Anjos de Cera escrita por Redbird


Capítulo 7
A psicóloga


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Esse é dedicado a todos meus amores que mandam reviews!!!
Gente eu realmente gostaria de saber o que vocês acham dos personagens, principalmente da Katniss. Se puderem comentar agradeceria. Bjoos



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A primeira vez que vi Irene, a psicóloga da escola, eu não estava muito apresentável. Acho que era final de junho porque me lembro de que aquele era o último dia de aulas antes das férias de inverno.

Quando digo que não estava muito apresentável é porque eu estava coberta de terra da cabeça aos pés. Meu cabelo, geralmente preso em um rabo de cavalo, estava caído por sobre os ombros, muito, muito sujo.

Eu tinha aturado as garotas implicando comigo o dia todo.Na aula de educação física, quando elas começaram a me irritar porque eu tinha errado pela milésima vez a maldita sacada no vôlei (Argh que jogo mais besta), eu simplesmente parti para cima de Drew dando pontapés, socos e tudo o que vinha na minha cabeça.

Orgulho-me de dizer que depois da luta ela também não estava nada apresentável. Eu havia conseguido deixar ela com um olho roxo. Gostaria de saber desenhar, teria sido agradável fazer uma pintura de Drew naquele estado.

Obviamente, assim que conseguiram me tirar de cima da patricinha fui levada para uma conversa com a psicóloga da escola. O que posso dizer, foi hilário. Ela começou a me fazer perguntas de todo tipo.

Por que eu tinha batido em Drew, Tinha algum tipo de problema entre nós?

–Não, juro. Foi apenas uma explosão de raiva momentânea. (Nós só tentamos nos matar todo o santo dia, fora isso somos as melhores amigas do mundo)

–-Como estavam as coisas em casa?

–Ah, tudo tranquilo, não havia nenhum problema -Meus pais vivem quebrando as coisas, eu tenho que colocar a música no último volume para que meus irmãos não escutem os gritos, minha mãe voltar sempre depois das três da madrugada cheirando a álcool- somos tão felizes quanto os Jacksons.

Acho que nunca menti tanto na minha vida. Depois disso, sai afirmando que uma coisa dessas nunca iria se repetir, que não iria mais deixar a raiva subir minha cabeça e que continuaria sendo uma boa aluna. Ela acreditou em tudo.

O Cabelo loiro bem penteado, as roupas sempre impecáveis, as pulseirinhas com pingentes de animaizinhos, tudo em Irene, mas tudo mesmo gritava “Eu não sou um ser confiável. Sou perfeita demais para você”, então, nem pensar que ia começar a contar meus problemas para ela.

Além disso, Irene era a psicóloga da escola. Todo mundo sabe que não se deve contar as coisas para esse tipo de profissional. Ela era um adulto. Adultos nunca vão te entender, porque, por mais grave que seja o seu problema, eles vão apenas dizer que isso é coisa da idade e que com o tempo tudo isso passa.

Drew também foi falar com a psicóloga. Claro que Irene acreditou em cada palavra que ela disse e passou a me observar mais de perto. Felizmente, nunca mais fui parar na sala dela.

Aprendi que se você revida o culpado é você. Então, resolvi nunca mais ligar para o que as garotas diziam. Continuei como se elas estivessem bem longe do meu caminho. Por um tempo funcionou.

O problema dessa situação toda é que Irene realmente acredita que gosto dela e que nossa conversa me ajudou. Bom, não vou ser eu quem vai destruir os sonhos dela.

–Katniss, querida. Como você está?- Disse ela abrindo um enorme sorriso.

–Oi Irene, eu estou muito bem e você como vai? – Digo animada. Ah é, eu consigo fingir muito bem quando quero.

–Ótima. Você não gostaria de passar lá na minha sala para conversarmos depois?

Suspiro internamente. “Bater um papo” com Irene é a última coisa que quero. Mas se não for, ela vai ficar se questionando por que estou fugindo dela. Talvez até queira entrevistar meus irmãos. A melhor saída é cerrar os dentes e aguentar.

–Claro. Seria muito legal. Sobre o que quer conversar?

–Ah nada demais, sabe. Podemos bater um papo de garota. Você me conta como vai a vida na sua casa.

Ela pisca para mim, no que espera ser um gesto de cumplicidade. Uma imagem rapidamente se forma na minha cabeça. Posso ver Irene me perguntando se meus pais já me explicaram de onde vêm os bebês.

–Seria perfeito. Passo lá logo depois da aula. Agora tenho que ir, estou um pouco atrasada. Até mais tarde.

O resto da manhã se passou normalmente. Professores e alunos travando a velha batalha de sempre, eu cochilando na aula de história. Ah não é por mal. Depois que um colega meu perguntou para o professor por que a guerra fria tinha esse nome se ela não durara apenas um inverno eu decidi que era doloroso demais prestar atenção na aula.

Simplesmente resolvi apreender história com os livros. Vai por mim, Shakespeare pode te ensinar muito mais sobre a Inglaterra Elisabetana do que qualquer aula de história. E sinceramente, eu já deixei de me preocupar em aprender algo há muito tempo.

Ok, eu queria achar que a manhã tinha se passado normalmente. A verdade é que ela teria, não fosse os estranhos olhares de Peeta sobre mim. Não que fosse qualquer coisa romântica.

Era mais um olhar intrigado, como se ele estivesse tentando entender algo. Acho melhor não me importar com isso agora. Afinal, eu tenho que ir ter uma conversa com Irene.

A sala dela fica no último andar da escola. É bem confortável, o único problema é que ali existem bichos de pelúcia e brinquedos em excesso. Quando entro Irene está folhando um livro grosso. Não pude deixar de notar o titulo: “Depressão e outros transtornos na adolescência”.

Ela sorri ao me ver entrar na sala.

–Que bom que você veio-diz ela.

–Bom, você me convidou não- Digo meio desconfiada.

–Ah claro. Mas para ser sincera não tinha certeza se você viria.

Eu dou um sorriso para ela. Afinal, Irene não é tão boba quanto pensei. A próxima meia hora se passou, surpreendentemente tranquila. Depois que a psicóloga mencionou como estava interessada no último livro de Stephen King, nossa conversa enveredou para livros. Fiquei surpresa ao perceber que Irene também gostava de suspense.

Para falar a verdade, até que foi divertido conversar com ela. Depois que você passa do “Como está sua família” para “Eu realmente amei este capitulo”, Irene até parece um ser humano normal.

Quando sai da sala, a maioria das pessoas já tinham ido para casa. A maioria menos Peeta. Ao que parecia, ele tinha acabado de sair da biblioteca.

–Oi –digo meio vacilante- o que você está fazendo aqui?

–Ah nada, resolvi passar na biblioteca para pegar uns livros depois da aula.

–Você é muito nerd sabia disso?

É impressão minha ou ele ficou vermelho?

–Não, ok eu sou. Mas e você? O que você está fazendo aqui ainda?

–Eu estava na..., bom eu estava conversando com Irene

– A psicóloga da escola?

Dou um leve aceno de cabeça. Agora com certeza ele vai achar que sou pirada. Mas ele apenas responde um “legal” e faz uma pergunta que me deixa surpresa.

–Posso voltar para casa com você? Minha casa é perto da sua. Você mora na Rua Florêncio né?

Geralmente eu volto para casa com Finnick e Gale, já que meu amigo trabalha uma rua depois da minha casa, mas hoje é terça-feira. Finnick tem aula de natação e Gale vai para casa ver a mãe antes de ir pra lanchonete do Tio.

Preferia não ficar sozinha com Peeta mas me pareceu muito rude recusar. Não tenho tempo de me perguntar como ele sabe onde moro. As palavras saem da minha boca na mesma hora.

–Claro, por que não.



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Notas finais do capítulo

Juro, eu juro que ainda não tinha recebido o Review pedindo o olho roxo da Drew quando eu escrevi esse capitulo hahaha.



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