Secrets escrita por Sky


Capítulo 7
Capítulo 7




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Rose narrando:

Lily, Roxy e estavam em meu dormitório ajudando-me a ficar pronta para meu encontro com Bryce. E depois de todas as coisas horríveis que Scorpius tinha dito para mim, uma pequena parte de mim esperava realmente aproveitar aquela tarde, por mais improvável que fosse.

Lily Luna tinha vindo mais por falta de ter o que fazer do que por escolha própria (continuava resmungando e soltando pequenas faíscas pela varinha enquanto arrumava meus cabelos, eu poderia arrepender-me seriamente por tê-la chamado), e Roxanne, que estava no quinto ano, aceitou de bom grado a chance para uma pausa nos estudos para os seus NOM'S que aproximavam-se.
Por alguns instantes pensei que estávamos de volta á'Toca, passando o tempo.

As semanas estavam arrastando-se para cada uma de nós de formas diferentes. Lily continuava a ignorar teimosamente meu irmão, de forma que estava totalmente infeliz, se as coisas continuassem daquele jeito eu seria obrigada a pensar que ela estava apaixonada por ele. Mas ideia pareceu-me tão improvável que a enxotei no mesmo instante. Roxanne Weasley definitivamente não tinha problemas com garotos, nunca teve até onde eu podia me lembrar, mas a pressão das provas iminentes pareciam estar surtindo seu efeito habitual na Grifinória, como em todos os outros quintanistas. Seus olhos castanhos tinham bolsas escuras e profundas, e voltavam seu foco repetidas vezes para uma pilha de livros que a menina deixara ali a pouco, com preocupação.

— Lil’s o que está rolando entre você e o Zabine? – Roxy perguntou maliciosa – Ele é bem bonitinho.

Roxanne, tão sutil quanto um elefante alado sobre uma nuvem de arco íris.

Lily apenas girou os olhos e suspirou, pouco ruborizada – Nada, somos só amigos – disse enquanto destruía um de meus bichos de pelúcia antigos.
— Mas pelo tempo que tem passado juntos qualquer um pensaria o contrário. - disse eu.

— Vocês se lembram daquela estúpida aposta, certo? – Lily perguntou, com os olhos voltados para meu bichinho destruído em suas mãos.

Roxanne e eu apenas rimos concordando, mas apertei meus braços ao de meu corpo discretamente, lembrando-me do desfecho da bendita aposta.

— Bem, eu não falo com Hugo desde que ganhei a aposta... E, sabe,... Sinto falta daquele idiota – Lily estava com os olhos marejados. Ela poderia parecer durona, mas era muito sensível em relação ao meu irmão, os dois eram grudados desde que nasceram.

— Lily Luna Potter! Como não contou isso pra nós até agora? – Roxy foi a primeira a se pronunciar – Faz o que? Um mês que vocês não se falam?
Eu não respondi de início, estava observando aqueles dois com certa curiosidade. Minha maldita curiosidade.

— Na verdade dois meses, uma semana, três dias e contando para ser mais exata – disse Lily chorosa.

— Puxa isso é uma eternidade pra vocês, não é mesmo? E por que você não fala com ele, já que sente tanto a sua falta? – perguntei.

— Falar com ele?! – ela gritou – Eu não consigo nem olhar pra ele! E se ele pensa que eu vou voltar rastejando... RÁ!  Está muito enganado! Ele deveria ter vindo falar comigo, e como não veio, nem deve ter percebido que estou péssima! Mas quer saber de uma coisa, eu também não me importo. Na verdade, nem sei porque me peguei pensando nele agora. Isso, não vou pensar nele, vou arranjar outra coisa que ocupe os meus miolos, vocês vão ver! E no final, Hugo é que vai estar na...

— Ei, ei, vai com calma, desse jeito vai acabar com todo o oxigênio desse quarto com tanta tagarelice – Roxanne disse massageando as têmporas.

— Vai ficar tudo bem Lil’s, e se o retardado do meu irmão não perceber o quão incrível você é, o quanto vocês dois se amam desde sempre... bom, é ele quem sai perdendo – disse com um sorriso nos lábios.

— É Rose você tem razão, e... – Lily arregalou os olhos e levantou-se de súbito – O QUE VOCÊ QUER DIZER COM “o quanto vocês dois se amam desde sempre”? – perguntou fazendo aspas no ar com uma péssima imitação da minha voz.

— Tá, já sei, você está em fase de negação, já entendi, agora vem e me ajuda a terminar o cabelo da Rose – disse Roxanne.

— Eu estava só brincando Lily. - E era verdade, pelo visto devo ter tocado numa ferida.

Roxy apenas riu, enquanto Lily vinha de má vontade e praguejando me ajudar. Depois de alguns minutos eu já estava pronta. Tinha colocado meu típico All Star cheio de desenhos - feitos pelo Scorpius - com um vestido azul que realçava a cor dos meus olhos. Não era vulgar nem conservador demais. Bom demais para o O’Connor, pensei.

— O que acham – perguntei girando para que minhas primas pudessem ver melhor – Está demais?

— Você está linda, Rose. Finalmente assumiu seu relacionamento com o Scorpios? – Lily disse dando me o troco.

— Muito engraçado Lily, mas não. Vou sair com o Bryce.

— Bryce, tipo o Bryce da Sonserina? – perguntou Roxanne debochada – Aquele que você sempre reclama ser muito certinho e que não sai do seu pé?

— É esse mesmo, decidi deixar meus preconceitos de lado e dar uma chance ao garoto, assim como a Lily deveria fazer com o Hugo, e você, bem você me entendeu, Roxy.

— Amo vocês agora tenho que ir, estou atrasada para o meu encontro. – disse deixando-as olhando-me espantadas enquanto eu saia pela porta do quarto.

*

Já fazia duas horas que estávamos no Café da Madame Puddifoot e não estava saindo de acordo com os meus planos, pra variar. Primeiro porque só faltava Bryce declamar um poema contando o quanto ele me admirava, o rapaz realmente não sabia quando era a hora de parar. Segundo porque Scorpius estava a algumas mesas de distância com uma sonserinazinha ordinária e sem sal.

A garota estava quase levando-o para o banheiro para fazer sei lá o que com ele. Maldita aposta.

— ...então foi aí que eu comecei a colecionar cartões de sapos de chocolate, legal não? – Bryce terminou de falar sobre uma coisa idiota qualquer.

— Rose?

— Hm? Ah! Claro, como quiser – eu disse dando de ombros e tentando me concentrar no que o meu acompanhante dizia, mas era difícil com o meu ex-melhor amigo azarando aquela loira artificial bem de baixo do meu nariz. Doía. E eu sabia que teria de me acostumar com aquela dor, para todos os efeitos, ele não me queria.

— Olha Rose, eu

ão iria chorar. Pelo menos não na frente de todo mundo ali. Bryce pareceu notar minha mudança de humor e ofereceu seu braço e um lenço que o mesmo havia conjurado. Pude ver que o lenço era de tecido e tinha até mesmo as inicias do garoto. Cada coisas que reparamos quando as coisas saem totalmente dos trilhos, pensei. Segurei seu braço enquanto saímos de lá. Eu, Bryce e meu coração despedaçado.

A maldita poção já não importava, aquele desenho de uma rosa e um escorpião juntos também não importava, nossos anos de amizade não importavam. Não enquanto ele beijava outra daquele jeito.

Alvo narrando:

Estava sendo difícil driblar meu melhor amigo. Ainda mais quando Rose também estava ignorando-o. Aparentemente eu era a única outra pessoa com quem Scorpius queria ter como companhia naqueles dias, o que dificultava em muito meus planos. Mas era necessário.

A verdade é que eu também escondia algo dele. Sentia-me mal por isso. No entanto faria tudo para que as coisas funcionassem. Bem, a verdade é que eu estava tentando conquistar Scarlet. Simplesmente precisava tê-la só para mim. Mas não era apenas a vontade de beijá-la que me dominava. Queria ouvi-la rindo para mim, chamando o meu nome, fazendo aquele beicinho quando ficava irritada, ou mesmo que me dava tapas quando eu fazia algo idiota (o que era quase toda hora, diga-se de passagem). Eu sentia que nós éramos feitos para pertencer um ao outro. Não me importo o quão ridículo isso pareça.

Era ótimo ficar imaginando como seria bom ter um “nós” entre mim e a Malfoy. No entanto, seria muito ruim ter que passar por cima do irmão ciumento dela que coincidentemente era meu melhor amigo. 

Nós tínhamos passado uma tarde na Sala Precisa. Nada demais tinha acontecido. Não ainda. Scar era diferente. Eu a respeitava demais para isso, sabia que ela não iria gostar de nada "fora das normas". Ela era, afinal, uma Lufana nata, seria fiel até mesmo a uma promessa feita para si mesma. Sendo assim eu teria de agir diferente com ela. Cuidadoso, ele era frágil e delicada. E eu faria tudo para vê-la feliz.

Aquele tinha sido um ótimo dia. Ficamos jogando cartas, contando piadas e apenas jogando conversa fora por horas. Era bom, Scarlet era uma ótima companhia.

Mesmo que eu quisesse ter continuado ali com a menina por horas sem fim, tinha outros assunto a tratar. Então, certifiquei-me de que a minha passagem estava livre, e encaminhei Scarlet para fora da sala sem que ninguém visse. Com um aceno singelo despedimo-nos.

Decidira-me naquela tarde só declarar meu pequeno segredo assim que eu tivesse certeza de que esse relacionamento iria perdurar. Não queria fazer com que todos tivessem que sofrer com o peso de uma decisão minha se ela nem ao menos tinha qualquer possibilidade de sobreviver.

Enfim, deixando meus patéticos impasses de lado, meu primeiro assunto incontornável era que Lily, minha irmãzinha estava com o coração partido. E eu iria acabar com o responsável por isso. Não vou negar, sei que pode parecer exagero de um certo ponto de vista, mas alguma coisa tinha de ser feita, e James não estava por perto para proteger a honra de Lily Luna. A responsabilidade caia puramente em minhas mãos.

Mas tinha apenas um problema.

Eu não fazia ideia de quem tinha feito isso a ela. Teria que perguntar a Hugo ou Lorcan para “apurar o caso”. E também para saber o motivo da briguinha entre eles. Lorcan tinha até começado a andar mais com seu gêmeo da Corvinal, Lysander, que não tinha tanto senso de humor quanto ele.

Eu estupidamente apaixonado, Rose e Scorpios não se falando, Lily e Hugo separados...

É, tudo pode acontecer em Hogwarts, pensei enquanto passava pelo quadro da Mulher

gosto de você, você sabe disso, mas não vou continuar aqui enquanto você gosta de outro – arregalei os olhos, as palmas de minhas mãos transpirando – Não vou ficar zangado nem nada, está bem?

— Me desculpe - foi a única que eu consegui dizer, abaixando a cabeça. Ele apenas suspirou – Mesmo.

Tenho que admitir ele estava sendo gentil.

— Não tem problema, não se pode forçar alguém a te amar, mas se quer saber de uma coisa, a pessoa que você amar será muito sortuda – disse ele – O que acha de sairmos daqui como amigos?

Sorri, ele não era tão ruim afinal de contas, pelo menos quando não estava tentando me conquistar – Fechado! Quer ir até a Dedos de Mel? – perguntei.

Saímos do Café mas não sem antes ver meu amigo estúpido beijando aquela garota. Eu nGorda.

Hugo estava sentado em uma poltrona perto a lareira, a hora do jantar já tinha passado. O garoto possuía um saco de doces da Dedos de Mel, estava com o olhar fixo em um ponto qualquer do Salão Comunal.

— Hugolino? – disse sentando-me ao seu lado.

— Ah, é você Al, quer um pouco? – resmungou oferecendo uma porção de feijõezinhos de todos os sabores.

— Hm, não, obrigada. Na verdade eu quero saber o que houve entre você e a Lily Luna? Você sabe, ela tem andado estranha ultimamente. Coração partido e essas coisas de meninas. Só quero saber se você sabe quem fez isso a ela, porque terei de dar um jeito no sujeito.

Bastaram apenas essas simples palavras pra fazer com que Hugo engasgasse com um de seus doces, adquirindo uma coloração bem avermelhada.

— Eu não sei, ela está estranha comigo há um mês! Não entendo o que acontece na cabeça dessas garotas... – disse passando a mão pelos cabelos.

— É meu amigo! Mulheres: não se podem viver com elas. Ou melhor, não se pode viver sem elas.

*

Depois de conversar um pouco mais com meu primo, comecei minha busca pelo castelo pela loira. Com o Mapa do Maroto, é claro. E depois de alguns minutos procurando, encontrei-a sentada nos jardins, ao lado da Lula-Gigante.

Fazia um belo dia. Os pássaros cantarolavam á distância, o sol estava agradável e toda aquela baboseira que tem nos filmes de romance mamão-com-açúcar da Lily. Mas tenho que admitir. Tive uma sensação engraçada ao ver Scarlet sentada sob a capa na relva, os olhos fechados, sentindo o sol e o vento brincando com seus cabelos. Sorri.

Sentei-me ao seu lado tentando não fazer barulho. Scarlet apenas suspirou sem abrir os olhos – Olá Potter, o que quer?

— Como sabia que era eu? – perguntei visivelmente surpreso.

— É um dom, e além do mais, eu costume prestar atenção nas coisas.

— O que? Costuma prestar atenção em mim? – disse eu esperançoso.

— Se vai ficar aí me enchendo o saco acho melhor cair fora – Scarlet Malfoy queria soar ácida, mas o máximo que conseguia era me fazer rir de suas tentativas inúteis.

— Só queria conversar. Finchel andou te incomodando de novo? – perguntei verdadeiramente curioso e aflito. Era estranho ficar inseguro perto de uma garota, posso não ser o melhor com pessoas do sexo oposto, mas confiança era algo que vinha-me com facilidade.

Scarlet apenas deu de ombros e olhou para baixo, encarando a relva – Ele não ficou feliz com o desfecho daquela noite, mas dei um jeito nele – disse rindo despreocupada. Mas o sorriso não chegou aos seus olhos.

— Gostava dele?

— Eu... não sei, achava que sim, mas depois do que ele tentou fazer... Bem, não tenho certeza agora, mas tudo bem. Nunca dependi de nenhum homem fora meu pai e talvez meu irmão.

Gostaria que ela dependesse de mim.

— Hm, certo. – eu estava sem assunto e queria desesperadamente falar com ela. Mas de repente toda minha habilidade com garotas não funcionava com ela.  – Quem sabe , quer dizer... Você gostaria de dar uma volta comigo uma hora dessas, ou não! Você que sabe...

Patético. Eu tinha plena consciência de que tinha feito papel de bobo. Mas não me importava se ela aceitasse sair comigo.

Scarlet sorriu e tentou segurar o riso mas não conseguiu, dando uma sonora gargalhada. Levantou-se e inclinou-se ficando com o rosto na altura do meu – Eu iria adorar, principalmente se você for ficar todo vermelho como está agora! – Deu seu melhor sorriso, que desapaceu um segundo depois.

— Mas não possso, Al. É complicado.

Fitou as vestes por alguns minutos e depois deixo-me ali na companhia da Lula-Gigante. Eu tinha certeza de que tinha muita coisa que Scarlet mantinha oculto de mim. Não éramos amigos, afinal. Mas em certos momentos eu podia sentir suas paredes internas cedendo aos poucos, e quando ela dava-se conta do mesmo, fugia. Era um enigma.

Merlin, essa garota ainda me deixaria louco!

Hugo narrando:

Eu sentia falta dela. Lily. Lily Luna.

Éramos amigos desde que nascemos e ela sempre tinha estado ao meu lado, fazendo-me rir. E aquele tinha sido o pior mês da minha vida. Nem mesmo os melhores doces conseguiam melhorar meu astral. Nem Lorcan aguentava-me daquele jeito!

Eu não o culpava, estava sendo um pé no saco de todos que eu conhecia. E ela só parecia concordar com isso. Andava com aquele sonserinozinho nojento para cima a para baixo no castelo.

Merda!

Eu precisava fazer alguma coisa para chamar a atenção de minha prima e melhor amiga o mais rápido possível. Já não aguentava mais ficar de mal humor. Sentia falta de sorrir e ver o sorriso de Lily.

Eu estava andando de volta ao Salão Comunal distraído e acabei esbarrando em algumas armaduras no caminho. Nada de mais. Esse era eu.

Um garoto distraído e desengonçado. Sem nenhuma aptidão em esportes. Não admira que ela tenha preferido ele ao invés de mim. Zabine era capitão do time de quadribol da Sonserina. E eu era um palhaço.

Mas ainda assim um grifinório. E eu arranjaria a coragem necessária pra fazer com que ela me escolhesse. Pelo menos iria tentar.


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Notas finais do capítulo

Será que Albus vai fazer alguma coisa extraordinária para conquistar Scarlet? O que Hugo está planejando? O que acharam do encontra de Rose? Estou aguardando ansiosamente os comentários que nunca vem :(



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