Quando chegamos lá em baixo eu fui para a cozinha em direção ao armário onde sempre guardávamos os nossos doces. Era uma máfia só, antigamente tinha até cadiado e se a tia Pattie descobrisse que existia isso ela acabava com a gente!

– Chris, ainda é aqui que ficam os doces né? - Eu perguntei apontando para a portinha mais escondida do enorme e chique armário da cozinha.

– Aham, vê se você acha alguma coisa aí né! Porque com essas dragas que moram aqui é meio difícil de sobrar qualquer tipo de comida, principalmente besteiras. - Ele disse e nós rimos.

– Com certeza! - Eu concordei com ele.

Quando eu abri a porta do armário automaticamente e de forma estranha imediatamente lembrei do meu passado, do amor que a gente tinha por aquela portinha boba do armário da cozinha e também das inúmeras brigas engraçadas que nós tinhamos por causa dos doces quando estavam acabando e também quando tinhamos que juntar todas as nossas economias para repor o estoque de doces. Quando eu voltei à realidade, resolvi perguntar para o Chris quais os doces que eram melhores para vermos o filme, porque se dependesse da gente, a gente comia tudo!

– Chris, o que a gente vai comer? - Eu perguntei olhando dentro do armário.

– Os doces ué! - Ele respondeu o óbvio.

– Disso eu sei né o criatura! - Eu disse com uma cara de "aff" olhando para ele.

– Ué, então porque você perguntou? - Ele disse olhando pra minha cara com uma cara de dúvida.

– Eu estou falando ô lesadinho, pra você escolher qual é o doce que a gente vai comer né! - Eu expliquei para o ser de cérebro que funciona de forma muito lentinha.

– Ah. agora você explicou direito né! - ele disse como se eu fosse a lerda da história - Pode ser alcaçuz, aquelas balinhas azedas e os kisses. - Ele disse e eu peguei os doces rindo.

– Tá rindo de que o maluca? - O Chris perguntou encostado no balção esquanto esperava eu fazer a pipoca (pois é, ainda tinha a famosa pipoca).

– Sei lá, essas balinhas tem um nome engraçado. - Eu disse separando as coisas da pipoca.- Que balinhas? Ele perguntou abrindo um dos pacotinhos dos kisses e pegando um.- Ah, dessa balina que você está comendo. - Eu disse.

– Os kisses? - Ele perguntou.

– É! - Eu disse como se fosse a coisa mais normal do mundo.

– E... Porque isso? - Ele ficou ainda mais confuso.

– É porque é esgraçado colocar o nome da bala de "beijo", fica uma coisa meio engraçada, tipo quando você vai pedir uma ai você vai falar "Me dá um beijo?" Para outra pessoa sendo que ela está se referindo a bala? Vai que a pessoa não entende e tasca um beijão na outra? - Eu não disse nada com nada.

– Não sei né! As vezes essa bala é pra ser dividida com um beijo. - Ele disse enquanto colocava o refrigerante nos copos.

"- Opa, acho que levei uma cantada." - Eu disse em meus pensamentos e resolvi mudar de assunto.

– Am... A pipoca está pronta. - Eu mudei de assunto.

– Então senhorita, vamos assistir ao filme? - Ele disse colocando as coisas na sala e voltando para de dar o braço, uma velha mania que tínhamos e vivíamos brincando com isso.

– Vamos ver qual filme Chris? - Eu perguntei.

– Sei lá, estava esperando você terminar de fazer as coisas pra me ajudar a resolver. - Ele disse.

– E eu estava pensando que você já tinha escolhido né cabeçudo! - Eu disse e ele riu.

– Eu não! Aí eu escolho e você fica enchendo o saco porque o filme é chato e tal... - Ele disse e não estava errado.

– Ok, então vamos escolher? - Eu perguntei.

– Vamos! Comédia, romance, terror, ação...? - Ele perguntou.

– Am... Pode ser todos né? Temos a noite toda. - Eu disse.

– Ui, temos a noite toda! - Ele disse e eu ri.

– Idiota. - eu disse e ele me deu língua. - Vamos começar com terror e quem vai lá colocar o filme é você! - Eu disse e ele sem nem tentar discutir, porque sabe que eu sempre ganho a discussão foi. Depois disso, nós assistimos vários filmes, nós sentimos medo, eu chorei, depois nós rimos muito, comemos muito e por fim quando estava quase amanhecendo, a gente pegou no sono lá no sofá da sala mesmo, e eu dormi deitada no colo do Chris.