Passaram-se 2 dias e eu realmente estava muito deprimida. Não havia um minuto sequer que eu não pensasse em Harry. Eu não iria conseguir viver com a dor de não pedir desculpas.

Tomei a decisão. Peguei meu celular e mandei uma mensagem a ele, pedindo que me encontrasse no mesmo locar do piquenique, daqui a uma hora. Ele não me respondeu. Não importava, eu iria do mesmo jeito. Eu sabia que havia 99,9% de chance de ele não aparecer, primeiro porque ele é famoso, tem outros compromissos; e segundo porque eu praticamente o larguei no parque, após tê-lo beijado. Mas mesmo assim eu fui.

Me arrumei (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=49797784&.locale=pt-br), tomei café e fui direto para o parque.

Não o encontrei. Sentei-me em um banco, derrotada. Harry não viria, tinha que me convencer disto. E quando eu já estava prestes a me levantar para ir embora, ouvi uma voz a minha frente.

–Desculpe a demora!

Levantei minha cabeça rapidamente e o encarei com os olhos arregalados.

–Harry!-disse feliz, me levantando.

–Paul não queria me deixar sair sem ele… Mas eu consegui escapar!-ele sorriu. –Bom… Oi!

–Oi!-sorri meigamente.

–Vamos mais para lá… –ele apontou para um lugar mais afastado.

Eu assenti e fui com ele. Enquanto nós andávamos não pude deixar de pensar: “Porque Harry age tão naturamente? Como se nada tivesse acontecido?”. Olhei para ele e ele me olhou de volta com um sorriso. Sorri também e esperei nós chegarmos.

Era o mesmo lugar de 2 dias atrás, idêntico, menos pela cesta e a toalha quadriculada. Sentamos e ficamos em silêncio. Um silêncio perturbador se você quiser saber. Enquanto eu tentava encontrar as palavras certas para poder me desculpar, Harry não parecia desconcertado. Ele olhava para o nada, enquanto mexia com um tufo de grama. Ele realmente estava lindo. Estava de óculos escuros e com a sua camisa dos Ramones. A famosa camisa dos Ramones! Ri internamente e pensei: “Harry não merece alguém como eu… Ele merece alguém mais bonita, animada, mais velha… Não alguém tão desastrada e estranha como eu!”. Continuei em silêncio, até que finalmente encontrei as palavras certas.

–Harry!-chamei-o.

Ele olhou para mim enquanto tirava os óculos e os colocava no bolso.

–É… –me virei de frente para ele. Ele também se virou para mim. –E… Eu… Eu queria pedir desculpas… Sabe…

–Pelo o que?-ele riu.

–Por ter te beijado… Sabe? Não que tenha sido um erro… Eu só… Foi por impulso…

–Tudo bem Marie!-ele sorriu para mim. –Estou acostumado com esse tipo de coisa! Acontece muito…

–Sério?-eu estava aliviada.

–Sim!-ele sorriu.

–Ainda bem! Achei que você ia, sei lá…

–Te processar?-ele riu. –Claro que não! Foi um beijo! O que tem de mal nisso?

Eu sorri por algum tempo, mas depois, eu não sei o motivo… Se era pelo fato dele estar sendo tão fofo comigo ou… Não sei… Só sei que simplesmente comecei a chorar. Sim, a chorar muito!

Harry parou imediatamente de sorrir e perguntou preocupado.

–O… O que foi? Eu falei algo errado?

Balancei a cabeça em tom negativo e me virei para a frente.

Ele ficou me encarando confuso durante um bom tempo… Até eu conseguir falar na verdade.

–N… Não Harry! Não tem nada a ver com você!-suspirei fundo, sequei as lágrimas do meu rosto e joguei o cabelo para trás.

–Então o que foi?-ele disse ainda me encarando.

Suspirei mais uma vez e então contei tudo a ele. Sobre a minha vida, a minha amizade com a Julie e sobre eu não poder ir na França mês que vem. Ele me escutou calado e assim que eu terminei de falar ele levou sua mão direita até o meu queixo e o levantou, fazendo assim com que eu o encarasse. Meus olhos verdes ficaram encarando os verdes de Harry. Ele secou uma lágrima da minha bochecha e de repente, sem um motivo, sem um porque, sem pedir minha permissão, me beijou. Meus olhos se fecharam de imediato. Estava assustada, não fazia a mínima idéia do que estava acontecendo ali. A única coisa que eu podia sentir naquele momento era a mão de Harry que segurava a minha bochecha e seus lábios, que agora se abriam, prensados contra os meus. Eu levantei uma de minhas mãos até os seus cabelos. De vagar eu fui abaixando até sua bochecha onde eu a deixei. Enquanto fazia carinhos em sua bochecha com o polegar, eu podia sentir a mão de Harry abaixando até a minha cintura. Logo ele me abraçou e começou a mexer com meus cabelos e eu com os dele. Depois de vários minutos, assim eu diria, Harry me soltou. Eu tinha os meus olhos arregalados e ele um sorriso nos lábios. Ele agia como o que ele tinha acabado de fazer fosse a coisa mais natural possível, como… Sei lá… Comer uma barra de chocolate.

–P… Porque você fez isso?-essa foi a única coisa que consegui pensar para dizer.

–Você simplesmente mexe comigo Marie.

Eu ainda tinha meus olhos arregalados. Ele voltou a olhar pro nada e eu não conseguia mover um músculo.

–Sei lá! Quando esbarrei com você no shopping, não foi por acaso sabe… Eu não sei explicar, só sei que aquilo mexeu comigo… E de repente eu fui ficando dependente de você… Dependente do seu sorriso, dos seus olhos… Simplesmente de você… A questão é: Que eu te quero, e não quero que você nunca se vá!-ele olhou para mim.

Ainda o encarava, mas agora com um sorriso. Apoiei meu corpo nas mãos e o beijei, mais uma vez, agora demonstrando o que EU sentia!