Nesse pouco tempo que estamos aqui pudemos notar a nítida diferença para Treblinka. Pela manha fomos supervisionar o trabalho dos presos, trabalho esse que é tudo menos leve; a Ino e a Hinata também foram submetidas ao mesmo ritmo de trabalho que nem sei se elas vão agüentar. Depois do “expediente” elas tomaram banho e voltaram para a cela; enquanto o Naruto tomava banho a Hinata me chamou e fui ver o que ela desejava.

– O que foi?
– Posso te pedir uma coisa?
– Claro.
– É que eu queria que você me trouxesse algumas coisas.
– O que quer que eu traga?
– Isso aqui. – e me disse o que queria
– Pra que precisa disso?
– É que... hum...
– Nem precisa dizer. Eu já percebi. Não se preocupe, eu vou buscar.

Ela pediu um pedaço grande de cordão, um lençol, um martelo e dois pregos. Quando ela montou o lençol circundando a cama que ela dormia só confirmou o que eu já sabia. Agora notei que estou muito avulso no tempo.

– Pra que essa armação? – Ino me perguntou
– É que... – então eu disse o que a Hinata pretendia
– Nossa! Eles já chegaram nessa fase?
– Pois é.

A verdade é que tanto o Naruto quanto a Hinata já não agüentavam mais o desejo que tinham. Por isso decidiram se entregar aqui mesmo nessa prisão, mesmo sabendo e correndo riscos. Estranho? Pode apostar que é. Loucura? Mais ainda, pois fui eu que vigiei a porta para impedir que alguém entrasse; mas eu não os repreendo. Eu sei o que eles estão sentindo.

– Gaara.
– Que foi?
– O negócio ali está quente.
– E não é? Eu fiquei tão distraído com você que nem notei o quanto eles evoluíram.
– Você... também me deseja?

Ela corou ao fazer essa pergunta, mas eu já a conheço o suficiente para saber que ela me perguntou isso pelo momento e não havia segurança em suas palavras. Por isso tomei cuidado com a resposta.

– Não só desejo. – toquei em seu rosto – Mas também amo.

Foi nessa hora que o Naruto voltou a ocupar seu posto e ostentava um sorriso de orelha a orelha. Nem falei nada e, depois de namorar um pouco a minha lorinha, um barulho me chamou a atenção.

– Onde vai? – perguntou Naruto
– Ouvi uma coisa e vou verificar.

Então eu fui e voltei preocupado.

– Viu alguma coisa?
– Tem pegadas perto da porta. Acho que alguém viu a gente.

A minha preocupação é que isso chegue ao conhecimento do chefe daqui e isso prejudique as meninas. Podem apressar a morte delas ou levá-las a um bloco perto daqui onde funciona um... Ah! Melhor nem pensar nessa possibilidade. Por hora tudo está correndo bem e é isso que importa. Se não fosse o sono eu escreveria agora o que vi durante esses dias de estadia nesse lugar. Bom, deixa eu ir dormir, se conseguir esquecer... esquecer... esquecer...