Anjos de Cera escrita por Redbird


Capítulo 5
Um dia, um filme, um amigo para toda a vida


Notas iniciais do capítulo

Ok, não me matem! Eu sei que vocês querem Peeta, querem os semi-deuses interagindo na fic, prometo que em breve tudo isso estará acontecendo. Por falar nisso, vou vingar a Rachel nessa fic. Não gosto do modo como tratam ela u-U. Se até a Annabeth perdoou, por que não nós? Enfim, desculpa o lero-lero.
Enjoy it..



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Já estou pronta para começar a praguejar quando vejo Gale se sentando ao meu lado.

–Ei Catnip-Gale adora usar esse apelido morto. Não reclamo. Ele me lembra uma época boa.

–Gale, o que você está fazendo aqui? Não devia estar trabalhando?

A família de Gale não tem muito dinheiro, a mãe dele faz faxinas, inclusive lá em casa. Gale trabalha na lanchonete do tio depois da escola para ajudar. O pai dele? Bom, ninguém o vê há mais de 10 anos. Foi fácil para ele abandonar uma mulher com três filhos para criar.

– Meu querido tio Hefesto resolveu me dar à tarde de folga, já que hoje foi o primeiro dia de aula. Resolvi passar na sua casa para ir ver um filme, vi você saindo de casa e te segui. Muito bom esse lugar. Por que nunca me mostrou antes?

–Uma garota deve ter seus segredos não?

–E você, pelo visto, tem muitos não é?

–Só os necessários- Respondo evasiva, dando uma risadinha banal, morrendo de medo que Gale possa ter percebido o que sinto. Ele me conhece melhor do que ninguém, é um dos poucos que sabe que tenho problemas.

–Ok, já que tenho o horário livre que tal irmos ao cinema? E não diga "Eu não tenho dinheiro", por que você sabe que nós temos nosso modo especial de entrar não é?

Sim, nós temos nosso modo especial. Isso começou há muito tempo atrás, tínhamos uns 12 anos. Gale não tinha dinheiro para entrar no cinema. Me corta o coração só de lembrar o modo como ele ficava olhando os letreiros toda vez que resolvíamos dar uma volta no shopping.

Meus pais costumavam levar meus irmãos e eu para assistir filmes de vez em quando, então eu contava as histórias para ele, mas é claro, nunca era a mesma coisa.

Então um dia, sem querer, eu vi uma pequena janelinha para ventilação no lado de trás do shopping, que eu sabia, ia dar diretamente no cinema. Se fossemos cuidadosos ninguém nos pegaria.

Eu me lembro de que quando levei Gale pela primeira vez lá e o coloquei para dentro da sala para ver que filme mesmo? Acho que era Godzilla, ele sorria feito uma criança no Playground. Gale, o corajoso Gale, tremeu durante o filme inteiro. Naquele dia acho que selamos uma amizade para a vida inteira.

Quando saímos depois, junto com o resto do pessoal, como se tivéssemos pago o ingresso, Gale fez uma coisa que me surpreendeu. Me abraçou e ficou repetindo durante vários minutos: Obrigada, obrigada, obrigada Catnip. Acho que posso dizer que aquele foi um dos dias mais felizes da minha vida.

Então, hoje resolvemos entrar do "nosso modo especial" no cinema. Conseguimos entrar em uma das salas. Gemi ao ver o filme. Eu já sabia do que se tratava. Era um romance bobo. Daqueles com finais felizes e tudo. Argh! Odeio finais felizes.

Gale e eu aproveitamos para brincar, repetindo o diálogo dos atores e adivinhando a próxima cena. Uma senhora com uma blusa escrito “Homer Simpson para presidente” rosnou para nós, o que só aumentou a diversão.

Eu não tinha me dado conta. Mas tudo o que precisava para esquecer os problemas com meus pais, com Peeta, com os professores e com o mundo, era passar a tarde com Gale.

Depois que saímos do cinema, eu ainda estava meio entorpecida para pensar em qualquer coisa. No entanto, quando chegamos em casa Gale me deteve.

–Você sabe que não vai poder esconder o que está sentindo de mim para sempre não é?

Sinto um baque, toda felicidade se esvaindo por completo.

–Eu sei Gale, mas juro, eu estou bem. Pode ficar tranquilo.

Ele me abraça. Sinto seu calor confortável me envolvendo e tenho vontade de chorar ali mesmo. Mas, ao invés disso, dou meu melhor sorriso e viro as costas para entrar em casa. Quase estou entrando quando escuto ele sussurrar:

–Gostaria que isso fosse verdade Catnip. Adoraria acreditar que é verdade.



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