Cheguei na frente da porta de seu quarto e bati.

Toc, toc, toc.

Cerca de uns 5 segundos depois eu ouvi ele dizendo:

– Entra! Quando entrei, ele estava só de bermuda, já de banho tomado deitado na sua cama vendo tv.

– Nossa, depois você fica com vergonha se a gente falar alguma coisa de você! - Ele disse ao me ver.

– Ué, porque? - Eu disse sem entender me deitando ao lado dele na cama.

– Porque? Olha o tamanho do seu short e o tamanho da sua bunda! O short está desproporcional! - Ele disse na maior tranquilidade.

– Chris! Falar da minha bunda na minha cara... Ou melhor... PRA MIM já é sacanagem né! E eu não entendo, meus olhos são tão bonitos e vocês ficam olhando para a minha bunda. - Eu olhei para ele que riu do que eu disse.

– Mais é a verdade ué! Fazer o que se eu sou sincero? Os meinos reparariam mais nos seus olhos se ele fosse do tamanho da sua bunda. - Ele ergueu as sobrancelhas e eu ri.

– Olha quem fala, a sua bunda é maior que a minha se bobear! - Eu disse erguendo minhas sobrancelhas.

– Hum... acho que não hein! - Ele disse de uma forma engraçada e nós rimos.

– Uau... E eu, ingênua tadinha, pensando que o Bieber era o safado da vez. - Eu disse.

– Ingênua? Tá querendo enganar quem mesmo? Quer dizer, eu sou safado... Mas o Bieber já ultrapassou à muito tempo o estágio da perversão já. - Ele disse e eu ri.

– Você me conhece demais Chris. Sabe meus defeitos, minhas qualidades, dores, pontos fracos, antigos e se bobear futuros namorados, manias, sabe de quais filmes eu gosto, de que tipo de garoto, roupa, perfume, cor, programa de tv, sabe que eu realmente não sou ingênua, sabe o que eu amo e odeio, sabe também as pessoas que eu amo e odeio, quando eu estou falando a verdade ou mentindo, quando estou bem ou mal, quando estou preocupada, e sem contar que essas últimas coisas você só de olhar pra mim, tu sabe até a marca de tênis que eu mais gosto! - Eu disse.

– Caramba, eu sei muito sobre você! E não fica por isso mesmo né, você também sabe de tudo e mais um pouco do que acontece comigo e do que eu gosto... E isso não é desde ontem não hein! É desde sempre. - Ele explicou.

– Sabe que é bom saber disso tudo, principalmente quando vindo de você mesmo? Na época que eu morei no Brasil, eu tive muitos amigos, mas eu sempre quebrava a cara com todos eles. Sempre que precisava deles eles tiravam o deles da reta e eu sempre acabava levando a culpa de tudo que eles tinham feito sozinha. Isso sempre foi péssimo quando eu era menor, até porque eu tinha todos aqueles problemas, então tudo acabava me sensibilizando muito e eu vivia triste, chorando, pra baixo, não confiava em mais ninguém! Aiai... Como todos vocês fizeram falta nesses 6 anos. - Eu disse olhando para a cama.

– Awn como você é linda sabia? - ele disse me olhando.

– Eu fico impressionado com a forma que você tem pra falar as coisas. Dependendo do que você fala você emociona todos que ouvem. Sabia que eu sinto saudades dos seus textos? Por falar nisso, você ainda tem aquele caderno? - Ele ficou curioso.

Confesso que fiquei surpresa ao ouvir o Chris perguntando sobre o meu caderno, que na verdade era um caderno simples mais que sempre quando eu precisava escrevia tudo lá, textos, poemas e até músicas não sabia que ele sentia falta dos meus textos, eu sempre soube que ele gostava muito, mas não que tinha chegado a sentir saudades deles.

– Depois você fala que eu que sou linda. Eu nunca poderia imaginar que você sentia saudades dos meus textos! Ah, e eu ainda tenho aquele caderno sim! Eu trouxe ele, depois você me pede que eu te impresto pra você ver se quiser. - Eu disse.

– Claro que vou querer! E com certeza eu irei ler todos eles. Eu penso tanto sobre tudo quando leio eles... Não sei porque. - Ele disse olhando para o teto.

– Se eu começar à chorar aqui vai ser culpa sua! Eu não consigo ser com os outros meninos como eu sou com você sabia? Apesar de eu gostar muito de todos eles você é o único que eu consigo sentar e conversar sério, sobre tudo! - Eu disse olhando também para o teto.

– Eu não sei se você sabe, mais existem coisas que você sabe de antes da Caitt morrer que nem ela sabia. - Ele disse e eu fiquei sem fala por alguns segundos, pois não queria tocar no assunto "Caitt", até porque isso nunca me fez bem mais eu consegui reverter.

– Sabe, eu fico imaginando como tudo teria sido se eu não tivesse ido embora, se não tivesse acontecido tudo que aconteceu à 6 anos atrás, se a Caitt estivesse aqui com a gente... Será que tudo seria completamete diferente? Ou será que seria mais ou menos o que está sendo agora, só que com ela aqui e sem ter passado toda essa grande novela que foi eu ir para o Brasil e agora voltar pra cá, sem eu ter dito inúmeras vezes que odiava o Justin, sem eu ter ficado longe de vocês... - Eu não consegui me conter e estava chorando de novo.

– Ei, ei, não precisa disso, porque toda essa culpa e arrependimeto? O que importa é o que nós estamos vivendo agora, o presente! O que importa é que você está aqui com a gente de novo e que está tudo bem entre você e o Justin. - Ele disse limpando o meu rosto.

– Por isso que eu te amo sabia? E sei que sempre posso contar demais com você pra qualquer coisa! Não sei o que seria de mim sem você! - Eu disse, dei um beijo no rosto dele e o abraçei.

– Eu sou obrigado a dizer pra você exatamente tudo que você disse pra mim! Eu também te amo e não sei o que seria de mim sem você! Principalmente nas horas em que eu preciso de alguém assim, como você, que me dê conselhos ou dependendo da situação até me diga o que fazer! - Ele me abraçou também, só que um pouquinho mais forte e beijou minha testa.

– Tá fortinho hein! - Eu disse quando ele me soltou.

– Fazer o que né! O tempo não foi bom só pra você não! - Ele disse e nós rimos.

– Huuuum eu tô com uma saudade de uma coisa que a gente fazia quando eramos pequenos. - Ele fez uma cara de como se estivesse lembrando de algo.

– Do que? Nós fazíamos tantas coisas quando éramos menores! - Eu fiquei em dúvida.

– Fechar a casa toda, colocar um filme e comer muita besteira. - Ele disse com os olhos brilhando.

– Tá querendo me deixar gorda é? - Eu perguntei olhando pra cara dele.

– Tô! - Ele disse sério.

– Tá?! Porque? - Eu estranhei a resposta dele.

– Porque você está muito bonita, e na segunda eu não quero que você chegue na e os meninos parem tudo que estão fazendo para apreciar a sua beleza. - Ele disse prendendo o riso.

– Cê tá me zuando né? Só pode! - Eu disse e ele começou a rir.

– Claro que tô! Mas eu não quero você se engraçando pra cima daqueles meninos lá da escola não hein! Eles são muito interesseiros, só vão ficar com você por uma noite e depois vão tirar o deles sa reta! - Ele disse sério.

– Ah, tipo vocês né? - Eu disse olhando pra ele de braços cruzados.

– Você tem resposta pra tudo hein! - Ele disse fazendo uma cara feia engraçada.

– Awn, não fica assim não! - Eu disse prendendo o riso.

– Me deixa, fiquei triste. - Ele disse fazendo biquinho.

– Então tá bom! Não encomodo mais. - Eu disse levantando da cama dele e indo em direção a porta.

– Tá indo aonde? - Ele perguntou.

– Ué, tô indo embora, você não disse pra eu te deixar? - Eu disse (Drama? Maginaaaaa).

– Vai não! Fica aqui, sou carente. - Ele disse fazendo biquinho.

– Carente e bipolar né! - eu disse e ele riu. - Sabe uma coisa que eu quero fazer com vocês? - Eu perguntei pra ver se ele adivinhava.

– Huuuuum... O que? - Ele fez uma cara safada.

– Bobão você hein! Já devia estar pensando besteira né? Eu ia dizer que eu tenho vontade de beber com vocês. Ou então de "brincar" de verdade ou consequência com uma garrafa de vodka que antes, será esvaziada por nós antes é claro! - Eu disse e ele estranhou.

– Você bebe? - ele perguntou fazendo uma cara engraçada. - Uma garrafa de vodka é pouco!

– E porque não beberia? Eu sei né! Então vou falar assim: "brincar" de verdade ou consequência com uma das garrafas de vodka que antes, será esvaziada por nós antes é claro! Melhorou? - Eu disse.

– Sei lá, apesar de você ter corpo, ser bonita e ter esses olhos e... - ele disse olhando pra mim mas, acho que se perdeu.

– Termina Chris! - Eu disse olhando pra ele esperando ele terminar de falar.

– Ah, que apesar de tudo isso você tem cara de santa. - Ele disse disfarçando com um sorriso voltando para a realidade.

– Eu? Cara de santa? Cê tá falando sério Chris? - Eu disse olhando pra cara dele.

– Uhum! Mais pelo jeito só a cara mesmo né? - Ele disse olhando pra mim com uma cara safada e eu sorri envergonhada.

– Para Chris! - Eu disse.

– Parar com o que? - Ele ficou confuso.

– De ficar me olhando assim, eu fico com vergonha. - Eu especifiquei.

– Vergonha de que? Você está tão bonita e diferente, superou tudo aquilo que aconteceu de hoje vive como se nada nunca tivesse acontecido, com a cabeça erguida... Nem parace aquela menininha que chorava por tudo anos atrás. - Ele disse e eu ri fraco.

– Não sei do que exatamente eu sinto vergonha, é porque é estranho e diferente sabe, quando eu era aquela menina pequenininha, gordinha e estranha, ninguém olhava direito e agora, que essa mesma menina cresceu, imagreceu e essas coisas todas, ver todos que meio que "não olhavam pra mim" no passado hoje em dia reparando é estranho.... Sei lá porque eu acho isso. - Eu expliquei.

– Entendi o porque, mas posso te falar uma coisa? Vai se acostumando hein! - Ele disse.

– Porque? - Eu perguntei.

– Porque quando você chegar na escola, você vai ser o centro de todos os olhares e das atenções, principalmente quando todos descobrirem que você é aquela Maluzinha... - Ele disse e eu ri pensando em como vai ser na escola.

– Quero ver como que vai ser quando eu chegar naquela escola. - Eu disse tentando imaginar como iria ser a segunda feira.

– Vai ser o terror. Os meninos vão ficar iguais a uns bobões e as meninas vão colocar o seu nome em tudo que é macumba por enveja de você! - Ele disse e eu ri.

– CHRIS QUE HORROR! - Eu disse rindo e dei um tapa no seu braço.

– Tô falando sério tá! As meninas lá da escola são loucas e psicóticas. - Ele disse e eu cheguei a me assustar.

– Sério? Agora eu fiquei até com medo. - Eu disse.

– Sério! Mas enfim... Vamos ver um filme? - Ele perguntou.

– Vamos sim! Mais qual? - Eu perguntei.

– Sei lá! Vamos descer e vemos lá embaixo. - Ele disse.

– Tá bom então!

Eu disse, o Chris desligou a televisão e nós descemos.