Anjos de Cera escrita por Redbird


Capítulo 4
Um lugar para respirar


Notas iniciais do capítulo

Mais um...Eraaa



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Eu não queria ir para casa. Precisava ficar sozinha e não estava me sentindo muito a fim de ficar em casa com aquele clima terrível. Eu não precisava de mais drama para me sentir mal. Eu me recusava a acreditar que a resposta boba do Peeta Mellark havia me afetado.

Mas antes de poder fugir para qualquer lugar eu teria que passar em casa. Prim já estaria lá. E eu tinha que ter certeza de que tudo estaria bem para ela e Finnick. Que meus pais não teriam nenhum ataque na frente dos dois, me certificar de que nem Finnick nem Prim falassem alguma coisa errada que pudesse desencadear a terceira guerra mundial.

Eu já tinha perdido as contas de quantos destroços eu tinha tentando recuperar. De quantas vezes eu tive que reerguer um lar fictício para meus irmãos esperando que pelo menos eles ficassem a salvo daquele combate insano dos meus pais. A verdade é que eu não estava conseguindo fazer um bom trabalho até agora.

Minhas preces foram atendidas quando cheguei em casa e vi que meus pais não estavam lá. Minha mãe deixou um bilhete avisando que ia almoçar com os colegas de trabalho, meu pai também. Típico.

Prim já estava com uma roupa confortável e bonita, pronta para sair com as amigas.

Fiz meus irmãos comerem alguma coisa, me certifiquei de que Finnick fizesse a lição (Que professor dá trabalho de casa no primeiro dia de aula? Eles não tem coração?).

Quando Prim saiu e Finnick finalmente disse que ia brincar na casa do vizinho, que era seu melhor amigo, eu pude finalmente sair para o parque que ficava no limite da cidade. Eu gostava dele porque estava meio abandonado, ninguém aparecia por lá.

O parque ficava na orla norte do rio, perto do centro, com uma livraria próxima.Minhas coisas favoritas no mundo unidas, natureza e livros. Era naquele lugar que eu recuperava minhas forças. Quando sentava na árvore para ler ou apenas admirar a paisagem, sem ninguém para me observar, o mundo parecia tranquilo, quieto e cheio de paz. O oposto da realidade.

Agora, sentada na macieira, a discussão com Peeta não parava de voltar a minha mente. Eu tentei o máximo para entender o porquê de aquela simples frase ter me machucado tanto.

"Sabe Katniss, para uma garota tão inteligente você é mesmo muito idiota"

A fúria tomava conta de mim novamente. Eu não devia me importar, não devia. Ele me achava idiota? Pois que entrasse na fila, não seria a primeira pessoa. Peguei uma pedra e joguei no lago. Juro que daria tudo para que aquela pedra fosse Peeta Mellark.

Uma lufada de ar trouxe a compreensão para a minha mente. Peeta também me achava inteligente, ele disse mesmo isso? Ele disse. E é a primeira pessoa há dizer isso para mim há muito tempo. Ele também estava me observando. Mas por quê?

Ótimo, agora eu estou tentando decifrar um garoto. Parabéns Katniss, você está parecendo aquelas suas colegas bobinhas que só pensam em namorados e sapatos, não necessariamente nesta ordem.

Voltei a focar nos detalhes do meu plano. Ajudar meus irmãos a lidarem com a separação dos meus pais e planejar minha ...viajem.

Sim, não é uma coisa normal uma menina de 17 anos ter tomado essa resolução. Eu deveria estar por ai, vivendo simplesmente. Vivendo um relacionamento que não duraria um mês como a maioria das garotas da minha idade, procurando por coisas novas. Amigos novos, namorados novos, músicas novas, filmes novos... família nova.

Mas a verdade é que eu não sou como as outras garotas. Sinto tudo com uma intensidade muito maior. Claro, ninguém acreditaria nisso. Se posso me orgulhar de alguma coisa é o modo como aprendi a esconder minhas emoções.

Um galho se mexe próximo a mim. Congelo ao ver que pela primeira vez em muito tempo alguém resolveu atrapalhar minha paz neste lugar. E isso só pode ser uma piada.





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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Sei que está meio parado, cheio de divagações. Mas a história nem começou pessoal, sejam pacientes hehehe



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