Anjos de Cera escrita por Redbird


Capítulo 30
Runaway


Notas iniciais do capítulo

Olá!!
Como sempre quero agradecer os reviews. Juro que vou responder todos. Enfim... espero que gostem desse capitulo. Pessoal que está acompanhando a fic, mais uma vez, muuuito obrigada. Já disse que vocês fazem minha vida valer a pena? Não? Então... vocês fazem minha vida valer a pena. Bjuuus



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Com certeza Gale deveria estar ali por perto, mas tive medo de gritar pelo seu nome. Começo a andar pelo parque me perguntando se ele teria ido sem mim. Eu sabia que ele seria capaz de mudar de ideia. Quando estou chegando a uma clareira perto do rio sinto alguém me puxando.

Quase grito de alivio quando vejo Gale. E também de raiva.

-O que você está fazendo?- Pergunto sem conter minha exasperação- Eu não disse para me esperar perto da macieira?

-Calma, eu tive que sair de lá.  O pessoal vai vir nos pegar deste outro lado do parque.

-Gale você tem certeza que pode confiar nessas pessoas?- Digo verbalizando pela primeira vez uma preocupação que tenho desde que resolvemos fugir.

-Tenho. Eles são amigos antigos. Não se preocupe. Vamos conseguir fugir, vai dar tudo certo você vai ver.

Ele está tão confiante nisso que também tenho que acreditar. Então ficamos ali esperando em silêncio o que parece ser uma eternidade. Estamos tão ansiosos que é difícil ficar parado.

-Eles não vão demorar. Mas que tal irmos para macieira pela última vez?- Digo, por que não aguento mais esperar aqui.

-Vamos. Vai ser legal se despedir dela.

Caminhamos e não demorou muito para que chegássemos ao nosso local sagrado.  Eu não acreditava que estava vendo aquele lugar pela última vez. Um lugar que me fazia tão bem.

-Sabe- disse Gale interrompendo meus pensamentos- Devíamos ter ido pela última vez no cinema.

-É, foi lá que nossa vida de crimes começou.

Eu sei que era uma brincadeira. Bom pelo menos era o que eu pretendia. Mas Gale não gostou muito do meu comentário.

-Katniss eu sei que agi errado. Eu só queria que as coisas fossem mais justas sabe.

-Gale, eu sei. Escuta você não é um marginal, é por isso que estou aqui.

-Eu sei obrigado.

Ele se limita a me dar um sorriso e nos dois ficamos ali, apenas olhando a paisagem e esperando. Nenhum de nós falou alguma coisa sobre o beijo ainda. É esquisito, mas não me importo com isso. Ali, com Gale, eu havia entendido que tudo o que as pessoas sabem sobre o amor estava errado.  Amor não tem nada haver com beijos muito menos com palavras. Ele é pura ação.  E a principal delas é ficar junto, mesmo quando tudo parece impossível.

Nessa hora não consigo deixar de pensar em Peeta. É inevitável. Mas me contenho antes que eu de meia volta. Passado eu repito na minha mente. O que outra voz irritante e insistente na minha cabeça retruca “mentira”.

Ficamos ali por cerca de 15 minutos, depois resolvemos que era hora de voltar para o lugar marcado. Não demora muito e avistamos um Ford corcel, todo preto, vindo em direção ao parque. Ele parecia ser muito velho, e não estava nas melhores condições já que era um modelo 71, mas mesmo assim era perfeito para uma fuga noturna.

Assim que o carro parou um pouco a nossa frente Gale pegou minha mão e fomos correndo em direção ao carro.  Duas das pessoas mais estranhas, e talvez por isso interessantes, que eu vi na vida saíram do carro e nos saudaram.

A menina tinha os cabelos negros e os olhos de um azul elétrico que eu achei muito bonito. Eles ficavam ainda mais surpreendentes com toda aquela maquiagem preta que ela usava nos  olhos.  E a jaqueta dela estava cheia de bottons. Caramba, eu nem sabia que podiam existir tantas bandas assim.  O garoto tinha os cabelos negros e os olhos mais negros ainda. Tinha um ar surpreendentemente sério para a idade.

-Ei Gale, pronto para ir?- Perguntou a menina morena. Ela tinha um tom irreverente que gostei na hora. Parecia o tipo de pessoa que não levava desaforo para casa.

-Oi Thalia. Estamos sim. Muito obrigado por tudo.

-Não se preocupe.  E pode deixar que vou cuidar direitinho da sua família e do pessoal.

Gele deu um sorriso agradecido para ela. Eu não estava entendendo muita coisa então perguntei o obvio.

- Thalia não vai com a gente?

-Ah, oi, você deve ser Katniss- Ela me deu um abraço rápido- Não, eu só vim mostrar o caminho para o Nico e me despedir de Gale. Como ele vai embora, agora eu vou ficar encarregada de distribuir a insulina para o pessoal.

-É, Thalia tem um irmãozinho com Diabetes também. Jason.

Thalia sorriu ao ouvir o nome do irmão. Dava para ver que eles tinham a mesma relação que eu tinha com meu irmão.  Finnick. Só de pensar nele é como se o gelo tomasse conta de minha pele.

- Nós já estávamos prevendo essa fuga, então meio que está tudo ajeitado-  Diz ela despreocupadamente;

-Bom, obrigado Thalia. Se não fosse por vocês talvez a gente não conseguisse sair da cidade.

-De nada. Mas acho bom a gente parar com esse lero-lero. Vocês tem que ir embora rápido.

-Thalia tem razão. Vamos pessoal- disse Nico pegando nossas mochilas.

Então nos despedimos rapidamente de Thalia e entramos no carro. Ela pegaria o próximo ônibus para casa. Não pude deixar de pensar que, se tivesse mais tempo, eu talvez pudesse ser amiga de Thalia.

Não demora muito e já estamos atravessando a cidade. Começo a me despedir de tudo aquilo. Enquanto vejo os prédios que conheço tão bem desaparecendo começo a sentir uma sonolência, mas estou inquieta demais para dormir. Acho que fugir faz isso com as pessoas.   Era engraçado, nós estávamos fugindo da policia, mal tínhamos um destino e eu não fazia ideia de como iríamos nos virar daqui para frente, mas eu não estava nem um pouco preocupada.

Assim que saímos da cidade a estrada parecia cada vez mais convidativa. Ainda mais porque fazia muito tempo que eu não viajava. Eu sempre me senti muito bem na estrada e dessa vez, apesar de toda a preocupação, não foi diferente.

Nico e Gale iam conversando animadamente sobre diversas coisas.Embora estivesse no banco da frente e bem ao lado de Nico não prestava muita atenção a conversa.  A única coisa que queria era ficar observando a paisagem e curtindo a estrada.

   Cerca de duas horas depois chegamos há uma cidadezinha que ficava próxima da nossa cidade. Ela era pequena, de modo que não foi difícil chegar a rodoviária. Nos despedimos de Nico que seguiria viagem e finalmente nos deparamos na rodoviária sozinhos.

O próximo passo seria comprar passagem, mas nos dois ficamos um tempinho por ali, olhando as pessoas que iam e vinham. Não sei, acho que estávamos um pouco receosos de pegar o ônibus, porque, embora não admitissimos isso, quando estivéssemos dentro não haveria volta.

Finalmente crio coragem e compro as passagens.  Uns quinze minutos depois o ônibus chega e somos quase os primeiros a entrar. 

Sentando no ônibus, do outro lado do corredor está um menino com a mãe. Ele tem uns dez anos e os olhos, os olhos são tão azuis quanto os de Peeta. Sinto tanta saudade que é quase insuportável.

–Você o ama não é? -Gale pergunta baixinho. Não adianta mentir, ele me conhece melhor do que ninguém.

– Sim, mais do que você pode imaginar.

-Mas você está aqui não é? Isso significa alguma coisa.

Eu não digo nada e ele fica um bom tempo calado.  O que eu poderia fazer? Dizer que as coisas que ficaram complicadas é ser um pouco otimista demais.  E eu sinceramente não consigo pensar em mais nada que não seja nos manter seguros.

 Quando o ônibus começa andar Gale pega da minha mão.

-Pronta?

Eu sei o que ele está perguntado. Se eu estou pronta para deixar tudo para trás. Se eu estou pronta para finalmente esquecer o meu passado. Eu dou apenas um sorriso para ele, apertando com força sua mão. Como sempre somos nós contra o mundo.

O sono começa a pesar e me recosto um pouco em Gale. De repente ele começa a cantar baixinho, não sei se para mim ou para ele. É uma música que costumávamos gostar quando éramos mais novos.  Reconheço a melodia de um filme que vimos em uma das primeiras vezes que invadimos o cinema.  

Era um musical meio bobo em que um jovem aventureiro tinha que salvar a mocinha das garras de seu terrível pai.  Era um desses tipos de filmes que eu odiava, mas a canção, por algum motivo, ficou na nossa cabeça.  Nela o amado implorava para que a amada fugisse com ele.

Baby take my hand,

take me to California.

Let's live in the sea.

The cold here is hurting my soul.

Baby, just runaway with me now

Please don’t leave me alone in this place.

I’m feeling so broken

Please, Keep holding my hand

I just wanna you

I just need you

So please, don’t leave me here

I'll be lost without you

Baby take my hand,

take me to California.

Let's live in the sea.

The cold here is hurting my soul.

Baby, don't  be afraid

I'll love you

Even when  you don't belive

in  the stars fallen

Baby just runaway with me now

I promess i always be with you

Even when you fall

Baby take my hand,

take me to California.

Let's live in the sea.

The cold here is hurting my soul.

Quando dou por mim estou adormecendo. Sonhando com o mar, com o sol e com a antiga casa da minha avó.  No sonho estou sorrindo, cantando e brincando no antigo balanço de madeira que ficava na frente da maior árvore do jardim. Quando estou cantando pela milionésima vez a mesma canção sinto alguém me chamando e acordo dentro do ônibus.

-Chegamos Katniss. Acho bom irmos andando.

Não posso evitar um sorriso. Estou na minha cidade natal. Finalmente estou livre de todos os meus pesadelos. 


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Notas finais do capítulo

Então gostaram da surpresa? NIcália para vocês. Eu não sei quanto a vocês, mas eu simplesmente amo eles. Agora pessoal, por favor, me digam o que estão achando da Fic e o que acham que tem que melhorar. A opinião de vocês é muito importante para mim. Xoxo para todos.