Pov. Tarsila

–A culpa não é minha se você fica jurando coisas pelo rio Estige, sem ao menos saber o que é- eu disse cantarolando enquanto saltitava feliz da vida na direção do Pavilhão do refeitório.

Estou tão ansiosa para a despedida de solteira de Annabeth, hoje já é sexta-feira!! Estou tão ansiosa que eu vou comer pra tentar esquecer minha ansiedade!!! Hoje Quíron deixou todos comerem nas mesas que desejarem e que tiverem permissão de pelo menos um semideus dessa mesa, eu vou almoçar com Annabeth e vou jantar com meu melhor amigo Leo Valdez, eu estou com medo de conhecer os irmãos dele, e se eles não gostarem de mim?? (N/a: Tomar todos os energéticos do senhor D dá nisso, tá locona!!!! Que novidade *sarcasmo*)

Voltando a realidade, eu estava andando feliz na direção do Pavilhão do Refeitório, quando alguém toca nas minhas costas, eu entro em estado de choque e fico paralisada, de medo.

–Hey calma, não é o Darth Vader- disse a voz que eu queria ouvir naquele momento, enquanto saia de trás de mim, eu ainda estava em estado de choque, ele ficou na minha frente, segurou meu queixo, me fazendo ficar na ponta dos pés para olhar diretamente pra ele.

–Leo!!- exclamei feliz enquanto o empurrava pra trás, ele cambaleou e caiu de costas na grama e eu deitei ao seu lado, nós parecemos duas crianças, brigamos e gritamos um com o outro, mas no dia seguinte não aguentamos ficar separados, nos desculpamos e não nos separamos o dia todo.

–Tá legal observar as nuvens aí? – pergunto me sentando no chão.

–Pra falar a verdade: não- respondeu se sentando- precisava mesmo ter me empurrado?

–Claro que precisava, foi por isso que eu te empurrei!- respondi- Dãããããããã- disse fazendo careta e batendo meu dedo indicador na cabeça, fazendo um barulhinho engraçado, imediatamente nós dois rimos e voltamos a olhar pras nuvens.

–Embora esteja bom aqui, não posso me atrasar, Piper deve estar me esperando na mesa dela- ele disse enquanto se levantava e batia a grama da calça, eu fiz uma careta automaticamente, Piper era filha de Afrodite, não sei por quê, mas eu senti uma pontada de ciúmes, uma pontada não, uma lâmina toda, eu me senti tão brava a ponto de bater em Afrodite por ter tantas filhas lindas (N/Afrodite: Isso é amor, querida!).

–Eu também tenho que ir, Annie e os irmãos dela estão me esperando na mesa dela- disse, agora foi a vez dele de fazer uma careta- mesmo assim o jantar tá de pé!

Nós assentimos e ficamos nos encarando por um tempo.

–Uma corrida até o Pavilhão?

–Claro, não fique muito triste quando você perder- disse saindo na frente, ele era rápido então logo me alcançou (como sempre).

Quando estávamos a uns dois metros do Pavilhão, ele me passou e chegou primeiro, eu fiz biquinho e cruzei os braços.

–Pelo visto não é hoje que eu vou derrotar você- disse respirando ofegante enquanto me dirigia à mesa de Atena e ela à mesa de Afrodite.

–Nossa, você demorou muito, nem parecia que você tinha ido na minha frente- comentou Annabeth com um sorriso malicioso, todos os irmãos e irmãs olhavam pra mim, quando Annabeth fez aquele comentário eu fiquei mais vermelha que um pimentão. Ignorei o comentário e me fiz de indiferente e mudei o assunto:

–Annie, santos deuses, seus irmãos são tão fofos- disse dando um abraço no Felix, meio-irmão dela, ele tinha apenas oito anos, ele era tão fofinho, ele tinha cabelos loiros e olhos cinzentos meio azulados, era uma gracinha.

–Tarsila, você quer esmagá-lo?

–Me desculpe- disse soltando o coitado, me sentido meio sem graça, mesmo ele não parecendo estar sendo esmagado.

–Se você acha meus irmãos fofos, você deveria ter visto seu irmão quando ele tinha virado um porquinho-da-índia, era tão fofo que dava vontade de morder!

–Como se você não tivesse vontade de mordê-lo em forma de humano- comentei alto o suficiente para Annie e todos os irmãos dela escutarem, Annie ficou mais vermelha do que as maçãs que as ninfas pegavam nas árvores.

–Orra- disseram dois garotos que deviam ter a minha idade, eles eram gêmeos, loiros com olhos cinzentos.

–Você é meio doida né?- perguntou uma garota da minha idade, com sarcasmo aparente, também loira com olhos cinzentos.

–Claro que não, eu sou completamente doida- afirmei como se isso fosse óbvio e todos os garotos olharam com um sorriso de deboche para aquela menina que se afundou no banco.

Annabeth tinha se recuperado do ataque de vergonha me perguntou:

–Tarsila, viu o que você me fez passar? Agora você vai me responder uma coisa: qual foi o maior mico que você já pagou, na vida?

–Na final da copa Davis* de 2011, quando Rafael Nadal virou o jogo no segundo set, eu gritei: “Chupa, Del Potro” todos olharam pra mim como se eu fosse uma psicopata, e olha que de psicopata eu entendo, quando se passou a maior parte da sua vida com um psicólogo, disso você entende.

Todos olharam pra mim assim: O.O, Annabeth caiu na gargalhada.

–Você. Não. Sabia. Que. Em. Jogo. De. Tênis. Não. Se. Comemora. Gritando? – perguntou no meio das risadas, logo todos os irmãos e irmãs dela começaram a rir de mim, todos os campistas das outras mesas olharam pra mim como se eu tivesse realizado um milagre, pra falar a verdade realizei mesmo, aposto que até hoje ninguém nunca tinha visto todos os filhos de Atena rindo ao mesmo tempo.

–Ora, eu to acostumada com jogo de futebol, todo mundo fica gritando!- retruquei um pouco histérica.

–Hey calma, mas quem vai ao um jogo de tênis, sem ao menos saber que não se deve gritar pra comemorar? - perguntou Annie.

–Eu! – afirmei histérica, ficando completamente vermelha, logo eu comecei a rir com eles.

–Annie, você deveria convidá-la para comer conosco mais vezes.- afirmaram os dois gêmeos ao mesmo tempo, a frase deles me fez corar.

–Annie, por que será que todos acham que vocês não têm senso de humor? – perguntei.

–Porque nós não demonstramos isso, sua lerda!- disse a garota que perguntou se eu era louca.

–Ô ô ô, ninguém te ‘perguntô’- cantarolei em resposta- depois eu que sou a lerda!

Aquela garota parecia que ia pular em mim de tão vermelha que ela estava! Esse almoço estava ficando interessante, de uma coisa eu tinha certeza: Haveria barraco, essa é uma das minhas palavras preferidas.