Um Simples Beijo escrita por Kawanna Liu


Capítulo 2
Parte 2


Notas iniciais do capítulo

^^



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Até que comecei a sentir algumas dores em minha cabeça, logo ela se espalhou para meu estomago, aquela dor acabou me deixando sem ar, então levantei e corri para fora da lanchonete, aquilo em deixou tonta, tudo ficou escuro, mas ao invés de eu cair em algo duro e frio, cai em braços quentes e confortáveis, depois disso tudo apagou. Ficou escuro, como se eu estivesse sentada em um lugar sem nada, um quarto, escuro, frio e vazio, apenas com meus pensamentos e minha respiração, silencio, um pouco de dor.

Logo em eu estava em minha sacada, olhei, era uma noite linda, a lua estava perfeita, olhei para trás e a porta de vidro estava entreaberta, me apoiei sobre o beiral, fechei os olhos, apenas sentindo aquele vento invadir meu rosto, e sentindo aquele ar puro invadir minhas narinas, até que escuto alguns estalos, abro os olhos e os ferros se desprendem, foi tudo muito rápido, então eu comecei a cair, agora sentia o vento bater bruscamente em minha pele quente e fazendo meus cabelos voarem totalmente soltos, coloquei as mãos em meu rosto, o chão se aproximou de mim e... Eu acordei, então olhei para os lados, eu estava em casa, vi que estava em minha cama, levantei, fiquei um pouco tonta, me apoiei na parede, olhei para mim, eu estava com um short branco e uma camiseta de pijama rosa, então abri a porta de meu quarto, olhei, já estava claro, escutei risos, um uma voz masculina familiar, então eu desci até um pedaço e olhei meio que escondida, ele me olhou e me jogou um lindo sorriso, aquilo me fez quase derreter e descer a escada em liquido... É isso foi idiota.

Dei um riso bobo, então ele pediu licença a minha mãe, e andou até mim, ele subiu um degrau e me olhou, um olhar diferente, um olhar carinhoso, amável, ah... Sei lá, só sei que foi um olhar novo, então sorri, escutei de longe um “Bom dia Cinderela." e risos de outra voz masculina, mais grossa, então meu sorriso sumiu e no lugar de um sorriso em meu rosto agora havia uma careta curiosa. Passei por Tom, olhei para aquele rosto, agora lembranças invadiam minha mente, lembrei de um homem, sim, o nome dele era Jonathan, mas... Era meu pai! De meus lábios saíram uma voz rouca dizendo "Pai?", ele me olhou e sorriu largamente. Logo levantou, e pude ver o quão alto ele era, mais alto que Tom. Ele abriu seus enormes braços e me sorriu novamente, então ele disse de uma forma carinhosa “Venha abraçar seu pai!", corri para os braços daquele ainda estranho, e o abracei forte, não sei por que, mas ele me abraçou da mesma forma. Por que ele apareceu agora? Depois de tantos e tantos anos? Bom, mas eu deixaria para descobrir depois, pois eu estava apenas de pijama, na frente deles. Senti minhas bochechas queimarem, pelo fato de eu estar apenas com uma blusinha rosa e uma short de dormir, então corri para meu quarto, fechei a porta mas não passei a chave, então peguei um vestido branco com alguns detalhes. Fui ao banheiro que havia em meu quarto, e então lavei o rosto e escovei meus dentes, eu decidi ficar sem maquiagem, penteei meu cabelo e coloquei uma tiara preta com flores, desci e fui para a sala mal dando tempo de eu dizer algo e Tom me puxar para sairmos, eu o olhei confusa e ele me sorriu, um sorriso que não daria para falar absolutamente nada. Então ele me colocou dentro de um taxi, pois ele não tinha idade para dirigir, então eu o olhei, e ele continuava com aquele sorriso excitado, e aquilo me deixava com mais curiosidade ainda.

– Não vai perguntar aonde vamos Sam? – Ele disse me olhando nos olhos.

– Mas se eu perguntasse... - Ele me olhou ainda com aquele sorriso que me fazia derreter, me interrompendo. - Aonde vamos Tom?

– Surpresa! - Ele disse rindo.

Comecei a rir junto com ele, pois eu já sabia a resposta dele, então vi que estávamos chegamos a um lugar simples, porém lindo, então vi e ele saiu e me estendeu a mão, peguei na mesma, ele me ajudou a sair do carro, e eu sorri para ele.

– Não vai sujar minha sapatilha branca não é?

Ele riu, e ele entrelaçou seus dedos aos meus, senti meu corpo se enrijecer, e ele foi me levando até um lugar que havia bancos, podíamos ver a cidade, era lindo, mas eu o olhei não entendendo direito. Por que ele me trouxe a um lugar desses? Pra que?

– É lindo Tom, mas... Por que me trouxe aqui?

– Como não sou muito dessas coisas... Tudo bem... Te trouxe aqui, porque eu achei esse lugar lindo.

Eu ri, eu o abracei e me aninhei em sua jaqueta, ele ficou meio confuso e me abraçou, o perfume dele era como uma droga, seu cheiro me deixava nas nuvens, mas eu não poderia mais ter esses pensamentos com ele... Pois o que ele pensaria de mim? Eu dei um sorrio meio tenso, a mim mesma.

– Tom... Você me... Ama? – Falei mexendo no zíper de sua jaqueta.

– Claro! Você é a minha "irmã" mais nova!

Ainda bem... Ainda bem que ele não havia entendido minha pergunta, bom, pelo menos totalmente. Separei seu corpo do meu, senti uma leve brisa jogar meus cabelos para todos os lados, então olhei a cidade, estávamos, acho que, em uma espécie de mini montanha, ele me abraçou por trás, senti sua boca perto de meu pescoço, senti um leve arrepio, ele percebeu e deu uma risada curta logo encostou seus lábios em meu pescoço, me virei para ele, e então sorri. Um sorriso envergonhado, eu beijei seu rosto e ele corou, eu ri.

– Abre o jogo. - Ele disse sentando-se no banco que havia lá.

Sentei ao seu lado e o olhei confusa.

– Abrir o jogo? Que jogo Tom?

– Por que está agindo assim? Está gostando de alguém e quer me contar?

– Tom, eu... – Disse envergonhada.

Eu meio que dei um sorriso triste, olhei para ele, eu não teria coragem, coragem de beijá-lo, seria muita loucura, nesses momentos eu me lembro da gente brincando no colégio, quando aqueles meninos idiotas vinham me bater ou algo assim, ele sempre me defendia, e aquele era um amor fraterno, nada mais. Não era como amar, assim, como se eu quisesse beijá-lo, ou algo mais, era apenas um amor de irmão.

– Digamos que sim, eu ainda não sei direito. – Disse olhando em seus olhos.

Vi que o sorriso dele se desfez.

– Que ele seja ótimo pra você - Ele murmurou meio triste.

– O que foi Thomas? - Eu levantei o rosto dele, e fitei seus olhos - O que foi meu amor? – Disse rindo.

– Ou calma ai... Daqui a pouco vamos estar nos beijando. – Ele falou com uma falsa expressão de nojo.

Nós dois rimos, ele me abraçou e ficamos olhando a cidade dali de cima, a visão era tão linda, e o que deixava mais especial ainda aquele momento era Tom, ele estava comigo. Senti o vento bater em minha pele com leveza, mas ainda sim vi minha perna se arrepiar, então me apertei a Tom. Ele tirou seu casaco e me ofereceu, eu olhei para ele e para o casaco, e então sorri, o peguei e vesti, vi que ele ficava maior até que meu vestido.

– Ele é meio grande pra você não é Sam? Mas ele pelo menos te esquenta né? - Disse rindo e me beijando no canto da boca.

Eu sorri mas ele estava olhando para o outro lado, e quando fui beijar seu rosto ele virou bem na hora para me olhar e acabei beijando sua boca. Fui assustada para trás, foi como se eu tivesse levado um choque direto da tomada. Ele me olhou e tocou sua boca.

– S-Sam... Por que fez isso?

Eu fiquei totalmente sem ter o que dizer, eu não sabia exatamente o que eu havia feito, mas eu sabia que não tinha sido com intenção de beijá-lo na boca, e sim no rosto.

– Desculpa Tom, eu... Foi sem querer, eu queria lhe dar um beijo no rosto, mas você virou e... - Ele me interrompeu.

– Ta... É... Agora vamos pra casa, está ficando tarde, então...

Senti que ele mentia, ele agora estava me rejeitando, droga, por uma simples fração de segundos ele virou e eu o beijei. E àquela hora, vi que seus olhos se arregalaram, bom, não foi diferente de mim, não sei como foi pra ele, mas eu senti certa vontade de fazer de novo. Mas se eu o fizesse, acho que seria um pouco pior, pois Tom poderia gritar comigo, e se há coisa pior não sei, pois odeio quando ele grita comigo. É raro, mas ele grita com toda a sua fúria, e me dá medo. Tom ficou distante de mim no táxi, ele sentado na janela e eu em outra, eu o fitei e ele ainda estava olhando o vazio para fora da janela, senti meus olhos se encherem de lágrimas, e na mesma hora uma falta de ar imensa, uma dor em minha cabeça, e uma tontura, eu estava de olhos abertos, mais nada eu enxergava, pois tudo havia ficado escuro, então fechei os olhos, tentava respirar mais nada eu sentia, o ar parecia que não queria entrar nem em minha boca, nem em meu nariz, meu pulmão se recusava a aceitar ar. Perdi os sentidos, estava caída na rua, olhei para os lados, levantei e vi que estava em cima de uma grade, olhei para cima e vi a sacada, estava tudo absolutamente calmo, sem um ruído, nem um som, absolutamente quieto, nada além de minha respiração e o som de meus passos. Então me olhei no vidro de uma janela, eu não havia machucado algum, estava totalmente normal, apenas minha boca estava com um pequeno corte, se eu não molhasse a boca novamente não iria sentir dor alguma, então vi algo passar rápido por trás de mim, corri e me vi com Tom, andando em uma noite qualquer, aos poucos fui lembrando do dia em que ele derrubou refrigerante gelado em minha blusa, e o gelo, entrou dentro dela, rimos muito. Eu fui atrás, me senti suja, o olhar de Tom não era malicioso nem nada, me senti muito suja, pois os pensamentos de Tom e eu, eram apenas de amizade, e agora? Agora eles eram de pura "maldade", antes não havia malicia em nada, apenas amizade, que droga, por que isso acontece justo comigo? Eu poderia esquecer tudo aquilo agora, mas eu não conseguia, não podia evitar, quando eu estava perto dele sentia meu corpo pulsando rápido, meu coração disparar e minha respiração começava a acelerar, poderia evitar tudo aquilo, mas era tarde.

Senti algo me chacoalhar, eu vi aquilo tudo desmoronar, e eu me senti como se estivesse caindo, tentando me segurar em algo, mas não havia nada em que eu pudesse me segurar.

Abri meus olhos, quando a luz entrou em contato com ele, senti dor e os fechei novamente, escutei alguém me chamando, era Tom.

– Sam? Sam? Você está bem? Fala comigo, por favor... – A voz de Tom era calma, porém parecia aflita.


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Notas finais do capítulo

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