Please, Change My Life! escrita por Laura Okuma


Capítulo 1
As palavras em si




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Lembro-me de quando ela contava suas histórias. A primeira vez foi quando tinha dois anos. Quase não entendia suas palavras na época, mas recordo-me de todas as palavras sobre Cinderela, Branca de Neve e outros contos que papai sempre chamou de bizarros.

Recordo-me também sobre os contos guardados no livro Os Contos de Beedle, o Bardo, o meu favorito era Babbity, a Coelha, e o Toco que Cacarejava.

Mas lembrava principalmente dos insultos que minha família falava em qualquer momento do dia direcionados à família denominada Malfoy.

Nunca me relacionei com pessoas de fora da família, sendo exceção Teddy Lupin, que sempre ia aos almoços n’A Toca. Só comecei a me relacionar com pessoas abertamente quando entrei no expresso para Hogwarts.

-Viram o Malfoy? – James disse quando se sentou.

-Parece uma doninha, como o pai – respondeu Dominique.

Todos começaram a rir, com exceção de Albus e eu.

-Por que não estão rindo? – perguntou Fred.

-Isso é maldade, ele não fez nada para nós – respondeu Albus.

-Mas o pai dele fez muito aos nossos pais – repreendeu Molly.

-Mas isso não significa que ele seja como o pai. Talvez ele seja bondoso como a mãe – respondi, já sabia a resposta, mas queria arriscar.

-Quem te garante que a mãe dele é bondosa?

-Eu mesma.

Lembro-me como eles evitaram falar comigo por algum tempo. Lembro-me de como eles me expulsavam em várias locais do castelo, desde a sala comunal até as salas de aula. Também evitaram falar com Albus por causa que ele tinha ido parar na Sonserina. Lembro-me disso até hoje.

-Albus Severo Potter – disse a professora.

Albus caminhou até o banquinho de madeira e sentou-se aflito.

-Sonserina!

Todos olharam Albus como se ele fosse um Comensal da Morte por semanas.

Toda vez que meus primos começavam a falar mal dos Malfoy eu repreendia-os da mesma forma sempre.

-Viram o Profeta Diário? – perguntou Lucy.

-Sim, algum prisioneiro teve a alma sugada por um dementador. Eu, sinceramente, desejo que seja Lucius Malfoy – disse Roxanne.

-Parece que vocês as vidas de vocês se resumem só em xingamentos!

E eles revidam sempre do mesmo modo.

-É melhor ficar xingando essas pessoas pelo resto da vida do que estudar cada segundo do dia.

E sempre acabava do mesmo jeito: eu correndo até o dormitório, trancando-me lá e chorando pelo resto da noite.

A situação piorou ainda mais quando uma fofoca verdadeira chegou aos Weasley.

-Ouviram os boatos? – várias pessoas sussurravam isso quando nós, Weasley, passávamos.

Mas, pela primeira vez, cometi um erro que me botou na ponta de um penhasco, sem ter volta: contar qual era o boato que havia descoberto para os Weasley no natal de meu terceiro ano, sendo que todos estavam lá n’A Toca em um jantar muito importante.

Victorie e Teddy bateram levemente nas taças com colheres.

-Nós queremos anunciar algo – disse Teddy.

-Mas quem tiver algo para dizer que diga agora, pois depois não conseguira – terminou Vic.

Levantei-me calmamente e, como uma garota fofoqueira, contei:

-Albus e Scorpius Malfoy são melhores amigos.

Todos ficaram pasmos por um momento. Depois vovó Molly,vovô Arthur, Lily, Molly, Lucy e Roxanne desmaiaram. James, Hugo, Dominique, Fred, Teddy e Louis jogaram as taças nas paredes. Meus pais e tios correram escada à cima. E Vic desatou a chorar. Mas eu me senti totalmente derrotada quando Albus gritou para mim:

-Eu te odeio!

Já não bastava grande parte de minha família tentar manter-se longe de mim porque eu defendia Scorpius, agora tinha que ter um que estava no meu time contra mim.

Descobri o verdadeiro significado dos xingamentos para a família Malfoy no quinto ano, quando saia da biblioteca.

-Lorcan – chamei gritando – qual é o livro?

Naquele momento esbarrei em algo, mais especificamente alguém, mais especificamente um loiro sonserino, mais especificamente Scorpius Malfoy.

-Droga – murmuramos por termos caído e derrubado todos os livros.

Quando me levantei com todos os livros que tinha pegado na biblioteca em mãos estiquei minha mão para ajudá-lo.

-Deixe-me ajudá-lo – falei.

Ele pegou minha mão e quando estava de pé me empurrou.

-Obrigado, filha de sangue-ruim – disse com um sorriso maldoso.

Ele foi bem criativo no xingamento, uma mistura de xingamento bruxo londrino com um xingamento trouxa americano.

Eu fiquei olhando ele virar um boneco aos meus olhos, um ponto e depois sumir.

Nesses anos todos, seis ao todo, chorando na madrugada sem estrelas. No primeiro e no segundo desses seis, eu chorava pelo ódio, que a cada dia alimentava-se com minhas defesas para Scorpius Malfoy, de meus primos por mim. No terceiro e no quarto, eu chorava pelo sentimento que Albus transmitia para mim pelos olhos. No quinto, eu chorava pela minha estupidez, a ponto de defender aquele cretino por tantos anos.

Tinha aprendido. Não podia, nunca mais, defender ou julgar alguém que mal conheço.

Mas havia se tornado algum tipo de fobia. Tentava evitar: coisas verdes, principalmente na aula de poções; cobras, no fim do quinto ano fui levada à ala hospitalar porque desmaiei na aula de transfiguração, que tinha o objetivo de transfigurar animais em objetos em movimento e Lysander jogou a cobra para minha direção ao invés de jogar para o alto; pessoas loiras, evitava falar até com Louis, Victorie e tia Fleur; olhos azuis cinzentos, o que era ótimo, pois só sabia de uma pessoa com essa cor de íris; e esbarrar em algo ou alguém.

Depois de eu esbarrar no Malfoy muitas pessoas ficaram me irritando, principalmente a Sonserina.

.oOo.

Notas: Nossa! Meu Merlin! Primeira fic que consigo escrever um capítulo descente, ou, pelo menos, terminar um capítulo. Fiz esse capítulo em 2 dias! 2 dias!

Espero que gostem.

Estou ouvindo Titanium, viciante *u*

E assistindo Homem de Ferro 2. Tony e Robert = sedução *o*


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