Lien escrita por Nana San


Capítulo 6
Seis


Notas iniciais do capítulo

"Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam: o que você quer ser quando crescer? Hoje não perguntam mais. Se perguntassem, eu diria que quero ser menino."
Fernando Sabino.



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- Não, de jeito nenhum! Vá você, não dá tempo de fugirmos juntos. Ele pode nos seguir e aí estamos os dois encrencados, vá você primeiro, suba numa árvore, esconda-se, depois nos encontramos.

Ichigo tomou posição, desembainhou a espada e separou as pernas como sempre fazem os samurais. Ele nunca tinha lutado antes, não para valer. 

O cheiro do medo saia de sua boca, numa fumaça branca. Se eu o abandonasse, ele poderia morrer. 

- Por que ainda não foi? - Ele perguntou olhando fixamente para frente.

- Eu não vou. - Falei jogando as trouxas no chão.

- Ah, que ótimo. Quer morrer também? Acabamos de começar, Yuna, não pode deixar que nossa missão termine aqui. 

Ele começou a empurrá-la em direção às árvores, implorando que ela ficasse pelo menos calada.

- Aaaaaaaaaaah! - Gritou nosso inimigo pulando na frente dele. 

Sua espada era torta... Uma espada árabe, seu nome era cimitarra e eu nunca entendi o porquê. Era adornada e limpa, igualmente a de Ichigo. 

A mobilidade do homem era bem mais do que imaginávamos para um homem de vestido. Ele se movida contornando Ichigo como um predador faz antes de atacar a presa. Estava encurralando-o.

 Imaginei que depois daquela dança viriam os ataques, o confronto e comecei a procurar por algo que pudesse me ajudar, caso fosse necessária minha intervenção. 

Só havia terra, mato e raízes próximo a mim. Não sei como isso poderia me ajudar, mas terei que pensar rápido em como reverter essa situação. Observei atentamente o desempenho de Ichigo, olhando os passos confusos, as mãos apertando firmemente a espada.

Havia alguma coisa errada. A diferença entre os dois era a segurança. Mesmo que o árabe expelisse raiva dos olhos, quase tropeçava nos pés. Seus calcanhares eram magros, deveria estar horas, talvez dias sem comer e por isso a fraqueza. 

Se nos aproveitássemos desse ponto fraco, saíriamos vencedores. mas Ichigo não tinha experiência alguma, pelo contrário, seria capaz de ficar cansado mais rápido que aquele pobre morto de fome. 

Minha linha de raciocínio foi cortada quando o árabe atacou meu irmão. Ele pulou para cima dele, cortando uma linha de seu braço tão tranquilamente que parecia manteiga. 

Uma linha de sangue escorreu pelo canto. Tentei permanecer tranquila e esperei que ele não ficasse pensando no sangue enquanto lutava. Ichigo era corajoso, poderia levar vinte socos que se manteria de pé sem nenhum dano emocional, mas quando se tratava de sangue, sua mente era afetada imediatamente.

O árabe deu início ao combate com espadas, dava umas piruetas, mas não demonstrava tanta precisão para o ataque. Se mostrar. Ah que graça... O barulho do choque das duas espadas estava me irritando. Para cima, para baixo, para cima, para baixo. Até parece que só há dois ângulos! 

Distrai-me com suas piruetas por um momento, e foi aí que a espada de Ichigo caiu no chão, longe dele. 

- Corre, Ichigo. Corre... - Repetia mentalmente.

O maluco pulou para cima do árabe com os braços levantados, gritando.

- Idiota! - Gritei sem perceber.

O árabe parou de se engalfinhar com ele para olhar para o lado, a minha procura. Ichigo presenteou sua distração com um soco no estômago, o que o deixou muito irritado.

Chutou Ichigo, que caiu imediatamente no chão. Apanhei um punhado da terra seca e sai do arbusto que estava escondida.

- Aqui! Você mesmo com a toalha na cabeça, olhe para mim! - Gritei.

Ele não entendeu o insulto, mas virou-se, curioso pela voz feminina. Atirei a terra em seus olhos, deixando-o incomodado  por alguns minutos. Atirou a espada no chão para poder coçar os olhos.

- Vamos Ichigo, levante-se, pegue nossas coisas e vamos logo embora daqui.

Antes de sair correndo, peguei a cimitarra do chão. Aquela não foi uma luta boa, mas nem por isso eu o deixaria tentar novamente. 


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Notas finais do capítulo

o/ Yuna é 10, fala sério.



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