Blizzard escrita por LyaraCR


Capítulo 3
03




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/228172/chapter/3

Esse capítulo ficou grande, ah sim, como ficou! Espero que gostem!

XXX

Blizzard

XXX

O tempo se passou e as janelas estavam totalmente embaçadas. Sasuke já havia ido de uma em uma, levantado as cortinas e conferido, mesmo em passos trôpegos. Já havia parado de beber também, e nem conseguia mais reclamar do frio, assim como Itachi, quem tivera a brilhante ideia de irem para o quarto e agora não conseguia se levantar da cama nem mesmo pra abaixar o som. Malditas molas. E se a lareira cuspisse fogo na casa? Cristo, não deveria ter bebido tanto.

— Nii-chan, esses casacos estão me incomodando!

Queixou-se o mais novo, depois de levar um daqueles doces aos lábios. Itachi nem mesmo vira de que se tratava, estava incapacitado no momento.

— Tire. É a única saída.

— Provavelmente vou adoecer se o fizer.

— Não se entrar aqui comigo e se aquietar.

Disse, risonho. O outro se levantou, praticamente lutando contra algumas abotoaduras difíceis demais para alguém em seu estado, e num instante, estava apenas com a camisa de mangas longas, assim como o outro, tecidos macios, que não o impediam de se mover ou respirar.

Adentrou os edredons e viu que, mais uma vez, Itachi alcançava a garrafa. Deitou-se sobre o peito do mesmo.

— Tem certeza de que vai continuar bebendo isso?

— Eu não sei... — sorveu mais um gole — Parece bom. Está muito gelado e... Não sinto o gosto de todo.

Riram, enquanto oferecia a bebida à Sasuke, dando em sua boca. O menor se atreveu a beber um pouco mais. Realmente estava gelado. Alcançou um dos doces e colocou dentre os lábios do irmão, sentindo-os em seus dedos. Um arrepio frio cortou seu corpo, de fora a fora, e num instante se viu corado, pensando besteiras, constatando mentalmente que sim, eles eram tão macios quanto as nuvens. Saiu de seu devaneio apenas quando viu Itachi rindo sem pudores.

— O que foi?

Indagou, meio irritado.

— Seus dedos estão gelados!

E ele continuou rindo, uma mão ante os lábios, como se aquilo fosse a coisa mais hilária. Por hora, Sasuke se assustou. Aquele não era realmente o comportamento do outro, mas teve que rir com ele.

— Seus lábios estão gelados! Não são meus dedos!

Contestou, risonho, provocando cócegas no outro por sob os edredons.

— São sim, eu os toquei com minha língua...

Os risos foram cessando, pouco a pouco.

— Ew, isso é nojento!

— Não, não é. Você tocaria os meus se eu te desse algo neles.

— Não mesmo!

— Quer ver? — alcançou um dos doces, partiu ao meio e deixou seu dedo sujar-se com a cobertura de chocolate amargo que fazia parte dele, levando-o aos lábios do mais novo — Tente.

— Eu posso chupar.

— Ainda assim vai ter que usar sua língua.

Risos de canto, desafios e afrontas. Era como se fosse uma batalha pra provar quem é que estava certo, e Sasuke aceitou. Entreabriu seus lábios, deixando o dedo do mais velho entrar, sorvendo o doce. E sim, teve que usar a língua. Mas ele não precisaria saber, não é mesmo?

O afastou a mão e riu, assim como ele o fazia.

— Eu estava certo! — ele exclamou, levando o doce à boca — Você teve que usar sua língua.

— Mentira! — apontou um dedo para ele — Você está sendo injusto! Eu não usei minha língua!

— Usou sim, justo desse modo!

Tomou-lhe o dedo e levou até os lábios, fazendo o mesmo movimento, surpreendendo Sasuke, quem se estremeceu e corou. Aquilo estava tomando outro ponto de vista em sua mente torpe, embriagada. Mesmo que tentasse se conter, não pensar, não podia. Quando Itachi se afastou, seus olhos se encontraram, e no processo, Sasuke notou seu rosto também afogueado. Se olharam por um instante.

— Eu estava certo.

A voz baixa e rouca do mais velho. Sentia o corpo do outro parcialmente sob o seu.

— Não estava não.

Confrontou, deitando-se, e logo sendo puxado contra o corpo do outro. Era fato que as coisas estavam estranhas, e sentiu que Itachi estava um pouco alterado. Evitou perceber, tentou bloquear de sua mente, porque seu próprio problema também existia, e estava sendo difícil demais fingir que não.

Calados por alguns minutos, um pensara que o outro havia adormecido, acabando por mover sutilmente, tentando encontrar posições um pouco mais confortáveis. O primeiro a "reclamar" foi Sasuke.

— Por que se mexe tanto?

Um tom de deboche na voz, enquanto era forçado, praticamente, a se mover junto ao outro.

— Estou tentando criar coragem de apagar a luz.

— Medo do escuro?

— Não, não quero desembrulhar os braços pra alcançar o interruptor.

Riu, baixinho.

— Preguiçoso.

O mais novo se desvencilhou daquele braço que lhe tomara a cintura, e, sobre o outro, esticou-se até tocar o bendito objeto e a escuridão quase que absoluta recair sobre o ambiente. Itachi tomou seus quadris e o puxou para baixo.

— Sasuke... — praticamente sussurrou, não sabia o que estava fazendo. O outro agora se deitara em seu peito mais uma vez, e o rosto do mesmo se encontrava escondido em seu pescoço — Você gosta de alguém?

Perguntou, hesitante, sentindo mais uma vez, uma das pernas dele sobre as suas, mais precisamente, no meio delas, enlaçando, talvez em busca de calor, talvez não.

— Como assim? — o silêncio pairou sobre o ambiente. A mão delicada e gélida acariciava seus fios curtos — Eu... gosto.

Respondeu. Constatou mentalmente que, caso não morresse do coração esta noite, era fato que não morreria mais. Malditas bebidas que deixavam tudo deturpado, maldito vinho...

— Eu também gosto de alguém, mas é difícil... Eu não sei se gostam de mim do mesmo modo...

— Gostam. — foi direto, arregalando os olhos por um instante e corando pelo que deixara escapar. Por sorte estava escuro. Tentou contornar a situação — Tem que gostar. Você é legal. E é bonito também.

Sim, estava conseguindo se enrolar ainda mais. Maldição... Achou melhor se calar. Alguns minutos se passaram, nos quais nem percebera cochilar, e quando abriu os olhos, encontrava-se na mesma posição. O mais velho solfejava uma música qualquer, e sua mão acariciava a lateral do corpo esguio. Sasuke se arrepiou, arrancando um risinho do outro.

— Agora eu sei que está acordado.

— Que maldade... Por que não quer que eu durma?

— Já disse, suas músicas são uma tortura para se ouvir sozinho. — riu do safanão fraco que tomara. A voz de Sasuke arrastada ainda era mais adorável — Estou cansado.

Constatou; O outro se remexeu, tomando-lhe o pulso que o acariciava e voltando-lhe as costas, puxando seu corpo como se fosse um casaco, como se quisesse se encobrir com ele.

— Por que não dorme, então?

— Não consigo. Não é o frio, não são as músicas...

— Acho que sei o que é. Culpe o vinho. Durma...

O rosto do mais velho corou, enquanto tentou afastar seu corpo minimamente. Sasuke o impediu e deu uma risadinha rouca, maliciosa demais.

— Não precisa. Só... durma.

O mais velho calado estava, calado permaneceu. Não queria se dar ao luxo de rir, ou comentar qualquer coisa e perder seu devaneio embaraçoso. Abraçou Sasuke, puxando-o ainda mais.

— Você também?

Indagou, sussurrando, próximo demais de sua orelha, Sasuke ofegando mesmo que tentasse não fazê-lo.

— Sim...

Voltou-se a Itachi, encaixando suas pernas às dele, fazendo-o sentir, enquanto encontrava uma posição para seu rosto dentre aquele aroma amadeirado tão conhecido do pescoço do mesmo.

Palavras não foram ditas e, num movimento leve, subentendido, de vai-e-vem, acabaram por adormecer. Era fato, havia algo muito errado ali, percebiam, claro, mas não queriam se importar, não de todo.

XXX

Sasuke acordou com uma dor de cabeça assombrosa e estranhou a cama vazia. Olhou em volta assustado. Tudo continuava meio escuro, porém um tanto que mais claro. Ouviu a voz de Itachi ao longe, e se levantou depressa, vestindo seus casacos ainda meio tonto, e indo até onde ele estava. O encontrou falando ao telefone com sua mãe enquanto tentava abrir a porta, mesmo que fosse inútil. Deixou-se assentar no sofá até que ele terminasse a chamada.

— Eles sabem que estamos bem, e disseram pra acalmar, porque é uma condição extrema, mas o noticiário disse que não deve durar muito.

O sorriso sutil no rosto do mais velho trouxera à Sasuke toda a segurança que precisava. Suspirou enquanto se levantava. Era como se dez toneladas tivessem saído de seus ombros. Sua mente, então, deu-lhe um golpe que fizera sua cabeça doer ainda mais. Era como se todas as engrenagens voltassem a funcionar num único instante, assombrando com lembranças que mais pareciam falsas, sonhos. Confuso, esfregou os olhos, tentando se lembrar do que quer que fosse, inutilmente.

— Preciso de um banho, sério...

Disse, afastando-se do mais velho, rumo ao banheiro do quarto. Tudo o que queria era ser abraçado pelas águas mornas, sentir-se relaxar um pouco e talvez dormir por mais um tempo, dentre o calor seguro.

Abriu a porta e foi deixando os casacos pelo caminho, ficando com apenas um. Ligou o aquecedor, abriu a válvula da banheira e permaneceu alguns instantes imerso num silêncio sepulcral. Itachi não parecia querer vir junto, ou decerto estaria aproveitando o sinal fraco para se comunicar com mais alguém. Sentia-se ainda ameaçado, mas pelo que o outro dissera, já não tinha tanta certeza assim de que não escaparia. Tão perdido em pensamentos estava, que quando deu por si, a banheira se via cheia.

Como de costume, despiu-se à penumbra, assentando-se dentro d'água, molhando o rosto... Jamais entendera o motivo daquela banheira ser tão grande.

— Otouto?

Ouviu, a voz baixa, vindo da porta, hesitante.

— Entre.

Disse, um tanto que sonolento. Com seus olhos fechados permaneceu. Só os abriu quando Itachi o tocou os cabelos, acariciando. Ele estava sentado na borda, uma expressão um tanto mais calma que nos outros dias.

— Está bem?

Indagou.

— Sim, só um pouco enjoado. Minha cabeça dói...

Disse, rindo de canto do próprio estado deplorável.

— Acho que precisa de uns analgésicos.

— É verdade.

XXX

Já era tarde, já haviam ajeitado mais uma porção de coisas na casa. As coisas estavam estranhas e haviam passado o dia inteiro brincando, bebendo e curando a ressaca com ainda mais despropósitos. Sasuke estava enterrado dentre edredons, havia acabado de cair. Sentia seu corpo leve, queria fechar os olhos, mas não dormir. Ainda dava pra ouvir a música que se desprendia da sala, e provavelmente Itachi estaria assentando as últimas cortinas. Os aquecedores estavam funcionando, o encanamento e as trancas também, tudo em perfeito estado. O frio havia melhorado um pouco, ou talvez fosse culpa dos aquecedores. Não dava pra saber ao certo. Rolou, e quando o fez, se assustou. O rosto dele estava perto demais, e sorria de canto.

— Aniki?

Indagou, como se não acreditasse, ou como se buscasse um motivo. Ele se deixou cair, puxando o corpo menor sobre o seu.

— Estou cansado. — disse o mais velho, fechando os olhos — quero dormir. Você também quer?

— Na verdade...

— O que? Não temos mais nada para fazer. Está muito frio ainda, e não dá pra sair. Vamos, fica aqui comigo.

Pediu. Sasuke nada fez além de deixar seus casacos irem ao chão, deitando-se sob os edredons, logo seguido do mais velho. Estavam quase que sem roupas, e Itachi não parecia tão cansado. Parecia estar perto de escurecer. Começaram a conversar sobre o clima, sobre o progresso da reforma... E as dúvidas do mais novo voltaram a aparecer. O outro o acalmou, puxando-o para perto, acariciando seus cabelos e tentando descontrair de algum modo, mas não, não estava adiantando muito. Ambos pareciam nervosos, mascarando o que quer que fosse, como se estivessem evitando o inevitável, até que a "armadura" do mais novo se quebrou.

— Você... se lembra de ontem?

Perguntou baixinho, hesitante. Era como estar andando num campo minado, e qualquer passo em falso colocaria tudo a perder.

— Eu... — parou por um instante, até mesmo a carícia nos cabelos negros — Sim, me lembro.

Não pôde mentir. Seria injusto. Suspirou e continuou agindo normalmente, ou forçando-se a isso. Sasuke parecia um tanto quanto nervoso.

— Olha... isso tudo tá muito estranho.

Disse, tentando não parecer infantil ou afetado demais. O outro respirou fundo. Seu nervosismo era palpável.

— Eu sei, não posso negar. Mas... otouto... o que você quer afinal?

Perguntou. Precisava saber. Queria tomar um rumo certo, queria, sem erros ou precipitações.

— Talvez eu só... queira. E você?

Sasuke sabia que aquele jogo era duro demais para não se deixar amedrontar. Bastava que pensasse nas consequências que tudo teria se resolvesse se arriscar.

— Eu quero... mas... do que está falando?

O mais velho precisava se fazer de desentendido de algum modo, não é mesmo? Talvez sua racionalidade extrema assustasse o outro por vezes, impedindo um acordo entre as partes.

— Eu não sei... Talvez você saiba melhor que eu. E talvez consiga encontrar uma solução.

— Acho que estamos num ponto onde não queremos uma solução. Acho que sei o que queremos. É só uma linha, só uma decisão, que serve a nós dois.

— É errado.

Declarou o menor, como se fosse importante, como se o simples fato de ir contra os costumes interferisse em algo.

— E você se importa?

Rouco, olhos nos olhos, clara busca pela verdade.

— Não.

Foi sincero. Os sussurros deixaram de existir enquanto ficaram face-a-face, olhos nos olhos. Temiam pelo rumo que aquilo estava tomando, mas era fato. Sasuke não negaria mais. Assim como Itachi. Não queriam outra solução. Era verdade.

E então, a distância, pouca distância que existira, foi ceifada, enquanto os olhos semicerrados acabavam por se fechar. O toque, de início, foi morno, assustador, mantendo-os inertes por alguns instantes, o que de fato, não durou muito. Sasuke sentia o toque do outro em seu rosto, sentia os cabelos dele em suas mãos... Então Itachi ameaçou mover seus lábios, fazendo-o em seguida, tendo a certeza de que o outro corresponderia, porque acompanhava, mesmo que minimamente. Ah, aqueles lábios... Sasuke moveu os seus. Moveu-os, tocando os dele com sua língua, tocando de leve, pouco a pouco, pedindo uma passagem que foi concedida. Estavam perdidos no toque, tão perdidos que nem mesmo conseguiam se lembrar do que acontecia do lado de fora, nem mesmo conseguiam mais ouvir a música.

O mais novo sentiu a língua do irmão acariciar a sua justo do modo que sempre imaginara. Ele tinha um gosto bom. Era doce, tão doce quanto o licor que haviam bebido, mas não, não enjoativo. Tinha uma pitada de pimenta também, algo que ao mesmo tempo em que o assustava e o fazia pensar no quão errado parecia, fazia com que quisesse mais e mais e mais.

Itachi afastou-se. Olhou para o mais novo e ele estava corado, com os olhos fechados, fechados justo da forma mais adorável possível. Sentiu-se no dever de protegê-lo ainda mais, sentiu-se com vontade de beijá-lo outra vez, mas tinha que se conter até que ele esboçasse uma reação qualquer.

Os olhos negros se abriram, e a pele alva se corou ainda mais.

— Aniki...

— Me perdoe.

— N-não, não peça... Por que... não tenho pelo que te perdoar. E-eu... não me importo. N-não de um modo ruim, sabe, eu só.. gosto.. do seu gosto.

Itachi pensou que perderia seu coração neste momento. Pensara também em perder Sasuke pelo que fizera, em arranjar uma boa explicação, mas não. Não precisava se manter tão assustado assim. Afinal, o que era aquela frase louca do mais novo além de uma singela permissão, não é mesmo?

— Sasuke... eu quero te beijar... outra vez.

Disse baixinho, acariciando a bochecha corada. Ele tocou sua mão, entrelaçando seus dedos antes de posicionar-se exatamente por baixo de seu corpo, não se sabe se em busca de calor ou contato.

— Então me beije... A gente não sabe o que vai acontecer de agora em diante, então é melhor fazer as vontades logo..

— Sasuke... O que.. te fez dizer isso, dessa forma?

— Eu não sei... Eu só disse o que eu queria.

Tão sincero quanto sempre fora, deixou-se olhar nos olhos do outro de modo convidativo, perdendo-se em pecados imaginários enquanto ele tomava seus lábios outra vez, ambos sentindo seus corações disparados, erráticos em seus ritmos, emoções distorcidas e uma necessidade irritante de mais contato.

— Aniki...

Sussurrou, o agarre forte no tecido da camisa do mais velho, e logo a boca dele em seu pescoço, seu maldito ponto fraco. Sentiu todo o corpo arrepiar, e não era do medo, ou do frio, ou de qualquer outra coisa que não fosse a proximidade, o contato de Itachi. Sentiu os dentes finos em sua pele, arrepiando-se ainda mais, não podendo conter o gemido baixo que insistia há alguns instantes em escapar por seus lábios. Puxou o mais velho ainda mais contra si, obtendo mais contato, agora, corpos colados, enquanto o contato por mais simples que pudesse parecer, se intensificava, sem limites, então, sem fronteiras que decerto não existiam mais...

Fechou seus olhos mais uma vez, o teto o estava deixando tonto, não sabia se pelas emoções, se por qualquer outro motivo. E ele simplesmente tocara onde jamais deveria, numa necessidade implacável, voraz, como se suas mãos estivessem tão ardentes quanto as chamas do próprio inferno.

Sasuke puxou-lhe para outro beijo, e do lado de fora, então, a noite se fizera presente. As coisas estavam saindo do controle. Nenhum deles conseguia realmente se importar. Itachi beijava o irmão como se não houvesse amanhã, Sasuke meneava seu corpo contra o do mais velho, despudorados, mal-intencionados, domados pelo sentimento puro que os tirava todo e qualquer nexo. Eles se queriam, e a situação contida era insustentável. Tê-lo ali era demais para Itachi, assim como para o irmão. Não podiam mais calar todo o desejo, vontades, sonhos... Tudo o que precisavam era coragem o bastante para dar aquele passo que mudaria toda a vida de ambos, o passo que não lhes deixaria caminho de volta.

O celular tocou. Afastaram-se, olhos assustados, ofegantes, um tanto quanto descabelados.

— De quem é?

Indagou o mais velho.

— É seu. Meu toque é diferente.

Itachi se levantou, praticamente correndo em busca do aparelho, o que de fato o engajaria numa conversa durante bons minutos, dando a chance ao mais novo de repensar tudo que vinha fazendo. Era certo, mesmo errado, lidar com aquele sentimento forte e deixar-se leva-lo adiante? Não saberia se responder, por mais que tentasse. Uma letargia forte se abateu sobre seu corpo. Deixou-se tombar e fechar os olhos. Estava realmente cansado. Ou talvez fosse só uma desculpa para evitar ainda mais erros. Ou talvez pensasse estar sonhando e só quisesse acordar. Tudo estava estranho demais, e essa era a única certeza que tinha no momento.

XXXXXX

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Blizzard" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.