Ártemis adorava caçar. Principalmente adorava caçar com Órion.

Ali no profundo da floresta era so ela e Órion, como ela o amava...Ele tinha cabelos longos e loiros com olhos azuis cristalinos, tinha tanta habilidade com o arco e na caça.

Enquanto passeavam pela floresta, Órion e Ártemis se divertiam caçando, Órion com sua mira quase perfeita colocava uma flecha em riste e atirava em um animal, Ártemis dava vida nova ao animal que saia correndo com medo.

-É melhor voltarmos - Disse Órion sorrindo com todos os dentes branco a mostra - Temos um casamento para ir

-Claro - Disse Ártemis se aproximando de Órion, seus longos cabelos ruivos combinavam com os olhos prateados, a deusa juntou seus labios ao do mortal e se envolveram em um longo beijo.

-Precisamos parar - Disse Órion rindo - Guardar para a lua de mel, tem certeza que que fazer isso?

-Entregar minha virgindade? - Falou a deusa sorrindo - Porque não? Meu irmão não é virgem a anos, e tirou a virgindade de várias mulheres.

-Mas você... - Falou Órion passando o dedo indicador pelo cabelo ruivo de Ártemis - É tão pura, tão linda...

Ártemis e Órion começaram a se beijar denovo, depois de alguns minutos ouviram um movimento na relva e o caçador se separou da deusa.

-Um bicho grande, ótima caça - Ele tinha um brilho nos olhos, deve ser por isso que Ártemis o amava tanto.

-Não importa - Falou Ártemis sem vontade - Temos que ir nos arrumar para o casamento.

-Vá na frente, meu amor - Respondeu Órion dando um rapido beijo nos labios da mesma - Eu so tenho que me banhar e colocar uma túnica, ja você tenque passar por uma série de torturas...

-Tem razão - Disse a deusa sorrindo - Estou indo, te vejo no altar

Ártemis saiu com pressa, ela era muito rapida, passava como um raio entre as árvores grandes do bosque.Ela se perdeu em pensamentos, como ela amava Órion...Ele era tão bonito, poderia ter qualquer pessoa do vilarejo para casamento, mais escolherá ela.

Uma atrapalhada deusa que preferia ficar nos bosques com animais do que em uma banheira com meninas fofoqueiras.

Ela mal se deu conta quando chegou em sua casa/caverna, em alta velocidade, Ártemis entrou na caverna.

-Filha! - Gritou Leto em um suspiro - Que bom que chegou!

-Qual o problema? - Falou Ártemis encarando a caverna, não havia nada especial nela, três camas separadas por cortinas, uma cozinha improvisada, arcos presos na parede, tapetes de seda no chão...

-Não ouviu sobre o monstro que invadiu a aldeia hoje de manhã? - Leto disse encarando a filha, e depois pareceu se lembrar e continou - A claro, estava com Órion caçando.Bem, era um enorme escorpião, ele matou alguns cidadões mas no fim os guardas o espantarão para o bosque.

-O Bosque? - Berrou Ártemis, e uma terrivel lembrança passou pela sua cabeça "Um bicho enorme, boa caça" a voz de Órion passou em sua cabeça.

Ártemis não pensou duas vezes, saltou para fora da caverna, correndo cegamente.

Não,não,não continou correndo sem ver a direção, então esbarrou em álguem, ambos cairam.

-Ei irmã - Falou Apolo caido no chão, tinha cabelos loiros como o sol e os olhos igualmente dourados - Pra que tanta pressa?

-Saia da frente, Apolo! - Berrou ela.

Antes de Ártemis voltar a sua corrida Apolo berrou algo que a fez ficar paralisada:

-Esta procurando Órion?

-Como você...

Apolo sorriu com os dentes brancos brilhando a luz do sol e falou:

-Eu posso ver tudo que ocorre abaixo do sol, eu vi seu Órion ser perseguido por um enorme escorpião, eu vi quando ele entrou no mar e saiu nadando, e o escorpião ao seu encalço.

-Aonde ele esta, por favor me diga, irmão - Implorou Ártemis.

-Esta vendo aquela figura ao longe? - Disse Apolo apontando para algo que Ártemis não podia avaliar, apenas alguns anos depois, Ártemis se deu conta que Apolo usava o sol para atrapalhar sua visão.

-Sim - Respondeu Ártemis sacando o arco e em um movimento colocando a flecha em riste.

-Aquele é o escorpião, eu vi Órion desaparecer no horizonte, mais o escorpião continua ali - Falou Apolo sorrindo.

Tambem so algum tempo depois, Ártemis se deu conta que se o irmão queria ajudar seu amor poderia ter matado o escorpião.

Sem nem pensar ela mirou no que Apolo falava ser o escorpião que estava quase sumindo no horizonte.Rezou a todos os deuses, titãs e primordiais, então soltou a flecha.

Ela soltou um suspiro de alivio quando ouviu o barulho ao longe de uma flecha perfurando a carne.Apolo riu como louco e falou:

-Tola irmã! Deveria saber que escorpiões do sol não nadam!

Por um unico segundo Ártemis não entendeu, olhou para o irmão risonho confusa, so percebeu oque fizerá quando uma onda bateu no seu pé.

Esperava ver a água azul cristalina, o horror espalhou-se ao seu corpo quando viu sangue sujando seu vestido de seda prateado, e aos seus pés estava ele...

Órion com uma cara assustada com uma flecha cravada bem no centro de seu peito, ao mesmo tempo um escorpião amarelo saiu do bosque, com um olhar assustador.

-Não! - Berrou Ártemis sem acreditar, caiu de joelhos sobre Órion, lagrimas douradas jorraram pelos seus olhos e ela começou a soluçar.

-Tão fraca, tão fragil - Falou Apolo ainda rindo.

-Desgraçado! - Berrou Ártemis, o icor parou de sair do seu rosto, ela se levantou.

-Vai fazer oque? - Riu Apolo, sacando seu arco e flecha.

-Eu vou enfiar essa aljava no seu... - Ártemis respondeu, Apolo realmente riu, fechando os olhos.

Como ela esperava, Ártemis meteu um soco na cara risonha de Apolo, aquilo o pegou de surpresa, o deus cambaleou para trás.

-Oque você... - Falou Apolo com icor dourado saindo de seu nariz.

-Acabou seu tempo irmão - Disse Ártemis olhando para o céu estrelado - Agora é a minha vez.

Apolo mal teve tempo de correr quando Ártemis soltou um grito, não foi apenas um grito, foi um berro espectral.

A terra tremeu e os mortais da ilha contemplaram enquanto a lua se aproximava da terra.Ártemis entendia muito bem da ligação da lua e do mar, e usou isso em seu favor, a começou a se aproximar de terra e o mar subiu.

A terra começou a ser engolida pela água.Apolo em algum momento convocará sua carroagem dourada e nela desaparecia no céu.

-Desgraçado! - Gritou Ártemis a água começava a invadir a aldeia, ouviu os gritos vindos de la.

Então ela voltou a consciencia.

Em um grito esganiçado ela ordenou a lua voltar, esta sempre obediente voltou a sua posição normal e la ficou.

Então Ártemis começou a chorar.

Mais chorou de verdade, lagrimas douradas banharam o corpo de Órion, entre o choro ela pegou uma flecha e cravou bem na cara do escorpião e então depois de algumas horas as estrelas começaram a sumir.

A deusa beijou a mão de Órion e o corpo desapareceu subindo aos céus, formando assim a constelação do caçador.

Depois deste ela foi ao escorpião, se apiedando tambem, afinal ele era um servo de Apolo, não tinha culpa por ter obedecido.

E assim tocou a calda do escorpião, e a carcaça foi igualmente engolida por pontos brilhantes ela no alto fez-se a constelação do escorpião, condenada a sempre perseguir o caçador e nunca o pegar.

Ártemis começou a andar em direção a água, sem vontade de viver.Ela não pensava mais, seus pensamentos estavam distantes, oque faria agora?

Então uma ideia passou por ela.Quando era criança, a mãe contará a ela e a Apolo sobre o seu pai.

Zeus era o senhor do Olimpio e estava em guerra, não?

Então Ártemis soube oque ia fazer, ia ajudar seu pai a derrotar Cronos, era para la que Apolo estaria indo?

Não importava, agora ela tinha coisas mais importantes a se fazer.

Em disparada começou a correr, na noite ela era muito mais forte e rapida, quando a lua estava no ceu ela era invencivel.

Ela andou sobre a água e chegando a um ponto em que ela superou a velocidade do som, com um salto no ar a deusa desapareceu.

Ela reapareceu em uma bonita vila.

A primeira coisa que reparou era que o piso era de nuvens, a segunda foi na montanha que se elevava as nuvens, com um edificio em seu topo, aonde brilhavam a luz de vozes.

Sem pensar ela foi em direção ao senado, ainda correndo, Apolo so chegaria daqui a pouco quando o dia clarease.

Antes de se dar conta estava de frente para uma porta alta de carvalho e ouro, a deusa ressentida por Órion usou toda a sua força em um soco contra a porta.

A porta de ouro e carvalho rachou um pouco e se escancarou, no exato momento que fez isso, viu seus parentes.

No fundo da sala se sentava um homem alto de quase vinte anos, com cabelos e barba loiras segurando um raio.Ao seu lado havia uma mulher com ar arrogante, de cabelos loiros e olhos dourados, ela fez Ártemis se lembrar de Apolo, ja não gostou da mulher.

Ao lado desta, havia uma mulher com aparencia despreocupada com cabelos crespos loiros e sem vida, com olhos verdes e elegantes, ao lado desta tinha outra mulher com cabelos castanhos e longos, olhos vermelhos e carinhosos, ainda havia mais uma deusa.

Esta última era forte e usava armadura, empunhava uma lança enorme e encarava Ártemis com bondade.

Ja ao lado do loiro barbudo, tinha um deus com barba castanha escura e olhos azuis como o oceano, ao lado dele tinha um deus de cabelos pretos e olhos negros e sombrios.

Ao lado desses dois havia um homem vestido com armadura completa, que encobertava o cabelo e os olhos, mais parecia bem forte.O ultimo homem tambem parecia forte, mais tinha o jeito de ser desajeitado em luta, era feio e aleijado, com barba e cabelos negros crepos.

-Bem vinda em casa, filha - Falou o alto e musculoso loiro, sorrindo para ela - Te nomeio Ártemis, filha de Zeus e Leto deusa da caça, da vida selvagem, do arco e flecha, e por hora a segunda responsavel sobre a noite e a lua.Te nomeio semi-olimpiana.