Sweet Swan escrita por Nandah Lautner


Capítulo 5
IV. Perso


Notas iniciais do capítulo

Eu sei amores, não tenho postado nesses dias, mas eu tô cheeeia de trabalhos - estava né =* - e agora estou melhor, tenho apenas um para acabar =D
Já digo que a espera de vocês com certeza valeu a pena já que esse capitulo tá recheado de emoções e informações importantes...
Ah! E se eu conseguir fazer o capitulo08 - é, eu ainda não fiz =/ - e o capitulo09, eu posto o capitulo05 ainda hoje .*.
Me digam o que acham =^.^=
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#IV. Perdido#



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IV. Perso


– Você não irá responder-me, certo? – Isabella falou minutos depois em que Edward a encarava. Ela só havia feito a pergunta para livrar sua consciência que mais tarde poderia se sentir pesada independente qual fosse o rumo que ela tomasse. Ela já perguntou sabendo que ele não iria respondê-la.

– Isabella, é difícil para você entender. Não apenas por ser muito nova – Edward começou a falar abaixando-se como se realmente Isabella fosse uma criança e tivesse não 15, mas sim 05 anos de idade. – Mas você vive trancada naquele palácio. Você não sabe como é a realidade.

– Anthony, eu posso não ter saído muito do palácio, mas não quer dizer que eu não saiba o que acontece aqui fora – a Princesa disse em sua defesa. Ela própria sabia que não conhecia muito da vida dos lados de fora dos portões do palácio real, mas ela sabia o suficiente para saber que em Montagna Emanuela – em todo o reino para ser verdadeira – ainda existiam pessoas nas mesmas situações que Anthony. Situações miseráveis, precárias.

– Diga-me uma situação. Apenas uma e eu responderei a sua pergunta – Edward disse presunçoso se sentando no banquinho baixo de madeira e encarando Isabella. Ela é apenas uma criança ao qual eu preciso entregar logo ao pai; ele pensou enquanto a via morder os lábios e piscar três vezes rapidamente para encará-lo com um olhar altivo ao que ele ficou surpreso em ver no rosto da frágil e doce Princesa Isabella. E dessa vez, ele não teve como esconder sua relevante surpresa.

– Muitas famílias da parte norte do nosso reino estão tendo problemas com seus rebanhos e gados. Eles ficam muito expostos ao frio, sem terem um real local para ficar. Eu e meu papà vimos que existem pequenos locais, mas eles não comportam todo o rebanho ou gado e é por isso que estamos em divida com Montagna Emanuela quando o mês estava se findando. Estávamos resolvendo o problema ao norte do reino.

As palavras não foram o que fez Edward deixar seu olhar sobre Isabella. Foi o modo como ela disse, com confiança, como um líder nato. Ela poderia tê-las falado do mesmo modo como falou com ele nessas horas em que estiveram um na presença do outro: calma, com uma leve e doce confiança, mas ainda assim de aparência frágil. Esta Isabella que ele havia acabado de ver, já era uma mulher.

– Minha resposta – quem falou de modo presunçoso agora fora Isabella que se inclinou na direção de Edward e o encarou intensamente. – Por que você espera o pior de mim, Anthony? – repetiu a pergunta quase não movendo os lábios.

Edward ainda estava imerso em seus pensamentos. A real Isabella – uma mistura da frágil garota que seqüestrou e a que acabou de ver lhe contando um problema do reino – agora o encarava. Ele estava imerso em seus pensamentos que pareciam faiscar o nome de Isabella e por este motivo ele não conseguia desviar seu olhar da Princesa. Ele sentia seu corpo, ele ainda parecia sentir-se ele mesmo, mas então por que ele estava se sentindo tão entorpecido? Tão... perdido?

– Anthony? – Isabella sussurrou percebendo que ele não parecia estar ali. Ele parecia estar mergulhado no fundo da própria mente, mas mantendo o contato visual com ela. Era como se ele estivesse fundindo-se a ela. Ou era essa a tola sensação que ela sentia.

– Isabella – Edward sussurrou, o hálito exótico batendo no rosto de Isabella. Ela se embriagou naquele cheiro, não era nada ao qual ela tivesse conhecimento.

Ela tinha a leve sensação de uma parte do cheiro, o começo, fosse comum como terra molhada, mas parecia ser apenas a leve brisa desse cheiro e então o forte cheiro de pinho misturado a algo silvestre a atingiu e inebriou sua mente. Frutas talvez? Ela não sabia responder, ela só sabia que queria sentir o gosto daquele cheiro, e vindo de sua origem que estava a centímetros do seu rosto a olhando de um modo evasivo, porém intenso.

Os dois estavam tão perto, porém ainda tão longe com toda a vida de Edward encoberta por uma espessa e ruidosa nuvem, como o céu da Itália naquela manhã. E foi o som forte dos pingos batendo no telhado da casa que despertaram um Edward alarmado. Ele realmente estava a instantes de fazer o que sua mente lhe confirmava?! Ele se sentia um louco por quase ter feito aquilo que poderia ser uma das coisas ao qual ele sabia que iria se arrepender pelo resto de sua vida.

– Eu preciso ir. Volto ao final da tarde – falou alto e rude, como se a Princesa fosse algum tipo de praga que o perseguisse. – Não saia dessa casa, mas caso pensar nisso, saiba que eu te trarei de volta para cá de qualquer modo – disse agourento e fechou a porta com um baque surdo que ecoou pela casa deixando Isabella flutuando sobre o som e confusa sobre si mesma.

Distante da verdejante floresta ao sul de Montagna Emanuela, ao oeste no ostentoso palácio, o Rei Charlie II estava nervoso, inquieto, temeroso e com uma lancinante dor de arrependimento e remorso queimando seu peito.

– Meu Rei, nós espalhamos a todos a noticia sobre a Princesa. E o vosso Rei pode, é claro se assim nos permitir, falar em público sobre o que as pessoas do reino podem fazer para ajudá-lo. Sua felicidade é a nossa recompensa majestade – falou Marcus Volturi, o mais fiel Guarda Real que algum Rei ou Rainha poderia querer. E ajoelhado diante do seu Rei, ele temia que a Princesa Isabella não fosse encontrada e que um funeral logo acontecesse ou pior, uma matança. O Rei enlouqueceria até a própria morte ou até a morte de toda população do Reino de Montagna.

– Isso não é o suficiente! – Rei Charlie II esbravejou fora de si quase derrubando seu trono. Aquela frondosa cadeira confortável para nada lhe ajudaria agora. Ela só permaneceria ali parada.

Como ele sentia falta de Antonella. A legítima Rainha de Montagna Emanuela saberia o que fazer em uma situação como essa.

Minha preciosa não estaria nessa situação se minha majestosa Antonella ainda estivesse ao meu lado.

Grossas lágrimas salgadas rolaram pelo rosto do tão temível Rei Charlie II. Marcus estava vendo seu Rei naquela situação novamente e agora ele não sabia se o Rei agüentaria tanta dor. Perder sua alma gêmea que era Antonella lhe trouxe tanta dor e escuridão, mas mesmo assim, o Rei continuava com pulso firme e justo para comandar o reino de Montagna. Mas talvez agora ele não fosse ter a mesma sorte.

São raras as vezes em que um raio cai duas vezes no mesmo lugar.


(...)


A tarde estava cada vez mais perto do seu fim e Edward ainda não havia chegado a casa na floresta, para o desespero de Isabella. Ela ficou a tarde inteira arrumando coisas para fazer. E fingir que ela não teve vontade de sair daquela casa por algumas horas seria negar a incontestável verdade.

Uma parte de si queria sair dali para voltar ao seu castelo, seu ostentoso e confortável palácio e se acalentar nos braços do pai. Fingir que nada de seqüestro, banho em um banheiro camponês ou estar presa em uma floresta bonita, porém densa, havia acontecido. Todos cometem erros – mesmo que este seja seqüestrar uma pessoa, neste caso, um nobre –, mas também todos nós merecemos perdão e uma segunda chance. Ela daria isso a Anthony. Ele merecia.

Já sua outra metade queria apenas sair para ficar na floresta. Ver como eram o verde das folhas, a chuva caindo do céu e passando por ela, escorrendo nas árvores, plantas e flores. Escorrendo pelo seu corpo e fazendo com que ela sentisse maior contato com tudo a sua volta. Com a leve neblina que cobria a parte mais baixa das nuvens escuras, e o tímido quase inexistente sol que tentava atravessar pela impermeável camada das nuvens. Apenas ficar ali esperando Anthony chegar.

Isabella pairou de um canto a outro daquela casa, apenas observando tudo. Ela queria arrumar as coisas – toda aquela sujeira de barro em cantos curvados da casa estava lhe dando náuseas –, mas ela é uma Princesa. Se por duvida, nem varrer corretamente ela sabe. Então só o que lhe restava era observar tudo, e foi indo até aquele cômodo curioso para ela que viu aqueles estranhos papéis jogados pela mesa e alguns pelo chão. Sem ter mais aquele vestido tão frondoso e real para impedir-lhe, Isabella abaixou-se naturalmente e pegou as folhas do chão sentando-se na cadeira em seguida.

Seus olhos aguçados e ávidos foram flutuando de linha em linha, palavra por palavra ficavam voando em sua mente, e coisas relevantes a seu ver sendo gravadas em sua memória. E ela ficou estagnada quando viu o nome para qual aquelas cartas deveriam chegar e ao qual já haviam sido entregues. Papéis sem sentido algum se transformaram em preciosas cartas, que por sua vez fizeram o nome Anthony se transformar em Edward.

Como ele teve a audácia e o cinismo de mentir para mim?! Eu sou a Princesa do reino de Montagna. Ele pode não gostar de mim ou de minha família – o que está bem a minha frente, tão límpido quanto água –, mas desrespeitar sua futura Rainha encobrindo-se, mentindo em seu reino, já é algo ao qual faz minha língua coçar por palavras de ódio! Como fui tola por achar que ele era apenas mais um camponês de vida difícil e passado tenebroso que pudesse ser digno de pena!

Se sentindo como um tornado em fúria, Isabella saiu daquele cômodo ridículo agora para si, e transtornada ela fez sua decisão. Se ele não confia ou a rejeita como nobre, então ele pode continuar, esse é o seu direito, mas para ela aquilo já bastava. E pegando seu vestido junto a suas roupas de baixo, enrolando as peças folgada e desajeitadamente pondo-as embaixo do braço, ela rumou porta a fora.

Estava cansada de tentar ser a Princesa que sempre foi. Às vezes você mesmo não basta para algumas pessoas, mas ela continuaria sendo a mesma Princesa, só que melhor! De um modo ao qual ela sempre sonhou ser. Ter a confiança e a altivez que teve ao declamar o problema ao norte do reino esta manhã; a mente mais aberta e ainda assim sonhadora como teve quando pensou em apenas sair e aproveitar a floresta; continuar com os seus valores de justiça e misericórdia que seriam as únicas coisas ao qual Edward poderia se segurar e garantir a sua salvação. Ela apenas diria que se perdeu ao tentar seguir o caminho da floresta atrás do palácio e não encontrou ninguém, nem mesmo...

– Anthony! Er... Edward! – Isabella exclamou ao vê-lo subir a pequena inclinação de terra a dois metros de distancia. Ele estava trôpego e com os olhos brilhantes pelas lágrimas que antes estavam minando daquelas esmeraldas. Ele murmurava algo ininteligível que nem mesmo quando Isabella se aproximou e tentou o erguer, entendeu.

Sim, aquilo parecia ser como falar “Não tomarei mais café da manhã” e em seguida, tomá-lo. Mas Isabella ainda era uma pessoa integra e acima de tudo, ainda era uma Princesa e sempre seria. E independente do que ela havia descoberto sobre Edward, ele ainda era uma pessoa do reino de Montagna, e ela ainda era sua Princesa e futura Rainha.

Depois de muito esforço por parte da Princesa e lamúrias por parte de Edward, os dois conseguiram chegar de volta a casa e ainda com raiva, Isabella deixou Edward tortamente na cadeira em que estivera anteriormente e fora fechar a porta. Seu vestido havia se perdido na terra da floresta e acabaria sendo levado pela chuva. Ela só esperava que acabasse depois pertencendo a alguém que estivesse precisando ou que iria gostar tanto dele quanto ela o adorava.

– Eu... Eu sou uma criatura... Uma criatura muito despre-presível – Edward repetia vez após vez tendo sua frase interrompida por um longo soluço de álcool ou quando o choro irrompia pela sua garganta novamente. Aquela cena ficaria gravada na mente de Isabella que o olhava agora com pena. Ele pode ter mentido para ela, mas ainda assim era um homem quebrado e miserável que continuava vivendo a sombra de um fantasma já esquecido pelo tempo, e que deveria ter sido esquecido por ele também, junto a toda raiva e rancor que ele ainda guarda dentro de si.

– Fique aqui – Isabella disse autoritária e foi até o banheiro. Ela trouxe de lá a banheira de lata cheia de água junto ao balde também com água e a caneca de cobre.

Como eu farei isso Lord?

E desajeitada, sem saber por onde começar, ela passou um pano qualquer que encontrou durante a tarde no rosto de Edward. A água gelada o acordava. Ele não era assim tão fácil de embriagar-se, mas as doses que tomou no final da tarde haviam tido um efeito um pouco mais forte que o de costume. E então com as bochechas em chamas, Isabella retirou a camisa que ele estava vestindo a passando pela cabeça e jogando atrás de seu ombro.

O tórax definido marcado por cicatrizes, assim como outras partes de sua barriga, fascinaram Isabella. Ela nunca havia visto um homem com menos do que uma camisa bem apertada tal como seu primo insistia em usar.

Suas cicatrizes eram em sua maioria pequenas e não muito fundas, mas havia duas – uma seguindo a costela e a outra descendo pelo osso da bacia – ao qual Isabella, trêmula, tocou com a ponta dos dedos fazendo Edward arrepiar-se. E quando seus olhos voltavam para encarar os olhos de Edward, ela percebeu outra cicatriz mediana que encontrava-se na parte interna do bíceps, era angulosa e quase transparente na pele alva, apenas corada pelo esforço de minutos atrás.

– Eu só queria entender... – ela sussurrou passando o pano úmido e limpo no corpo suado de Edward. Ele agora parecia uma criança reclamando uma vez ou outra, mas se mantendo quieto e apreciando o toque de Isabella. – Porque eu estou aqui Edward? – ela perguntou olhando fundo em seus olhos verdes que se arregalaram.

Ele havia voltado para a realidade segundos atrás, mas ele não esperava que a verdade aparecesse assim, tão de repente e de modo tão áspero quanto pareceu para si quando as palavras saltaram da boca de Isabella. E a mágoa que ela sentia o atingiu a cada lágrima deixada no rosto rosado.




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Notas finais do capítulo

E então...?
Espero muito mesmo que vocês tenham gostado. E estou muito animada para saber o que vocês acharam. Me contem tudo!!