Special escrita por lovemyway


Capítulo 1
Special


Notas iniciais do capítulo

Então eu fiquei super inspirada pela Season Finale e acabei escrevendo essa One-Shot. Espero que gostem :D
PS: frases em itálico são pensamentos da Rach.



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Capítulo Único.

"Being a part of something special makes you special"






Em pedaços.

É como eu me sentia ao ver dezessete pessoas acenando para mim enquanto o trem avançava rumo a New York. Eu tinha me formado com mérito no Ensino Médio, estava deixando para trás o lugar que detestava, e indo para a cidade dos sonhos, pronta para construir um futuro grandioso. Eu deveria estar contente, certo? Então por que havia um buraco do tamanho de Ohio aberto e sangrando no lado esquerdo do meu peito? Por que as lágrimas insistiam em cair de meus olhos, e por que eu não parecia ser capaz de conter os soluços? Por que eu estava em pedaços?


Porque, pela primeira vez em toda a sua vida, você tinha algo pelo que ficar.

Isso só torna as coisas mais difíceis.

Você quer voltar?

Quase tanto quanto quero ir.

O que faremos?

Seguimos em frente, como sempre. Finn está certo. Se estivermos destinados a ficarmos juntos, então ficaremos.

Então é isso? Em um minuto nós conversávamos sobre casamento, e no outro estamos indo embora e o deixando para trás?

Ele escolheu isso.

Sim, certo, ele escolheu isso. Mas não deveria ser uma escolha dos dois?

Você sabe que não queríamos que ele fosse para New York...

Não enquanto ele não conseguisse uma bolsa. Mas ir sem ele não era sequer uma possibilidade. Você o ama, Rachel. Como você vai viver sem ele?

Como eu sempre vivi. Respirando.

Então é definitivo?

Nada é definitivo.


"Você está bem?" perguntou o senhor que se sentou ao meu lado.

"Eu vou ficar" respondi entre soluços.

"Vi alguns jovens na estação. Seus amigos?" perguntou o homem, abrindo um sorriso gentil.

"Sim" disse, sentindo meu peito inflar tamanho meu orgulho. "Sim, todos eles são meus amigos"


E as lágrimas voltaram a cair de meus olhos novamente. Eu tinha amigos! Há três anos, tudo o que eu tinha era uma conta no MySpace na qual eu era frequentemente xingada. Há três anos, eu era apenas uma garota solitária com um sonho grande demais para uma cidade tão pequena. E agora? Eu andara pelos corredores do McKinley como uma campeã. As pessoas que costumavam me humilhar se tornaram minhas amigas, e o garoto que eu secretamente desejava foi, por muito tempo, o único homem em minha vida.


"Você deve ser muito especial" comentou o senhor. "Para ter tantos amigos assim que vieram se despedir. Eles devem gostar muito de você"

"Sim" concordei. "Eu conquistei a amizade de cada um deles. Eu fiz parte de algo especial, e isso me fez especial"


Lembrei-me da primeira vez que Artie, Tina, Kurt, Mercedes e eu fizemos um número juntos. O mesmo número que havíamos apresentado há alguns dias. Balancei a cabeça e comecei a rir. Meu Deus, como éramos terríveis! Lembrei-me também de como tudo melhorou quando Finn entrou no clube, sendo seguido pelas líderes de torcida e alguns dos jogadores. Era engraçado como tudo aquilo tinha funcionado. Os rejeitados se tornaram populares, e os populares se tornaram rejeitados. Eu ainda lembrava de quando o Puckermann levara sua primeira raspadinha na cara, e como nós tentamos inutilmente sermos um casal. Era estranho, mas eu realmente gostava do Puckermann. Ele cometia muitos erros, mas sempre encontrava uma forma de consertá-los. Às vezes era simples, como parar de jogar raspadinhas na sua cara, ou complexo, como colocar o nome na filha que ele nunca desejou ter, e para a qual, mesmo que por um curto período de tempo, ele se tornou um bom pai.

E Kurt Hummel? Se há três anos alguém me dissesse que Kurt se tornaria o meu melhor amigo, eu diria que essa pessoa estava tomando raspadinhas demais e que seu cérebro tinha congelado. Kurt me detestava –– assim como grande parte do colégio –– e nós sempre estávamos duelando por solos. Mas então Kurt foi para os Warblers e eu acho que nós dois mudamos para melhor. Tudo bem, eu ainda era uma tremenda egoísta e Kurt ainda tinha problemas com o fato de não ser o centro das atenções, mas quando eu o tinha ao meu lado, nada disso parecia importar. Eu admirava tanto o Kurt! Todos os problemas que ele passou com o Karofsky, e ainda assim, ele foi o único que estendeu a mão ao garoto quando ele tentou acabar com a própria vida. Sim, esse é o Kurt –– por um lado, uma diva querendo atenção, e pelo outro, uma das melhores pessoas que já conheci.

Eu também estava extremamente orgulhosa com Quinn Fabray. A garota que só se importava com status e popularidade tinha desaparecido, trazendo à tona a Quinn Fabray que eu sempre pensei existir. Dá para acreditar que por causa dela e de Santana Lopez eu me tornei Rainha do Baile? Quantas pessoas têm uma oportunidade dessas na vida? Terem as duas garotas mais populares do colégio dizendo "Ei, nós acreditamos em você!" e fazendo um gesto ao tão pequeno, e ao mesmo tempo tão grande, que significava o mundo para mim. Porque aquilo tinha sido muito mais que uma entrega de uma coroa. Porque aquilo fora minhas amigas me dizendo que eu ia achar meu caminho de volta e que elas estariam ali para me ajudar.

E Santana Lopez? A garota que me chamou por apelidos ofensivos durante três longos anos e colocou uma foto minha em seu armário? A latina que quase tentou me matar quando meu beijo com Finn nos custou as Nacionais, mas admitiu que sentiria falta de mim. A garota que foi corajosa o suficiente para sair do armário no Ensino Médio e enfrentar o preconceito, nunca abaixando a cabeça e se deixando abalar pelas merdas que aconteciam. Sim, eu admirava muito a Santana. Eu nem sabia como explicar o quanto sua amizade significava para mim. Talvez eu nunca mais a visse novamente, mas eu nunca ia esquecer daquela latina que me ensinou que, não importa o que aconteça, você sempre precisa seguir em frente.

E Finn? Tê-lo foi como ter uma luz para me guiar no meio da escuridão. Clichê? Sim, eu sei que é. Porque o amor é clichê. Porque sentir seu coração bater mais rápido só por ter visto uma pessoa é uma coisa idiota, e sentir borboletas se agitarem no seu estômago quando ele abre um sorriso é algo muito bobo para se sentir, mas é exatamente isso o que acontece. Estar apaixonado é como estar na beirada de um precipício. Ou alguém te puxa e te impede de cair, tornando-se assim seu porto seguro, ou você acaba caindo e se partindo em milhões de pedaços, e cabe a você catá-los, colá-los e seguir em frente.

Mas se eu pudesse escolher uma pessoa, apenas uma, para expressar o quanto tudo aquilo fora um grande aprendizado para mim, eu escolheria Will Schuester. O senhor Schue foi muito mais que um professor –– foi como um terceiro pai, que sempre estava presente, e sempre me dizia quando eu estava certa ou errada. Foi ele que gritou comigo quando eu passei dos limites, e foi ele que me incentivou a dar sempre o meu melhor. Sem o senhor Schuester, eu provavelmente ainda seria aquela garota solitária. Sem ele, eu não teria me tornado quem eu me tornei.


"Fazer parte de algo especial a torna especial" repetiu o senhor. "Sim, isso é verdade. Sabe, eu já estive em muitos lugares do mundo, mas quando eu não tinha ninguém por perto, eles não passavam apenas de paisagens bonitas. O que faz um lugar são as pessoas que estão nele, e não importa o que aconteça, você sabe que elas sempre estarão lá"


Sorri gentilmente para o senhor, secando as últimas lágrimas que restavam em meu rosto. E, algum tempo depois, quando o trem finalmente parou na estação de New York, eu sabia que estava preparada. Porque na verdade, eu não deixara Finn para trás. Assim como todos os outros membros do clube do coral, ele estava ali, comigo, guardado com carinho em minhas memórias e em meu coração, de onde nenhum deles jamais sairia.

Porque nós fizemos parte de algo especial e, por conta disso, nós sempre seríamos especiais.



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Notas finais do capítulo

E então, mereço reviews? :D