Imagens, Sons E Sentimentos escrita por Mayumi Sato, kaori-senpai, Bastet, Blue Dammerung, Bell the Kitsune, Bell the Kitsune, Nekoclair, Ace, IsaWonka


Capítulo 5
Winter[+18] - por: Srta_Syn_FF7


Notas iniciais do capítulo

"Naquela noite, a quarta noite naquele lugar, sozinho, silencioso, Roderich não tomou aquele chá. Na verdade, não dormiu, e passou toda a madrugada escutando aquela voz sussurrar seu nome e outras coisas diferentes, palavras imorais demais, descrições de atos pervertidos demais para sua alma que o assistente de olhos violetas ainda considerava pura o bastante para escapar de tais tentações."
- AVISO IMPORTANTE: Essa one-shot contém cenas sexuais extremamente descritivas e uma temática potencialmente polêmica.



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https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=siDcX3By-NA - Inverno(Vivaldi)

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Winter

Tinha começado a nevar. Roderich apertava o casaco pesado contra si, abraçando-se, tentando se proteger do frio. Estava ao canto, meio distante do caixão exibido, aberto, com seu dono dentro. Pessoas entravam e saíam da capela, grande parte delas com um semblante triste, outras chorando copiosamente e uma minoria com um sorriso de canto. “A morte de uns é a alegria de outros”, pensou, suspirando. As mãos enluvadas se esfregavam uma na outra, tentando obter calor. Era só ele que estava congelando ali?

            O padre da igreja, Antonello, sorria e dava batidas nos ombros das pessoas que mais choravam, prostradas diante do caixão. O homem era rico, cheio de filhos e familiares que adorariam meter as mãos em sua fortuna, mas ao que diziam, tinha vivido muito e bem. Morrera aos 92 anos e, agora, segurava uma rosa branca sobre o peito e vestia um terno pequeno demais para a enorme barriga que tinha.

            - Rod, queira pegar um pouco d'água para esta dama, por favor.- ouviu o padre lhe pedir. Afastou-se da parede na qual estava apoiado e foi, voltando pouco depois. Ela deveria ser, no mínimo, neta ou bisneta do falecido. Era jovem, com cabelos muito claros, quase brancos e olhos de um castanho que quando a luz batia, assumia um tom de quase vermelho. Era bonita, Roderich pensou, mas inalcançável.

            Tinha escolhido aquele caminho para si, e nele permaneceria até o final de seus dias.

            Roderich era assistente do padre, mais do que um coroinha, era quase... Padre. Estava sendo instruído por ele e logo iria para Roma completar seus estudos, mas, antes, precisava receber todos os ensinamentos do padre Antonello, que deveria estar congelando, aliás. Todos vestiam pesadas roupas, menos ele. Estava apenas com sua batina habitual, e de vez em quando Roderich conseguia perceber que suas palmas tremiam por causa do frio. Ainda assim, ele não parava de sorrir, de prestar condolências aos familiares e amigos e de dar algumas palavras de conforto a eles. Um homem tão bom.

           

            Roderich gostaria de ser assim um dia, ser capaz daquilo.

            As portas da capela estavam abertas, e eram por elas que o frio entrava tão forte. Lá fora, como havia dito, nevava e agora, ventava. Flocos de neve se espalhavam dentro do lugar, pregando-se aos vitrais, aos bancos, caindo ao chão do altar. Ainda bem que não era um lugar grande demais ou então seria extremamente trabalhoso limpá-lo.

            Moravam numa cidade pequena, religiosa, organizada, daquele tipo onde todo mundo conhecia todo mundo. Felizmente, Vienna ficava a poucos dias de viagem dali – de ônibus, já que não eram muitos aqueles que tinham carro – então nem tudo era tão ruim.

           

            - Ele morreu de quê?- Roderich ouviu alguém perguntar a outra pessoa, dois homens conversando perto de si.

           

            - Ninguém sabe. Disseram que ele estava em casa, terminando de assinar os papeis da herança sabe? Aqueles papéis que você diz com o que cada filho vai ficar, e de repente, morreu de parada cardíaca, algo assim. Foi engraçado, ele só terminou de escrever o nome do filho mais novo e morreu, não consigo sequer colocar os nomes dos outros filhos... Agora o rapazinho vai herdar tudo, por pura sorte do destino.

            - Nossa... Que sorte. Espero que o velho Straussen vá para um canto melhor. - um dos homens disse, fazendo o sinal da cruz sobre o peito e se retirando junto com o outro homem.

            Roderich achava engraçado alguns daqueles enterros, as ideias que as pessoas tinham sobre a morte. Algumas completamente sem pé nem cabeça, mas outras bastante interessantes. Estava indo pegar alguns fósforos para reacender as velas que haviam apagado com o vento quando alguém lhe segurou pelo braço. Era a dama de cabelos quase brancos, pele muito branca, perfeita. Quase porcelana, olhos quase vermelhos.

            -Senhor... Roderich, não é?- ela perguntou, sem soltar o braço dele. Era muito bonita. Usava um casaco de couro, uma camiseta por baixo, uma mini-saia e leggings por baixo, além de um par de sapatos de salto-alto, tudo negro, claro, de luto.

            - Sim. - Roderich se virou direito para ela, obrigando-a a soltar seu braço. Sorria, dentes perfeitos, olhos com cílios longos e olhar penetrante. Era quase uma daquelas bonecas.

            -William Straussen era meu bisavô. - ela disse, a voz falhando, desviando o olhar como se fosse recomeçar a chorar. - Sinto tanto a falta dele...

            - Meus pêsames. - Roderich respondeu.- Mas ele está no reino de Deus agora, muito mais feliz.

            Ela pareceu vacilar por alguns momentos. Talvez com o choque da morte do bisavô, a notícia não deveria ter sido digerida totalmente ainda, Roderich não sabia, mas com certeza ela havia vacilado, tanto que até pensara que fosse desmaiar.

           

            -Você está bem?- ele perguntou, inocentemente preocupado. - Precisa de alguma coisa?

            - Estou bem... - ela sorriu. - Eu morava com Thomas, o filho mais novo dele... Acolheram-me depois que descobriram que eu precisava de um lugar para ficar. Sempre me tiveram por perto, mesmo eu não tendo o mesmo sangue que eles... - ela murmurou, coçando um dos olhos, algumas lágrimas caindo. Como Roderich suspeitara, nenhuma maquiagem. Ela era totalmente perfeita. -Eu via William com uma grande frequência... Era um homem tão bom...

            - Sim, deveria ser. Perdoe-me, mas eu preciso acender as velas antes que todas apaguem por causa do vento. Talvez se...

            - O frio e o vento lhe incomodam...? Incomoda a mim também, gosto mais do calor. - ela sorriu, olhando fundo nos orbes violetas do assistente de padre. - Às vezes acho que este vento está soprando forte por minha causa, por não me querer aqui dentro...

            - E por que não?

            - Porque não faço parte daqui. - ela sorriu um tanto mais.

            Então se virou e simplesmente saiu, como se tivesse terminado o assunto, deixando Roderich meio sem ação. “Daqui”? Deveria estar falando da cerimônia, afinal, ela não era daquela família, deveria se sentir meio por fora mesmo.

            Roderich adentrou os cômodos mais internos da capela e voltou com fósforos, acendendo as velas. Logo parou de ventar tanto, e por coincidência, justamente quando a moça de cabelos quase brancos tinha ido embora. Que engraçado, que... Sinistro.

            Pouco depois, toda aquela cerimônia terminou e Roderich ficou com a parte da limpeza. Não achava ruim de um todo, o mantinha ocupado e quando ia dormir, geralmente estava exausto demais, e isso lhe garantia um sono completo por toda a noite sem aqueles pesadelos ou sonhos inquietantes.

            Ao pôr do sol, padre Antonello se despediu e foi para a parte mais interna da capela onde havia alguns poucos e pequenos quartos, bastante pobres, uma cozinha, um banheiro e uma dispensa. Apenas o necessário, nada de luxos.

            Roderich não podia mentir, até sentia falta de uma televisão, mas a capela já tinha gastos demais e ninguém ali tinha dinheiro para comprar uma. Todo o dinheiro arrecadado ia para orfanatos, hospitais, coisas assim. Fazia o moreno de olhos violetas dormir mais leve no final do dia, mas ainda assim, ele gostaria de ter uma televisão para ver o que quisesse e quando quisesse.

           

            Conforme a noite avançava e Roderich terminava de limpar tudo – toda aquela neve que entrara na capela derretera e alagara muita coisa, fazendo uma bagunça –, as coisas ficavam terrivelmente silenciosas. Lá fora, nenhum barulho senão o da neve caindo de forma mais branca. Alguns animais faziam barulhos de vez em quando, mas era algo tão pouco...

            Roderich tinha despido o casaco e as luvas, apenas com sua batina naquele momento. Apesar de ainda não ser um padre oficial, Antonello lhe deixava usar aquelas roupas. Dizia que era bom se acostumar com o peso delas.

           

            Estava catando as flores que tinham caído no chão quando ouviu batidas na porta.

            Roderich estremeceu, derrubando as rosas já murchas sobre o chão. Estava muito tarde, para os padrões daquela cidade, e quase levara um susto porque estava tudo tão silencioso e de repente BAM BAM BAM as batidas na porta. Quem deveria ser? Alguém procurando abrigo, será?

            Atravessou a capela e foi até lá, abrindo uma das portas de madeira pesadas da capela, vendo a neve caindo a sua frente, o pequeno jardim gramado com uma árvore a alguns metros dali e então, a entrada dos terrenos da igreja. Apenas isso. Não havia ninguém ali.

            Roderich franziu o cenho, gritou “tem alguém aí?” algumas vezes e então voltou a fechar a porta, meio exasperado. Deveria estar só escutando coisas.

            Terminou de limpar tudo e para seu alívio, foi dormir sem mais nenhum acontecimento estranho, mas aquele era o primeiro de muitos. No dia seguinte, quando foi até a feira no centro da cidade, sentiu-se observado o tempo todo. Na volta, pensou ter ouvido seu nome ser chamado repetidas vezes, mas sempre pela mesma voz: Masculina, meio rasgada, ainda assim, estranhamente... Atraente. Não no sentido de provocar algo sexual, mas no sentido literal de atrair os pensamentos do assistente de padre para aquela voz.

            Não, não, deveria ser o cansaço, deveria estar pensando coisas.

            Todos os dias, durante duas semanas, algo pequeno, mas estranho, sempre acontecia. Coisas suas sumindo quando ia dar uma volta pela cidade, seu nome sendo chamadas, pedras jogadas à sua janela a noite... Era meio assustador, mas deveriam ser moleques lhe perturbando por prazer ou algo mais racional. Roderich não estava realmente preocupado com aquilo, claro que não, e por isso, não chegava a tomar alguma medida. Tinha certeza que, cedo ou tarde, aquelas brincadeirinhas haveriam de parar.

            Tolo engano.

            Padre Antonello precisou viajar no final do mês. Disse que ficaria uma semana fora e que enquanto ficasse ausente, Roderich seria praticamente o padre da cidade. Visitaria os enfermos, daria as missas, cuidaria da capela, de tudo. Roderich ficou feliz, era a primeira vez que recebia uma responsabilidade tão grande, mas ao mesmo tempo, não se sentia... Totalmente confortável.

            Quando o padre Antonello partiu e Roderich pela primeira vez passou a noite completamente só naquela capela, ouviu aquela voz voltar a lhe chamar. Levantou-se da cama no meio da madrugada com uma lanterna e apenas com a camisola que usava para dormir, procurando, mas não havia ninguém. Chegou até a olhar fora da igreja, mas não havia ninguém, e quando voltou a se deitar na cama para dormir, voltou a ouvir aquela voz.

            E ela murmurava seu nome “Roderich... Rod... Rode... Roderich... Edelstein...” sem parar, e ao invés de causar medo ao assistente de padre, lhe inquietava. Provocava-lhe arrepios, a forma como aquela voz murmurava seu nome era uma forma totalmente imoral, suja. Antes era quase suportável ouví-la, agora Roderich sentia-se o mais infame dos pecadores apenas ao escutá-la. Pareciam gemidos, dos mais pervertidos, só que feitos ao mesmo tempo em que seu nome era dito.

            Aquela havia sido a primeira noite dentre sete que passaria sozinho.

            Na segunda noite, não chegou a ouvir a voz lhe chamando daquela forma, mas teve sonhos... Que um assistente de padre não deveria ter. Em todos, fazia sexo com aquela menina de cabelos quase brancos e de olhos quase vermelhos que viera a cerimônia daquele homem rico morto. Ela gritava seu nome, mais e mais, mas sua voz ficava cada vez mais grossa, até se tornar masculina, até o corpo embaixo de Roderich não ser mais aquela coisa curvilínea e delicada e sim, máscula, com costas largas e abdômen definido, sem seios volumosos nem longos cabelos pregados ao corpo pelo suor. Ele mordeu seu pescoço com força, arrancou sangue, então o jogou na cama, abriu suas pernas e o teve para si de forma que nenhum homem, segundo a igreja, deveria ter o outro. Mas isso não havia sido o pior.

            O pior era que, no sonho, Roderich havia adorado aquilo.

            A forma como de repente fora subjulgado por aquele... Homem, não era? Pelo menos fisicamente era homem. A forma como ele havia lhe arranhado as costas ao fazê-lo ficar de quatro, como ele mordera seus ombros, seu pescoço, como ele depois lhe jogara na cama de barriga para cima e sugara seus mamilos com força, descendo os lábios até seu membro e sugando-o, literalmente lhe chupando a ponto de fazer Roderich arquear as costas e gritar de prazer.

            Roderich queria se esconder e passar o dia rezando pela vergonha que tinha de sonhar algo assim... Ele ainda era virgem! Pelos céus, o mais próximo que chegara do sexo hétero foram alguns amassos quando mais novo, mas do sexo gay... Não. Já era condenável um padre fazer sexo hétero, mas sexo gay... Era o mesmo que pedir para ser excomungado imediatamente e condenado a uma vida infeliz, já que vivia numa cidade pequena. Todos falariam pelas suas costas.

            Naquela manhã, Roderich se levantou da cama, despiu a camisola simples e a dobrou sobre a pia, mas praticamente engasgou quando se viu de frente ao espelho. Pelo reflexo conseguia ver: Estava todo marcado. Marcas em seu pescoço, ombros, peito, costas, coxas e até nádegas. Pelos céus, pelos céus, pelos céus! Que diabo tinha feito na noite passada?! Estava ficando louco?! Talvez tivesse se arranhado por conta própria, só podia, porque não havia outra explicação!

            Depois de um longo banho e de horas rezando e pedindo desculpas ao Pai por ter sonhado com tais coisas e arranhado a si próprio e assim, deformado o próprio corpo, foi cuidar da igreja, das missas e dos fiéis, coisa que até foi boa porque lhe tirou toda aquela preocupação (e vergonha) da cabeça.

            Antes de dormir, porém, naquela noite Roderich tomou um chá que padre Antonello lhe ensinara a fazer. Servia apenas para dormir um sono tão pesado que não tivesse riscos de ter sonhos ou pesadelos como aquele novamente (já que aquele sonho imoral e impróprio com certeza era um pesadelo). Realmente, Roderich não teve nenhum sonho na terceira noite que passou sozinho naquela igreja.

            Realmente, ele acordou com as marcas já desaparecendo do seu corpo e sem nada de mais, sem vozes ou coisas assim. Talvez estivesse apenas precisando dormir e dormir muito, descansar. Talvez fosse só o stress.

            Já vestido e tendo tomado café, aproveitou que era cedo para ir até o pátio de frente a capela, varrer o local, tirar um pouco daquela neve acumulada. Abriu a porta e engasgou quando viu um pedaço de papel debaixo de uma pequena pedra, claramente deixado ali por alguém.

            “Eu sei.”

            Era tudo que o maldito bilhete dizia. Roderich engoliu em seco, sentiu arrepios correrem por toda sua espinha e amassou o papel, jogando-o fora depois. Do que ele sabia? Dos seus sonhos? Da voz que não lhe deixava em paz? Dos pensamentos que estava tendo ultimamente? E quem sabia? Como sabia?

           

            Estava ficando louco.

            Naquela noite, a quarta noite naquele lugar, sozinho, silencioso, Roderich não tomou aquele chá. Na verdade, não dormiu, e passou toda a madrugada escutando aquela voz sussurrar seu nome e outras coisas diferentes, palavras imorais demais, descrições de atos pervertidos demais para sua alma que o assistente de olhos violetas ainda considerava pura o bastante para escapar de tais tentações.

            O que tinha feito para merecer aquilo? Aquela tentação, que só podia ser coisa do demônio? Não saía culpando Lúcifer por toda a desgraça do mundo, mas pelos céus, aquilo, aquelas vozes, aqueles sonhos, só podiam ser fruto das maquinações dele!

            Começou a rezar assiduamente então, todas as orações em todas as línguas que sabia falar, qualquer coisa que mantivesse as vozes tão atraentes longe da sua cabeça, qualquer coisa que mantivesse os sonhos indignos longe, qualquer coisa, qualquer coisa.

            Roderich não queria ir para o Inferno.

            Mas acabou por pegar no sono, e tão logo que sua boca parou de proferir orações e credos, aqueles ditos sonhos voltaram. Sequer começara com aquela senhorita daquela vez, não, era ele já, aquele rapaz, ou um homem muito jovem, muito branco, lhe jogando na cama e puxando todas as suas roupas. Roderich tinha os pulsos presos à cabeceira da cama por correntes. O rapaz abriu suas pernas, arranhou suas coxas mais uma vez e praticamente engoliu seu membro, fazendo-o arquear as costas mais uma vez.

            Naquele momento, mesmo que em seus sonhos, Roderich não se importava mais se acabaria indo para o Inferno ou não.

            Não precisava ter vergonha de si mesmo em seus sonhos, não sentia constrangimento ou culpa por fazer ou gostar daquilo. Seus sonhos eram apenas seus, ninguém mais via, ninguém mais sabia, e neles podia fazer o que quisesse.

                                     

            No sonho, ele puxava os cabelos brancos, literalmente brancos, do rapaz que lhe tinha na boca. Puxava quase arrancando as mechas, arqueando as costas, até chegar ao ápice na boca dele. Ele então ergueu o olhar, lambendo os lábios, e Roderich conseguiu ver dois pequenos caninos um pouco maiores do que deveriam ser. Como presas. O rapaz tinha olhos absurdamente vermelhos, como sangue, como as rosas que havia no pátio da igreja antes do inverno começar e elas acabarem morrendo.

            Ele era lindo, totalmente sensual, literalmente exalando sexo pelos poros, gritando o sentido literal da palavra em todo ato que fazia, as palmas correndo pelas coxas do austríaco, passando pelas várias marcas que havia ali.

            “Eu sei, Roderich... Edelstein... Eu sei de tudo... E não negue amanhã de manhã, você é meu... Já tenho você em seus sonhos, agora... Falta apenas tê-lo... Em carne e osso...”, ele murmurou, puxando Roderich para um beijo violento, apalpando seu corpo e movendo os quadris contra os dele. O menor – porque sabia ser mais baixo do que o rapaz de olhos vermelhos – sentia o membro dele roçando contra o seu, roçando contra seu corpo todas as vezes que ele movia os quadris, quente, e por mais constrangedor que fosse admitir isso em situações normais, grande o bastante para fazer qualquer um se calar.

            Na manhã seguinte, Roderich acordou com o lábio inferior machucado, como se algo tivesse o cortado durante a noite. Além disso, marcas em todo o corpo.

            Durante os sonhos, ele gostava de deixar-se levar, de sentir o prazer imaginário deles. Quando acordava, passava horas prostradas diante do altar, pedindo desculpas por sonhar tais coisas, rezando, tentando lavar a própria alma que já sentia estar suja.

            Não conseguia negar, ele gostava de verdade daqueles sonhos, do prazer, do calor, de tudo. Arriscava a pensar naquilo durante o dia, quando estava varrendo ou esperando os fiéis chegarem para começar a missa, mas segundos depois se martirizava pensando naquilo. Não era digno, não devia, não precisava, não não não. Iria para o Inferno, seria impuro, seria indigno, seria sujo, nada de bom poderia ser tirado daquilo.

            Neste ritmo de autoflagelação, as demais noites se passaram, até chegar a sétima noite. Padre Antonello estaria ali na tarde do dia seguinte, já ligara avisando. Em pouco tempo ele chegaria e tudo voltaria ao normal. Roderich tinha esse pressentimento de que tudo aquilo só estava acontecendo consigo porque sem a presença pura de padre Antonello, aquele lugar ficava fraco e vulnerável a outras influências.

            Era sua última noite naquela tortura sem fim.

            Depois de ter limpado todo o lugar e cuidado de tudo, Roderich tinha tomado um banho e estava pronto para dormir. Tinha vestido sua camisola até, e estava fazendo aquele chá, dose redobrada para dormir de forma tão pesada que nada, repetindo, nada seria capaz de lhe acordar.

            Até ouvir batidas na porta da capela tão tarde quando todos deveriam estar dormindo. Quem seria? Não era o padre Antonello, ele não chegaria tão cedo. Não era nenhum fiel, era muito tarde. Quem seria? Roderich deixou o chá fumegando na cozinha, já feito, e com passos hesitantes foi até a porta. Não tinha nada para se defender, claro que não, pregava a paz acima de tudo, mas naquele momento amaria ter alguma coisa em mãos.

            Engoliu em seco e girou a chave que trancava as portas, abrindo uma delas, o vento gelado lá de fora entrando com tudo e trazendo consigo dezenas de milhares de flocos de neve, fazendo o austríaco fechar os olhos, segurando sua camisola porque ela quase subiu. Por baixo dela vestia apenas sua roupa íntima, claro.

            - Olá, Roddy.- ouviu a voz, e no mesmo instante o coração vacilou juntamente com as pernas ao mesmo tempo que paralisava naquela posição, abrindo os olhos devagar. Não, não, não podia ser real, não podia, não, era coisa da sua cabeça, estava tendo alucinações bem reais, isso, só podia... - Não vai me convidar para entrar?

            Roderich abriu os olhos, engasgando. Ele, o rapaz dos seus sonhos, vestido de forma tão elegante para os padrões da cidade que na cabeça do austríaco uma voz já gritava 'ESTRANHO', somado com os cabelos muito brancos e olhos muito vermelhos e ainda, os dois caninos acentuados demais, aparentes em seu sorriso largo e amistoso. E sedutor. Extremamente sedutor.

            - Q-Quem é...

            -Você sabe quem eu sou, Roddy.- ele cortou o moreno antes que continuasse. Permanecia de frente a porta, sem entrar, mas poderia facilmente se quisesse. Se Roderich prestasse bem atenção a alguma coisa que não fossem os olhos do outro, teria visto dois pequenos volumes na cabeça do albino, como se fosse dois chifres, um de cada lado, pequenos, mas não totalmente invisíveis, facilmente confundidos com mechas rebeldes demais para serem domadas.

            -V-Vá embora!- Roderich exclamou, recuando um passo. O outro rapaz sorriu e avançou um, quase entrando na igreja desta vez. Tinha ambas as mãos dentro dos bolsos do terno que vestia, negro e vermelho, de corte e tecidos perfeitos.

            -Você sabe o que Deus fez no sétimo dia? Claro, você deve saber... Vê isso todo dia, não é? Mas que coisa chata, ficar vendo a mesma história, todos os dias, ficar falando as mesmas coisas... -O rapaz continuou, apoiando-se na porta, cruzando os braços então. Roderich engoliu em seco. Sentia-se nervoso e inquieto, como se apenas a presença do outro ali lhe ameaçasse de eterna perdição nas chamas do Inferno.

            - N-Não profane o nome de Deus assim! V-Você não pode...!

            - Não posso o quê? Eu faço o que quero e digo o que quero. Deus descansou, e quando ele descansou, deixou a guarda baixa para seres como eu... Sétimo dia, pffff, isso é furada. Você sabia que hoje é o sétimo dia? Você sabia que...  Geralmente, eu teria que ser convidado para entrar neste lugar? Eu o odeio, afinal. Você já deve ter... Matado a charada, não é, Roddy? De quem eu sou?

            O rapaz albino avançou um passo, adentrando a igreja, avançando mais e mais enquanto Roderich recuava, ofegante, assustado, diante de algo que não conhecia, as palavras do outro lhe atingindo como facadas. O rapaz fechou a porta atrás de si então, trancando-a com a chave e escondendo-a dentro do bolso do terno que vestia, voltando-se mais uma vez para o assistente de padre.

            -F-Fique longe de mim! Seu monstro!- Roderich exclamou. Pensou ter visto um olhar vermelho nos orbes do outro conforme ele lambia os lábios e avançava cada vez mais.

            Roderich correu, atravessando o salão onde ocorriam as missas, correndo, correndo como se sua vida dependesse disso, mas a camisola que vestia, tão casta e tão branca, lhe atrapalhava ao correr. Caiu no chão com tudo, mas foi imediatamente levantado por mãos quentes, tão quentes quanto a chama de uma lareira no meio do inverno.

            -Você não pode fugir de mim, Rod... Sabe por que eu passei todos esses dias... Atrás de você...? Você... Viu-me no enterro do Straussen, aquele velho porco... O filho mais novo dele me chamou, disse 'mate-o, me dê todo o dinheiro dele e minha alma é sua...' mas a alma dele não tinha graça... Moleques assim não tem gosto, mas a sua... No momento que pus os olhos em você, eu quis... Eu desejei ardentemente...

            O demônio riu, e com ele, as estruturas da capela pareceram estremecer. Abraçou Roderich por trás, mordendo seu pescoço, cravando as presas em sua pele clara até sentir o gosto de sangue, lambendo os fiapos que desceram pela clavícula do menor, que se debatia ferrenhamente, tentava escapar, mas o demônio era muito mais forte e lhe segurava com força demais, quase machucava.

            O mais engraçado de tudo, era que a mordida não doera, nem quando sangrara, e o aperto dele tinha um calor perigosamente bom. Tudo que ele fazia, tudo que ele dizia era atraente. Era como se sua voz convencesse Roderich a pular na boca de um vulcão por estar com frio. A ideia parecia muito boa a primeira vista, mas só a primeira vista.

            - Não invente de pedir ajuda d'Ele... Ele não vai te ajudar, e sabe por que...? Você já foi corrompido por mim... Você gosta, você quer, não é...? Está sentindo prazer no que estou fazendo... Se não quisesse, teria sentido dor, teria gritado de dor, por que é isso que fazemos e é assim que vocês respondem... Você gosta, não gosta, Roderich...? Você quer... Você quer muito...

            - N-Não, s-solte-me! Solte-me já!- conseguiu exclamar, mas a voz tremeu e falhou tristemente quando sentiu a palma do demônio ir até o meio de suas pernas, apertando seu membro por debaixo de todos aqueles tecidos, fazendo-o soltar um gemido sem querer, mordendo o lábio com força.

            Ele não queria aquilo, não queria, não queria, todos descobririam, todos iriam saber, seria excomungado e perderia tudo, teria que se mudar, teria que fazer tantas coisas... Aquele toque quente e todo aquele prazer não valiam a pena, não valia a pena, não...

            Valia a pena.

            - Seja meu... Seja só meu... E eu vou lhe dar... Tudo o que quiser... - ele murmurou no ouvido do menor, lambendo o lóbulo da orelha, mordiscando de mais leve desta vez enquanto Roderich sentia as pernas bambas, segurado apenas pelos braços do outro. Não conseguia dizer não. Sua mente gritava vários nãos em todas as línguas que conhecia, mas não conseguia dizer, não conseguia negar, não conseguia não querer aquilo. - Grita meu nome, Roddy... Eu quero ouvir você gritar...

            -... Qual é s-seu n-nome...?

            - Alguns... De Belial... Mas você vai me chamar pelo nome que mais gosto... E o que mais vai gostar de ouvir... Gilbert...

            - G-Gilbert... - Roderich murmurou. Conhecia Belial, havia estudado sobre ele, mas antes que se lembrasse de onde ele era e em que parte da Bíblia era citado e o que fizera, Gilbert o jogou no chão, o fez ficar de peito para cima e literalmente rasgou a camisola que ele vestia, puxando a roupa  íntima de uma vez.

            Era quase totalmente igual aos sonhos que tinha, e Roderich sentiu um arrepio.

            Gilbert riu, sentando-se sobre o quadril do menor, deslizando as pontas dos dedos enluvados em couro negro sobre o peito do austríaco.

            -Shhh... Não há o que temer, Roddy... A única coisa da qual vou fazer você gritar é de prazer... Nada mais... Confie em mim... Estou dando a minha palavra, como demônio da mais alta classe...

            Roderich engoliu em seco, sentindo o olhar vermelho do outro sobre si, sentindo toda a luxúria, toda a sensualidade no seu estado mais bruto e mais selvagem apenas olhando nos olhos do outro. Assentiu com a cabeça devagar, e fechou os olhos, o coração a mil.

            Gilbert lambeu do abdômen até o pescoço do menor, lambendo onde já tinha parado de sangrar da mordida passada, lambendo e sugando, as palmas já sem as luvas correndo pelo corpo do seu pequeno brinquedo, apertando seus mamilos, fazendo o austríaco arquear as costas e gemer de forma abafada.

            Estava fazendo sexo com um demônio em frente ao altar de uma igreja. Tinha certeza que, depois daquilo, com certeza iria para o Inferno, mas Gilbert não lhe dava outra escolha. Era como se a cada toque, a alma do assistente fosse cada vez mais seduzida por ele, como se a cada palavra que ele dissesse, Roderich tivesse a certeza que queria fazer aquilo e que estava adorando.

            Realmente, estava adorando.

            Fechou os olhos com força ao sentir as mãos do menor erguer suas pernas, segurando atrás das suas coxas enquanto o demônio recuava e sentava-se entre elas. Em poucos segundos, Roderich sentiu o calor úmido da boca do outro, e gemeu, alto, rouco, ansioso por mais. Ele lambia, sugava, deslizava a língua por toda a extensão e de vez em quando se afastava apenas para distribuir beijos e brincar apenas com a ponta do membro desperto, voltando a abocanhá-lo, sugando-o com tanta força e tanto afinco que Roderich chegou ao ápice apenas com aquilo.

            Ofegante, abriu o olho devagar, corado, meio suado, como se tivesse corrido uma maratona. O peito subia e descia rápido enquanto voltava a sentir o olhar do demônio sobre seu rosto. Gilbert sorria largamente, lambendo os lábios. O austríaco até se perguntou como ele fazia aquilo tão bem com aquelas presas... Deveria ser a prática, ele...

           

            - Ainda não acabou... Pare de me olhar assim, só porque você acabou de gozar, não significa que acabou.- O albino riu, levando as mãos até os botões do terno que vestia, despindo a primeira peça, a camisa que estava por baixo. Fazia isso de um jeito tão sensual que o assistente não podia evitar em ficar excitado apenas com aquilo. Logo o demônio de cabelos brancos estava nu da cintura para cima. Claro, tinha o corpo perfeito, totalmente perfeito, definido, sem cicatrizes nem imperfeições. Era um demônio, deveria ser capaz de moldar o corpo da forma que quisesse, então não era de se estranhar que fosse tão... Perfeito.

            - Você vai babar, Roddy, se continuar me olhando assim...- Gilbert riu, subindo no menor, de quatro sobre ele enquanto tomava seus lábios de uma vez, como nos sonhos, invadindo sua boca como um imperador em uma nova terra, as mãos arranhando o corpo do moreno, marcando, deixando claro o que acontecia ali.

            Roderich gemia. Tinha certeza que não era normal sentir tanto prazer, mas aquele demônio fazia questão de enlouquecê-lo. Parecia saber cada ponto sensível do moreno, onde apertar, onde arranhar, onde lamber, assim que separara o beijo.

            Virou Roderich de quatro então, ficando sobre ele, fazendo-o sugar o dedo indicador do demônio, os olhos novamente fechados. Sentia tanta vergonha, mas quando começava a pensar direito sobre todo aquele constrangimento, Gilbert apertava seu membro novamente desperto com a mão livre, estimulando-o, fazendo-o gemer como uma prostituta suja em plena Sodoma e Gomorra.

            - Agora, Roddy... Abra as pernas bem... Nos sonhos não doeu porque, enfim, eram sonhos, mas aqui... Aqui vai doer, mas você vai gostar... E é melhor se mudarmos de posição...

            Gilbert saiu de cima do austríaco, deitando-se no chão, debaixo dele, enquanto Roderich permanecia de quatro. Uma vez debaixo dele, o fez deitar sobre si, os corpos colados. Gilbert apertou as nádegas do menor, rindo, claramente se divertindo com todas as reações do menor, que estava de frente para o volume da calça negra que o albino ainda vestia.

            Soltou um gemido de dor então, sentindo uma sensação extremamente desconfortável, o indicador do demônio lhe invadindo a entrada de repente.

            -Shhh, nada de choro, Roddy, vai passar... E só coloquei um ainda, mas vai passar... - ele disse, mordendo de leve uma das nádegas do menor, marcando a pele macia, branca, o contraste do avermelhado e do branco fazendo-a chamar atenção. - Mas você vai ter que fazer seu trabalho também...

            Roderich mordeu o lábio. A sensação do indicador do maior saindo e entrando de dentro de si não era confortável, nem um pouco, aliás, só o fato de estar nu naquela posição sobre ele era constrangedor o bastante. Engoliu em seco, ouvindo as instruções do maior.

            Levou as mãos até a calça dele, desabotoando, abrindo o zíper. Gilbert não vestia roupa íntima, claro que não. Ofegou quando viu o membro ereto a sua frente, demandando atenção, exigindo, e soltou um gemido curto quando Gilbert voltou a morder uma de suas nádegas, dessa vez com mais força.

            - O que está esperando, Roddy...? Vamos, retribua o favor que fiz pra você mais cedo, e me prepare bem... Quando mais molhado, melhor, huh?- ele sorriu, sujo, imoral, e Roderich obedeceu. Engolindo todo seu orgulho e toda sua ética, lambeu o membro a sua frente, por toda sua extensão, tentando fazer como ele tinha feito antes.

            Lambeu, sugou a ponta e abocanhou, meio sem jeito, sem saber ao certo como fazer, mas estava mesmo tentando seu melhor. Ia e voltava naquele movimento que às vezes doía o pescoço, sugando-o, tomando cuidado com os dentes, e quando achava que finalmente tinha pegado o jeito da coisa, Gilbert o esticou a mão e puxou seus cabelos, puxando sua cabeça para trás, não de forma violenta como achou que seria assim que o tocou, mas devagar. Ele queria apenas que Roderich parasse.

            - Pronto, Roddy... Coloquei três dedos de uma vez e você nem sentiu, não é? Viu? Eu sou demais, diga. Eu sou o demônio mais incrível deste universo. -Gilbert riu, empurrando o menor de uma forma mais delicada que até o surpreendeu – já que demônios não deveria ser delicados, não era? - e novamente mudando as posições. Roderich continuou de quatro sobre o chão de madeira da igreja, o corpo inclinado para frente, nádegas erguidas, cabeça quase contra o chão.

            - Você fez um bom trabalho... - Gilbert murmurou, penetrando o menor de uma vez, que soltou um choro alto, rasgado, voltando a fechar os olhos com força. Sentiu o maior lhe puxar para cima de repente então, abraçando-o junto a si, ambos agora de joelhos diante do altar.

            - Shhh... Não chora, Roddy... Não chora... - Gilbert lambeu seu rosto, as lágrimas que tinham temido em rolar por suas bochechas. Depois sorriu, a mão escorregando até o membro do austríaco, estimulando-o num ritmo lento. -Melhor assim...?

            - Mmhh... Uhum... - foi tudo o que conseguiu dizer, fazendo o demônio sorrir largo e voltar a abaixá-lo, fazendo com que ele ficasse na posição de antes, estocando-o devagar, lento, cuidadoso, extremamente cuidadoso para um demônio. Demônios não deveriam ser tão dóceis, mas Gilbert estava sendo.

            Estocava Roderich de forma lenta, mas logo pegou um ritmo mais rápido e mais forte, até quase que literalmente parecer cavalgá-lo. Uma das mãos ainda o estimulava, fazendo-o gemer, gritar o nome do demônio todas as vezes que ele movia o quadril, nem que fosse de leve, atingindo aquele ponto especial dentro de si.

            Roderich não percebeu até quando isso durou, se foi pouco ou se foi muito, na verdade, sua mente ficou embaçada, lembrou-se apenas de quando o maior chegou ao ápice dentro de si, porque foi quando ele finalmente parou. Roderich tinha chegado ao orgasmo várias vezes enquanto o outro o estocava e o estimulava, mas o mundo só parou de girar quando Gilbert saiu de dentro de si e lhe ergueu nos braços, fazendo com se sentasse em seu colo daquele jeito delicado e quente que demônios não deveriam ter.

            - Eu te dei tudo o que queria, Roddy... Toda a adrenalina que você não teve nessa sua vida miserável, todo o prazer que você quis ter e seus pais não deixaram quando disseram que você seria padre. Eles morreram, e você quis honrar o último desejo deles, não foi? Mas eu te dei. E agora... Eu quero você pra mim... Sua alma...

            Roderich sorriu. Estava sem os óculos, tinham caído em algum momento. Por aquelas horas que pertencera ao demônio, toda sua cabeça estivera vazia ao mesmo tempo em que cheia demais para funcionar. Era só prazer e mais prazer, mas Roderich não se arrependia. O demônio passou o polegar por seu rosto, aproximando os lábios dele dos seus.

            Roderich fechou os olhos, e quando sentiu os lábios quentes do demônio, sentiu uma pontada de alegria e aquele prazer quente, como se sentisse outro tipo de orgasmo, ao mesmo tempo em que toda a vida se esvaía do seu corpo.


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Notas finais do capítulo

Senhoras e senhores, eis aqui uma one-shot extremamente sensual e intrigante em nossa coletânea! A habilidade da Srta_Syn_FF7 em escrever fics com um conteúdo erótico tão magnificamente é algo que eu invejo sinceramente! Além disso, a temática da estória gerou um suspense marcante em seu decorrer! Eu espero que os leitores dessa fanfiction possam presenteá-la com os reviews que ela merece!
Como vocês verificaram, a escritora utilizou o primeiro movimento da célebre composição "Inverno" do Vivaldi para relacionar a intensidade e velocidade da música com a intensidade e velocidade da própria fic! As composições do Vivaldi são extremamente agradáveis - como não amar "As quatro estações"? - e espero que vocês tenham seguido o meu conselho habitual de escutar as músicas escolhidas pelos autores!
Novamente, muito obrigada por acompanharem essa coletânea! Continuem a lê-la, apreciá-la e comentá-la!
PS: Co-autores, caso vocês tenham gostado da one-shot dos outros autores, mandem uma MP com os seus comentários para eles! Eu estou certa que esse gesto seria muito apreciado!