Anjos de Cera escrita por Redbird


Capítulo 24
Reconciliação


Notas iniciais do capítulo

Bom pessoal, mais um capitulo. Espero que gostem. Por favor,não deixem de me dizer o que estão achando da Fic.



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Foi com um alivio imenso que vi a ambulância chegando dez minutos depois. Mandei uma mensagem para Gale, pedi para uma vizinha cuidar dos dois filhos menores de Hazelle e me dirigi o mais rápido possível com ela para o Hospital. Segurei a mão da minha amiga durante todo o trajeto.

Hazelle era como uma segunda mãe para mim e vê-la tão frágil dessa maneira me partia o coração. Cuidar de pessoas doentes nunca foi uma de minhas habilidades, me sentia extremamente impotente, não sabia muito bem como ajudá-la.

Depois que chegamos o hospital os médicos rapidamente a levaram para fazer alguns exames. Enquanto Hazelle estava sendo examinada pelos médicos, minha mãe veio até mim e ficou comigo na sala de espera. Ela segurou minha mão e ficou repetindo que Hazelle ficaria bem, que ela apenas precisava ser medicada.

Gale chegou um tempo depois e minha mãe voltou para o trabalho. Foi como se as últimas semanas nunca tivessem existido e nós nunca tivéssemos brigado. Não ficamos falando, acho que nenhum de nós conseguiria por causa da preocupação, mas ele se manteve agarrado a mim até que os médicos voltassem com noticias.

Não sei por quanto tempo exatamente ficamos esperando, mas quando os médicos voltaram eu já estava quase caindo no sono. Eles tinham uma expressão impassível, como se nada daquilo importasse muito, o que me deixou com um pouco de raiva.

Uma das moças que estava junto com os médicos se aproximou de nós. Ela não parecia ser muito mais velha que a gente, o cabelo preto cuidadosamente liso estava bem amarrado em rabo de cavalo e as mãos rabiscavam freneticamente uma prancheta.

Ao se aproximar de nós ela deu um sorriso e perguntou se éramos os parentes de Hazelle.

–Ela está bem, já foi medicada. Foi uma sorte você ter trazido ela há tempo para o hospital. O diabetes já estava quase comprometendo a visão dela. Felizmente não foi nada irreversível. A glicose já foi controlada. Vocês poderão vê-la daqui há pouco, ela ainda está descansando.

–Obrigada- O alivio era visível na voz de Gale.

Depois de cinco minutos ele entrou para ver Hazelle. Minha mãe veio ver como eu estava e perguntar sobre Hazelle, o que me surpreendeu. Foi uma visita rápida, mas mesmo assim, uma visita. Ela disse que estaria me esperando em casa. Isso era uma atitude normal para qualquer mãe eu sei, mas já fazia muito tempo que minha mãe não agia assim.

Quando entrei para Hazelle tive que conter um pouco as lágrimas. É difícil ver alguém que você gosta deitado em uma cama de hospital, cheia de tubos por todos os lados. Hazelle era uma mulher tão forte, trabalhava todos os dias da semana, criava os três filhos sozinha, eu não podia acreditar que aquela que estava ali diante de mim era mesmo a minha amiga.

Alguma coisa estava muito errada porque aquela Hazelle pálida, com enormes bolsas roxas abaixo dos olhos e respirando com um pouco de dificuldade não podia ser a mesma que vivia me dizendo que eu precisava comer um pouco mais, que saia de casa ás seis horas da manhã e só voltava às dez da noite, que me fazia rir com cada comentário que fazia sobre a vida, mas era.

Minha amiga deu um enorme sorriso assim que entrei no quarto, ela fez um sinal para que eu me aproximasse. Minhas pernas fraquejaram por que na verdade tudo o que eu queria era sair dali, mas isso seria tão coverde. Assim como esse pensamento me ocorreu, ele se apagou como se fosse uma chama fraca e caminhei em direção a cama de Hazelle.

–Olá querida. Não tenho como te agradecer, você chegou na hora certa.

–Hazelle, você não precisa me agradecer. Só não me de mais um susto desses está bem?

–Ah querida, você se preocupa com essa velha é?Que perda de tempo! Vaso ruim não quebra.

Eu rio, Hazelle exerce esse poder sobre mim. Ela é uma mulher tão cheia de vida, que ás vezes eu me sentia envergonhada. Eu, com toda a minha juventude, já cheguei a pensar em morte. Gostaria de ser mais como ela.

Conversamos um pouco e Hazelle logo adormece, então saio do quarto e encontro Gale no corredor. Ele está muito cansado, posso ver que está lutando para se manter acordado. Ofereço-me para ficar com Hazelle no hospital essa noite, mas ele não aceita. Percebo que apesar de tudo, ele ainda está um pouco chateado comigo.

–Não Katniss, obrigada, mas você já fez bastante pela minha mãe e por mim hoje. Vá para casa, descanse, ela só vai ficar no hospital esta noite.

Ele me dá um beijo de leve na testa, um leve calafrio percorre minha espinha.

–Gale, você ainda está chateado comigo? -Ele dá um suspiro, pensando na resposta.

–Não, Katniss, você sabe que eu não poderia continuar zangado com você, nem que eu quisesse.

Ele me dá um abraço e sai em direção ao quarto em que sua mãe está. Fico feliz de finalmente ter feito as pazes com ele. Me pergunto quando poderemos conversar sobre tudo o que aconteceu, sobre o fato dele ter roubado insulina para ajudar pessoas doentes.

Gale não agiu certo, ele se arriscou demais, poderia ter sido preso. Foi extremamente impulsivo. No entanto, não posso evitar me orgulhar dele, essa sede por justiça foi o que fez com que eu gostasse dele desde o início. E não posso deixar de pensar que, no lugar dele, teria feito a mesma coisa e essa possibilidade me assusta.

Quando chego em casa fico feliz em ver que minha mãe preparou uma refeição decente e está assistindo televisão com Finnick. Os dois parecem felizes, rindo de se acabar por causa de uma comedia qualquer. É, a separação dos meus pais realmente teve pontos positivos.

–Oi querida como está Hazelle?

–Melhor- digo dando um sorriso. Embora eu ainda não consiga confiar em minha mãe completamente é bom ter uma conversa normal.

–Que bom. Peeta ligou várias vezes. Acho que você deveria ligar para ele.

Peeta, ele deve estar preocupado. Talvez ele tenha pretendido comemorar “os três meses da Katniss” e eu me esqueci completamente.

–Ah, ok. Vou falar obrigado.

Combinamos de nos encontrar no outro dia numa pracinha que ficava perto da minha casa. É, Peeta assim como eu adorava ficar ao ar livre. Cheguei um pouco antes dele, não resisti quando vi os balanços, a praça estava meio vazia então aproveitei para subir em um.

Eu não pude deixar de rir de mim mesma, “você realmente ainda é uma criança Katniss”. A sensação era tão gostosa. Uma vez, eu devia ter uns dez anos, sentei no balanço comendo um sorvete de chocolate. Lembro de que a única coisa em que eu pensei naquele momento foi no quanto a vida era boa.

–Sabe que eu costumava olhar você brincar no balanço da escola quando era criança?

Antes que eu perceba o susto faz com que eu me desequilibre do balanço e caia por cima de Peeta encarando hipnotizada aqueles olhos azuis.



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Notas finais do capítulo

Me diz, quem não fica hipnotizada com aqueles olhos azuis??



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