– Hey Lucy – chamou-me Natsu quando eu estava sentada na cadeira em frente à escrivaninha.

Decidimos de passar na guilda depois de almoçarmos. Mas quando Natsu buscava alguma comida eu fui novamente ler um pouco daquele livro. Fiquei por um bom tempo desligada sem perceber quando ele chegara.

– N-Natsu! – exclamei ofegando – Não me assuste deste jeito – Me abaixei para pegar as folhas soltas do manuscrito que eu havia soltado quando me assustará.

Rapidamente recolhi as folhas e as escondi na esperança de Natsu não ter visto nada.

– O que você estava segurando? – perguntou.

Sim, a minha sorte não me convêm. Ok, agora eu tinha confundir a linda cabeça do meu namorado. Eu sabia que ele não é lá de pensar.

– O quê? – perguntei.

– O quê, o quê?

– O quê nada, eu disse o quê primeiro.

– AH... O quê?

– O quê do quê que você falou! – exclamei.

– Mas você não havia falado o quê primeiro?

– ARGH, esqueça isto! – resmunguei estressada.

– Ok... ah, eu trouxe a comida. – falou

Dei um sorriso para ele.

– Obrigada.

Arrumamos as coisas na mesa e então almoçamos. Natsu falava sem parar sobre a missão de resgatamento da Lisanna, e eu apenas balançava a cabeça sem parar concordando com qualquer coisa que ele falasse. Eu bebericava um copo de suco enquanto estava muito perdida em meus pensamentos que eu não percebi quando Natsu parou de falar e ficou me encarando, mas eu só percebi isto depois.

Eu tinha que fazer alguma coisa em relação aquele livro. Tentar mudar aquele maldito livro! Não podia deixar que nem a metade daqueles acontecimentos se realizasse.

– “Não pude evitar, metade deles estavam mortos. Todos mortos, e a culpa era minha” – murmurei recitando uma parte do livro.

– Lucy? – chamou Natsu preocupado, mas eu não prestava atenção nele.

Segurei o copo de vidro que eu estava em mãos, com força. Não posso deixar que aquilo acontecesse. Se a falsa-Lucy estiver seguindo aquele livro, eu só tinha que altera-lo, não era isso?

Não podia deixar que nada acontecesse com aqueles que se arriscavam na missão. Ainda mais que eles estavam duplas! Eles seriam pegos rapidamente e aquilo iria acontecer!

Eu teria que ir lá própria salvar Lisanna. Não podia deixar Mira-san sofrendo de novo, não podia deixar os outros sofrendo de novo ou principalmente o Natsu. Ela era a amiga dele de infância. Ela ja havia supostamente morrido durante dois anos, e quando ela volta isto acontece.

Então algo muito estranho aconteceu, meus olhos finalmente se voltaram em Natsu que ainda me olhava preocupado. Encarei seus olhos e minha mente vagou longe.

...

– Lisanna, o que houve? – perguntava eu – O Natsu fez o quê?

Lisanna encarou as mãos.

– Eu não sei se... – parou, respirou fundo e recomeçou – Eu não sei o que você poderia pensar do que vou falar agora ou pode até achar que não é verdade... Eu mesma não quero acreditar nisto e pode ser besteira para você, mas... eu não quero ver com a amizade que existe entre vocês dois – dizia a garota de cabelos brancos rapidamente.

Encolhi-me temendo o que ela fosse falar.

– Lisanna... por favor, diz logo – eu pedia nervosa.

Lisanna respirou fundo e me encarou. Algo no olhar dela me fez recuar.

– Sabe, o Natsu estava muito estranho de uns dias para cá e eu fui perguntar para ele se acontecerá alguma coisa. Ele não queria falar, mas depois ele se exaltou e gritou para toda a guilda ouvir coisas horríveis sobre você. (N/A: Autora com preguiça de bolar algo mais tenso e melhor :x gomen)

Pisquei, e a encarei.

– E-ele falou o que? – perguntei.

Lisanna me olhava com tal intensidade que me novamente me fez temer.

– A-acho que você não vai querer saber.

– Vou sim Lisanna, eu preciso saber. Diga-me o que foi que ele falou – pedi.

Lisanna suspirou e depois assentiu em concordância. Sussurrou no meu ouvido coisas que não acreditará que ele fosse capaz dizer sobre mim.

Mentiras, mentiras, mentiras!

Eu não acredito que ele chegasse tão longe assim! Eu estava realmente com raiva. Estava irritada, e o pior de tudo, estava com o coração partido. Senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Lisanna se afastou de mim e me encarou.

– L-Lucy-chan, eu acho que você não deve ligar para isso. Algo o estava irritando e ele provavelmente falou sem pensar.

Balancei a cabeça discordando. A franja cobria os meus olhos.

– Uuuh, acho que ele realmente seria capaz de falar uma coisa dessas – falei.

Então uma voz surgiu na guilda e senti meu sangue ferver. Ele se aproximou da mesa, me cumprimentou normalmente e conversou com Lisanna.

Como ele podia agir normalmente depois do que ele falará de mim?

– Lucy... o que houve? – perguntou Natsu como se nada tivesse acontecido.

Aquilo foi a gota d’agua para mim. Levantei-me e comecei a brigar com ele até o momento que ele se irritou e revidou tudo e aquela foi o começo das outras brigas que estavam por vim.

...

De novo aquele sonho esquisito... não aquilo não era um sonho. Era uma lembrança.

Senti algo quente escorrer na minha mão e o cheiro me fez ficar enjoada. Só agora percebi que o copo que eu segurava com força se quebrou na minha mão.

Olhei para minha mão. Depois recuei e corri para o banheiro. Lavei a mão e por sorte nenhum caco penetrou na pele. Depois com dificuldade lavei meu rosto e comecei a respirar pela boca.

– Luce? – Natsu chegou atrás com a voz preocupada.

Não respondi. A raiva que eu senti naquele dia, voltará com força total. Eu ainda não acreditava naquilo.

– Lucy! – Natsu novamente me chamou mais alerta.

Segurou meus ombros e fez me virar para poder encarar novamente aqueles olhos que mostravam singela preocupação.

Por um momento senti ódio dele.

Por um momento senti vontade de mata-lo.

Por um momento eu quase acabara com tudo.

Por um momento...

Ele me segurou nos ombros e depois me abraçou, não ligando para o sangue que escorria de minha mão machucada que manchava sua camisa. Percebi que estava chorando e tremendo.

– Estou com medo – admiti sussurrando para ele o fazendo me abraçar ainda mais forte de modo protetor.

– Shiii, vai ficar tudo bem. – dizia acariciando minha cabeça – Eles vão conseguir achar a Lisanna, e vão acabar com a Falsa-Lucy. Ela não vai tocar em você. Confie neles por que... Somos a Fairy Tail afinal.

Não pude mais evitar, me afastei dele o olhando nos olhos. Depois joguei meus braços ao redor do pescoço e o beijei ja arrancando sua camisa e o levando para a cama. O beijei para tentar se esquecer de tudo e só pensar que ele estaria ali para poder me proteger.

Por que nossa união era mais forte do qualquer coisa.