- Vamos logo Isabella! - meu irmão esgoelava de dentro do carro.
- Já estou indo, só me deixe despedir direito da mamãe. - disse me virando para encará-lo.
- É melhor você ir, se não ele vai explodir lá dentro do carro.
- Beijo mãe, te amo.
- Também te amo, Bella.
- Vamos Bella, já estão todos dentro do carro. - Rafaella disse me empurrando de leve.
- Vamos.

Corremos animadas para dentro do carro. O gostinho de mistério na língua e o doce do irmão do lado.

- Estamos chegando?
- Ainda não. - meu pai disse já irritado com a situação.
- Você perguntou a mesma coisa à exatamente cinco minutos. Se estivéssemos chegando meu pai teria te falado, não acha.
- Fica quieta Bella.
- Fique você, só sabe reclamar.
- Eu não estou reclamando, só quero ver para onde nós...
- Parem vocês dois. - disse Seu Carlos sem tirar os olhos da estrada. - Será que dá para não se matarem? Já estamos quase chegando.
- Quanto tempo falta?
- Uns vinte minutos.
- Argh! - ele disse se afundando no banco.

E por lá ele ficou. Enfim consegui ver a paisagem, antes havia um morrinho tapando toda a janela e me impedindo de ver através do vidro. Não estávamos mais em um ambiente totalmente rural. Apesar de não haver muitas casas, era fácil observar que alguém habitava aquele local. Especialmente por que ele me parecia familiar.

- Chegamos! - finalmente, a palavra para a liberdade.
- Aleluia!
- Exagerado nem um puco né. - disse desarrumando o cabelo de Lucas.
- Mais que você não. - ele sorriu e começou a correr.
- Agora eu te pego! - disse sorrindo. Por algum motivo inexplicável minha ira havia se dissipado.
- Dá pra ver que vocês não perderam o espírito.
- Ahn?
- Vocês não se lembram? Essa é a antiga casa de sua avó.

Ao termino da frase olhei pra trás. Ainda estava idêntica. Como não a reconheci? Foi lá onde eu, Rafaella e meu irmão passamos nossos melhores momentos quando criança.

- Vamos?
- Mas já? Nós nem entramos. - Rafaella disse cabisbaixa.
- Tem gente morando aí. Ele estão viajando, acho que não iriam querer que entrássemos.
- Nem um pouquinho pai? - eu disse com esperanças de ser ouvida.
- Desculpem crianças, mas não podemos.
- Então tá.
- Onde nós iremos ficar? - perguntou Lucas.
- No hotel.
- Qual hotel?
- Qual é Lucas? Você sabe que em Horanópolis só existe um hotel.

Sabia que meu estado de paz não duraria muito tempo. Só agora que meu pai havia dito o nome percebi onde estávamos. Horanópolis, a próxima parada de Justin Bieber.