Por incrível que pareça eu acordei primeiro que todas elas. A aeromoça estava caminhando na direção da Cata que estava sentada na ponta.

– Não precisa, pode deixar que eu acordo ela. – eu disse com um sorriso tão grande que ela até me olhou estranho.

Eu chacoalhei cada uma até todas estarem acordadas, quando perceberam, abriram um sorriso e eu fiquei muito mais feliz ao ver aqueles sorrisos. Era incrível como ver minhas amigas felizes me deixava mais feliz do que já estava. Pegamos algumas bolsas que estavam conosco e saímos do avião. Fomos direto para a esteira buscar nossas malas, então fomos encontrando uma por uma, a da Fer era branca com desenhos, ou seja, foi a mais fácil de achar, a da Cata era roxa, mais uma fácil de encontrar, a minha era preta e a da Nat também, só ficou mais fácil porque a minha tem uns detalhes azuis e a da Nat uns detalhes vermelhos, mas começamos a rir quando a mala de Hele chegou, era uma mala de oncinha, não tínhamos visto isso no embarque.

Saímos do aeroporto ainda rindo das malas da Hele. Quando avistamos um táxi eu assoviei e acenei, ele parou. Um homem barrigudo e bigodudo saiu de dentro do carro, nos ajudou a colocar as malas no porta-malas, não coube tudo então uma mala ainda foi no nosso colo. Nossa sorte foi que coube todo mundo no táxi, na verdade nossa sorte foi que o homem foi gentil e deixou todo mundo ir, porque tinha um mais ali dentro. Entregamos a ele o papel do nosso hotel e ele nos levou até lá. Fer mudou a rádio e por incrível que pareça estava tocando More Than This e nós fizemos a festa dentro táxi enquanto o homem nos olhava e ria, mas ele ria muito.

Chegando no hotel ele nos ajudou a tirar as malas, o pagamos e com um sorriso no rosto ele disse:

– Tenham um bom dia moças.

Olhando para aquele hotel eu fiquei até besta. Eu prestei muito atenção na arquitetura do prédio e na decoração também. Tinha uma decoração rústica misturada com coisas modernas, era simplesmente luxuoso e lindo. Fomos até a recepção e fizemos o check-in. Ficamos em um quarto só. Em cada quarto tinha duas suítes, uma sala e uma cozinha. Ou seja, alguém vai dormir na sala, e eu aposto que vai ser a Cata, só porque a coitada ronca, mas enfim, decidiríamos isso lá em cima.

Um moço lindo nos ajudou a chegar no quarto com todas aquelas bagagens. Quarto número 690. Imagina se a gente já não pensou besteira, quando vimos o número do quarto começamos a rir. O cartão do quarto estava comigo eu abri a porta e já corri pra uma das suítes e pulei na cama. Como eu tinha pensado, Cata ficou na sala.

Começamos a arrumar nossas coisas, eu fiquei na suíte junto com a Fer. Hele estava dividindo a outra suíte com Nat, e a coitada da Cata estava na sala. Como tinha só um guarda-roupa eu e Fer dividimos tudo direitinho, mas tenho certeza que daqui uma semana já vai estar tudo bagunçado.

Depois que tudo estava arrumado, fomos todas para a sala, então eu tive uma ideia.

–Porque a gente não vai ver o Big Ben?

O rosto de cada uma se iluminou e então todas foram se trocar. Combinamos em colocar as blusas Things (thing 1, thing 2 …), mas como estava muito frio todas estavam com algum casaco por cima.

Chegamos e começamos a tirar fotos, esse lugar é mágico. Fiquei tão abismada com o lugar que não ouvi nenhuma das meninas me chamando e me perdi no meio daquele monte de gente. Mas não liguei, eu sabia voltar para o hotel.

Comecei a me preocupar quando percebi que estava mesmo perdida Eu ouvia pessoas gritando “Lu”, “Luana, cadê você?”. Mas podia ser qualquer pessoa, minhas amigas poderiam estar no hotel uma hora dessas.

Helena POV

–Parem, ficar gritando Luana não vai adiantar, enquanto gritamos eu vi pelo menos 3 pessoas olhando pra gente achando que estávamos falando com elas. A Lu tem que atender por outro nome, um que ela saiba que somos nós atrás dela.

– Mas ela não tem outro nome. – Fer disse parecendo óbvia.

– Já sei, Pocahontas. – Catarina disse e eu adorei a ideia.

–Pocahontas? Cata, se ta bem? – Natalia perguntou indignada.

– Sim, sempre que ela vai pra praia os amigos dela chamam ela assim. Ela que contou isso pra mim e pra Hele. – Catarina se explicou.

– Então vamos tentar. – Fer disse, já ficando desesperada, já estava muito tarde.

Luana POV

De repente, eu comecei a ouvir gritos que diziam “Pocahontas”. Mas só os meus amigos da praia me chamam assim. Ah, eu contei pra Cata e pra Hele. Então eu gritei:

–Gente eu estou perto do cara vendendo balões.

Do nada, vi minhas amigas chegando perto do homem que nos olhou assustado.

–Eu disse que ia dar certo. – Catarina disse muito feliz.

Começamos a rir. Mas logo depois todas ficaram muito irritadas comigo.

–Onde você estava com a cabeça? Você sumiu do nada.- Fernanda disse, me dando tapas.

– Ei, sua louca, pera de me bater – eu disse batendo de volta – eu estava admirada com lugar e nem vi vocês saindo. E como eu sabia voltar pro hotel eu continuei andando. Ai eu percebi que estava perdida e parei de andar.

– Ai como você é uma anta. – disse Fernanda com toda sua delicadeza.

– Muito obrigada pela consideração. – eu disse brincando.

Voltamos para o hotel e cada uma foi pra sua cama, menos Cata que foi para o sofá. Eu sentei na cama com Fer e nós começamos a conversar.

– Lu, você não está mesmo mal por terminar com o Felipe? – Fer voltou ao assunto do embarque.

– Não, ele me magoou muito hoje.

– O que aconteceu? – Fer disse preocupada.

– Ele estava inseguro com essa viagem, ele estava com medo de que eu ficasse com outro garoto. E hoje ele quis lembrar daquilo que aconteceu no sétimo ano lembra?

– Lembro. Mas ele ainda lembra disso e outra, ele ainda se preocupa com isso e acredita nisso?

– Sim, ele ainda tem medo disso e ele ainda acredita nisso. Então eu disse que não aguentava mais, que só eu só ia viajar por dois meses. Eu não ia viajar pra cá e ficar pensando nele ou no que ele pensava de mim. Eu pensei muito hoje de manhã e decidi que queria vir pra cá livre, sem me preocupar com ele. Fui até a casa dele e terminei com ele.

– Entendi, mas não se sinta mal por ele, ele nunca te mereceu. – ela disse rindo

– Eu sei. – eu disse rindo com ela.

Nós nos trocamos, deitamos e não demorou muito tempo para que dormíssemos.