– Nossa! - ele sorriu - Voce esta... Diferente.

– Bom ou ruim?

– Voce me diz isso. Sempre achei que voce era o tipo que odiava essas coisas.

– E odeio, mas as garotas fizeram isso comigo.

– E vai continuar nessa?
– Talvez. Vem, a gente precisa sair daqui. - falei puxando ele.

– Por que?

– Porque provavelmente elas estão me vigiando agora, pra ver se eu vou mesmo sair com voce.

– Ah?

– Elas botaram na cabeça que eu estou afim de voce, e eu estão tentando fazer com que voce goste de mim. Elas são loucas.

– Bem, ta bom. - ele falou rindo - Vamos.

– Aonde?

– A gente não tinha que sair?

– Ah é... Ta bem. Vamos naquele parque que tem aqui perto? Não to afim de caminhar muito.

– Ta.

Caminhamos em silencio, o que foi estranho, já que a gente raramente ficava em silencio.

– Por que esta tão quieto? - perguntei em duvida.

– Sinceramente? Você não se parece nada com a Blake.

– Esta com vergonha de mim? - falei rindo.

– Cala a boca. - ele riu tambem - Voce esta muito diferente.

– Bonita? - arqueei as sobrancelhas brincando.

– Muito. - ele falou brincado tambem, bem, pelo menos eu acho que foi brincando, não sei ao certo.

– Sério?

– Eu preferia voce antes.

– Por que?

– Voce parecia mais... Voce.

– Eu continua a mesma, só que com roupas diferentes, roupas incrivelmente idiotas.

– Mesmo assim, prefiria voce antes.

– Fazer o que. - eu ri.

– Do que esta rindo?

– Vai tentar umas de suas cantadas suas, comigo?

– Voce iria rir da minha cara.

– É mesmo. - falei rindo, as coisas tinham voltado ao normal, não sei o que eu faria sem o Lucas.

Chegamos no parque e só então notei o quanto estava cansada, então a gente deitou na grama mesmo, e acho que eu acabei dormindo lá.

– Blake, Blake... - senti alguem me empurrando fraquinho.

– Ah? - falei baixo, nem me dando conta que eu estava na praça ainda deitada.

– Já anoiteceu.

– O que?! - falei assustada e me sentando rapidamente.

– Calma, bem, esta anoitecendo. - o Lucas apontou para o céu, que estava com uma cor alaranjada linda e já dava para ver algumas estrelas e a lua.

– Voce me assustou.

– Vem, estou cansado. - ele deitou na grama de novo e eu deitei juntos, mas dessa vez a gente não dormiu, nem fechou os olhos, só ficamos olhando o céu.

No outro dia acordei com mais sono do que quando fui dormir, mas levantei da cama, coloquei uma das saias ridulas que Rebecca escolheu, uma sapatilha e uma blusinha, me olhei no espelho "que nojo" foi meu pensamento, mas continuei com o plano.

Assim que cheguei no colégio, as pessoas me olharam, e não foi porque me achavam esquisita, era porque me achavam... Bonita. Era engraçado chamar atençao pelo menos uma vez na vida, ri ao ver o olhar de desejo dos garotos e de inveja das garotas, mesmo assim, sabia que tudo aquilo era falso, essas pessoas eram as mesmas que tinham me excluido e me julgado dias atrás, e o pior: era tudo só por causa de uma roupa, uma ridicula e insignificante roupa. Quando será que as pessoas vão parar de ser tao estupidas?

– Precisamos conversar. - Hunter falou no meu ouvido assim que cheguei no colégio, antes que pudesse falar qualquer coisa contra fui puxada por ele que me obrigou a ficar frente a frente com ele assim não teria como eu "misteriosamente" fugir de lá.

– Sinto muito, ok? - ele falou - Sinto muito mesmo, como nunca senti antes, eu queria tanto voltar no tempo e nunca ter te dado aquele beijo idiota que fez com que voce me odiasse, por favor, me perdoa? Me da uma segunda chance... É que perto de voce eu perco a cabeça... - revirei os olhos.

– Olha, comigo não funciona essas coisas, ta bom? Não adianta só fazer essas carinhas de cachorrinho manhoso que eu vou te perdoar? - ele olhou pra baixo decepsionado - Mas, isso não quer dizer que eu vá ficar brava com voce pra sempre.

– Então, me perdoa?

– Se voce me prometer que nunca mais vai me beijar de novo.

– Vai ser dificil... Ainda mais agora... Mas, tudo bem, se for pra ser seu amigo de novo.

– Entao, eu te perdoou. - ele me abraçou e fomos pra sala, não sei porque o perdoei, mas sinto que fiz a coisa certa, o Hunter tinha alguma coisa... Diferente.

– Ta, missao um já foi cumprida. - Rebecca começou a falar no meio da aula de geografia.

– Perai, que missao um? - perguntei nao entendendo nada.

– Missao um: fazer voce ser notada. - ela riu - Bobinha, a gente tem que te transformar.

– Me transformar...?

– É, se quiser ser uma garota comum. - ai que esta "bobinha", eu nao quero ser uma garota comum, eu nunca fui.

– Tudo bem. - falei revirando os olhos.

– Temos que ir para a missao dois - falou a Elle chegando - O que nem vai ser tao dificil já que os garotos ficaram babando por ela.

– Missao dois? Garotos? Do que estao falando? - tinha um mal persentimento sobre isso.

– Queridinha, tem que perder sua virgindade.

– O que?! - gritei, um pouco alto demais que o professor falou "silencio aí atrás, ou vao para a diretoria".

– Fala mais baixo. - Belle falou - Estou ouvindo tudo lá de trás.

– Quem vai ser? - perguntou Elle em duvida.

– Hum... Eu estava pensando... Hunter? - falou Rebecca

– O que?! - gritei novamente e o professor novamente mandou a gente calar a boca, só que nao nessas palavras.

– Voces parecem bem amigos, por que nao? Vamos, voce nao pode ser virgem pra sempre. - Rebecca riu - Olha, tu tem sorte de ser com um cara que pelo menos é seu amigo, eu perdi a minha com um bebado em uma festa qualquer.

– Sem chance.

– Voce quer ser essa esquisitona pra sempre? - melhor do que ser uma puta.

– Nao.

– Entao, tem as festas dos Montgomery sexta, que tal voces fazerem lá?

– Lá? Nem morta, ele vai lá em casa, ok?

– Como quiser. Mas, voce vai a festa, neh? Todo mundo vai. Os Montgomery sao tao ricos e deixam a casa inteira para os filhos deles darem uma festa, vai ser demais.

– Ta bom.

No fim da aula fiquei aliviada pois ia sair com o Hunter, eu precisava falar com ele ou aquelas garotas nao iam me deixar em paz.

– Hunter? - ele olhou pra mim. - Entao... Eu preciso que faça uma coisa pra mim.

– O que?

– Pode fingir que a gente transou?

– O que? Por que? - ele riu.

– Bem... - como contar o motivo sem dizer que eu era virgem? Nao vejo nada ruim nisso, mas as pessoas sao muito boas em julgar. - As garotas ficam me irritando por causa disso.

– Pra voce transar ou pra voce transar comigo?

– Que diferença faz? - dei de ombros.

– Bastante, se voce me disser o motivo eu minto que a gente transou.

– O numero um.

– Espera... Tu é virgem? - ele começou a rir, mas ele nao estava me debochando, estava... Surpreso.

– Sou. Algum problema nisso?

– Nao. É que voce é bem bonita e eu achei que aquele seu amigo já tinha feito alguma coisa sobre isso.

– Lucas? Fala sério, a gente é só amigos.

– Já ouviu falar em amizade colorida?

– Alguém sempre se ferra no final.

– É mesmo. - ele riu.

Fui pra casa, e a uma da manha desisti de tentar dormir, e fui fazer alguma coisa, nunca fui muito de ficar no computador e muito menos olhar tv, então resolvi que a unica solução era ler algum livro, procurei na prateleira, bem, meu gosto para filmes é bem diferente para meu gosto pra livros, eu adoro um livro romântico, bem, é que a diferença no livro e no filme é que no livro você praticamente sente o que o personagem esta sentindo e é bom se sentir apaixonada, pelo menos, quando não é real. Empilhei um monte de livros e acabei escolhendo "A ultima música" do Nicholas Sparks, esse livro eu já tinha lido umas cinco vezes e nao me cansava, pra mim, nao tinha como se cansar desse livro.