e que me deixava confusa em relação a tudo. Eu só conseguia me concentrar na dor que sentia irradiar de meu coração, a dor da perda. Certo, Clark não havia morrido... e algo me dizia que eles não iriam matá-lo.

- Ele é a isca. – Falei de repente.

Os Vórtex e Orson voltaram seus olhos para mim. Kovu e Genevra pareciam entender o que eu estava falando, assim como Orson. Apenas Josh estava desorientado quanto ao que estava havendo no momento.

- Ele é a isca. – Repeti.

- Eles estão usando-o para pegar você. – Acrescentou Dallas.

Assenti, concordando.

- Não querem que eu participe da guerra.

- Será que tem isso algo haver com as outras partes da profecia? – Perguntou Josh, finalmente parecendo entender do que estávamos falando.

- É claro! – Exclamei, batendo em minha própria testa. – Se eu não participar da guerra, é 100% de chance de eles invadirem isso aqui e acabar com todo mundo.

- Puxa Gwen, você é tão delicada. – Sorriu-me Genevra, piscando sedutoramente em minha direção. Ela passou um dos braços por meus ombros e encarou a todos. – Eu tenho um plano. – Quando percebeu que todos os olhares se dirigiam à ela, continuou – Precisamos que Gwen vá resgatar Clark, mas isso não quer dizer que ela precisa ir sozinha.

- Pode se apressar com isso, por favor? – Perguntei, nervosa.

- Certo, certo. – Ela se virou para Kovu. – Você. Você pode se transformar em qualquer coisa que habite o ar, certo?

Kovu assentiu.

- Perfeito. – Prosseguiu Genevra calmamente, nos circulando. – Levamos Gwen até a nave daquele mercenário maldito e a depositamos lá, sabendo, é claro, que tudo não passa de uma armadilha. Kovu pode se transformar em algum inseto, daqueles bem pequenos, mas daqueles visíveis, para que Gwen possa vê-lo facilmente.

Sua pausa pareceu durar séculos.

- Você. – Ela apontou para mim. – Você vai ser a distração. A isca nossa para a isca deles. Vai distrair os mercenários daquela nave, lutará com eles, fará de tudo para que Kovu possa se transformar e soltar Clark sem que seja visto.

- E depois? – Perguntou Josh, um tanto preocupado. – Como eles vão sair de lá?

Genevra deu de ombros.

- Nossa nave pode ficar ao encalço da deles, mas escondida ao mesmo tempo. Assim que vermos que estão com Clark, os ajudamos a derrotar os mercenários. E, de brinde, ganhamos outra nave.

Sorri para Genevra.

- Você é boa nisso.

Ela piscou.

- Eu sou boa em absolutamente tudo, querida.

***

E assim se seguiu.

Primeiro, tive que avisar meu meio-irmão sobre o plano. Plano esse que ele achou sensato e divertido ao mesmo tempo.

Tendo a aprovação e a ajuda de Shawus, eu e Kovu nos preparamos para nossa tentativa pacata de resgate.

- Lembre-se, precisa ser visível. – Falei, com a voz um pouco trêmula devido ao nervosismo. Kovu assentiu, sério, em minha direção e voltou a se concentrar.

Primeiro, em uma fração de segundo, ele se transformou em uma libélula. Depois, pareceu mudar de ideia e se transformou em um pernilongo. Em seguida, em uma joaninha verde-oliva. Depois, a joaninha adquiriu rapidamente a forma de um pardal. Os olhinhos escuros do pardal olharam para mim e piscaram duas vezes.

Genevra bufou ao meu lado.

- Que parte do “inseto” você não entendeu? Pardais não são insetos!

O pardal piou, indignado e tornou a fechar os olhos. Em seguida, se tornou uma massa disforme colorida, e, em poucos segundos, eu via diante de mim a borboleta mais incrível que já vira em toda a minha vida.

Era extremamente colorida. Seu corpo esguio era azul cobalto, as antenas eram cinza chumbo, o contorno das asas era vermelho vivo. As patinhas eram verde escuro e o desenho das asas era uma pintura disforme em tons de azul, roxo e branco.

- É linda... – Exclamou Josh.

Dallas pigarreou.

- Parece uma borboleta de carnaval.

Olhamos surpresos para ele.

- O quê? – Exclamou, um tanto nervoso. – Vocês estão dando floreios demais a um simples inseto do ar.

Trocamos um olhar e reprimimos uma risadinha. Orson se aproximou da borboleta e recomeçou a anotar coisas em seu caderninho de bolso.

- É um ótimo espécime, Kovu. Parabéns. – Disse ele, minutos antes de voltar a se sentar em um de nossos pufes ansiosos.

Dallas revirou seus olhos e bufou, indo se sentar em outro pufe e cruzando os braços. Era engraçado vê-lo daquele jeito. Realmente hilário.

- Certo Gwen, grave bem a aparência de Kovu, e boa sorte. – Disse Genevra.

Assenti em sua direção. Kovu pousou em um de meus ombros enquanto eu caminhava até a porta. Josh já estava com a mão em seu fecho, pronto para soltá-lo assim que Kovu nos desse o sinal de que já estávamos próximos o bastante da outra nave para que eu saltasse.

Os olhos verdes e intensos de Josh me analisaram dos pés a cabeça. Seus cabelos estavam bagunçados de um jeito irresistível, e ele estava sem camisa novamente. Eu ainda precisava me acostumar com o fato de ele não sentir frio, e também precisava me acostumar ao fato de vê-lo sem camisa.

Parei de olhar para os eu abdômen, pois eu já estava ficando meio tonta, e voltei minha atenção para os seus olhos. Ele sorriu, ao notar meu movimento e tocou de leve em meu queixo com o indicador da mão livre.

- Não precisa se preocupar. – Disse ele, a voz suave como veludo.

O sotaque americano tão diferente do sotaque britânico de Clark. Conversar com Clark era como conversar com alguém intelectual, e de fato era, mas seu sotaque chique o deixava com a aparência de intelectual em ênfase. Era totalmente ao contrário de Josh, com aquele sotaque americano folgado, repleto de gírias.

Deus, eu estou prestes a invadir uma nave alienígena do mal. Não posso ficar pensando em garotos.

- Assim que estiver com Clark, vou entrar lá para pegar vocês. – Continuou Josh, dando-me um beijo leve e molhado na testa. Então suspirou, assim como eu. – Prontos?

Assenti. E Kovu, a borboleta festiva, bateu as asas numa sequência realmente rápida.

- Certo. – Josh disse, suspirando novamente. Sem tirar os olhos de mim, ele abriu a porta da nave com um clique. Como se ela não pesasse nada.

Dallas e Orson haviam se dirigido para a sala de comando, por isso não pude saber se eles estavam bem. Mas estavam com meu irmão, então é provável que estejam. Genevra se agarrou na cintura de Josh, que se segurava divinamente no batente da porta da nave.

O vento forte fez com que minhas bochechas se descontrolassem e fossem para todos os lados num sorriso macabro. Não sei como Kovu, estando numa forma tão leve e pequena, estava conseguindo se controlar em cima de meu ombro.

Ao longe, pude ver a nave que havia pegado Clark. Eles estavam parados, apenas esperando que eu chegasse. O restante das naves já estava seguindo para Nova York, e talvez até Kratos e Yano já estivessem entre eles. Bom, para que eu consiga salvar o mundo, preciso primeiro salvar meu melhor amigo. Preciso salvar o meu mundo.

Sem pestanejar, saltei da nave. Por sorte, eu estava com um daqueles equipamentos de paraquedas, então logo eu o abriria para que pudesse me direcionar corretamente em direção à nave à minha frente.

O frio que havia se alojado dentro de minha barriga aumentou gradativamente à medida que eu via a nave dos mercenários se aproximando.

Soltei o fecho do equipamento aéreo e o paraquedas se abriu para cima, diminuindo gradativamente a velocidade com a qual eu caia. Kovu ainda se mantinha firme e forte no meu ombro, como se tivesse sido grudado ao mesmo. Então me lembrei de que ele conseguia controlar o ar, e era provavelmente o que estava fazendo pra não cair.

Joguei minhas pernas para o lado esquerdo, e consegui me direcionar para a nave. Pareceu demorar um milênio, mas finalmente coloquei meus pés na nave inimiga. Eu estava em cima dela, segurando em uma de suas antenas em formato triangular e brilhantes. Eu não deveria estar conseguindo me manter viva e respirando numa altitude como aquela. Deveria. Mas era exatamente o que eu estava fazendo. E algo me dizia que Kovu tinha absolutamente tudo haver com isso. Ele estava concentrado em não permitir que eu caísse, em não permitir que ele caísse. Não sei se seria capaz de uma concentração tão boa quanto à dele.

Segurando de antena em antena, caminhei para uma das janelas. Vir-me-ei de cabeça para baixo e coloquei meu rosto de encontro ao vidro da janela que eu escolhera. O medo de que eu me soltasse e acabasse caindo era tremendo, mas me forcei a confiar em Kovu e em seus superpoderes.

Eu conseguia ter uma visão nítida do que ocorria dentro daquela nave, devido à minha posição inusitada. Eles não estavam se preocupando em assustar e traumatizar os humanos, pois estavam com suas formas reais. Os Grays têm a típica forma extraterrestres que os humanos descrevem: os olhos achatados, grandes e negros, a cabeça desproporcional ao corpo, um corpo esguio e sem genitais. Dois buracos mínimos onde deveria ser o nariz e, aparentemente, sem orelhas. E, é óbvio, eram totalmente cinzas.

Dois deles conversavam entre si na língua típica grayana. Não que eu não a entendesse, é claro. A língua extraterrestres é a mesma, é a vietnamita, a única coisa que difere são algumas palavras e o sotaque.

Eles falavam sobre a guerra, e sobre a vitória iminente que teriam caso conseguissem me matar.

Tentei não me sentir ofendida com aquele comentário.

Procurei Clark com os olhos, mas não obtive sucesso. Havia uma sala trancada, cujas janelas eram totalmente negras e opacas. A sala se localizava ao lado da sala de comando, e algo me dizia que era para essa sala que haviam levado Clark.

O imaginei trancado lá dentro daquela sala escura, sem que ninguém obtivesse uma aparência que ele designava normal, sem que ninguém conversasse com ele na língua que ele conhecia. E, conhecendo-o como eu o conhecia, ele estaria simplesmente amando a sensação. Clark nunca fora abduzido, por mais que tivesse certeza disso. Bom, agora ele acabara de ser abduzido, e com estilo.

Droga, ele realmente estava amando aquela situação.

Joguei minhas pernas para trás e fiz uma espécie de ponte com o corpo, usando as duas pontas da janela. Vir-me-ei com extremo cuidado, fazendo o mínimo de ruído possível, e então segurei firmemente na ponta de cima da janela. Rezando para que Kovu ainda estivesse controlado em não nos deixar cair, soltei minhas pernas e deixei que elas flutuassem no ar durante algum tempo, logo depois, as pressionei contra o vidro da janela até que o mesmo quebrasse.

Se eu fosse 100% humana, não seria capaz de fazer aquilo. Bom, pelo menos não com uma janela alienígena.

Graças a deus sou metade extraterrestre.

Depois de um baque ensurdecedor, mas que fora disperso no ar, me joguei para dentro da espaçonave grayana.

Aproveitando que os Grays ainda estavam deliberadamente surpresos com minha entrada fenomenal, criei um escudo de energia à minha volta, permitindo apenas que Kovu pudesse voar, sem ser sequer percebido pelos mercenários, para fora de meu campo de batalha.

Finalmente recuperados do choque inicial, os mercenários arreganharam seus dentes em minha direção e pegaram suas armas. Os grays não tinham muito poder, e os que tinham alguma espécie de poder, eram os do alto cargo. Ou seja, Kratos. O que quer dizer que esses mercenários não tinham a ajuda do sobrenatural.

Mas eu tinha.

- É a garrrrrota! – Um deles sibilou.

- Vamos matá-la, agorrrrrra! – Respondeu o outro, num sibilo similar.

Permaneci parada, me concentrando no escudo. Eu sei que era arriscado, mas minhas mãos estavam “coçando” para pegar em uma daquelas espadas.

Os dois empunharam suas espadas em minha direção e eu esperei o último segundo do momento para me esquivar. Com os reflexos extremamente aguçados, rolei por baixo das pernas de um dos mercenários e agarrei sua espada. Ele era forte e só a soltou quando utilizei um pouco de meu poder nele.

Quando ele finalmente caiu, duro, no chão e virou poeira, resolvi admirar minha nova conquista.

Foi tudo extremamente rápido, de modo que o segundo mercenário mal sabia o que havia acontecido. Mas quando viu que agora eu possuía uma arma letal em mãos, se postou à minha frente e me lançou um sorriso de escárnio.

- Vamos, terrrrrrráquia. Terrrrrremos uma luta justa! Sem superrrrrrpoderrrrrres.

Semicerrei meus olhou, desconfiada. Mas ele não tinha poder algum, enquanto eu tinha muitos. Alguns que eu nem conhecia ainda. E, caso algo acontecesse, eu ainda poderia usá-los. Ah, quem estou querendo enganar? Eu precisava distraí-lo. Eu iria enganá-lo.

Desfiz o escudo de energia que me envolvia e segurei mais firme no cabo negro da espada.

- Como quiser. Será mais prazeroso matá-lo desse jeito. – Falei, utilizando um tom sinistro que assustou até a mim mesma.

Eu nunca havia manuseado uma espada na vida, mas meus reflexos faziam tudo por mim.

Consegui arranhar várias vezes o braço do mercenário. Conseguia me esquivar de todos os seus ataques, consegui rolar para a direita e para a esquerda, consegui pular, consegui correr e consegui investir.

Eu conseguira machucá-lo, mas isso não quer dizer que ele não tenha conseguido me machucar também. Eu tinha diversos arranhões, arranhões fundos e sangrentos, por toda a extensão de meu corpo. Havia um especialmente grande em minha perna esquerda que estava me incomodando.

De repente, vi a borboleta colorida em uma das janelas negras da sala secreta. Eu precisava abrir aquela porta para que Kovu entrasse.

Corri para a porta da sala secreta, com um alienígena machucado ao meu encalço. Eu havia perfurado um de seus pés, o que o tornava extremamente lerdo em me perseguir. Utilizando-me dessa vantagem, coloquei uma de minhas mãos na porta.

Imaginei-me destrancando aquela porta por dentro, do mesmo modo que havia feito na presença de Clark em minha escola. Senti o clique e girei a maçaneta. Depois, vir-me-ei para o mercenário pela milésima vez e avancei em sua direção.

Eu precisava fazer de tudo para que Kovu conseguisse entrar naquela sala sem ser visto.

Comecei a levar o mercenário para o lado contrário de onde eu estava, forçando-o a ficar de costas para Kovu. Continuamos nossa dança de espadas, atingindo um ao outro, berrando palavrões e xingamentos em vietnamita.

Pelo canto do olho, vi Kovu entrando na sala negra e fechando a porta. Depois, concentrei-me no mercenário novamente. Meus braços estavam cansados demais para continuar manuseando a espada, que era pesada demais para mim. Então a joguei no chão e a chutei para longe do alcance do Grayano. Lancei-lhe um sorriso amargo.

- Tenha uma boa morte, otário.

Dizendo isso, eu utilizei o poder de minha mente para levitá-lo e, utilizando uma de minhas mãos, esmaguei sua traqueia. Sem sequer encostar nela. Eu apenas o levitei e comecei a amassar o ar a minha volta com uma de minhas mãos, apenas imaginando sua traqueia sendo esmagada e quebrada.

Ele regurgitou três vezes antes de morrer e caiu com um baque surdo no chão da nave.

 Senti-me infeliz por ter matado dois mercenários, e tive uma intensa vontade de sentar no chão e chorar. Mas eu não podia fazer isso, eu tinha que permanecer impassível.

Estávamos no meio de uma guerra.

Era matar ou morrer.

Você deve estar me odiando, e sinto muito por isso. Até eu estou me odiando. Daria de tudo para poder resolver essa guerra com diplomacia, sem mortes. Mas infelizmente isso não era possível. Não com um tirano como Kratos no comando da operação.

Observei quando o Gray se tornou um montinho de poeira e me encaminhei para a sala secreta. Um brilho sinistro emitia dela. Era Kovu, em sua forma Liriana, brilhando lindamente como a um verdadeiro anjo.

A sala era como a sala de um serial killer. Havia instrumentos afiados e mortíferos por todos os lados, havia esteiras flutuantes por todos os lados. Era totalmente escura, e se não fosse pela luz de Kovu, a única coisa que iluminaria aquele lugar era a luz fraca dos aparelhos levianos colocados em fila numa prateleira qualquer.

Ele estava lutando com cerca de três mercenários. Um dos outros dois mercenários que estavam próximos de meu melhor amigo, aproximava uma agulha realmente afiada ao olho de Clark.

Imaginei-me retirando aquela agulha da mão de alien e a fincando em seu próprio olho.

PLIMB.

E foi exatamente o que aconteceu.

O Gray começou a pestanejar em vietnamita, apontando para mim enquanto retirava a agulha de seu olho. Clark, que agora parecia estão odiando a situação, olhou para mim como se eu fosse uma espécie de deusa ou algo assim. Seu peito estufava repetidas vezes, e rapidamente. O que me dizia que sua respiração estava acelerada. Muito acelerada.

Agora eu tinha três mercenários ao meu encalço, e eu realmente gostaria de dizer que tive coragem o bastante para enfrentá-los, ou que os matei num piscar de olhos, ou que salvei Clark, ou... enfim, gostaria mesmo de dizer à você que fiz algo heroico. Mas não.

Não fiz absolutamente nada heroico.

Eu sai correndo em uma velocidade sobre-humana para fora daquela sala e comecei a bater e a quebrar todas as janelas da nave. Não encostei a mão em nenhuma delas, apenas usei o poder de minha mente. Mandei uma mensagem de SOS para Shawus e rezei para que Josh, Genevra e Dallas chegassem logo.

E, graças ao bom Deus, foi isso que eles fizeram.

Nossa nave se aproximou rapidamente da nave grayana, de modo que os três Vórtex apenas andaram da plataforma Plêiade até a plataforma Gray. Não houvera nem tempo de eu brigar de verdade com os mercenários que me perseguiram.

Enquanto Genevra e Dallas tomavam as dianteiras com os mercenários, me direcionei para onde Clark se encontrava. Porém, Josh me parou no meio do caminho.

- Josh! Preciso salvá-lo! O que diabos você está fazendo?! – Gritei, exasperada.

- Eu salvo ele. Você ajuda o Kovu, ele estaria aqui se não estivesse encrencado. – Sua voz estava calma.

Assenti, as lágrimas rolando soltas por meus olhos. Josh me deu um abraço rápido e correu para a sala secreta, comigo em seus calcanhares.

Enquanto Josh dava uma guinada para a esquerda e começava a soltar as amarras de Clark, me direcionei para a direita e me postei ao lado de Kovu, que pareceu dar graças a Deus por eu ter aparecido.

- Eles são os doutores. – Sussurrou ele, cansado, em meu ouvido. – Alto...

- Escalão. – Terminei.

O que queria dizer que eles tinham poderes.

Então, quando me preparei para atacá-los... eles haviam desaparecido!

- O quê?!

- Exato. – Murmurou Kovu.

Invisibilidade? Só pode estar brincando!

Senti uma mão invisível me asfixiando e, por mais que eu tentasse me livrar dela – inclusive usando o poder mental – eu não conseguia. Era forte demais.

Pensei que Kovu fosse me salvar, mas ele tinha seus próprios problemas. Estavam batendo nele sem piedade, e o coitado simplesmente não podia se esquivar, pois não se pode se esquivar do invisível.

Pensei realmente que iria morrer, que não salvaria o mundo, que o alfa da profecia era eu e que eu iria mesmo morrer.

Mas felizmente não foi o que aconteceu.

Josh conseguiu libertar Clark e o empurrou para fora da sala secreta, sem dar ouvidos para suas reclamações. Depois fechou os olhos e instantaneamente os abriu. O estranho era que agora seus olhos não eram mais verdes, eram amarelos. E sua íris, antes negra, havia se tornado de um roxo púrpura.

Antes que eu pudesse perder os sentidos, Josh, de algum modo, conseguira acertar o Gray que me enforcava. Consegui vê-lo, morto, aos meus pés.

- Como...? – Tentei perguntar, pois minha traqueia estava um pouco dolorida e isso dificultava minha fala.

Josh agarrou Kovu pelo colarinho e o jogou para o meu lado com força exagerada. Peguei Kovu antes que o mesmo caísse no chão e continuei a admirar o show que Josh estava me proporcionando.

Ele queimava os seres invisíveis como se de fato pudesse vê-los, e logo todos os grayanos invisíveis estavam mortos.

- Como...? – Foi a vez de Kovu perguntar.

Josh fechou os olhos novamente e, quando os abriu, eles haviam adquirido o tom verde normal de sempre.

- Consigo ver através do calor corporal também. – Disse simplesmente, então sorriu. – Legal, né?

- Legal seria se você nos avisasse sobre isso. – Falou Kovu, amargo. – Eu pensei que realmente iria morrer, ai você aparece conseguindo ver seres invisíveis, ai eu pensei que estava ficando louco.

Reprimi uma risada e abracei Josh.

- Obrigada por salvá-lo. E por nos salvar também.

Josh me encarou por segundos eternos em que eu senti o sangue subindo desesperadamente para meu cérebro.

- Hã... acho melhor voltarmos para lá. – Apontei para fora.

Quando saímos da sala secreta, havia poeira de Gray por todos os lados. Genevra tinha um arranhão feio no antebraço direito, mas isso não parecia incomodá-la. Clark ainda tentava controlar sua respiração, e Dallas fazia montinho de poeiras com seu poder de DALL.

Quando nos viram, perguntaram se estávamos bem.

- Sim. – Falei, então olhei para Josh. – Josh foi um verdadeiro herói lá dentro.

Todos sorriram para ele. Menos Kovu, que era sério por natureza, e Clark, que estava confuso e assustado demais para fazer alguma coisa.

Genevra e Kovu assumiram o controle da nave em que estávamos enquanto Josh levava a mim e a Clark para a nave Plêiade. Clark estava realmente muito assustado, de modo que resolvi levá-lo para uma nave que ele conhecia, e onde poderia receber cuidados médicos de Doutor Orson.

- Clark, vá em linha reta até a plataforma da nossa nave e me espere ali, está bem? –Falei, baixinho, para Clark.

Ele me olhou por um segundo, então assentiu e fez o que pedi.

- Espero que ele fique bem, sei o quanto ele é importante para você. – Disse-me Josh.

Sorri.

- Ele é. – Então suspirei. – Obrigada mesmo por salvá-lo.

Josh deu de ombros.

- Sabe que gosto de você. E, se Clark é assim tão importante para você, eu iria salvá-lo. Nem que minha vida dependesse disso.

Sorri novamente e Josh colocou o indicador direito em meu queixo, puxando-o para o encontro de seus lábios. 


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