Insanity - Bad Bye escrita por Annie Hirano


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Weee, I'm here!



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Rin POV


A aula acaba, e saio correndo da sala, sem me despedir de Len. Não que eu não quisesse, mas ou era isso ou perderia o ônibus e teria que esperar uma hora pra pegar o próximo. Eu odiava ter que sair correndo junto com aquele bando de animais que pareciam que iam morrer se não saíssem do colégio naquele segundo.

Saindo daquele inferno, consigo pegar o ônibus e vou direto para casa. Eu caminhava sem pressa, olhando para o céu cinza. Estava começando a ficar quente, apesar do mal tempo. A luva e o casaco me esquentavam ainda mais e faziam meus cortes arderem, mas eu não ligava. Era bom, de algum jeito.

Chego em casa, sem fazer questão de avisar a minha mãe que cheguei. Ela não ligaria de qualquer jeito. Todo dia ela ia ver se eu tinha ido para o colégio, mas não se importava de ver se eu tinha voltado. Passo na frente do quarto dela, e a vejo no quarto escuro, mexendo no computador. Provavelmente nos RPGs dela, já que eles são a vida dela. A vida que ela queria ter mas não tem, e não faz questão de esconder que é por minha causa. Não a culpo de pensar assim, mas dói do mesmo jeito. Vou para o meu quarto, fechando a porta. Mesmo passando a manhã inteira sem comer eu não estava com fome. Coloco meu material sobre a mesa e me jogo na cama, colocando o meu travesseiro sobre a cabeça. Foi apenas um dia de escola, mas o suficiente para me deixar cansada. Eu estava com sono. Eu não queria fazer nada, eu não tinha ânimo pra fazer nada. Eu sou uma estranha inútil e sem propósito.

‘‘Eu só queria que o mundo explodisse.’’

Olho para o canivete na beirada da minha mesinha de cabeceira. Sento na cama, tirando as luvas e o casaco. Pego o canivete e começo a fazer um corte em meu braço. O sangue manchava um pouco a cama, mas eu podia dar um jeito nisso depois. A dor se espalhava e minha mão tremia um pouco, enquanto as lágrimas insistiam em cair. Eu me sentia tão mal. Termino de fazer o corte e me encolho na cama, abraçando as pernas. E choro. Como todo dia acontecia.


–----

Len POV


Depois da Rin sair correndo do colégio, eu fui andando calmamente pra casa, eu não estava com pressa. Suspiro.

Chegando na esquina de casa pude ver que o portão estava aberto. O bêbado deve ter chegado tão mal que esqueceu de trancar a porra da porta. Eu não me importava se um ladrão fosse roubar a casa e desse um tiro nele, mas eu realmente não queria perder as coisas que estavam dentro do meu quarto. Entro e fecho o portão, entrando em casa. Eu queria ver se achava algum álbum de fotos no meio das minhas coisas, eu deveria ter algum. Não sabia de onde vinha essa curiosidade, só tinha.

Sinto alguém me puxar com força pelo cabelo. Meu pai. Ele resmungou algo que eu não prestei atenção, sobre hoje de manhã e sobre eu aprender a respeitar ele a força, enquanto ele levantava a mão pra me bater. Respeitar a ele? Hahaha, por favor, eu tenho mais respeito pelo mendigo da esquina.

Sem remorso algum, tiro um canivete que guardava por precaução, dentro do bolso da calça, acertando contra a mão que ele ia me bater, perfurando-a e a atravessando completamente. Ele urrou de dor e tirou a mão, agarrando a mesma contra a camisa que ficava cada vez mais ensangüentada, enquanto gritava. Apenas dei um sorriso sádico e limpei o canivete com um pano que achei, guardando-o dentro do bolso de novo. Meu pai me xingava enquanto eu o olhava indiferente. Se ele tentasse alguma coisa contra mim de novo, tenho certeza que eu não iria fazer só um corte na mão dele. Vou para o meu quarto e tranco a porta, enquanto o bêbado praguejava, e começo a fuçar em minhas coisas antigas.

Nada de interessante. Não achei álbum algum, provavelmente o velho deve ter escondido. Bem, volto a procurar algo depois, de qualquer jeito. Talvez quando eu soubesse o que exatamente eu queria achar. Mas nada fazia essa impressão horrível de estar esquecendo uma coisa muito importante passar. Começo a sentir como se estivesse acontecendo uma coisa muito errada. Isso estava me deixando angustiado, e eu não sabia o que fazer. A única coisa que fazia eu me sentir assim era aquele sonho, e agora eu tenho isso do nada? Aquele sonho...Rin...Será que ela está bem? Ah, por favor, lógico que ela deve estar...não é? Eu devo ser muito burro pra acreditar que eu sentiria isso se alguma coisa acontecesse com ela, esse tipo de coisa típica de livro de romance de segunda.

Pego o meu livro e começo a fazer o dever de casa, tentando esquecer toda aquela angústia, mas não adiantava, não era nada tão difícil a ponto de eu ter que me concentrar por completo. Noto que a casa ficou em silêncio, e por um segundo tive a doce esperança da pessoa que morava comigo ter morrido, mas ele deve só ter ido ao hospital, então voltei a focar no dever e pensar no que eu deveria fazer mais tarde, pra me livrar do tédio.



~~Continua~~


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Notas finais do capítulo

Cap meio curto, mas o próximo vai compensar...bastante
Quarto capítulo pronto, pagamento de 3 reviews pra eu postar~