Hardest Of Hearts escrita por Jessie Austen


Capítulo 6
Breaking Down


Notas iniciais do capítulo

"Completamente só...
Estava sempre lá,
E até mesmo por minha conta,
Estava sempre parado ao meu lado
Eu posso vê-lo chegando pelo alto da sala
Rastejando na rua
Segurando minha mão no bosque de pêras
Pode vê-lo vindo agora?
Oh, eu acho que estou desabando de novo
Oh, eu acho que estou desabando
Completamente só...
Mesmo quando eu era criança
Eu sempre soube
Que era algo para se temer
Eu posso vê-lo chegando pelo alto da sala
Rstejando na rua
Segurando minha mão no bosque de pêras
Pode vê-lo vindo agora?
Oh, eu acho que estou desabando de novo
Oh, eu acho que estou desabando
Completamente só no alto do sono
Meu velho, familiar amigo
Vem e se deita ao meu lado
Eu posso vê-lo chegando pelo alto da sala
Sorrindo na rua
Mesmo com meus olhos fechados
Eu ainda posso vê-lo chegando agora
Oh, eu acho que estou desabando de novo
Oh, eu acho que estou desabando de novo
Oh, eu acho que estou desabando de novo
Oh, eu acho que estou desabando..."



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(...)
- Isso é muito triste. Bom, talvez você seja o Loki ou até mesmo se chame Thor e ia entregar esse bilhete antes de perder a memória...o meu nome, aliás é Anne.

Ela estendeu sua mão e eu retrubuí.

- Oh, sim...prazer Anne.

- Prazer...Andrew. Pode ser?Você tem cara de Andrew...

- Andrew?Ok, soa melhor que Loki e Thor, certo? - eu respondi.

- Infelizmente havia apenas esse papel no seu bolso. Nenhum documento ou celular....seu manto aliás é de um tecido tão diferente, nunca vi nada igual. Talvez você fosse um ator de teatro!Com esse cabelo eu chutaria roqueiro...

- Roqueiro?

Olhei para o meu reflexo no retrovisor e vi meus cabelos eram longos e escuros.Meu rosto era pálido e estava muito abatido. A sensação de mal se reconhecer era surreal.

- Uau...pareço péssimo. E não sei se gosto desse cabelo.

Ela riu e disse:

- Você tem um belo rosto, fica bem com tudo.

Quando notou que eu a observava de maneira curiosa ela mudou de assunto:

- Bom, estamos bem perto. Fique o tempo que precisar, ok?

- Sou muito grato, Anne. Por tudo. Você é uma excelente humana.

Aquilo saiu de maneira tão natural mas ela achou graça e fazendo uma careta, respondeu:

- Sim, sou humana. Agora excelente...


Assim que chegamos, ela me ajudou a caminhar até dentro de sua casa que era muito limpa e organizada. Haviam muitos objetos que me chamavam atenção e que eu tinha certeza que os via pela primeira vez.

- Por aqui, sente-se...isso. Sim, pode ficar nessa poltrona.

- Muito obrigado.

Ela sorriu e então se retirou para a cozinha enquanto fechei meus olhos.

Tudo era um vazio completo.Não sentia nada além das dores físicas.

- Andrew?

Abri meus olhos e vi que Anne havia me trazido uma bandeja.

- Coma um pouco. É sopa, vai te fazer bem, você parece bem enfraquecido. Aqui está seu copo d'agua e seu comprimido para dor. Vou arrumar o quarto que era do meu irmão.

- Anne, por favor. Eu não quero incomodá-la e seu irmão pode não gostar.

- Não se preocupe, ele faleceu... - ela suspirou.

Aquilo me entristeceu e eu disse que sentia muito.

- Faz muito tempo, está tudo bem. A guerra nos tira muitas coisas...- ela sorriu e saiu da sala.

Por um momento me questionei se em algum lugar eu tinha uma família me esperando e aquilo me desesperou.

Será que eu nunca voltaria a me lembrar de nada?

Ela voltou com uma muda completa de roupas e disse:

- Olhe, acho que essas vão servir. Assim que terminar, o banheiro fica neste corredor, na sua segunda porta à esquerda.

- Obrigado mais uma vez. Essa sopa está maravilhosa, na verdade é a melhor que eu me lembre.

- Senso de humor, eu gosto...Vou levar o lixo e terminar de passar roupa, me chame se precisar.

Assim que terminei de me alimentar e tomei o remédio me senti um pouco melhor, mas meu corpo parecia ter sido esmagado e me sentia tonto.

Fui então tomar banho e as roupas realmente eram do meu tamanho. Quando tirei meu manto, notei que tinha marcas de correntes em meus pulsos e tornozelos.

Será que eu havia sido preso?Talvez fosse um fugitivo ou assassino...e se tivesse alguém atrás de mim?Anne corria perigo, devia partir!

Saí apressadamente sem pensar muito bem mas acabei me encontrando com Anne no corredor.

- Ei...uau! - ela disse.

- Anne, sinto muito mas tenho que ir.

- O quê?Para onde?

- Veja essas marcas...boa coisa não significa.

- Acalme-se, ok?Está tudo bem. Você está ainda muito fraco. Tente descansar hoje e amanhã iremos até a Polícia.Numa cidade tão pequena como essa eu duvido que demore para nós ficarmos sabendo...

Ela tinha razão. Pegou no meu braço e me guiou até o quarto.

- E assim que possível, daremos um jeito nesse cabelo. Boa noite! - disse quando saiu.






"Eu vou ficar com você até o final e onde você estiver....


...por favor, tente se lembrar disso: eu te amo.



Me diga o que eu farei sem você?"







Acordei com o som de minha própria voz abafada.Minha cabeça doía ainda mais e eu tremia de frio.

- Andrew? Está tudo bem? - Anne passava a mão em meus cabelos.

- Anne...

- Nossa, você está ardendo em febre!Você teve um pesadelo...mas já acabou.


Simplesmente não tinha sentido algum para mim.Imagens passavam rapidamente: uma espécie de cajado com uma ponta azul, um lugar de aparência fria, uma ponte brilhante quebrada e por último um rosto que não foi possível ver.

Tais imagens me deram vontade de chorar mas a voz de certa forma me confortou.Anne me ouviu atentamente.

- Eu não estou me sentindo bem...- meu estômago revirava.

- Está tudo bem agora. Vou preparar um chá, quer me esperar no sofá?Assim podemos conversar e você não fica sozinho.

- Seria maravilhoso. - respondi.


E então me veio que em algum lugar eu era amado. Apesar de ter ficado preso. 

As noites seguintes foram tranquilas, mas em todas elas eu sonhei com aquela voz.


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