Please, Change My Life! escrita por Laura Okuma


Capítulo 2
Unicórnios curiosos não vão mudar nada




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–Rose, acorde – a voz de Lily me chamava incessantemente com sussurros. – Vamos Rose. Acorde.

Ela recebeu, obviamente, um resmungo como resposta.

–Se você não acordar agora, juro pelas cuecas rosa com estampa de coelhinhos usadas de Merlin que vou te dar um tapa com a força de um ogro montanhês.

Novamente respondi com um resmungo mais alto. Mas devia ter prestado mais atenção ao que Lily falara, pois ela não hesitou em dar-me um tapa com uma força brutal.

Cai de cara no chão, literalmente. Minha bochecha prensada no chão e a oposta latejando.

Como Hugo sempre falara “Lily faz tudo que promete ou jura, se ela te prometer que vai ressuscitar Albus Dumbledore ela irá fazê-lo.

Me levantei lentamente, com uma vontade gigantesca de ficar no chão e mofar lá mesmo. Tirei a camisola rapidamente, mas depois lamentei e praguejei muito por tê-lo feito.

Minha barriga roncava, mas não podia ir mais rápido, já que, com certeza, teria um ombro muito roxo. Lily pegou minha camisola no ar e colocou cuidadosamente na minha cama. Não sei por que ela cisma em tomar cuidado com cada peça de roupa existente no universo.

Cambaleei até o guarda-roupa, tendo uma sensação ruim na barriga. Não, era só a fome mesmo. Abri as portas brutalmente dando de cara com uma Rose totalmente sonolenta e despenteada. Porque eu tinha mesmo de ter um cabelo armado e chamativo?

–Hmmm – gemeu Dominique na cama. Ela estava em posição fetal, abraçando e babando no travesseiro.

–Provavelmente sonhando com James – resmungou Lily. – Eles andam engraçadinhos demais um com o outro esses dias.

–Sério? – falei procurando minha roupa desesperada pelo armário.

–Sim, James me falou que eles treinaram no campo juntos ontem. Claro que eu sabia. Fiquei espionando a noite inteira. Nada demais aconteceu. – Ela fazia uma cara estranha e depois pareceu que segurava um riso.

–Ok.

–Tudo bem, vou falar. Eles se beijaram. Foi só um beijinho. Depois Domi disse que precisava fazer o dever. Fazer o dever? Essa desculpa só serviria se você falasse. Continuando. Ele pediu para ajudá-la e ela gaguejou e falou que não precisava de ajuda.

–Hm-hum – concordei de leve com a cabeça. Havia me lembrado de uma coisa. – Acordou a mim e não acordou a Domi? Por quê?

–Ela precisa de um tempo para sonhar com o meu irmão. E ela também costuma perder metade da primeira aula só para pegar detenção junto com o James.

Procurei pelas minhas roupas e não as achei. Só via coisas da Domi ou da Molly.

–Preciso de ajuda. Pode parar de fofocar e vir até aqui me ajudar a achar as minhas roupas?

–Se não conseguiu achar até agora, porque acha que eu vou conseguir achar?

–Tudo bem. Me empresta algum uniforme?

–Finalmente! Agora sim você vai conquistar meninos. – Nada conseguia ser mais animado do que Lily nessas poucas horas do dia.

Não demorou nem dois minutos para Lily voltar com um de seus uniformes. Ai. Quem me dera ser inteligente como minha mãe e ter um uniforme sobrando em uma mala debaixo da cama.

–Vamos! Coloque! Quero ver se preciso pegar algum número menor! – Bem, jogar em mim não é a forma mais sutil de me acordar dos pensamentos, mas tudo bem.

Não demorei tanto em colocar o uniforme. Estava colado em minha pele. Apertado, e muito. Não era desconfortável, mas nunca havia vestido um uniforme menor que o meu. Os meus seios estavam comprimidos no uniforme. As minhas coxas estavam mais a mostra e arrepiadas do que o comum.

–Ficou perfeito! Realça as suas curvas! – Só faltava Lily festejar.

Aquele uniforme tinha as medidas bem semelhantes as minhas. Se minha mãe não tivesse medo de eu não me exercitar e comer demais, como o papai fazia as vezes, eu teria usado uniformes parecidos com os de Lily. Por precaução, mamãe havia pedido uniformes maiores. Claro que no segundo ano ela quis deixar minhas próprias medidas, mas eu recusei, já que havia me acostumado com uniformes maiores.

–Podemos ir? Não quero que seus gritos acordem a Domi e eu seja a culpada.

–Claro que não. Você precisa de mais coisas para muitos meninos ficar aos seus pés.

–O que? Não! Eu só quero comer e ir para a aula – lamentei, mas claro que Lily iria conseguir me arrumar.

–Se você quer ir com um uniforme, vai ter que me deixar te arrumar – Lily estava muito confiante. Achei esquisito, já que ela é mais de reclamar sobre como o meu irmão é chato.

–Tudo bem, mas eu não quero ficar parecida com uma celebridade trouxa – Queria garantir que ela não iria me transformar em uma tal de Emma Watson. Acho que minha mãe incentiva todos nós a ler através de revistas trouxas demais. Quase que Hugo desiste do quadribol para dirigir um carro trouxa.

Lily levou alguns “acessórios” seus e jogou-os em minha cama. A olhei com reprovação.

–Domi dorme feito uma pedra. Não iria acordá-la nem se batesse nela com uma bandeja.

–Tudo bem. Esqueça a Domi e acabe de uma vez por todas essa tortura. – Revirei os olhos. Nada parecia mais estranho do que aquilo.

Lily começou e, pela cara dela, aquilo era o paraíso.

Não demorou muito.

–Agora veja como ficou a minha obra prima – Ela me indicou um espelho, mas se eu não corresse para comer eu não seria filha do meu pai.

–Não! Eu vou descer até o salão principal e comer uma boa e generosa quantia de bacon – protestei com raiva e rigidez.

Joguei meu travesseiro na cara de Lily, coloquei minha capa e sai correndo escada abaixo. Sai da sala comunal da Grifinória e percorri vários corredores e escadas, sempre encontrando pessoas que me olhavam esquisito. Não demorei para encontrar as portas do salão comunal e entrar com rapidez por entre as mesas. Sentei em meu lugar de costume, entre James e Hugo.

–Nossa! – não sei se esse “Nossa!” era “Você está fantástica!”, “Você come demais!” ou “Você é bem rápida. Poderia entrar em uma corrida!”, mas ignorei. Tinha que comer algo.

–Rose, está pior do que papai – reclamou Hugo.

–Ele come a todo momento por motivo nenhum, eu estou com fome porque acordei tarde e não achei meu uniforme.

Fred me encarou suspeito. Nem quero saber o que ele está pensando.

–Você é minha prima, mas uma olhadinha por baixo da capa não faz mal a ninguém, principalmente para o Fred aqui.

O que foi que ele disse?” Não parava de pensar. Nem queria saber. Saindo da boca do Fred nada era bom, inteligente ou inocente, a não ser que seja fingimento ou desculpa. Já que não escutava nada além do bacon se quebrando em milhares de pedacinhos, nem me preocupei em saber qualquer coisa que eles conversam, estava um pouco atrasada do meu horário normal.

–Até mais – falei. Bem, foi mais o que eu tentei dizer já que minha boca estava cheia de torradas e suco de abóbora.

Corri desajeitadamente até a sala de aula. Poções. Ah, que droga! Nunca fui tão ruim em uma matéria quanto Poções. Minha mãe era ruim em Poções por seguir o livro corretamente. E meus estudos pioravam cada vez mais por meu pai não se interessar nadinha por Poções.

Esbarrei em alguém. Estranho. Eu deveria ser a única na sala mesmo no horário. Menos quando tínhamos aulas com a Corvinal, mas tínhamos aula com a Sonserina. Olhei para cima por impulso e encontrei um loiro com olhos azuis acinzentados. Ele era familiar, mas não acho que o conhecia. Talvez só fosse parecido com alguém que eu conhecesse.

–Desculpe – sussurrei a palavra tornando-a quase inaudível.

Olhei para o lado dele. Havia uma garota extremamente baixa e bonita. Os cabelos dos dois estavam bagunçados. Seus olhos mostravam pupilas dilatadas.

–Tenho que ir. Minha aula de Transfiguração começa daqui a pouco. – disse a garota. Estudei-a um pouco mais nesse meio tempo e vi o emblema da Lufa-Lufa brilhando quando ela começou a meia volta para a porta.

Volta. Lufa-Lufa. Aula de Transfiguração. Merlin! Ela é do terceiro ano! Um garoto do sexto ano estava aos beijos em uma sala de aula com uma garota do terceiro!

–O que? – perguntou ele para mim. Percebi que estava encarando ele embasbacada.

–Nada – e com isso fui até uma das mesas, arrumando rapidamente o caldeirão, meus livros e minha varinha, sempre olhando para o chão ou para a mesa. Fiquei de costas para ele, para que não percebesse que eu estava surpresa, abismada e com um pouco de medo.

Desejei que ele não estivesse me observando, mas claro que estava. Sentia isso. Sentia os olhos dele no meu cabelo, pela minha nuca, por minha espinha, pelas minhas pernas, pelos meus pés. Ele repetiu o trajeto várias vezes e sempre meu corpo estremecia como se estivesse em um frigorifico.

Depois de um tempo, não resisti e olhei por sobre o ombro com bastante cuidado. Estava me olhando! Me olhando! E sorrindo! Nunca fiz alguém sorrir daquele jeito! Não que eu saiba. Depois de alguns segundos, uma risada escapou pelos lábios dele e eu corei. Parecia mais vermelha do que meu cabelo. “Será que ele é novo em Hogwarts?” me perguntava sem parar. Olhei-o discretamente de cima a baixo. Cabelos bagunçados e loiros, quase pratas. Olhos azuis acinzentados realmente atraentes. Pele pálida. Roupas desajeitadas. Emblema da Sonserina brilhando. Não. Não! Me digam que eu não estou achando meu maior inimigo bonito! Me digam!

–Olá, é nova em Hogwarts? – perguntou o Malfoy delicado como nunca foi.

Bem, não posso julgá-lo agora. Não sabia se era mesmo o Malfoy. Olhei para as costas da mão dele. Uma cicatriz bem no mesmo lugar que a minha. Agora podia facilmente reconhecer o Malfoy já que um dos frascos de perfume de Lily quebrou em cima de nossas mãos quando esbarrei com aquela peste. Bem no mesmo lugar, na mesma mão.

Pelo que percebo, ele não me reconheceu. Isso era bom, não queria aquentar ameaças e deboches em um dia só.

Desejei inutilmente que o professor Slughorn aparecesse na porta da sala naquele mesmo instante. Mas é obvio que ninguém apareceu.

–Hein? – Indagou ele com rigidez para mim.

Tinha que pensar em algo. Não podia ficar parada ali como uma imbecil total. Deveria dar alguma falsa explicação. Alguma mentira improvisada.

–Ahn... – olhei para a porta bruscamente, procurando fugir dos olhos de Malfoy e procurar alguém que estivesse passando pelo corredor por ajuda, uma ajuda bem rápida.

Ele me olhou querendo (na verdade desejando, mas vamos deixar isso de lado) uma resposta. Os seus olhos vidrados nos meus. Sua boca parecia dar um pequeno beijo ao ar.

–Ahn... Não, estudo aqui desde sempre – Não era mentira, mas e se ele perguntasse meu nome? Não posso inventar tão rápido.

Ele deu um pequeno sorriso de lado, o que me fez corar e, depois de perceber, arquear as sobrancelhas em sinal de desentendimento. Olhei para os meus próprios pés. Mesmo que eu não gostasse de poções, queria de verdade que Slughorn aparecesse, desse um “oi” para todos e pedisse para que fizéssemos um caldeirão de Amortentia.

–Então, você... ahn... – ele, por alguma razão, pareceu confuso. – Olha, eu sei que você já deve ter ouvido falar de mim, mas eu tenho uma certa sensação que eu não posso só dar uns amassos em você e nunca mais olhar na sua cara. Isso é estranho. Nunca senti essa sen....

–Olá, crianças – berrou um velho homem na porta da sala com bastante alegria. Slughorn nunca parece triste.

Ele olhou para nós de cima a baixo. Seu olhar parou nos cabelos do Malfoy. Por favor, amado professou, não tire conclusões precipitadas.

–Interrompi algo importante?


Malfoy ficou me mandando unicórnios de papel com perguntas que, com certeza, o faria descobrir que eu era Rose.

Depois da aula, me esgueirei até a porta, tentando ir o mais rápido possível para fugir do Malfoy.

Quando cheguei ao corredor, encostei-me a uma das paredes, um pouco ofegante e muito aliviada.

–Fugindo de mim? – perguntou alguém. Pensei que não era comigo e não respondi coisa alguma. – Você não respondeu nenhum dos meus bilhetes, ruiva.

Droga. Baguncei o meu cabelo com a esperança que ele percebesse quem eu era. O meu cabelo foi ficando cada vez mais armado com o meu nervosismo. Me virei e olhei diretamente no azul acinzentado de suas iris.

–Weasley? – perguntou Malfoy, incrédulo e surpreso.

–Sim, Malfoy? – respondi friamente.

–Devo ter me enganado.

–Sério? Quantas garotas da Grifinória que você conhece que é do sexto ano, tem cabelos cor de fogo, olhos azuis e é baixa?

–Só voc... Era você no começo da aula?! – perguntou franzindo as sobrancelhas.

–Sim. E prefiro que esqueça o que aconteceu – Tinha uma vontade imensa de jogar aquela peste da torre de Astronomia.

–Só se você esquecer o que eu falei – soou como uma ameaça, mas preferi não fazer caso com isso.

–Certo. Mal dia, Malfoy. – O nome da família dele saiu quase um insulto.

–Sabe, Weasley, nunca beijei alguém de sua família, acho que talvez você possa ter a honra de ser a primeira. – Aquilo soou pior que o nome Malfoy. Ele falou aquilo de modo sensual, algo que odiei.

–Talvez eu possa ser o primeiro – Albus surgiu entre nós e guiou os próprios lábios para os lábios do melhor amigo. Eram poucos centímetros de distancia entre lábios. Parecia mesmo que iriam se beijar.

–Sai fora, Albus – ele berrou, ou melhor, urrou para meu primo.

Achei que era a minha deixa para sair, então corri pelo corredor, tendo em mente Malfoy caindo para a morte.

–Cara, relaxa. Você é o Scorpius, arruma uma garota super rápido. Afinal, quem era ela? – ouvia a voz de Albus perguntando ao longe.

–Sua... ahn... Era Rose Weasley – respondeu o garoto que eu odiava risonho.

Conseguia imaginar a cara de Albus quando ouviu o meu nome saindo da boca daquele desprezível ser.

.oOo.

Caraca! Demorei, não? E é claro que eu tenho uma resposta plausível para a minha demora.

Eu estava com o capítulo quase pronto. E ele era bem diferente desse. BEM diferente. Aí eu deixei o computador cair no chão. Ele não funcionava quando eu liguei. É obvio que eu surtei e, acreditem ou não, chorei até às cinco da manhã (eu derrubei o computador meia-noite). Depois eu não tinha mais um computador e tive que me virar um bom mês só com a televisão. Minha mãe falou para eu usar e o computador dela. Achei ótimo. Mas quando eu abri o Word, não sabia o que escrever, nem me lembrava do que havia escrito antes. Fiquei pensando por um longo trimestre, aí surgiu o capítulo acima. Claro que, sendo eu, demorei a finalizar o capítulo.

Espero mesmo que tenham gostado do capítulo. Até a próxima. Mas antes leiam o que a autora dessa fanfic anda fazendo e comendo (ou tendo vontade de comer).

Viciei nas músicas Mad World, One More Night, Payphone, Charlie Brown e Hello Settle (remix). E eu ando com uma vontade sinistra de cantarolar Boyfriend no meio da noite, mesmo não gostando nada do Justin.

Estou lendo O Torreão, mas ando com uma preguiça que é do tamanho de Marte. Pretendo reler meu livro favorito: Jogador n° 1.

Virei uma super fã de Avatar: The Last Airbender e Avatar: The Lengend Of Korra. E também virei super fã de 2 Broke Girls. Algo me diz que eu sou uma dobradora de água e fogo e que se eu tiver um cavalo, o primeiro nome na minha cabeça vai ser Chesnut.

Acabei de comer nuggets com queijo. E tomei Coca, muito obvio. Eu estou com uma vontade grandiosa de comer torta de limão. Hum. Torta. Limão. Sério, estou com água na boca.

Tudo bem. E esse é o fim das notas desse capítulo. São feitas por mim. Nada plagiado. Te juro. Faço até promessa de mindinho.



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