Secrets escrita por Sky


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

IMPORTANTE! Galera, para ler esse capítulo tenho uma recomendação. Se você puder, assim que aparecer "(Música)" no texto, ouçam a música "Man! I feel like a woman" da Shania Twain. Se você não puder, ouça uma outra hora. Não tem problema, o importante é saber como é a música para "entrar no clima" desse pedaço da história hahaha Fica a critério de cada um (ouçam).
Até lá em baixo.



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Rose Weasley

O aparelho de som que meu avô trouxa tinha dado-me como presente quando completei meus quinze anos, tocava de maneira ensurdecedora pela sala, alternando-se entre músicas trouxas e bruxas. Admito, nunca fizera uso daquele equipamento, em questão de objetos trouxas, eu não era o que se pode chamar de expert. No entanto, depois de alguns minutos torturantes, consegui pressionar o botão correto naquela coisa, e agora nossa noite tinha uma trilha sonora de gosto questionável.

Não que eu estivesse reclamando. Eu nem ao menos prestava muita atenção no conteúdo das músicas, estava concentrada demais no calor e nos movimentos de meu corpo. A sensação calorosa do álcool na minha corrente sanguínea.

Aquela altura eu já estava perdendo o controle da situação. Nunca fui de beber, muito menos quando encontro-me numa festa como a única pessoal com algum senso de responsabilidade. Mas eu estava cansada de jogar sempre pelas regras dos outros. Naquela noite eu pensava eu criar minhas próprias normas de comportamento. Queria poder sentir-me mais viva, pelo menos por uma noite.

Pelas minhas contas, devia estar em meu décimo copo, e não pretendia parar tão cedo. Aquela seria a minha noite.

Eu conseguia sentir meu coração pulsar enquanto dançava num ritmo descompassado com minhas amigas. Já encontrávamo-nos todas descabeladas, com as gravatas nos lugares errados e as camisas para fora das saias, alguns botões abertos de forma relaxada. Podia sentir a adrenalina por estar fazendo algo errado e certo ao mesmo tempo. Era extasiante.

Em algum momento de meu frenesi particular, a música parou bruscamente atordoando a e mim e as outras meninas. Roxanne estava parada diante do aparelho trouxa com um sorriso divertido nos lábios.

— Quer fazer o favor de ligar esse troço? – esganicei dando dois passos em sua direção.

Queria voltar pra meu estado de torpor cego, onde a única coisa relevante era a quantidade de bebida que eu ainda tinha em meu copo.

— Não. – ela respondeu – Mas é bom saber que você está curtindo uma coisa tão inconsequente, Rose.

— E o que vamos fazer então? – perguntou Lily fazendo um muxoxo.

— Deixem comigo – disse Roxanne. - Tenho algo especial planejado para essa noite.

*

As regras eram simples. 

Cada uma de nós deveria revelar alguma coisa sobre si, e beber um copo de Whisky de fogo em seguida. Era um tipo diabólico de jogo da verdade. Entretanto, não pude evitar  a ansiedade que senti naquele momento. Um tremendo vazamento dentro da represa que era meu coração, martelava insistentemente por liberdade. Estava mesmo querendo contar para elas o que estava acontecendo, talvez elas pudessem ajudar-me a encontrar algum sentido em tudo aquilo.

Uma a uma, sentamo-nos numa roda ao redor de uma pequena mesa de centro de mogno, dessa forma pude ver o estado em que cada um encontrava-se. Scarlet estava com a gravata listrada de amarelo e preto ao redor da cabeça, emaranhada entre os fios loiros, cada uma das meias em uma altura diferente, a blusa toda amarrotada. Assim como Lily Luna, mas minha prima deixara a sua gravata no pescoço. Não do jeito convencional, mas como se fosse um lenço. Dominique, que era a que mais preocupava-se com moda entre nós, no entanto, parecia não importar-se nem um pouco com regras de etiqueta ou roupas desalinhadas. Sua camisa permanecia solta da cintura moça, quase roçando a barra da saia, a gravada frouxa balançando sobre o pescoço.

Marjorie limitara-se apenas a vestir um pijama com estampa de unicórnios, sem motivo aparente (segundo ela, era confortável). Roxanne era a pior de todas, colocou a gravata amarrada sobre a coxa direita, e tinha subido sua camisa e amarrado-a na altura da cintura, pouco acima do umbigo.

Imediatamente o riso coletivo subiu de cada uma de nós, preenchendo a sala. Lágrimas já ameaçavam escorrer pelo meu rosto. Não que tivesse algo realmente engraçado, mas era bom estarmos na presença umas das outras só nos divertindo e fazendo loucuras sem ninguém para nos repreender ou chatear. Depois de um minuto ou dois, o tempo que levou para que nos recuperássemos do recente surto, Lily começou a encher pequenos copinhos para nossa brincadeira.

— Certo eu vou começar – disse Scarlet, pegando um o copo a sua frente, encarando o conteúdo com interesse. Levantou-o até a altura do rosto e cerrou os olhos antes de começar a falar – Vocês sabem que estava meio sumida essa semana, certo?

— Nem me fale! Foi uma coisa de outro mundo te achar nos últimos dias. – disse Lily – E eu realmente precisava falar com você!

— Bem, desculpe – disse a Malfoy – Eu estava com um garoto na sala precisa, na maioria das vezes...

Scarlet soltou a informação como se tivesse pouca importância, bebendo logo em seguida o conteúdo do copo. Fez uma careta. Marjorie deixou cair um pouco de Whisky de fogo sobre seus unicórnios.

— Você estava onde? – berrou Lily exasperada. Scarlet nem se deu ao trabalho de responder, apenas corou violentamente e baixou a cabeça, envergonhada.

— Isso quer dizer que você não é mais virgem? – Dominique sorriu maliciosamente na direção de Scarlet. A menina levantou-se rapidamente com o olhar chocado e mais vermelha ainda, e depois abanou o rosto vermelho com as mãos de forma antiquada.

— É claro que sou! Eu não iria... ou talvez... – a garota começou a enrolar-se nas próprias palavras, mas falava a verdade, pelo menos. Respirei um pouco mais aliviada, afinal, a Malfoy ainda era muito nova.

        - Meninas, meninas! Deixam a garota respirar, se ela diz que nada aconteceu, devemos acreditar nela, por mais que seja difícil – disse Roxy – E além do mais, isso não é o mais importante...

— O que quer dizer? – perguntei.

— A gente agora sabe onde nossa querida amiga estava, mas com quem ela estava é que é principal pergunta.

— Nem acredito que vou dizer isso, mas Roxanne tem razão. – disse Dominique curiosa, recebendo um olhar indignado da prima – Com quem você estava, Scarlet?

Todas nós inclinamo-nos na direção da Lufana aguardando a resposta ansiosamente – Acho que não tem jeito, vou ter de contar.

Encheu mais um copo esvaziando-se logo em seguida. Fez outra careta e respirou fundo, abrindo os olhos cinzentos e encarando cada uma de nós por vez – Não julguem, ok? E prometam que vão deixar-me explicar.

Murmuramos que prometíamos.

— Eu estava com Albus – disse.

AH! A resposta era tão óbvia! Estava na cara que Scarlet Estava com Albus, sabia que meu primo estava enlouquecendo por causa de alguém. Apaixonado, provavelmente. Eu tinha razão, afinal. E agora eu sabia por quem ele tinha enamorado-se de vez. Ninguém disse nada por um segundo. Até que não resisti e tive de quebrar o silêncio – Você está apaixonada por ele.

Não era uma pergunta, era uma constatação, a resposta bem clara nos olhos da menina. Scarlet apenas sacudiu a cabeça confirmando.

— Podemos passar para a próxima pessoa? 

— Claro – dissemos todas com um sorriso. Scarlet estava apaixonada. Lily Luna não aguentou-se em seu lugar e pulou no pescoço da amiga.

— Você vai ser oficialmente da família! Isso é tãããão lindo! – A ruiva tinha lágrimas nos olhos castanhos.

— Certo, certo! Quem vai ser a próxima? – perguntei ainda rindo – Você pode escolher, Scar.

Ela fingiu pensar um pouco, encheu mais um dos copinhos e pôs-se a lançar olhares para cada uma de nós, e por fim, apontou a mão com que segurava o copo na minha direção, rindo. 

Respirei fundo. Iria falar de uma vez.

— Estou apaixonada pelo meu melhor amigo e ele está namorando outra qualquer. – Fechei meus olhos e não dei-me ao trabalho de encher meu copo, peguei a garra e tomei alguns goles generosos. A bebida desceu queimando. E bem no final senti-me melhor. Aparentemente uma dor aplacava a outra, mesmo que só temporariamente. 

Roxy assobiou. Abri meus olhos, provavelmente já injetados de sangue, pelo álcool. Nenhuma delas disse nada. Dominique encheu os copos de todas com um floreio da varinha.

— Bebam. - disse. Todas obedecemos. 

Lily sentou-se ereta em seu lugar e encheu mais uma vez o próprio copo – Estou apaixonada pelo meu primo, e ele tem a inteligência de um trasgo montanhês. Provavelmente nunca vai nem se dar ao trabalho de perceber que eu sou uma menina. 

— Lily... - começou Marjorie.

— Uma menina sem qualquer atrativo, mas uma menina, mesmo assim.

Lá vinha ela outra vez. Minha prima era a menina com a menor auto-estima que eu já tinha conhecido. Perdi as contas de quantas vezes tentei mostrar-lhe que estava errada. Ela não me ouvia.

— Ah, faça-me o favor, Lily Potter! - exclamou Dominique - Isso é uma mentira deslavada que você criou, como desculpa por ser medrosa demais para tentar.

As palavras dela feriram Lily, pude ver em seu rosto, agora zangado e confuso.

— O-o que? Como pode dizer isso, Nick?

— São apenas fatos, Potter. Você pode mudá-los, pelo menos, seja grata. 

Olhei-a com simpatia, pois não havia mais nada a fazer. Apesar do tom ácido, Dominique tinha razão em cada palavra. Lily Luna era a única que não via como era bonita e capaz de fazer qualquer coisa em que se empenhasse de verdade. Bebemos em silêncio por um tempo, até que Dominique resolveu pronunciar-se. 

— Bom, eu acho que vou reprovar esse ano, papai vai me matar – Dominique declarou. 

— Como assim? - perguntou Marjorie.

— Bem... Não fiz o que se pode chamar de "boas escolhas" esse ano... - fazendo aspas no ar com as mãos.

— Ah, Nick - disse Roxanne - Sinto muito, se eu soubesse poderia ter te ajudado! Não que eu seja lá muito boa...

— É, sabe como é. Eu achava que não precisava de ajuda. - pegou a garrafa das minhas mãos e bebeu da mesma - Estava errada.

O segredo de Dominique deixara-me atordoada. Nunca fomos próximas de verdade, sempre nos víamos nas férias tínhamos crescidos juntas, no entanto, a amizade que eu tinha com outros de meus primos, até mesmo com sua irmã mais velha, Victorie, não tinha vindo com tanta facilidade. Acredito que depois de alguns anos eu tivesse simplesmente parado de tentar.

Dominique era de outra Casa, tinha parte Veela no sangue, então era muito bonita. Na minha concepção, a última coisa de que ela precisava era de uma prima petulante perseguindo-a pelo castelo. Mas, agora que eu pensava no assunto, Dominique Weasley nunca foi cercada de amigos, andava normalmente sozinha ou com um ou outro colega da Sonserina. E, em seu terceiro começou a andar com vários garotos diferentes, o que espalhou muitos boatos desagradáveis a seu respeito. 

Senti-me egoísta por nunca ter dado atenção á ela. Ela precisava de amigos de verdade, precisava de alguém para lhe fazer companhia e que a ajudasse nos estudos. Eu estava tão presa em meu próprio mundo que não  tinha dado-me conta do quanto Dominique era deixada de lado muitas vezes.

— Dominique - disse eu - Me perdoe.

— Ah, Rose, não é culpa su...

— Não. - interrompi a garota enquanto fazia com que ela olhasse para mim, queria que ela soubesse o quanto eu estava arrependida - Á partir de hoje você não vai ter de pedir ajuda, eu vou estar lá, quer você peça ou não. 

— Mas...

— Sem discussão. Não vou aceitar nenhum tipo de negociação.

A menina pareceu que iria responder, mas limitou-se apenas a sorrir ligeiramente, concordando de leve com a cabeça. Aquilo era "gratidão" em seu sorriso? Eu não tinha certeza, mas senti-me um pouco melhor. Talvez eu nunca fosse redimir-me por ter feito coisas tão mesquinhas assim por tanto tempo, mas eu precisava tentar.

— Eu não tenho problema com os garotos ou qualquer coisa assim, atualmente, só gosto de beber – disse Roxanne, e tivemos de rir com a declaração. O clima na sala ficou mais leve instantaneamente 

Lily parecia melhor depois das palavras de Dominique, talvez um empurrão era exatamente do que ela precisava. Quando percebeu que eu a observava, arqueou as sobrancelhas para mim, em desafio.

— Tá bom, agora é sua hora de brilhar, Rose. – disse.

Ah não.

— Absolutamente não. - respondi cruzando meus braços sobre o peito.

Todas olhavam-me ansiosas.

— Vamos, Rose! Você canta tão bem. – disse Nick – Por favor!

Aquilo era golpe baixo. Dominique fez um beicinho ridículo e piscou os olhos azuis (ainda lacrimosos) para mim, Humpf! Como eu poderia dizer não á ela? 

A questão é que eu cantava por diversão, somente para mim, não cantava com uma platéia. No entanto, talvez por conta dos infindáveis copos daquele “veneno” que eu tinha tomado, estava sentindo-me bem desinibida naquela hora.  E se ia fazer com elas ficassem felizes... Por que não?

Albus Potter

Eu não podia acreditar na minha sorte.

Estava eu andando tranquilamente até a sala comunal dos monitores. Pra falar a verdade, eu nunca frequentara de fato o local, para mim era meio isolado demais, calmo demais. Eu apreciava a companhia de meus amigos. Mas naquele dia resolvi passar um tempo por lá. Seria um bom local para concentrar-me em meus próprios pensamentos. Chegando lá tive a visão mais esquisita e maravilhosa da minha vida. 

Do de lado de fora nada parecia fora do comum. Era uma porta de madeira escura e envelhecida, talhada por magia. Não podia ouvir nada que estava acontecendo do lado de dentro, parecia até silencioso demais, como se alguém tivesse conjurado um Abaffiato ali. No entanto, assim que abri a porta, precisei de um minuto para processar o que meus olhos estavam vendo. 

Uma explosão de sons, cheiros de perfume e álcool preenchiam a sala.

Ao que parecia, as meninas tinham decidido dar uma festa na sala comunal dos monitores, ainda por cima. E estavam todas vestidas de uma forma no mínimo inadequada. Parte do meu cérebro viu que Rose dançava em cima de uma pequena mesa de centro com todas as outras meninas (inclusive a minha irmãzinha), gritando besteiras e até obscenidades para a ruiva.

Fiz a única coisa pensável.

Corri para chamar meus amigos. Uma oportunidade como essa não aparece todos os dias.

Rose Weasley

Eu realmente adorava cantar. Funcionava ainda melhor do que a bebida, e os dois juntos fariam com que saísse simplesmente flutuando pelo cômodo.

Minhas amigas estavam de pé e aguardavam em expectativa. Depois de ponderar por algum tempo, pensei numa música perfeita para a ocasião.

(Música)

Assim que as primeiras notas começaram a tocar, os olhos de cada uma das meninas arregalam-se, e elas começaram a gritar escandalosamente. Como se estivéssemos mesmo num dos shows das bandas trouxas que Lily tanto gostava. Nem todas conheciam a letra, mas isso não era obstáculo para a força de vontade de meninas incrivelmente bêbadas. 

— Let's go girls! – comecei.

Eu dançava e cantava como se fizesse isso todos os dias, admito eu adorava. Nada ao meu redor importava agora. Eu só queria ficar ali e divertir-me. E como a letra daquela música descrevia o que eu estava sentindo naquela hora! Liberdade, fazer loucuras sem inibições. Curtir os momentos únicos da vida. 

Wanna make some noise

Really raise my voice

— Yeah, I wanna scream and shout! – jogava meus cabelos, e dançava, piscando para minhas amigas. E elas apenas gritavam ainda mais em resposta, cantando comigo cada frase daquela música milagrosa. Sim era mesmo um milagre. Nenhuma de nós estava pensando na escola, pais, ou problemas agora. Éramos apenas cinco meninas. Eu não podia querer mais nada. 

— I only wanna have a good time! The best thing about being a woman, is the prerogative to have a little fun and...

Oh, oh, oh, go totally crazy

Forget I'm a lady, men's shirts - short skirts 

Oh, oh, oh, really go wild - yeah, doin' it in style

Oh, oh, oh, get in the action - feel the attraction!

Color my hair - do what I dare!

Oh, oh, oh, I wanna be free - yeah, to feel the way I feel!

 Man, I feel like a woman! – cantamos juntas em coro.

A sala já começa a girar vagarosamente ao meu redor, mas eu não me importava. Foi aí que algumas pessoas começaram a entrar na sala comunal onde nós estávamos. E só podia ser Albus trazendo mais alguém. Não que eu ligasse. A Rose que estava ali apreciava mais olhares sobre si.

Scorpius Malfoy

Eu tinha certeza de que Albus tentava pregar-me uma peça, mentindo só para tirar-me da cama naquela hora da madrugada. Muito a contra gosto levantei-me para ver o que ele tanto esganiçava, tentando não acordar o resto do nosso dormitório. De pijama, segui-o até um corredor que levava até a sala comunal particular dos monitores da Grifinória. E pelos calções de banho de Merlin, era mesmo verdade! Eu mal podia acreditar no que via.

Rose estava em cima de alguma coisa (um móvel? Sinceramente, não consegui distinguir o objeto, tinha outras coisas como prioridade), dando um show particular para as amigas, eu acho. Difícil ter certeza com uma música tão alta e gritos escandalosos. Nunca a tinha visto daquele jeito. O cabelo ruivo completamente bagunçado, caindo pelas costas, alguns botões da camisa aberta... e Merlin! Ela sempre dançara daquele jeito? 

Linda.

Praguejei em alto e bom som com a visão.

Fiquei sem ar momentaneamente e tive de lembrar-me de que tinha mais pessoas no local além de nós dois. Aparentemente, nenhuma das meninas tinha nos visto ainda (eu e Albus). Albus pronunciava palavras desconexas ao meu lado. 

Foi aí que ela reparou que eu estava ali.

Ao contrário do que eu tinha previsto, Rose não parou de cantar ou qualquer coisa assim. Seu sorriso alargou-se perigosamente para o canto esquerdo do rosto, ela desceu de onde estava e começou a caminhar em minha direção, faiscando os olhos azuis na minha direção. O resto das meninas apenas olharam-na bobas, cantando ainda.

Enquanto ela aproximava-se, tive certeza de duas coisas. Primeiro, ela era a garota mais linda que eu já tinha visto na vida. Segundo, Rose Weasley iria levar-me a loucura. 

Rose Weasley

Scorpius estava ali. Parado ao lado da entrada com uma expressão espantada e ridiculamente abobada.

A Rose que dançava não importava-se nem um pouco. Podia sentir a outra Rose em algum canto dentro de mim, aterrorizada que ele visse-me naquele estado. A  voz era tão baixa que resolvi ignorá-la completamente, estava divertindo-me demais, não podia ter mal algum nisso. E eu podia jurar de que ele estava gostando.

Estimulada pela bebida e o calor que fazia ali dentro (e em meu coração) segui em sua direção sem qualquer plano prévio.

Comecei andando lentamente até ele, sorri ao ver tanta surpresa em suas feições angulosas. Aproximei-me perigosamente de Scorpius, apenas alguns míseros centímetros separava-nos. Sorri divertida com o rubor que lhe subiu ao rosto. Nem eu sabia exatamente o que estava fazendo, mas o que quer que fosse não iria parar agora.

Com a coragem extra que ganhara com o Whisky de fogo, puxei o rapaz até meu quarto privativo, na sala. 

— O que está fazendo, Rose? – disse numa voz rouca em meu ouvido fez-me arrepiar com completo. Sintia tanto sua falta!

Fechei a porta atrás de nós, ainda deixando-o sem um resposta. Olhei fundo em seus olhos e fiz o que queria fazer há tempo demais. Beijei-o. E para meu espanto ele não me impediu ou repeliu-me. Apenas retribuiu com a mesma intensidade que eu, prensando-me na parede mais próxima. 

Se ele não estivesse segurando-me, juro que iria cair.

Suas mãos passaram da minha camisa para a minha cintura desnuda. O contato fez-me arfar entre o beijo.

— Eu não conhecia essa Rose. – disse recuperando o fôlego.

— Tem muita coisa que você não sabe. – disse enlaçando minha perna em sua cintura para ficar da altura dele.

Eu gostava de muitas coisas, gostava de ler; de assistir a filmes trouxas, dançar e cantar; rir com meus amigos e família. Mas nada comparava-se ao quanto eu gostava de beijar Scorpuis Malfoy. A pressão que seus lábios faziam sobre os meus era delirante. Eu nunca iria cansar-me daquilo.

Tudo parecia certo naquele momento. Scorpius passou a beijar meu pescoço, deixando um rastro de fogo que fazia minha pele pedir por mais. No entanto, mesmo que parecesse certo, eu tinha conhecimento de que não estava certo. E ele também sabia disso.

Ele tinha uma namorada.

E por mais que a minha vontade fosse de lançar uma maldição imperdoável naquela garota, eu não o faria. Não era a coisa certa a fazer. Fui parando o beijo e desci minhas pernas, tentando recobrar algum ar e juízo. Estávamos indo longe demais.

Scorpius encostou a cabeça no meu ombro direito, respirando com dificuldade – O que foi isso? – perguntou.

Levantei a cabeça dele para encarar seus olhos. Eu não sabia o que estava vendo neles agora, mas já  conseguia sentir uma facada no coração pelo que eu iria fazer a seguir.

— Isso foi um erro, me desculpe – disse desviando meus olhos dos dele – Eu acho que bebi demais.

— Weasley... – ele me chamou baixinho. Estávamos tão próximos um simples sussurro era o suficiente – Olhe para mim.

Não tive coragem de encará-lo. Se eu o fizesse acabaria cedendo. E meu limite já estava estourado por uma vida inteira. Ele esticou os braços colocando-os um de cada lado na parede ás minhas costas. As duas mãos ao lado da minha cabeça, impedindo-me de fugir. Seu cheiro consumia minha sanidade.

— Rose, olhe pra mim – ele pediu suplicante. Não pude suportar mais. Os cabelos loiros estavam desalinhados do que o normal, as bochechas ligeiramente coradas e os olhos mais brilhantes do que eu já tinha visto. Perfeito. 

— Desculpe, mas não posso. – disse colocando minha mão em seu peito afastando-o – Isso é errado.

Desvencilhei-me de seus braços e sentei-me na cama de costas pra ele – Por favor, vá. Você tem namorada, isso não está certo...

Eu iria começar a chorar a qualquer momento, só precisava que ele saísse para não presenciar uma cena. De onde eu estava sentada, quase podia ouvi-lo raciocinar, sabia que ele estava tentando decidir o que fazer. Assim como sabia que tomaria a decisão certa. Ele tinha namorada, afinal.

Pude ouvir Scorpius suspirando pesadamente algumas vezes – Não terminamos essa conversa. Boa noite, Rose. – disse fechando a porta atrás de si.

Minha visão já embaçada pelas lágrimas.


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Notas finais do capítulo

Olá olá olá! E então, o que acharam?
Mais alguns segredinhos revelados nesse capítulo, muitos ainda por vir, mas prometo que vai dar tudo certo! Ou não hahahah
Estarei esperando uma resposta de vocês, como sempre.

Beijos da Sky .



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