Annabeth E Percy escrita por , Gusharry


Capítulo 7
E eu vou para uma festa.


Notas iniciais do capítulo

Bem gente, aqui esta mais um belo capitulo. Na minha opinião, esse foi o melhor até agora, desculpem o atraso(a culpa foi da Gê, xinguem ela). Mas enfim, chega de enrrolação e boa leitura, ah, e não deixem de comentar. Quero muitos comentarios nesse Capitulo.



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E eu vou para uma festa.

Não tinha ideia de que fantasia usar, queria algo criativo e original mas acabei indo com uma bem básica: a de vampiro. Coloquei uma blusa branca com calça, sapatos e jaqueta preta, passei gel no cabelo, pó de arroz no rosto (para ficar pálido) e um pouco de purpurina e fui para o Brooklin. Minha mãe me deu carona até a mansão onde aconteceria a festa.

- Uau! - exclamou minha mãe. - Isso sim é uma casa.

    A mansão era enorme, tinha dois andares e um grande jardim do lado que era encoberto por uma cerca viva, parecia ser muito antiga, mas estava em ótimo estado de conservação.

- Realmente – concordei. - Se eu tivesse uma casa assim, também daria festas toda a semana.

- Qual é mesmo o objetivo dessa festa?

- E uma festa e lançamento de uma ONG que luta contra a fome de milhonário filantropo.

- Sei, você acha que irá encontrar Raquel por aqui? - ela perguntou isso como se fosse algo trivial, mas pude notar a apreensão em sua voz, como se temesse que eu chorasse ao ouvir o nome dela.

- Duvido – respondi tentando parecer o mais natural possível. - ela detesta esses tipos de eventos. Ela diria que as pessoas que promovem essas coisas não passam de um bando de hipócritas que querem mostrar ao mundo o quão “bondosos de coração” eles são.

    Acho que não consegui parecer tão natural assim (devo ter feito uma cara triste a falado de forma saudosista pra falar a verdade), já que minha mãe fez uma cara e pena e falou de forma simpática comigo.

- Só toquei no assunto por que achei que você, hã, se sentiria um pouco desconfortável ao encontrá-la em uma festa assim, estando com uma namorada nova.

- Não é uma namorada nova, mãe. Foi Thalia que me pediu para vir.

- Você está namorando com Thalia? - ela me perguntou chocada.

- Não, foi por causa da amiga dela...

- Você está namorando com a amiga dela. - ela falou tentando entender.

- Não mãe, não estou namorando ninguém.

    Ela me encarou ainda curiosa.

- Você está... como é que vocês falam hoje em dia? Está ficando com uma das duas?

- Também não – estava começando a ficar desconfortável com aquela conversa. - É meio complicado.        

    Ela fez uma cara chocada.

- Não me diga que está ficando com as duas!? Porque se for, vou logo avisando que não aceito uma pouca vergonha...

- Mãe! - interrompi indignado, então percebi que ela estava se segurando para não rir, então nós dois caímos na gargalhada.

- A que horas você vai sair da festa? - ela perguntou depois de um tempo se controlando.

- A meia noite, eu acho. Mas a senhora não precisa se incomodar, eu vou de carona com a Thalia para casa.

- Certo, então divirta-se e nada de bebidas alcoólicas.

- Nada de bebidas, juro.

    Nos despedimos e segui para o portão principal onde apresentei o convite e adentrei a festa.

    O salão principal estava lotado com todo tipo de gente usando todo tipo de fantasia, os móveis haviam sido retirados ou postos de lado para dar mais espaço, garçons andavam de um lado para o outro servindo bebidas e petiscos enquanto uma banda tocava rock. Imediatamente entendi por que Raquel detestava esses eventos, não faz sentido dar uma festa tão luxuosa quando se esta tentando combater algo como a fome, só o que foi gasto aqui esta noite poderia alimentar vários orfanatos por vários meses.

    Dei algumas voltas para ver se encontrava as meninas e então fui para os jardins, que foi onde combinamos nos encontrar caso não nos víssemos no salão no salão de entrada, no caminho peguei um suco de frutas e alguns petiscos de camarão. Quando cheguei la já estava no terceiro petisco, foi quando tive uma visão que fez meu sangue gelar: uma figura encapuzada toda de preto segurando uma foice.

    O capuz cobria o seu rosto de forma que somente a boca e a ponta do nariz ficavam a mostra, era uma mulher. O manto era justo como um vestido e cobria totalmente seus braços e seu corpo deixando a perna direita a mostra, usava sapatos de couro preto até o tornozelo, a mão esquerda na cintura e a direita segurava em pé a foice de quase dois metros. Quando a vi, me engasguei com o canapé e comecei a sufocar, rapidamente comecei a ficar roxo.

    Ela se aproximou de mim, levantou a foice e me atingiu com o cabo no estômago, me fazendo expelir o alimento que me sufocava.

- Sua hora não chegou ainda, Percy Jackson – ela falou –, você ainda tem muito pra viver.

- Obrigada, Thalia – agradeci depois de recuperar o fôlego.

- De nada – ela respondeu baixando o capuz.

- Bela fantasia.

- Obrigado – ela me olhou com desgosto. - Pena que não posso dizer o mesmo de você.

- Ah qual é, eu não estou tão ruim assim.

- Tem razão, para ficar ruim tem que melhorar muito. Eu disse pra você caprichar.

- Onde está Susan?

- Foi buscar alguns petiscos para nós, ah, lá vem ela.

    Susan vinha em nossa direção carregando uma bandeja com petiscos e três latas de Coca-cola. Estava fantasiada de fada; vestia um vestido azul brilhante de alças finas que vinha até acima do joelho, sandálias de tiras baixa, asas de borboleta azuis nas costas e uma varinha de condão com uma estrela na ponta, seu rosto brilhava e seus olhos tinham uma sombra azul. Estava muito bonita e graciosa, e quando ela abriu um sorriso, o contraste entre ela e Thalia (como sempre) chegava a ser ridículo.

- Oi Percy – cumprimentou.

- Oi Susan, você realmente está muito bonita – ela sorriu ainda mais e corou um pouco, parecendo ainda mais graciosa.

- Obrigado, você também está muito bonito, adorei sua fantasia – Thalia fingiu vomitar. - Ah, qual é Thalia?! Você não gostou?

- Como eu poderia gostar? Ele está ridículo.

- Não está não.

- Ele parece mais fada que você.

- Ah, deixe disso, pele menos ele não está assustador com você. Percy, você acredita que ela queria fazer uma pintura de caveira no rosto?

- Faz todo o sentido. E quanto a ele? Vampiros não deveriam virar purpurina quando saem no sol.

- Eu gostei dessa versão.

- Ah, dá licença. Vou esquartejá-lo e tacar fogo, sai da frente – ela levantou a foice como se fosse me cortar em pedaços mas Susan interferiu.

- Vamos parar com isso e vamos comer – ela se virou para min. - Petisco de camarão?

- Ah, não, obrigada. Vou ficar com o de queijo.

    Sentamos e comemos enquanto discutíamos sobre a festa.

- Eu acho essa festa uma grande hipocrizia – dizia Thalia enquanto enchia a boca de camarão. - Poderíamos alimentar centenas de crianças e sem tetos com o que foi gasto aqui. Sinceramente, só estou aqui por sua causa, Susan.

- Para falar a verdade, eu também. Acho que muitas pessoas pensam assim.

    Susan assentiu séria.

- Entendo como vocês se sentem. É certo que muitas dessas pessoas vem aqui para aparecerem na mídia como bons samaritanos, que não entendem o sofrimento dos outros ou pouco se importam, mas também é verdade que numa noite como essa, através de doações feitas por elas, pode-se arrecadar até dez vezes mais o que foi gasto aqui, e todo esse dinheiro vai para caridade. Tudo bem isso para eles não passa de um troco, mas é melhor do que nada.

    Ficamos em silencio um tempo até que Thalia deu um sorrisinho como se tivesse uma ideia.

- Percy, quando você disse que concordava comigo, estava de referindo à hipocrisia da festa, ou a estar aqui por Susan?

     Devo ter corado nessa hora assim como Susan. Respondi meio sem jeito.

- Bem, os dois.

    Susan corou mais um pouco e colocou mais um salgadinho na boca para disfarçar, enquanto Thalia sorria satisfeita como se tivesse feito um bom trabalho.

- Bem, acho que vou dar uma volta por ai, por que não aproveitam para se conhecer melhor?

    E tendo dito isso, ela baixou a capuz, se levantou e foi embora levando consigo a bandeja de canapé numa mão e foice na outra, o que foi uma visão muito sinistra.

- As vezes ela é muito egoísta – comentou Susan, parecendo mais constrangida do que nunca.

- É, eu ainda queria tortinhas de queijo.

    Ela começou a rir histericamente, mas se controlou.

- Desculpe, mas você é muito engraçado.

- Ah, não é pra tanto.

- Quer dançar?

- Hã, é que eu não sei dançar.

    Ela deu de ombros.

- E nem eu, vamos.

    Fomos para o salão de festa, onde a banda tocava musicas da Lady Gaga. Improvisamos alguns passos, pisamos no pé um do outro e rimos da nossa falta de jeito. A musica mudou para uma balada lenta, então começamos a balançar de um lado para o outro juntos.

- Sinto muito por ter te colocado nessa confusão – ela ia dizendo.

- Tudo bem, foi divertido.

- Você é um cara muito legal.

    Ela colocou as mãos em volta do meu pescoço e nos olhamos nos olhos em silencio por alguns segundos, até que o vocalista da banda parou de tocar e anunciou o anfitrião da festa, um homem de meia idade chamado Andrey Macmillian, um importante empresário do ramo de cosméticos. O Sr. Macmillian é um homem baixo de cabelos grisalhos, ele começou seu discurso agradecendo a todos por prestigiar sua festa de lançamento de sua ONG, a Children Fantasy. Segundo ele, as fantasias inocentes das crianças não podem ser despedaçadas pela fome, e por isso fundou a organização. Ele agradeceu por todas as doações e deu prosseguimento a festa, a banda começou a tocar uma musica realmente agitada e todos começaram a pular. Fomos muito lentos para perceber o ritmo e a  multidão acabou nos separando.

- Percy! - ela gritou enquanto era levada pela multidão.

- Susan...ei, não empurra – também fui levado pelos pulantes.

    Depois disso a procurei por todo o salão em meio as pessoas que dançavam alegremente mas não consegui encontrá-la, fui aos jardins (que a essa hora estava cheio de casais) e nada, procurei pela entrada principal, pela cozinha e nos banheiros mas sem resultados. Depois de mais ou menos quarenta minutos, desisti de procurá-la no primeiro andar e subi para o segundo onde havia bem menos pessoas e pude descansar um pouco, percebi que precisava ir ao banheiro, sai a procura de um.

    No segundo andar havia vários quartos, tentei abri-los para ver se encontrava um banheiro, o segundo que tentei estava aberto e entrei. O quarto era grande com uma decoração estilo anos 20, a luz estava apagada mas se podia enxergar perfeitamente por causa da luz da cidade e da lua cheia que entrava pela janela. Percebi algo inusitado na cama: uma foice ao lado da cabeceira e uma capa preta em cima o colchão. Ouvi o som de uma descarga e segundos depois o quarto foi iluminado pela luz que vinha da pota aberta do banheiro, Thalia saiu do banheiro e parou de choque ao me ver, logo depois sua expressão foi substituída por desconfiança.

- O que você esta fazendo aqui?

- Bem – respondi meio constrangido – estou procurando por um banheiro.

- Hum, e onde está Susan?

- Me perdi dela no salão lá em baixo, procurei ela por um tempão mas não consegui encontrá-la.

- Sei, bem, então se apresse, eu vou ajudar a procurá-la.

    Me dirigi ao banheiro fechando a porta atrás de min com um sonoro click, quando sai do banheiro Thalia estava tentando abri-la.

- Essa porcaria...está...emperrada.

- Como assim? Eu abri facilmente quando entrei.

- Eu também. Droga, não acredito que você fechou a porta.

- Você também a fechou, se eu não tivesse entrado você estaria presa de qualquer forma.

- É, agora estamos presos os dois.

    Ela parou de tentar abrir a porta e eu tentei também mas não consegui nada, então ela tentou ligar para Susan.

- Fora de area.

- Oi, tem alguém ai fora? - gritei batendo na porta mas ninguém respondeu – fala serio.

- Pelos visto temos duas opções: esperar ou arrombar a porta.

- Não quero nem pensar no preço de uma porta como essa, mesmo estando emperrada.

- Vamos esperar.

    Concordei desanimado, dei uma boa olhada pelo quarto e me sentei numa poltrona que havia ali, Thalia foi até a janela e ficou olhando os jardins, somente agora, mais calmo, é que fui prestar atenção nela. Por baixo do manto preto, Thalia usava um tipo de corpete com alças amarrado com cordões nas costas e um belo decote juntamente com uma saia de pregas acima dos joelhos, ambos pretos. Parada assim, iluminada pela lua, percebi o quanto ela era bonita (o que era estranho, pois a conhecia a anos e nunca havia reparado nisso). Ela se virou para mim e eu rapidamente desviei o olhar para a foice.

- Sua fantasia é bem legal, onde a conseguiu?

- Alugamos as fantasias em uma loja, achei que cominava comigo. Queria usar outra coisa por baixo do manto, mas Susan disse que ficava bem em mim, que me deixava sexy.

    Susan estava certa, mas não disse isso em voz alta.

    De repente Thalia olhou para min com um brilho travesso nos olhos, como se lembrasse de algo divertido, deu a volta na cama e se inclinou na minha frente colocando as mãos nos meus ombros e me olhando nos olhos.

- E ai? O que rolou entre você e ela?

- Bem – desviei o meu olhar do dela e acabei posando os olhos no seu decote, constrangido, passei a olhar uma sarda no seu nariz. – Nós fomos dançar no salão.

- E o que mais? - ela me sacudiu, seus olhos brilhando de expectativa.

- Nós conversamos um pouco, ela me pediu desculpas por me meter nessa, eu disse que me diverti, ela disse que eu era muito legal e botou as mãos em meu pescoço, nos olhamos nos olhos, o anfitrião da festa começou a falar, depois as pessoas começaram a pular e nos separamos.

- Só isso? - ela me olhou desapontada. - nenhum beijo?

- Bem, não, nenhum beijo.

    Thalia se levantou parecendo um pouco exasperada.

- Ah, qual é Percy? Você esta sendo muito mole – ela me deu um soco no ombro com força, o que me deixou irritado.

- Aau! Droga Thalia, eu disse que ia fazer o que pudesse para deixar Susan feliz e estou fazendo. Não tenho culpa se você é um péssimo cupido, e pare de me bater – eu dei um soco em seu ombro com mais força do que pretendia, o que a afastou alguns passos.

- Aíi!

- Ah, não – falei preocupado – me desculpe Thalia, eu não...

    Mas já era tarde demais para pedir desculpas, ela me olhou come se quisesse me matar e mandou um chute direto na cabeça que por pouco defendi, então respondi com um chute na altura das costelas que ela evitou pulando para trás.

    Certo, antes que digam que é covardia minha esta batendo em uma mulher, deixe-me esclarecer uma coisa: Thalia é três vezes campeã de Tai kon do, uma vez a garota que ela derrotou não aceitou isso muito bem, então armou para pegá-la sozinha com seus irmãos. Quando soubemos disso corremos para ajudá-la, mas quando chegamos la, ela já tinha acabado com todos os quatro sozinha. Ela é muito forte, rápida e habilidosa, uma verdadeira leoa. Por muito tempo eu não conseguia me igualar a ela, atualmente os únicos que conseguem lutar com ela de igual pra igual são Luke, Jason e eu.

    Ela girou e mandou um chute giratório no meu rosto, dei um passo para trás e senti o vento balançar o meu cabelo, avancei um passo e ela me chutou novamente com a perna direita, ergui o braço esquerdo para me defender e apliquei um direto queixo que ela defendeu, eu era mais forte, mas ela era mais rápida. A expressão em seu rosto mudou de raiva para selvagem prazer (provavelmente a minha também), o que acontece toda vez que ela enfrenta uma luta desafiadora, era impressionante como ela gostava de lutar, talvez tenha sido por isso que nunca reparei em sua beleza.

    Ela mandou um direto de direta no meu rosto, eu defendi e agarrei o seu braço usando a força do golpe para arremessá-la, para a sorte dela, ela caiu na cama (pretendia estatelá-la no chão). Pulei em cima dela para imobilizá-la, mas ela foi mais rápida e prendeu minhas pernas com as dela e passou uma gravata no meu pescoço me puxando mais para perto, comecei a sufocar perante o seu aperto, então forcei o meu braço contra o seu pescoço enquanto tentava aliviar o meu com a mão livre. Teríamos continuado estrangulando uma ao outro até desmaiar se a porta não tivesse sido aberta naquela hora.

- Sei, sei, mas é que...o que está...o que vocês estão fazendo?

    Susan estava parada na porta com a expressão chocada, paramos de tentar nos matar imediatamente.

- Susan – Thalia falou desajeitadamente, – isso não é o que parece.

- É, nós estávamos apenas brigando – tentei justificar.

- Isso, eu estava apenas aplicando um golpe de jiu-jitsu nele.

- E eu estava forçando o pescoço dela para que parasse, nada mais.

    Sorrimos para tentar parecer que tudo não passava de uma brincadeira, mas ela nos fitou com cara de total perplexidade.

- Sei, mas... por que vocês estão sozinhos, em quarto escuro, hã... em cima da cama?

    Droga, essa vai ser difícil de explicar. Podíamos ver tão bem com a luz que entrava pela janela que nem pensamos em ligar a luz, mas quem acreditaria nisso? Eu não estou acreditando.

- Aah, bem – começou Thalia.

- Isso é uma looonga história – foi então que percebi que Susan não estava sozinha, ela segurava a mão de um rapaz da minha altura, de cabelos castanhos vestidos de Peter Pan. – Hum, e esse, quem é?

    Só então ela pareceu lembrar do garoto ao seu lado, soltou sua mão apressadamente e tentou se explicar.

- Aah, esse é... hum... bem... ele, hã... éeh... eu...

    Ela parecia prestes a chorar de constrangimento, mas nesse momento o rapaz se adiantou.

- Olá, meu nome é Jimi Taylor.

- Hum, esse nome não me é estranho – comentei.

- Espera um pouco – interveio Thalia, - Você quer dizer seu ex-namorado Jimi Taylor? Aquele Jimi Taylor?

    Ela havia coberto o rosto com as mãos mas balançou a cabeça confirmando, depois de um tempo ela falou com lágrimas nos olhos.

- Depois que eu me separei de Percy, eu acabei me esbarrando no Jimi e... bem, ele insistiu que nós deveríamos conversar e então... e então reconheceu que foi um idiota e eu... bem, eu gosto muito dele.

- É verdade – falou Jimi – nós terminamos porque eu fui um idiota ciumento e sofri muito com por isso. Mas eu sabia que ela vinha aqui, hoje a noite, e quando vi ela dançando com você, eu senti tanto medo perdê-la que... - ele também parecia prestes a chorar.

- Ai Percy, me desculpe – Susan continuou, agora definitivamente chorando – eu não queria brincar com os seu sentimentos, eu...

- Não, tudo bem – interrompi – esta tudo bem, de verdade. Contando que você esteja feliz Susan, eu desejo tudo de bom para vocês.

    Eu estava sendo sincero. É verdade que tinha achado Susan uma garota bonita e legal e que tinha gostado dela mas, bem, parece que Jimi gostava muito mais, e ele parecia ser uma boa pessoa. Susan enxugou as lágrimas borrando a maquiagem.

- Você é realmente um cara muito legal, Pery.

    Ficamos em um silencio constrangedor até que ela falou.

- Bem, então nós vamos indo – e foi saindo.

- Ah, claro. Será que vocês poderiam...

    Clikc.

- ...deixar a porta aberta?

    Suspirei cansado.

- Bem, parece que eu levei um fora.

- Percy? - chamou Thalia.

- Sim?

- Será que você poderia, hã, sair de cima de min?

    Percebi um tanto quanto constrangido que passara a conversa inteira em cima dela.

- Ah, claro, vou sair – disse, mas algo me deteve.

- Hum, Percy, você não se moveu ainda – ela disse nervosa.

- Não?

     Não sabia o porque, mas agora que estava novamente sozinho com ela, não conseguia tirar os olhos de Thalia. Escorreguei minhas mãos pelos seus braços e entrelacei meus dedos nos dela.

- Percy, o que você pensa que esta fazendo? - ela parecia ainda mais nervosa – Eu vou te bater, é serio.

    Mesmo falando isso ela não esboçou reação nenhuma.

- Ok, vou parar – me aproximei mais um pouco.

- Por favor, para. Eu não quero – sua respiração ficou mais pesada e sua voz um sussurro.

- Não to fazendo nada – mais um pouco.

- Percy... - nossos lábios se encontraram.

    A boca dela era macia e o beijo foi maravilhoso. Eu não entendia o porque, mas desde que a vi iluminada pela lua, eu queria beijá-la. Era um sentimento confuso e arrebatador, parecido como o que tive ao lutar com ela agora a pouco, talvez ao vê-la com uma perspectiva diferente de amiga/colega de luta para linda garota tenha despertado isso.

    Não sei quanto tempo se passou, mas finalmente separei meus lábios dos dela. Ficamos ali, olhando um para o outro respirando ofegantes como se tivéssemos corrido uma grande distancia, nossa mão apertadas uma na outra. Fui soltando seus dedos e levantando aos poucos.

- Me desculpe – falei tonto.

    Thalia ainda parecia abalada, mas o som da minha voz a despertou. A velha expressão de fúria apareceu em seu olhos e ela me pegou pelo colarinho e me puxou com toda força para a cama ficando em cima de mim.

- Não, eu não desculpo – ela falou enquanto forçava a minha garganta. – Nunca mais faça isso, você entendeu?

- Entendi – respondi tentando respirar.

    Ela aproximou o seu rosto do meu.

- Nunca mais me beije se minha permissão – ela mordeu o meu labio inferior e o esticou um pouco e soltou. - Você entendeu?

- Sim, entendi.

- Ótimo – ela agarrou meu cabelo e me beijou de uma forma que me deixou tonto, nossas línguas de enroscando.

    Depois de um tempo bati em suas costas pedindo por ar, ela parou de me beijar e ficou com o rosto do lado meu ainda respirando com força, uma mão ainda segurando o meu cabelo e a outra o braço. Após recuperar o fôlego, deslizei minhas mãos por suas costas, uma até o quadril e a outra até sua nuca, agarrei seus cabelos puxando a sua cabeça até encostar sua testa na minha. Ficamos nos encarando dessa forma, seus cabelos sobre o meu rosto até que ela fez um movimento com a cabeça para me beijar novamente, foi quando a porta se abriu novamente e um casal entrou aos risos e amassos.

- Ah! - exclamou o rapaz vestido de mafioso. – Desculpe, não sabia tinha gente, não queria atrapalhar.

- Não se incomodem – disse a moça vestida de Kate Perry, - nós já estamos saindo.

- Ah, não – exclamei meio tonto e desesperado, - a porta...

- Ok – disse o mafioso – já vou fechá-la.

- Não – gritou Thalia desesperada se levantando e acertando o mo estomago com o joelho. - Esperem.

    Ela correu e pegou a foice, o que assustou o casal que tentou fechar porta rapidamente mas Thalia arremessou a foice como um dardo para impedir que ela se fechasse, atingindo o mafioso no processo.

- Ai! - ele exclamou revoltado. -  Sua louca, vou chamar os seguranças – e foi embora tentando trancar a porta mas a foice a travou.

- Isso! - exclamou Thalia. - Vamos Percy, não esqueça de pegar o meu manto.

    Agarrei a capa e saímos para o corredor, meu estômago ainda doendo por causa da joelhada.

- E agora? - perguntei com a mão no estômago. - Voltamos para festa?

- Eu só vim aqui por causa da Susan, se ela arranjou outra companhia que não você, então eu acho melhor ir para casa. Além do que, aquele cara que eu acertei parecia bem zangado, acho que ele realmente foi chamar a segurança.

- Você vai deixar Susan aqui sozinha?

- Ela não esta sozinha não é verdade? E ela tem condução própria.

- Bem, você é minha carona, então eu vou junto.

    Cinco minutos depois, estávamos em seu carro indo para casa em silencio.

    Não conseguia acreditar no que havia acontecido naquela noite, Thalia sempre fora para mim uma espécie de irmã mais velha, eu nunca havia pensado nela de outra forma. Então, de repente eu olho para ela e descubro que ela é uma garota linda e sensual e que não consigo resistir a ela. Eu a olho com o canto do olho e sinto minha temperatura subir, ela realmente ficava sexy com aquela roupa que definia bem o seu corpo e deixava suas pernas a mostra, aliás, Thalia tinha pernas lindas. Antes que eu me desse conta, minha mão estava indo em direção a sua coxa.

- Percy – ela chamou, para disfarçar peguei a primeira coisa que vi no porta treco, um pirulito.

- Sabe, eu gostaria de me desculpar por essa noite. Eu estava tão preocupada com Susan que acabei meio que te forçando a sair com ela sem pensar nos seus sentimentos, e para no final tudo da errado.

- Hora, as coisas não deram tão errado assim, não foi? Eu diria que foram até melhores que o esperado. Tipo, você queria que ela se sentisse melhor pelo final do namoro, e ao invés disso ela reencontrou seu ex e os dois descobriram que se amam. E além do mais, se não fosse pela noite hoje, nós dois não...

    Parei abruptamente e uma onda de constrangimento subiu pelo meu corpo, Thalia parou em um sinal fechado e percebi que ela estava completamente vermelha, ela não olhou para mim e nem falou nada. Descasquei o pirulito e coloquei na boca, tinha gosto de formiga.

    Seguimos em silencio o resto da viagem até que ela me deixou em frente ao meu prédio.

- Bem – eu disse – boa noite.

- Boa noite – ela respondeu com as faces ainda rubras.

    Fechei porta do carro me encaminhei para as escadas, quando estava no auto do primeiro lance, ouvi ela me chamar.

- Percy.

    Ela estava na base da escada e ofegava um pouco como se tivesse corrido até ali, tinha um olhar determinado no rosto. Ela correu escada acima e se jogou em cima de mim me encostando na parede, já com os lábios colados nos meus, escorreguei pela parede e fiquei ali sentado com ela em meu colo me deixando louco com seu beijos.   

      


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez não esqueção de comentar e reconmendar para os seus amigos. No proximo vou abordar o relacionamentos deles mais um pouco e então volta para a historia normal.
Até mais.