Nonsense 3 - Meu Amável Psicopata escrita por Boneco de Neve


Capítulo 2
Capítulo 2 - Restaurante




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Numa outra noite, o ex-milico e a mulher dele foram jantar num restaurante pra lá de chique. Um lugar quietinho, calmo e aparentemente sem possibilidade de confusão. Os dois já estavam postos à mesa e olhando o cardápio. Depois de escolherem suas refeições, chamaram o garçom, que anotou os pedidos. Logo depois, vieram os pratos e o casal puseram-se a saboreá-los. Enquanto comiam, começaram uma conversa:

– Está gostando, querida? - Perguntou o homem.
– Está delicioso. - Respondeu a mulher.
– E o lugar? É bom?
– Muito. Eu poderia vir aqui toda noite. - Disse ela, com um sorriso grande.
– E eu adoraria realizar o seu desejo. - Disse ele, dirigindo um olhar romântico para ela.
– Seu bobo... - Diz ela toda ruborizada.

Passado mais uns minutos, quando estava quase terminando de comer, ao lembrar que quem iria pagar a conta era o marido, a mulher começou a se perguntar de novo sobre o passado dele. Por várias vezes, ela evitava perguntar sobre isso mas a curiosidade falava cada vez mais alto. A julgar que lá ele não tinha como fugir do assunto, ela tentou arrancar algo dele novamente.

– Hm... Sabe, eu tava pensando. A gente ainda se conhece pouco, não acha?
– Você acha? Eu não concordo.
– Não? Então vamos ver... Por que você não me fala como foi sua carreira militar?
– Você quer mesmo é saber por que minha carreira militar terminou, não é?
– Não foi exatamente isso que eu perguntei, mas também estou curiosa sobre isso.
– Se quer tanto saber... - Disse ele, com uma expressão bem séria - Eu fui expulso do quartel.
– E-Expulso? Por que?
– Fui bonzinho demais pra eles. Só isso.

Aquilo foi uma resposta sarcástica, isso ela notou claramente. Até porque, com o filho que teve, ela se tornou especialista em notar sarcasmos. O problema era justamente lembrar do filho dela por causa disso. E ao lembrar dele, a mulher ficou trite e cessou de falar.

– Que foi? Falei alguma coisa errada? - Disse o homem, aparentando frieza em relação a reação da mulher.
– Não... Nada... - Disse a mulher, em tom de voz baixa.
– Olha. Eu contei um pouco da minha vida, como você queria. Não acha que seria justo você também contar um pouco da sua?
– Ah... - Suspira ela - Você por um momento me lembrou do meu filho.
– Seu filho?
– É. Pra falar a verdade, nunca consegui compreender aquele garoto. Ele sempre me dava uma resposta que nunca tinha a ver com as perguntas que eu fazia. Tipo, eu perguntava por quê ele não fez o dever de casa e ele geralmente me dizia: Porque o sol é amarelo...
– Puxa... Que estranho...
– Pois é... E o mais chato nisso tudo é que eu nunca descobri se ele fazia isso apenas para me irritar ou se era algum tipo de problema mental. Até hoje, essa situação me atormenta...
– Entendo... Desculpe por te fazer lembrar dele.
– Tudo bem... Não se preocupe.

Enquanto a mulher se esforçava para não chorar e terminar de comer, o marido dela mal parecia ligar para a situação dela e continuou a comer tranquilamente.

Porém, algo finalmente começou a incomodá-lo. E muito: Uma mosca. A princípio, ela pousou na beirada do seu prato. Foi aí que ele teve o contato visual com o "elemento". Depois ela decolou de novo, mas o sujeito não tirou os olhos dela e ainda por cima se levantou do seu assento e continuou olhando para ela. Então, o bichinho pousou bem em cima da comida de uma outra cliente, sendo que este nem percebeu, por estar conversando alegremente com a sua amiga.

Ele não pensou duas vezes: Ele pegou a cabeça da primeira e BRACK!!! Empurrou com toda a força contra o prato dela. O movimento foi tão súbito e violento que conseguiu deixar o prato em vários cacos, além de rachar a mesa. Ao levantar a cabeça da tal cliente (que, desenecessário dizer, estava apagada), ele tentou conferir se a mosca havia morrido. Em meio a salada, tomate, molho balsâmico e sangue, havia um pontinho preto: Era a mosca, toda arrebentada. Mas ele, ao olhar melhor, percebeu que a mosquinha ainda mexia uma das patas... BRACK!!! Repetiu o feito.

Todos os outros clientes ficaram de pé para olhar para o ocorrido, mas também estavam tão apavorados que não tinham sequer a menor idéia de como reagir àquela situação. O homem levantou a cabeça da sua vítima desacordada para constatar se a mosca estava morta. E mesmo com toda a bagunça que restou na mesa, que estava quase quebrando, ele confirmou a morte do inseto. Um silêncio se fez e todos os olhares se dirigiram ao homem, inclusive o olhar de puro pânico de sua pobre esposa. Então, o homem, olhando ao seu redor, acha o garçom e quebra o silêncio.

– Garçom, me faz um favor?
– P-Pois não? - Pergunta o garçom tenso.
– Chame o dono do estabelecimento para mim, por favor.
– Estou aqui. - Diz o dono, ao se aproximar do homem, visivelmente nervoso.

Mal acabou o dono falar, o homem o pegou pela roupa e o lançou pela janela, que se estilhaçou toda. O dono caiu de uma altura de cerca de 6 metros, se esborrachando no meio da rua e sendo atropelado por 2 carros em seguida.

Enquanto o povo ficava ainda mais estarrecido, o tal homem se vira para ir embora.

– Vamos embora, querida. Perdi o apetite.

A mulher permaneceu imóvel. Puro terror.

Pergunta: Por que o homem atacou o dono do restaurante?



































































































































































































































































Resposta: Omissão sobre a condição do local - Presença de insetos.


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