Kolybelnaya escrita por themuggleriddle


Capítulo 46
The Demise of Lord Voldemort




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Quando Hermione Granger recebeu a visita da Professora McGonagall, aos onze anos de idade, e descobriu ser uma bruxa, a surpresa foi enorme. A garota achou que nunca mais sentiria seu estômago parecer vazio e seu corpo ser preenchido por uma sensação engraçada de susto e alívio e curiosidade, tudo ao mesmo tempo, não naquela intensidade. Mas ali estava ela, com todos esses sentimentos tomando conta de si outra vez enquanto observava o homem à sua frente.

As palavras do bruxo pareciam absurdas, mas, ao mesmo tempo, verídicas. O tom de voz que ele usava não deixava transparecer nenhuma mentira e, mesmo se não quisesse confiar nisso, os olhos dele pareciam confirmar a história: olhos cansados de alguém que passara por muita coisa, olhos que expressavam uma certa dor ao contar tudo o que havia acontecido por conta do peso de tais eventos. E agora, o silêncio que os envolvia parecia ser um silêncio cheio de expectativa, como se ele estivesse apenas esperando qualquer reação da menina, como se tivesse esperado por tal reação durante muito, muito tempo.

“Mas por quê...?” ela finalmente conseguiu falar. “Por que você não tentou desmentir isso?”

“Não fazia diferença.” O bruxo encolheu os ombros, voltando a se apoiar na pia do banheiro. Ele tinha que dar graças à Merlin e Morgana por Myrtle não estar ali naquele momento. “Tom Riddle e Voldemort se tornaram personagens nessa bagunça de guerra... Eles já são mais do que eu jamais fui.”

“Mas você é Tom Riddle.” Hermione sacudiu a cabeça. “É a sua identidade. Você não pode simplesmente-“

“Abandonar ela? Pelo que me lembro, você era Hermione Elston,” disse Tom, sorrindo de lado. “Não parece ter tido muita dificuldade de abandonar Hermione Granger.”

“Foi temporário!”

“Eu nunca tive muitos laços com essa identidade, de qualquer forma.”

“Mas... Você falou do seu pai.” Aquilo era algo que deixara Hermione confusa e fascinada: ela nunca havia ouvido falar sobre fantasmas de trouxas, mas aparentemente Tom Riddle Sr. não era o primeiro caso desses, já que a Dama Cinzenta confirmara à eles que seu pai também havia ficado em uma situação semelhante após a morte. “Achei que talvez tivesse se acostumado com o nome...”

“Bom, sim, mas, caso você não se lembre, Tom Riddle já não era mais tão bem visto pelo seu círculo de colegas. Sabe, todo o negócio de ser mestiço? Então, acontece que as pessoas ignoram isso se sabem que você pode matá-las sem pensar duas vezes ao mesmo tempo que oferece poder à elas,” o homem explicou, rindo fraco por entre os dentes. “Mas quando você não quer mais seguir esse caminho, vão fazer de tudo para lembrá-lo que você não vale nada.”

“Mas-“

“Por isso, deixar Tom Riddle para trás não foi tão horrível,” ele a interrompeu, fazendo a bruxa franzir o cenho. “Foi como... Recomeçar.”

Hermione o encarou por alguns segundos. O jeito como ele falara aquela última palavra parecera quase... Esperançoso. Não era o tom de voz que ela esperava ouvir de Riddle.

“E você realmente recomeçou?” ela perguntou.

O sorriso que apareceu no rosto do outro era pequeno, mas não era o sorriso diminuto que Tom Riddle dava quando estava tentando agradar alguém. Era o sorriso que aparecia quando Abraxas fazia afagava os seus cabelos ou quando ele parecia se esquecer que estava sendo observado.

“Acho que sim,” o bruxo respondeu em um sussurro. “E não abandonei completamente o meu nome.”

“E quem... Quem você é agora?” Granger perguntou, mordendo o lábio inferior.

“Ainda Tom,” ele falou, encolhendo os ombros e rindo. “Thomas Mazarovsky. Confesso que roubei o sobrenome do bom Dr. Mazarovsky, mas não creio que ele tenha ficado sabendo.”

Hermione engoliu em seco. Aquilo continuava sendo surreal e tudo o que ela queria era que não houvesse uma guerra do lado de fora, mas sim uma longa tarde de primavera pronta para ser desperdiçada com uma conversa.

“Vocês induziram Voldemort a seguir os seus passos,” a garota murmurou, piscando. “O que isso quer dizer, exatamente?”

“Voldemort sabia sobre meus planos de fazer as horcruxes, ele... Bom, ele viu algumas coisas na minha mente certa vez,” o homem explicou. “Só precisamos indicar o que usar e, é claro, falsificar os objetos.”

Hermione franziu o cenho.

“Falsificar? Espera... Harry e Ron conseguiram roubar a taça de Hufflepuff-“

“Uma falsificação. Claro, uma falsificação muito bem feita com ajuda de um goblin e do olho de Abraxas para coisas preciosas, mas não é o original,” ele falou, sorrindo de lado com um brilho divertido nos olhos claros. “Foi um trabalho chato e não vou mentir: precisei usar de magia duvidosa para conseguir a taça em primeiro lugar... A velha Hepzibah não iria se desfazer dela com tanta facilidade, mas um Imperius e um feitiço de memória ajudaram a não precisar usar um Avada Kedavra. Claro, Voldemort a matou depois e roubou a falsificação, junto com a cópia do medalhão de Slytherin, e então tive que alterar as memórias do elfo dela...”

Hermione simplesmente ficou em silêncio, tentando juntar as informações que recebia agora com aquelas que conhecia por conta dos relatos de Harry em relação à vida do Lorde das Trevas.

“O diadema?”

“Guardado em um lugar do castelo que nem eu mesmo conhecia,” ele falou. “Helena me ajudou com isso.”

“O diário?”

“Abraxas fez questão de espalhar rumores sobre o valor que o diário tinha para mim e convenceu Voldemort de que era algo que eu usaria como receptáculo para a minha alma,” disse Riddle, antes de erguer a mão esquerda e mostrar um anel em seu dedo anular. No lugar onde devia haver a pedra negra que Granger conhecia, havia apenas um buraco. “E, antes que pergunte, o anel dos Peverell continua aqui... Ou parte dele.”

Hermione observou os olhos do bruxo se fixarem no anel oco por alguns instantes, antes de um suspiro escapar por entre os seus lábios.

“Dumbledore raramente falava sobre quem eu realmente sou,” ele falou. “Um pouco antes de morrer, ele decidiu fazer isso. É claro que tinha uma razão por trás da vontade dele de conversar sobre os velhos tempos...” O homem sacudiu a cabeça, rindo. “Ele queria que eu entregasse a pedra, disse que Potter precisaria dela.”

“Por que Harry precisaria da pedra de um anel que pertenceu aos Gaunt?”

“Porque, antes de ser de Marvolo Gaunt, ele pertenceu aos Peverell. Mais especificamente, à Cadmus Peverell,” Tom explicou, tirando o anel e o girando entre os dedos. “Sei que conhece o Conto dos Três Irmãos.”

A bruxa franziu as sobrancelhas.

“É apenas uma história...”

“Toda história tem um fundo de verdade, Hermione. Não posso dizer com certeza de que os Peverell encontraram com a Morte, mas sei que eles possuíam as relíquias,” Riddle falou. “E, hoje, elas estão reunidas aqui em Hogwarts. Curioso, não? A pedra e a capa com o seu amigo e a varinha, com Voldemort.” O homem respirou fundo. “Só espero conseguir a pedra de volta depois que tudo isso acabar...”

Hermione não disse nada, apenas cambaleou até um dos boxes do banheiro, abrindo a porta deste e sentando sobre o vaso sanitário fechado. Suas pernas estavam leves demais e sua cabeça, aérea. Ela precisava descansar, mas sabia que aquilo era impossível naquele momento. Havia uma batalha começando a borbulhar do outro lado da porta.

“E... E Abraxas?” a garota forçou-se a perguntar, apesar de saber a resposta.

De onde estava, não conseguia ver o homem. Apenas ouviu o silêncio dele por um ou dois minutos, sentindo os olhos arderem com lágrimas.

“Varíola de dragão,” a voz de Riddle lhe respondeu, soando estranha.

Hermione apoiou os cotovelos nos joelhos e esconder o rosto por detrás das mãos. Ela sabia as consequências de voltar para o seu tempo. Sabia que veria Minerva e Ollivander mais velhos, que Dorea e Charlus provavelmente estariam mortos... Ela sabia que o avô de Draco Malfoy já havia morrido, mas era diferente agora: não se tratava mais de um Malfoy qualquer, mas de um amigo.

“Ele foi teimoso e vaidoso até o último instante,” disse Tom, antes de surgir na frente da porta aberta do box. “Gastou toda a energia em feitiços para manter a aparência boa e quis me estapear quando disse que ele podia deixar uma ou outra pústula aparecer.”

“Como diabos ele pegou varíola de dragão?” a bruxa perguntou, enxugando as lágrimas que voltaram a escorrer pelo rosto.

“Você conhecia ele: amava bichos esquisitos.” A risada que saiu da boca do outro fora diferente das outras, era mais triste e mais pesada. “Brax foi enfiar o nariz no ninho errado e achou que não era nada quando começou a ficar mal. Demorou demais para procurar ajuda.”

A garota ergueu o rosto, observando aquele Tom Riddle que agora estava à sua frente. Ela se perguntava se o homem se parecia com o pai trouxa, mas lembrou-se que Tom Riddle Sr. nunca tivera a chance de chegar aos quarenta anos.

“E como foi que vocês ficaram? Quero dizer... Ele casou, certo? Lucius e Draco existem?”

“Ah, existem.” Tom revirou os olhos. “Sempre soubemos que ele teria que casar, não é? Mas Delphine também não estava totalmente satisfeita com a ideia. Eles eram amigos, no entanto, e a amizade e a insatisfação ajudou os dois a seguirem com suas próprias vidas dentro do casamento.”

“Quer dizer que vocês dois continuaram...? E Delphine aceitou?”

“Ela também continuou com Basílio e Brax aceitou.” O bruxo sorriu. “Alguns anos depois, ela sumiu. Ninguém sabe onde ela está até hoje, mas não duvido que esteja aproveitando alguma praia ensolarada em algum lugar do mundo.”

Hermione abaixou a cabeça outra vez. Tentava imaginar a situação dos dois rapazes e, apesar de saber que não fora um cenário ideal, ficava mais calma ao conseguir ver Tom e Abraxas ainda juntos, sorrindo e suportando um ao outro. Aquilo a fez sorrir, apesar de ainda sentir o coração apertar com a realidade de que Malfoy estava morto, por saber que o loiro conseguira fazer o que dissera não ser capaz.

A bruxa ergueu o rosto rapidamente, assustada, quando sentiu algo em seu ombro. Riddle estava agachado na sua frente com a mão apoiada em seu ombro, os dedos longos apertando de leve ali em uma tentativa de passar algum conforto. Na luz fraca do banheiro, ela conseguia ver os olhos dele brilhando com lágrimas e a boca comprimida para não demonstrar mais emoções.

“Nós devíamos descer,” ele falou e a menina assentiu. “Daqui a pouco os Comensais irão invadir o castelo outra vez.”

“Preciso... Preciso encontrar o Harry.”

“Sim, é uma boa ideia.” Tom se levantou, mas antes que pudesse se afastar, Hermione agarrou-lhe a mão e a segurou com força entre os dedos. O bruxo parou e a encarou, confuso.

“Obrigada,” a garota murmurou.

“Eu não fiz nada, Hermione.”

Granger sacudiu a cabeça e se levantou, ainda segurando a mão dele.

“Exatamente. Obrigada por não fazer nada do que Voldemort fez e está fazendo.” A bruxa sorriu, percebendo que voltara a chorar. “Obrigada por não ter se tornado ele.”

Riddle a encarou por um momento, parecendo surpreso, antes de sorrir. Assim como Hermione, o sorriso era doído, deixando claro que tudo aquilo estava longe de ser algo fácil e banal. Os dedos do homem se entrelaçaram nos dela, apertando-os de leve.

“Sou eu quem devia lhe agradecer,” ele finalmente falou, as palavras saindo quase abafadas pelos lágrimas que ele tentava conter. “Por me me ajudar a ver que eu não precisava ser ele.”

“Eu não fui a única a ajudar nisso, Tom.”

“Mas foi a única que eu ainda não havia conseguido agradecer.”

Um soluço escapou da boca da garota e ela riu fraco ao notar que o abraço de Riddle, mesmo depois de tantos anos, não deixara de ser contido no início. Era como se o bruxo precisasse de um pequeno intervalo de tempo para se acostumar ao contato e, aos poucos, ir se derretendo nos braços de outra pessoa.

Mesmo com uma batalha iminente do outro lado das paredes do castelo, ali era quase como ter um pedacinho daqueles dias em Hornsea. Aquele pensamento fez mais lágrimas surgirem nos olhos da bruxa, fazendo-a se afundar mais no abraço por alguns minutos. Foi apenas quando conseguiu controlar o choro que Hermione se afastou, ainda hesitante, para observar o rosto de Riddle, também molhado por lágrimas.

“Preciso de apenas mais duas respostas,” ela falou, sua voz ainda soando esganiçada.

“Vá em frente.”

“Ron havia usado a espada de Gryffindor para destruir o medalhão, porque Harry matou o basilisco com ela...”

“A ideia foi da Helena, sabe? Ela sabe sobre toda essa confusão porque, como já expliquei antes, meu pai gosta muito de conversar e ela gosta muito de ouvir ele falando.” O homem revirou os olhos, rindo. “ ‘Vocês tem uma das poucas coisas que pode destruir uma horcrux. Pegue a espada de Godric e banhe ela no veneno do basilisco de Salazar,’ foi o que ela disse. Não tínhamos nada a perder e fizemos isso. É horrível fazer essas coisas sem ser visto por Dumbledore, sabia? Apanhar a espada no escritório dele, levá-la até a câmara e banhar ela em veneno... Por sorte, a espada é mágica e Albus a encontrou dentro do Chapéu Seletor algumas horas depois.”

Hermione apenas o encarou por um instante e então riu, tentando imaginar todo o planejamento que Tom e Abraxas fizeram para conseguir seguir esse plano.

“Aliás,” o bruxo falou, enfiando a mão dentro dos bolsos das vestes e tirando dali o que parecia ser uma presa comprida e pontuda. “Hlín não ficou muito feliz quando pedi algumas presas, mas... Ela entendeu. Outra sorte é que basiliscos, quando ficam muito velhos, acabam perdendo as presas para crescer novas.”

“Hlín? Espere... O basilisco é ela?”

“Claro. Salazar não foi idiota, ele sabia que basiliscos fêmeas são mais confiáveis e mais agressivos quando preciso,” disse Riddle, dando de ombros, antes de entregar-lhe a presa. “De qualquer forma, fique com ela. A cobra é uma horcrux. Se tiver uma chance, mate-a.”

“Esse Voldemort também tem a Nagini?”

“O que? Não. Sei lá qual o nome que ele deu para a cobra dele, mas Nagini está muito bem, obrigado, em casa. De certo dormindo, porque é só isso que ela faz até começar a esquentar.” Hermione arqueou uma sobrancelha, tentando imaginar a cobra enorme enroscada no meio de cobertores, adormecida. “Voldemort não é um ofidioglota natural como eu,” o homem falou com um tom de orgulho na voz. “Mas ele aprendeu a língua, assim como Dumbledore. De vez em quando eu me pego o admirando um pouco, sabe? Todo o trabalho que ele teve para fingir ser eu...”

“O que nos leva à minha segunda pergunta!” disse Hermione, franzindo as sobrancelhas. “Quem é Lord Voldemort?”

O sorriso que surgiu nos lábios de Riddle foi um remanescente do rapaz que ela conheceu no orfanato. Era uma mistura de desdém e superioridade, com um toque de divertimento.

“Achei que já tivesse encontrado a resposta, Hermione, afinal, Brax me contou que você chegou a ouvi-lo reclamando sobre mim certa vez,” ele falou. “Acredito que você se lembre do nosso querido Atlas Avery?”

***

Ron não parava de bater com a varinha na própria perna. Hermione não podia culpá-lo pelo nervosismo, já que ela mesma não conseguia controlar seu pé batendo incessantemente contra o chão de pedra coberto por poeira e escombros.

Fazia meia hora desde que Harry deixara o castelo. A garota conseguira encontrar os dois amigos, mas o alívio de vê-los não durou muito, pois Potter logo deixou claro a sua intenção de ir até a floresta e se entregar à Voldemort. Weasley apenas pressionou os lábios um contra o outro e chorou em silêncio, enquanto Hermione ainda tentou convencê-lo de não fazer aquilo... Não adiantou, é claro. O amigo era teimoso e tudo o que ela pôde fazer foi abraçá-lo do jeito que queria ter abraçado durante todos os sonhos que tivera com ele nos últimos meses.

Agora, a bruxa sentia-se mais exausta do que nunca. Em um intervalo de poucas horas, ela perdera Abraxas e agora, perderia Harry. E ela não podia nem ao menos deixar-se mostrar isso.

“Vai ficar tudo bem,” Ron murmurou, a certa altura, ainda batendo a varinha em si mesmo. “Harry vai dar um jeito... Ele vai... Ele sempre dá.”

“Dessa vez é diferente, Ron,” ela sussurrou, sentando-se em um amontoado de escombros e tentando ao máximo não chorar.

Do outro lado do pátio do castelo, Parvati Patil ajudava Madame Pomfrey a carregar Lavander Brown para dentro do salão principal. As roupas da garota estavam ensanguentadas e os braços dela pendiam ao lado do corpo, mas a curandeira tentava acalmar Parvati, que chorava copiosamente, dizendo que ela ainda estava viva. Hermione fechou os olhos com força para não olhar a cena e, quando os abriu, encontrou o fantasma da Dama Cinzenta flutuando perto de onde as meninas estavam há poucos minutos. O espírito olhava o castelo com uma expressão devastada em seu rosto, apenas desviando o olhar quando Riddle surgiu na porta e foi até ela.

“Ele matou Rodolphus Lestrange,” disse Ron em um sussurro, observando o homem que agora conversava com Helena Ravenclaw. “Não foi bonito de ver. Sangue para todo lado.”

“Por que não usou Avada?”

“Boa pergunta. Acho que ele queria que Lestrange sofresse,” Weasley falou. “Não posso dizer que não fiquei feliz com isso.”

Os olhos claros de Tom encontraram os seus por alguns segundos. Era terrivelmente estranho, estar naquela situação. Aquele homem era seu amigo e Hermione não podia se aproximar e confortá-lo da mesma forma que podia fazer com Ron. Qualquer conversa teria que ser escondida, qualquer informação sobre a relação dos dois precisaria ser mantida em segredo.

“Varinhas em mãos!” a voz de McGonagall soou e Granger pulou para ficar em pé.

Ela observou a professora descer as escadas do pátio com o queixo erguido e a varinha pronta. Parte de si perguntou-se qual era a possibilidade de Minerva se lembrar de Hermione Elston, mas esse devaneio não durou muito tempo, pois logo sua atenção foi desviada para algo que se aproximava na ponte que levava ao pátio.

Por entre a fumaça e névoa que se esgueirava por entre os escombros do castelo, a silhueta de uma multidão começou a se formar. Todos vestiam preto, mas uma pessoa vinha a frente: alto e pálido, com um rosto que, à princípio, parecia deformado por conta da distância, Lord Voldemort se aproximava. O bruxo, assim como McGonagall, mantinha o rosto erguido e um sorriso presunçoso nos lábios finos e disformes. A medida que se aproximava, suas feições ficaram mais nítidas e Hermione pôde notar que não se tratava apenas da limitação de sua visão: o rosto do homem era deformado, a pele branca e fina parecia um pergaminho esticado por cima dos ossos do crânio, o nariz era achatado e ofídico e os olhos, vermelhos com pupilas em fendas. Aquilo era o que Tom iria se transformar. Aquele era o exterior de uma alma completamente deturpada por magia negra.

“Aquele é o Hagrid?” perguntou Ron, baixinho.

No meio dos Comensais, o guardião das terras de Hogwarts andava de cabeça baixa e soluçando. Em seus braços, ele trazia um corpo. Hermione reconheceria aqueles cabelos negros e bagunçados em qualquer lugar.

“Harry Potter está morto!” A voz rouca e assustadora de Voldemort ecoou pelo pátio, amplificada por magia, seguida por um burburinho de risadas vindo de seus seguidores. Hermione sentiu as próprias pernas perderem as forças e apoiou-se em Ron. Soluços altos vindos de Ginny desviaram a atenção da garota por um momento. “Ele foi morto enquanto tentava fugir, tentando se salvar enquanto vocês se sacrificavam por ele. Trazemos o corpo dele como prova de que ele se foi.”

“A batalha está ganha. Vocês perderam metade dos seus. Meus Comensais da Morte estão em vantagem e o Menino Que Sobreviveu está morto. Não devemos continuar com essa guerra. Qualquer um que resistir, homem, mulher ou criança, será morto, assim como toda a sua família. Venham todos para fora do castelo, e vocês serão perdoados. Seus pais e filhos, seus irmãos e irmãs, todos viverão e serão perdoados, e vocês se juntarão à mim no novo mundo que iremos construir.”

Houve silêncio no pátio. Alunos, professores e membros da Ordem da Fênix olhavam para Hagrid e o corpo de Harry. Ninguém parecia ter coragem para sequer se mexer. Olhos arregalados e cheios de lágrimas passavam de um comensal para o outro, uma hora ou outra voltando para Voldemort e Potter.

“Harry! Harry!” Ginny agora gritava enquanto Arthur Weasley a segurava para que ela não corresse até os Comensais.

“SILÊNCIO!” Voldemort gritou e uma explosão branca de magia fez todos os soluços e gritos sumirem, o silêncio sendo forçado sobre eles. “Está acabado! Coloque-o aos meus pés, mestiço, onde ele merece estar!”

Soluçando, Hagrid colocou Potter no chão. Um sorriso horrível distorceu o rosto de Voldemort enquanto ele colocava um pé sobre o rosto do garoto, virando-o.

“Veem? Harry Potter está morto! Entendem agora, criaturas iludidas? Ele nunca foi nada além de um menino que dependia dos outros para ser salvo!”

“Ele te derrotou!” Ron gritou e logo outras vozes seguiram a dele, logo antes de serem silenciadas por mais um estrondo de magia.

“Ele foi morto tentando escapar dos terrenos do castelo,” o bruxo falou, arreganhando os dentes. “Morto enquanto tentava se safar-“

Hermione assustou-se ao ver um vulto passar correndo por si. Só quando a figura foi jogada no chão, desarmada, que ela percebeu que se tratava de Neville.

“E quem é este?” Voldemort perguntou em um sussurro assustador. “Quem é este que se voluntaria para mostrar o que acontece com aqueles que continuam lutando depois de terem perdido a batalha?”

“É Neville Longbottom, milorde!” disse Bellatrix Lestrange com uma voz estridente. “O menino que deu trabalho aos Carrow! O filho dos aurores, lembra?”

“Ah, sim, lembro,” o bruxo falou, observando o garoto que tentava se levantar. “Mas você é um sangue-puro, não é, garoto?”

“E dai se eu for?”

“Você demonstra coragem e vem de uma família pura. Você seria um ótimo Comensal. Precisamos de gente como você, Neville Longbottom.”

“Vou me juntar à você quando o inferno congelar,” disse Neville, praticamente cuspindo as palavras. Do outro lado do pátio, Tom abaixou o rosto e escondeu a boca por detrás da mão, como se tentasse esconder uma risada.

“Muito bem,” disse Voldemort, estreitando os olhos escarlate. “Se esta é a sua escolha, Longbottom, vamos voltar ao plano original.”

O homem ergueu a varinha e, em segundos, algo saiu voando de dentro de uma janela quebrada do castelo, algo que Hermione reconheceu como o Chapéu Seletor. A Dama Cinzenta ficou boquiaberta ao ver o chapéu ir para a mão do bruxo.

“Não haverá mais seleção na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts,” disse Voldemort, apertando o chapéu com os dedos brancos e finos. “Não haverá mais casas. O brasão de Salazar Slytherin, aquele que sempre valorizou a pureza do sangue mágico, será o suficiente para a escola-“

“Não ouse!” Aquela fora a primeira vez que Hermione ouvira a voz de Helena Ravenclaw proferir alguma palavra em um tom mais alto que um sussurro. O fantasma flutuou até o meio do pátio, encarando Voldemort com as sobrancelhas franzidas e os punhos cerrados. Se ela estivesse viva, Granger não tinha a menor dúvida de que a bruxa já teria se agarrado ao pescoço do homem. “Não ouse deturpar a escola-“

“Ouvi falar que você e sua mãe eram amantes de trouxas, não é, milady?” Voldemort perguntou em um tom de desdém, acenando a varinha para Neville e o petrificando no lugar. “Lembro muito bem de como você gostava de mestiços... Mais uma prova de que a Sonserina é a única casa que presta.”

Antes que alguém pudesse fazer algo, o bruxo enfiou o chapéu na cabeça de Longbottom e sacudiu a varinha. O Chapéu Seletor pegou fogo e tudo aconteceu ao mesmo tempo.

Entre os escombros, Harry se levantou. Ao longe, estrondos ritmados ecoavam e a silhueta enorme de um gigante se aproximava. Neville se soltou do feitiço que o mantinha preso e arrancou o chapéu da cabeça, enfiando a mão dentro deste e puxando algo comprido e brilhante dali, algo que ele girou no ar e atingiu a cobra que avançava na sua direção... A cabeça do animal rolou para o chão e Voldemort urrou, avançando na direção do garoto.

No entanto, antes que pudesse alcançar Neville, o bruxo foi jogado para longe por um feitiço. A massa de vestes negras rolou pelo chão até que o homem conseguisse se apoiar nos cotovelos para se levantar, os olhos vermelhos brilhando com ódio enquanto observavam o seu atacante se aproximar.

“Você sempre foi muito medíocre, não é mesmo?” Tom Riddle parecia entediado enquanto andava até o antigo colega. A expressão confusa que tomou conta do rosto do Lorde das Trevas deixou claro que ele não esperava encontrar aquele cuja identidade ele havia roubado.

“Mestiço desgraçado,” Voldemort resmungou por entre os dentes, levantando-se em um pulo e lançando um feitiço na direção do outro homem, que se defendeu com um aceno da varinha. “Você devia estar morto!”

“Aprenda a ser um legilimente melhor antes de confiar nos seus Comensais,” disse Tom, sorrindo de lado. “Aliás, Anton nunca gostou de você, meu caro.”

Um feitiço atrás do outro foi lançado na direção do bruxo, que parecia se divertir se defendendo. Os alunos e membros da Ordem haviam avançado na direção dos comensais e azarações e maldições zuniam pelo pátio outra vez.

“Que diabos?!” Ron gritou, jogando um Comensal para longe enquanto tentava assistir o duelo dos dois bruxos. “Harry!”

Potter surgiu no meio de toda a confusão, correndo na direção deles, mas passando totalmente despercebido por Voldemort. O garoto parou ao lado deles, com os olhos arregalados e boquiaberto.

“Ele... Esqueceu do Harry?” Weasley perguntou.

“Ele logo vai lembrar,” disse Hermione. “Tom está cansando Voldemort.”

“Tom...?” perguntou Potter em um sussurro cansado.

“Só você pode matá-lo, Harry, faz parte da profecia! Mas se Voldemort estiver mais fraco...”

Um feitiço passou raspando por eles e Ron lançou um feitiço que atingiu um Comensal na cabeça, fazendo-o cair ao chão e rolar até perto de Voldemort e Riddle. O bruxo das trevas ergueu o corpo do seguidor com um feitiço o jogou-o na direção de Tom, acertando-o em cheio, antes de desviar o olhar da luta e arregalando os olhos vermelhos outra vez ao encontrar Hermione. A garota viu os lábios deformados do homem formarem as sílabas do seu sobrenome inventado e sentiu um arrepio atravessar a sua espinha, logo antes dele virar-se para encontrar Bellatrix, agarrando-a pelo braço.

“A garota!” ele urrou, sacudindo a mulher. “A sangue-ruim! Quero ela viva, Lestrange! Viva!”

Bellatrix assentiu, parecendo assustada, mas logo partiu para cima deles. Ginny, que havia acabado de acertar Rockwood com um Estupefaça, interviu, jogando-se contra a mulher e rolando no chão com ela. Lestrange agarrou os cabelos ruivos da menina, erguendo-a do chão e apontando a varinha para o rosto dela, mas, antes que pudesse fazer qualquer coisa, um feitiço a mandou voando para longe.

“A minha filha não, sua vaca!” Molly Weasley surgiu, brandindo a varinha de uma forma que nunca havia feito antes.

Voldemort estava se aproximando outra vez. Os olhos cheios de ódio estavam presos em Harry, que mantinha a varinha erguida, preparado. De uma forma quase cômica, o bruxo foi ao chão, atingido por um feitiço pelas costas.

“Eu realmente achei que você tinha melhorado em duelos.” Tom andava na direção do outro homem de novo. Com o nariz torto e sangrando, Riddle ainda sorria, parecendo satisfeito com a situação.

“Eu vou matar você,” Voldemort murmurou, erguendo-se do chão quando o outro já estava perto o suficiente. “Eu vou matar você como devia ter matado aquele desgraçado do Abraxas Malfoy-“

“Vai se foder, Atlas,” disse Riddle, segurando a varinha com a mão esquerda e usando a direita para acertar o bruxo com um soco no rosto, fazendo-o se desequilibrar e cair outra vez. “Você não sabe quanto tempo eu esperei pra poder fazer isso, seu filho da puta de merda.” Antes que o homem se levantasse, Tom acertou-o com um chute. “E esse é do Abraxas, que não conseguiu esperar para fazer isso.”

Harry e Ron estavam boquiabertos. Mais rápido do que o esperado, Voldemort se levantou e apontou a varinha para o outro bruxo. Dessa vez, Potter foi quem agiu com mais rapidez, acenando com a varinha e acertando o Lorde das Trevas.

“Você não vai matar mais ninguém essa noite!” disse Harry, finalmente chamando a atenção do outro. “Você não vai matar mais ninguém! Você não entendeu ainda? Eu estava pronto para morrer para que você parasse de machucar essas pessoas-“

“Mas você não morreu!” Voldemort urrou.

Hermione aproveitou o momento de distração do bruxo e correu até onde Riddle estava, agarrando-o pelo braço e puxando-o para longe. Harry e Voldemort agora andavam em círculos, um apontando a varinha para o outro. Havia chegado a hora.

“Mas era a minha intenção e foi o que eu fiz. A mesma coisa que minha mãe fez. Eles estão protegidos de você. Não percebeu como todos os feitiços que lançou neles não tem o efeito máximo? Você não pode tortura-los. Você não pode tocá-los. Você não aprende com os seus erros, Riddle?”

A garota sentiu Tom retesar sob o seu toque e, ao olhá-lo, encontrou-o com as sobrancelhas franzidas e os olhos brilhando com o que deviam ser lágrimas.

“Não ouse-“

“Ouso sim,” disse Harry. “Sei de coisas que você não sabe, Tom Riddle. Conheço muitas coisas importantes que você não conhece. Quer ouvir algumas delas, antes de cometer algum outro erro?”

“É amor de novo?” disse Voldemort, seu rosto se contorcendo em uma expressão horrível. “A solução preferida de Dumbledore, amor, que ele dizia vencer até a morte... Mas amor não impediu que ele despencasse daquela torre, não é? Amor não impediu que eu acabasse com a sua mãe sangue-ruim, Potter – e ninguém parece amá-lo o suficiente para se colocar no seu lugar agora. Então, o que vai impedir que você morra quando eu o atacar?”

Todos os duelos cessaram ao redor. Comensais e alunos e membros da Ordem haviam parado e agora observavam Harry e Voldemort. O garoto explicava sobre os planos de Dumbledore, sobre Snape, sobre a Varinha das Varinhas... O tempo todo, o Lorde das Trevas parecia estar à um triz de perder todo o controle que tinha sobre si mesmo. Ao seu lado, aquele que dera origem a Lord Voldemort permanecia em silêncio, tremendo enquanto mantinha-se observando a cena que se desenrolava na sua frente.

“Mas antes que você tente me matar, tente pensar sobre o que você fez... Pense e tente sentir remorso, Riddle...”

“O que?”

O bruxo das trevas parecia surpreso. Hermione desceu a mão que segurava o braço de Riddle até alcançar a mão dele, apertando-a com força.

“É a sua última chance,” disse Harry. “É tudo o que lhe sobrou... Eu vi o que vai ser de você... Seja homem... Tente... Tente sentir algum remorso...”

Granger estava dividida entre ouvir o discurso de Harry, que continuava falando sobre a Varinha Anciã e sobre como esta não pertencia à Voldemort, e escutar os murmúrios baixinhos e entrecortados que vinham do homem ao seu lado. Os dedos de Tom apertavam os seus enquanto ele sussurrava algo que ela identificou como uma mistura de xingamentos e ‘eu senti, eu senti’.

“Avada Kedavra!”

“Expelliarmus!”

A garota arregalou os olhos e puxou o homem para mais perto de si quando os clarões verde e vermelho irromperam das varinhas dos dois bruxos. Ela observou os feitiços se chocarem no ar e a Varinha Anciã escapar dos dedos do Lorde das Trevas, rodopiando no ar e indo parar na mão de Harry. O jato verde esmeralda da maldição da morte pareceu perder o rumo por um momento, antes de voltar contra aquele que a havia lançado, atingindo Voldemort em cheio no peito.

O silêncio tomou conta do pátio quando o corpo daquele que todos supunham ser Tom Riddle bateu no chão com um barulho abafado. O cadáver parecia frágil, no meio dos escombros, com seus olhos escarlate encarando o nada enquanto a primeira luz da manhã começava a iluminar as ruínas da escola.


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Notas finais do capítulo

Olá, eu não tenho o menor controle sobre as minhas histórias e na metade desse capítulo descobri que ele seria o último. Mas terá um epílogo! Não me odeiem por acabar do nada.

Sobre o final: anos atrás, quando eu escrevia Riddle's Riddles e ainda existia aquele site chamado formsprings (hoje acho que tem o curiouscat que é parecido?), uma leitora me disse que uma vez tinha sonhado com o final de RR e que esse final do sonho era bem simples: Hermione voltava para o futuro e encontrava um Tom já mais velho, que agradecia ela por ter 'salvado' ele. Na época, eu já tinha o final de RR pronto e não me conformava com casais não ficando juntos, então isso não aconteceu, mas sempre achei muito bonita essa ideia... Então, quando comecei a escrever Koly, eu decidi resgatar esse final que surgiu em um sonho de uma leitora (o quão conveniente é isso em uma fic que tem sonhos como um tema principal?). A leitora em questão, aliás, era a Ju Vassalo. Acho que ela não tem mais conta aqui no Nyah, mas lá no início de Koly ela comentou uma ou duas vezes na fic em inglês. Então é, muito obrigado, Ju, pela ideia que acho que tu nunca pensou que poderia ser usada kkkk

Parte de mim gostaria de explicar com detalhes todas as tramoias que Tommy e Brax fizeram para induzir o Voldemort/Atlas a seguir os passos do Voldemort original, mas ficaria cansativo demais... Acho que as coisas mais importantes foram explicadas. Bom, foi mais bem explicado que o final de RR, pelo menos.

1) Hlín: é o nome do basilisco usado em um RPG de HP do qual eu participava. Quem deu esse nome foram os incríveis Tony (que fazia o Salazar no jogo) e a Thams (brassclaw aqui no Nyah, minha eterna Rowena). Hlín é um nome nórdico que significa 'aquela que protege' e ela provavelmente vai aparecer em outras fics como A Águia e a Raposa;

2) No início de Koly, o Tom iria usar o sobrenome Elston nessa identidade falsa dele... Na verdade, ele usaria Felix Elston como o nome falso (Felix por conta do nome do meio do Tom Riddle Sr e Elston, pela Hermione) e ele teria se tornado o curandeiro de Hogwarts. Os anos passaram e Felix/Feliks hoje é um nome que eu associo apenas à um personagem (além do Tom Sr), que vocês podem conhecer lendo Três de Bastões e conhecer uma das versões dele... Que também apareceu aqui, claro, o médico legista que o Tommy matou, o Dr. Feliks Ravenwood;

3) Eu tenho um fascínio por ver personagens socando Lord Voldemort. Tenho uma fic abandonada nos meus arquivos onde Helena vai fazer isso, outra onde Frank Bryce faz isso e outra onde Feliks faz isso;

Vou deixar os agradecimentos para o epílogo que... eu acho que já vou postar? Não tem razão para enrolar mais, não é mesmo?



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