– Meu filho...

Loki simplesmente não conseguiu olhar para seu pai, tamanha era sua vergonha."Eu poderia ter feito tudo diferente, ter sido melhor...eu tive a chance" era apenas o que conseguia pensar.

O pai de todos percebendo que Loki não se manifestaria começou dizendo:

– Antes de declarar qual foi a sua pena, eu gostaria de dizer algumas palavras de pai para filho.Você se questiona o motivo de termos te adotado. Nós nunca quisemos magoá-lo e uma de nossas tristezas foi ver como isso tudo veio à tona. Nós amamos você, Loki. Entenda, aceite isso. Você foi nosso filho desde o momento em que eu tive a honra de te encontrar. Uma vida, tão linda e preciosa no meio de tanta destruição.

Loki soluçava, Odin nunca tinha falado que o amava. Na verdade nunca tinha dito, mas agora ele percebia que seus pais todos os dias demontravam seu amor por ele. Ajoelhando-se disse:

– Meu pai, me perdoe. Diga à mamãe que eu a amo. Eu te amo. Eu fui tão tolo...

Odin chorava também e a sala que tinha quase cinquenta pessoas acompanhava tal cena silenciosamente.

– O júri decidiu que condená-lo à morte não faria justiça, seria na verdade responder na mesma moeda. E eu vos agradeço por tamanha sabedoria. Você merece aprender. Eu vi sua dor e eu sei que você deseja uma segunda chance. Eu jamais permitiria que um filho meu fosse condenado sem que eu nem ao menos tentasse fazê-lo se redimir diante de todos.

Loki levantou seus olhos. Não seria morto então. Mas qual seria sua condenação?O rei continuou:

– O que você fez, o mal que causou foi imenso.Por isso seu castigo não poderia ser menor do que será.

Neste momento Thor entrou na sala e se, colocando um pequeno papel no bolso de sua manta, disse:

– Espere por mim.

Ele se distanciou novamente e após isso Loki foi tomado por um clarão seguido de uma imensa escuridão que o cobriu por inteiro.

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– Oi?Olá...você está bem?

Quando acordei, meus olhos arderam por causa da luz do poste e imediatamente senti frio e sede.

A jovem me ajudou a sentar e então pude perceber que estava numa estrada e era noite. Como eu tinha parado ali?

– Eu tenho sede...- foi só o que consegui falar.

– Sim, tome...pegue essa garrafa. É um verdadeiro milagre que esteja vivo!Você praticamente estava no meio da estrada e os carros costumam passar tão rápido. A sua sorte é que eu sou uma verdadeira tartaruga para dirigir. - disse ela me ajudando a levantar e a entrar no carro.

– Vamos, você precisa de cuidados...o que aconteceu? - disse ela me olhando enquanto ligava o carro e partia.

Finalmente a olhei. Ela devia ter uns 25 anos e era muito agradável. Seus cabelos eram levemente ruivos e seu olhar era atencioso.

– Eu não sei. - eu pensei muito antes de responder.

A verdade é que eu não me lembrava de absolutamente nada e de alguma maneira reconhecia tudo o que via.

Olhei para fora e pude ver que a estrada por onde passávamos tinha apenas árvores nas margens e aquilo de certa forma me confortou. Eu devia amar árvores antes de ter batido a cabeça ou algo parecido.

– Você não se lembra de nada mesmo?Olha, me desculpe...antes de você acordar eu me certifiquei se você não era um assassino ou maníaco e acabei revirando seus bolsos. Achei isso...te faz lembrar de algo?

Ela me entregou um papel amassado que li em voz alta:

"Seu nome é Loki, filho de Odin de Asgard. Espere por mim. Thor."

Trocamos um olhar e ela me perguntou:

– Quem é Loki?

Era simplesmente desesperador não lembrar de absolutamente nada.

– Eu realmente não sei. - respondi.