Aurora Vermelha escrita por Dauntless


Capítulo 17
Capítulo 16 - Por um fio


Notas iniciais do capítulo

Vou nem falar nada, porque vocês devem estar curiosos kkkkkkk
Música: Need a Doctor - Eminem feat...



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''Traga-a de volta''

''Ela está perdendo muito sangue''

''Tragam mais oxigênio''

''Ela vai ter uma parada cardíaca''

''O coração dela está parando, ela vai morrer''

As vozes ecoavam dolorosamente pela minha cabeça. Tudo o que eu sentia era dor, a dor que vinha dos meus pulmões e que se alastrava pelo restante do meu corpo, nem mesmo anestesia conseguiria fazer com que a dor diminuísse. Minha vida estava por um fio.

Eu estava viva ou morta? Por que não conseguia acordar?

Tudo estava tão estranho, ao mesmo tempo estava tão real... O sonho voltou.

Eu era a telespectadora como sempre. O casal, estava no mesmo campo, mas havia algo de diferente. As águas do rio estavam negras, não conseguir ver seus rostos estava me intrigando. O cheiro das rosas estavam mais intensas, o céu continuava azul como sempre, sem nenhuma nuvem, a casa continuava no mesmo lugar.

Tudo o que eu coseguia lembrar era de sussurros e mais sussurros sobre mim, eles disseram que eu iria morrer, que eu precisava de oxigênio e que perdia bastante sangue. Talvez eu esteja morta, por isso não conseguia acordar. Posso estar partindo, e tudo o que me vem na cabeça é o Will. Será que o verei de novo? Morria de medo disso. Bem, olha quem fala em morte quando se está possivelmente morta. Nunca pensei como seria esse momento, se veria minha mãe ou meu pai no outro lado me esperando.

Derrepente uma luz branca surgiu na minha mente e logo apareci na cena, talvez seja mais um sonho.

Era minha mãe.

Ela vestia um vestido de seda branco, estava sem rugas, parecia muito bem. Seus cabelos estavam perfeitamente definidos como a das propagandas de  shampoo.

Arregalei meus olhos e corri em sua direção.

Não conseguia chegar a ela, quanto eu mais corria, mas longe ela ficava, desisti.

–Mãe? mãe é você? - perguntei e vi que ela olhava fixamente para o meu pulmão direito.

Estava sangrando.

Eu estava vestindo um vestido curto branco.

–É isso o que acontece nesse mundo, foi por isso que não quis mais viver, porém fui egoísta o suficiente pra te deixar. - falou num tom grosso

–Eu morri? - perguntei

–Quase. Danna minha filha, eu quero o seu perdão, mas não vim para isso - falou ainda no tom sério - Nossa familia tem muitos inimigos, você está em perigo e precisa tomar cuidado.

–Quem? Quem tentou me matar? O que está acontecendo, isso é um sonho? O que... o que...

Derrepente comecei a chorar

–Minha missão está terminada, posso viver em paz agora. Eu sei que você está confusa, mas não posso lhe contar, terá que descobrir isso - Mamãe começou a desaparar aos poucos - Sei que é capaz.

–Sinto tanto a sua falta - mais lágrimas sairam desesperadamente dos meus olhos - Por favor não vá, por favor...

Ela desapareceu.

Meus olhos se abriram rapidamente e dei um enorme suspiro.

A luz do ambiente me cegava, eu não fazia a menor idéia de onde poderia estar, Eu estava deitada, olhei em volta e deduzi ser um hospital, levantei minha mão e vi que agulhas estavam furando meu pulso. Vestia uma camisola de hospital muito brega.

–Finalmente - falou a voz masculina familiar - Como se sente?

Não era quem esperava ver.

–Rogers? - falei e ele sorriu pra mim

Tentei me levantar para poder abracá-lo, mas uma dor insuportável tomou meu lado direito do peito e gemi.

–Cuidado, você ainda não está cem por cento curada - falou Rogers com um tom calmo. Ele se levantou e me deu um abraço leve.

–O que... o que aconteceu? - perguntei

–Você não se lembra de nada? Do tiro... nada?

–Tiro? Então eu levei um tiro? Por isso... por isso do sonho, com a minha mãe, ela olhando para o meu peito direito todo ensanguentado.

–Sim Danna, - ficou sério derrepente - alguém tentou te matar, você não tem idéia de quem atirou em você? - Alguém tentou me matar? essa é novidade

–Tudo do que eu me lembro é que eu estava esperando no ponto de ênibus, iria ver se Tereza estava bem e... lembro da dor repentina que surgiu, é tudo o que eu me lembro. - falei com sinceridade.

–A Polícia está investigando, foi descartada a hipótese de roubo, seu celular ainda estava no bolso, tudo estava no lugar.

–Mas e voce? a polícia...

–O tiro também tirou parte da sua memória? - perguntou

–Ah, a identidade falsa, não passou pela minha cabeça.

Ele sorriu para mim

–Quem me achou? quero dizer, quem me... você entendeu

–Eu - disse - estava voltando, iria te visitar, mas acho que você foi mais rápida. Eu tinha ouvido um disparo, não fazia idéia que a vítima era você. Os médicos disseram que por pouco você não se foi.

Eu me lembro. Me lembro dos cortantes sussurros sobre mim.

–Você passou por uma cirurgia, vai ficar tudo bem, talvez não devesse trabalhar tanto. Seu namorado me disse que você não tem sido uma boa menina.

–Will? - perguntei surpresa

Will e Rogers conversaram? O que houve? teve alguma discussão ou algo do tipo?

–Ele mesmo. Por que não me disse que vocês estavam namorando naquela vez? - Me olhou frustrado

–É uma bela longa história. - Ele segurou minha maão e me encarou - Obrigado - falei

–Pelo quê?

-Devo praticamente a minha vida pra Rogers, e... você tem sido um verdadeiro pai pra mim - meus olhos ficaram úmidos.

–É o que qualquer pai faria pela filha - sorriu

E a umidade dos meus olhos ficaram maior ainda, até as lágrimas finalmente se soltarem.

–Tenho que ir , seu namorado quer te ver só que eu o proibi por não ter tomado conta de você direito - Rogers fez um gesto com os dois dedos com um sinal de ''pode vir'' .

 Foi quando vi Will olhando a gente pelo vidro. Uma pequena sensação de alegria surgiu dentro de mim.

– Vou fazer o que estiver no meu alcance pra descobrir quem foi, tudo bem? - falou beijando minha mão

–Obrigado - Dei meio sorriso

–Até mais ruivinha - Rimos juntos

Rogers se levantou e saiu pela porta, parou para falar alguma coisa com Will e saiu do campo de minha visão, Will entrou rapidamente e me deu um abraço e um selinho que durou mais que o normal.

–Você está bem? - perguntou

–Estou, estou bem - falei agarrando-o para mim mesmo com meu peito doendo

–Eu acho que você ainda não está bem. Danna, você tem noção de quanto tempo ficou desacordada? Hoje é domingo! - falou me encarando

–Eu me sinto melhor, não se preocupe - cruzei nossos dedos

–Não vou lamentar mais do que já lamentei nesses dias, o que houve?

–Eu não me lembro, como disse para Rogers, não faço a mínima idéia de quem fez isso comigo

Tentei me ajeitar melhor mas não conseguia, Will me ajudou.

–A polícia está aqui - apontou com a cabeça a janela de vidro - mas consegui convencer que você não está totalmente recuperada para depor.

A sala ficou em silêncio.

–Estou feliz que esteja aqui - sorri

–Me diga, o que diabos estava fazendo no ponto de ônibus naquela hora? - perguntou Will me olhando de cara feia

–Eu só iria visitar Tereza. - Dei de ombros

–Pensei que você e Zoey fossem ter uma noite de garotas - Will olhou nos meus olhos

Dava dó olhar para ele, seus olhos estavam vivos como nunca, ele vestia uma regata branca com uma camisa xadrez vermelha por fora e estava de short jeans bege. Will estava como um típico modelo, perfeito para mim, perfeito até demais.

–E tive, fizemos muitas coisas, mas sem sair do apartamento e  quando ela durmiu... e o que você fez? - levantei uma sombrancelha para ele

–Não fiz nada do que você pensa que eu fiz, fui resolver algumas coisas de uma investigação recente. Que no caso, tenho duas preocupações agora, estou investigando o que houve naquela noite, mas em sigilo.

–Mas a polícia já não está...

–A polícia é sinônimo de incopetência Danna, - me interrompeu - eles nem sabem da metade de uma história.

Assenti

–Como está Zoey? - perguntei

–Ela está bem, está ligando a cada 5 minutos para ver se você acordou. Danna, algumas coisas... algumas coisas mudaram quando você esteve desacordada.

–Tipo o quê? - ele estava começando a me preocupar

–Escute, Zoey e eu voltamos para casa - Will fez uma pausa - George veio com um pedido de desculpas logo após você parar aqui no hospital. Eu não acredito nele, mas fingi para que ela voltasse também .

–Você fez o certo, ela é apenas uma garota. - Olhei para ele e sorri, estava feliz por ele estar comigo. - Eu te amo

–Tambem te amo Danna, nunca se esqueça disso - Will colocou meu rosto entre suas mãos e beijou minha testa

Eu queria sentir seus lábios, mas estava frágil demais para me mover. Uma enfermeira entrou e me examinou, ela se espantou com a rapidez com que meu organismo estava se desenvolvendo. Estranho.

–O médico está vindo para poder analisá-la, se tudo ocorrer bem, você poderá voltar para casa ainda hoje - A enfermeira de meia idade piscou pra mim. Will estava do meu lado acompanhando tudo. A mulher saiu do quarto e Will voltou a se sentar do meu lado.

–Pode voltar ao trabalho, estou bem.

–Nem pensar! - retrucou - E dar mais vantagem pro cara que quer te matar? NUNCA! Danna, você sofreu uma tentativa de homicídio. - olhou pra mim preocupado

–Talvez não seja isso... talvez essa pessoa possa ser uma mulher também e queria me roubar só que ficou assustado e fugiu

–Não, foram descartadas todas as hipóteses de roubo, quem rouba não dá tiro por trás. Me diga, você não viu ninguém?

–Se eu vi eu não me lembro, minha mente está muito confusa

–Vou lhe dar um tempo para poder pensar. Tente se lembrar por favor, um sinal, uma tatuagem, qualquer coisa. Para o nosso azar, nçao tinha câmeras de seguranças por perto, o atirador devia saber disso.

Assenti

–Will?

–Sim

–Você e o Rogers conversaram? - perguntei mudando um pouco o assunto

–É... não foi tão mal assim, acho que ambos estavamos tensos na hora.

Nesse mesmo instante, o médico entrou no quarto. Ele começou a me examinar e fez um monte de perguntas como: você ainda sente alguma dor? consegue se movimentar? sente alguma dor de cabeça?.

 Eu estava bem. Quantas vezes vou ter que falar isso?

–Bem, você está bem melhor mocinha, poderá voltar hoje á noite - falou o médico

–Obrigado doutor, eu realmente me sinto bem melhor - e ele saiu -Will, ainda está dia - olhei para a janela - volte, vou ficar bem aqui, ninguém tentará nada dentro de um local público. Vou tomar um banho e comer alguma coisa, estou faminta.

–É claro que está. Você tem certeza?

–Pode ir - relaxei-o

-Volto para te buscar mais tarde então  - falou inseguro - Estarei aqui logo quando terminar meu turno

Will saiu do quarto e suspirei. Eu não sei, talvez era melhor eu ficar sozinha para colocar o pensamento em dia. Fiquei desacordada muito tempo e minha barriga doía de fome.

Sai da cama e caminhei até o banheiro. Peguei uma toalha e liguei o chuveiro, quando tirei a camisola, vi minha cintura toda enfaixada. Havia levado um tiro bem em baixo dos seios. Doía, mas a dor estava passando aos poucos. Molhei a toalha e comecei a passá-la pelo meu corpo. Quando terminei, coloquei uma outra toalha limpa em volta do meu corpo e me inclinei com dificuldade para poder lavar o cabelo.

Quando terminei, notei uma bolsa do lado da pia, eu reconhecia a bolsa, era de Tereza, acho que ela deixara para quando eu acordasse. Queria saber como ela estava. Dentro da bolsa, tinha um vestido florado vermelho, um casaco de lã e uma sapatilha. No fundo da bolsa, continha maquiagem. Tereza tinha enchido a bolsa de maquiagem, mas eu não usaria, não tão cedo. Desdobrei o vestido e caiu um bilhete dentro dele:

''Bem-vinda de volta baby!''

Tinha que ser arte dela . Soltei um riso bobo.

Quando sai do banheiro, havia um carrinho de mão e uma bandeja em cima. Isso não estava ali antes. Andei me apoiando na parede e tirei a tampa. Tinha um prato de comida e um outro bilhete.

''Me certificando que você se alimente''

Estava assinado por Will.

Levei a bandeja até a cabeceira. Peguei o controle que estava em cima e liguei a TV.


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Notas finais do capítulo

Weeee O/O/ Danna está bem kkkkkkkk Reviews please?? Thank you :D



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