Caroline’s POV

Voltei do bar quase bufando de raiva. Louis era a pessoa mais bipolar que eu conheço na vida, sem brincadeira. Sentei no banco estressada e cruzei os braços. Eu precisava dançar. E dançar até o chão mesmo, só para provocar e me sentir poderosa.

Parecendo ler meus pensamentos, o DJ começou a tocar Gatinha Assanhada, do Gusttavo Lima. Dei risada e me joguei novamente na pista. Me mexi no ritmo da música e por várias vezes fazendo o que a música falava.

Era muito engraçado ver a reação dos meninos, eles ficavam boquiabertos e não paravam de me olhar. Principalmente na parte de: E tá perdendo a linha, descendo na balada com o dedinho na boca, ela tá pirada, porque eu realmente descia até o chão rebolando com o dedo na boca.

Um homem bem alto e forte se aproximou de mim com um sorriso sacana nos lábios. Resolvi brincar. Fazia tempo que estava com voto de castidade, então decidi rompê-lo.

Logo as mãos do rapaz estavam em minha cintura e as minhas em volta de seu pescoço. Eu rebolava como se não houvesse amanhã. Precisava descarregar todas as energias e pensamentos negativos que andavam rondando minha mente.

Assim que a música terminou, o cara tentou me beijar, mas eu não deixei. Fiz um aceno negativo com a cabeça e me desvencilhei de seus braços, dando um sorriso sapeca.

Voltei para onde os meninos estavam e me deparei com 5 expressões faciais chocadas (Harry, Niall, Zayn, Liam e Josh) e duas expressões divertidas, rindo de tudo aquilo (Pedro e Lucas). Louis não tinha dado as caras. Deve estar se afundando em bebida.

- O que foi? – fiz cara de santa.

- MINHA IRMÃ NÃO PRESTA! – Niall gritou, me fazendo rir.

- Não presto mesmo. – dei de ombros.

- Não sabia que você era tão elástica assim. – Zayn falou e eu o olhei confusa. – Você tem ossos na cintura? Vem aqui para eu checar.

Zayn esticou os braços, mas Niall rapidamente deu um tapa nele, falando algo como: não vai checar porra nenhuma.

De repente começou a tocar Te Vivo, do Luan Santana e eu quase chorei. Eu era completamente apaixonada por aquela música, era tão linda! Puxei a pessoa mais perto de mim e arrastei até a pista.

- Que foi? – Harry perguntou assustado.

- Dança comigo, pelo amor de Deus! Eu amo essa música.

(http://www.youtube.com/watch?v=dWpGsK8Md28)

Quando me sinto só
Te faço mais presente
Eu fecho os meus olhos
E enxergo a gente

Abracei Harry e me escondi em seu peito, como gostava de fazer. Ele me abraçou pela cintura e começamos a nos mexer no ritmo da música.

Em questão de segundos
Voo pra outro mundo
Outra constelação
Não dá para explicar
Ao ver você chegando
Qual a sensação

Prestei atenção na letra da música como gostava de fazer quando a ouvia e inconscientemente meus pensamentos foram parar em Louis. Não era para eu estar fazendo isso, não era para eu ficar me remoendo!

- O que essa música quer dizer? – Harry sussurrou em meu ouvido, me despertando para o mundo.

A gente não precisa tá colado pra tá junto
Nossos corpos se conversam por horas e horas
Sem palavras tão dizendo a todo instante um pro outro
O quanto se adoram
Eu não preciso te olhar
Pra te ter em meu mundo
Porque aonde quer que eu vá
Você está em tudo

Traduzi o refrão da música em seu ouvido e quando percebi uma lágrima já rolava por meu rosto. O refrão era minha parte favorita, ele fazia com que eu sentisse um aperto no coração que chegava a doer.

Tudo, tudo que eu preciso
Te vivo 

Limpei a lágrima rapidamente, antes que alguém visse e antes que mais lágrimas resolvessem cair. Afundei minha cabeça na curva do pescoço de Harry e ele me apertou mais forte em seus braços, como se soubesse o quanto aquela música mexia comigo.

- Tá tudo bem, minha pequena? – Harry perguntou baixinho e eu assenti, ainda com a cabeça escondida no vão de seu pescoço.

Mais algumas músicas deprês foram tocadas e Harry não me soltava de jeito nenhum e eu o agradecia mentalmente por isso. Não estava preparada para encara Louis ou meu irmão com cara de adolescente que tem uma paixão platônica pelo melhor amigo.

Depois da playlist fuder com o psicológico da Caroline, o DJ voltou para as eletrônicas, fazendo com que os meninos voltassem para a pista. Ficamos dançando em uma rodinha até dizer chega.

Paul disse para irmos para a van, mas que antes iria procurar Louis. Falei para os meninos irem na frente porque iria ajudar Paul com Louis. Ele foi para um lado e eu para o outro.

Senti meu coração se apertar. Algo que eu não gostaria de presenciar iria acontecer, eu podia sentir isso.

Dei uma olhada geral na pista e não o encontrei. Fui para o bar e nada. O único lugar que sobrava era aqueles sofás onde tínhamos sentado anteriormente. Corri para lá e constatei que minha intuição nunca mente.

Vi Louis deitado em cima de uma mulher no mesmo sofá que estávamos sentados mais cedo. Eles estavam se beijando desesperadamente e senti meu sangue esquentar, assim como meus olhos.

Olhei de relance para o lado e notei que Paul também estava apreciando aquela cena deplorável. Ele se aproximou de mim e pareceu notar meu estado. Eu deveria estar muito vermelha.

- O que fazemos agora? – ele perguntou e eu dei risada sem humor.

- Olhe só o espetáculo.

Fui em direção à Louis e aquele ser que eu estou xingando muito na minha cabeça à passos brutos. Estava morrendo de raiva. Sem pensar duas vezes, puxei Louis bruscamente, fazendo com que eles se separassem no mesmo instante. A mulher me olhou assustada, assim como Louis.

- Aaaaah amor, então é pra isso que você saiu hoje? – debochei em português, para a piranha entender. – Bom saber que pulou a cerca mais uma vez.

- O que? – a mulher o olhou indignado. – Você tem namorada?

- Sim querida, ele tem. – falei seca. Louis olhava tudo de cabeça baixa agora. – Ou tinha. Let’s go, Louis.

Entendendo o que eu quis dizer, Louis se levantou e me seguiu. Ele não ousou olhar para trás, pois sabia que seria mortalmente atingido por mim. Passei por Paul rapidamente, seguindo a passos rápidos para as portas da boate.

Eu tentava com todas as minhas forças segurar o choro que estava prestes a cair. Eu não poderia chorar ali, na frente dos dois. Sabia que assim que chegasse no hotel eu desmoronaria. Ou talvez no carro aconteceria isso.

Quando percebi estava quase correndo. Louis chamava meu nome incansáveis vezes, mas eu não olhava para ele. Rapidamente chegamos no carro, que estava com a porta fechada. O tempo em que fiquei esperando a porta ser aberta, Louis me alcançou e pegou meu braço.

- Caroline, me escuta! – ele me virou, fazendo com que eu olhasse em seus olhos.

- Não tenho nada para escutar! – soltei meu braço brutalmente e entrei na van.

- Por favor! Eu posso explicar... – Louis implorava.

- EXPLICAR O QUE? – gritei raivosa. – NÃO TEM NADA PARA SER EXPLICADO, VOCÊ NÃO ME DEVE SATISFAÇÕES AFINAL EU NÃO SOU SUA MÃE E VOCÊ JÁ DEIXOU ISSO BEM CLARO MILHÕES DE VEZES!

Quando vi sua expressão amedrontada quase voltei atrás e pedi desculpas, mas estava cansada de tudo aquilo. Todos na van olhavam curiosos para nós e eu fui para o fundo, me sentando ao lado de Josh.

Louis e Paul logo entraram e o carro se pôs em movimento. Os meninos ficavam olhando para mim e para Louis, tentando descobrir o que tinha acontecido e estava cada vez mais difícil de segurar o choro.

Não agüentando mais aquela situação, me joguei nos braços de Josh e escondi minha cabeça no vão de seu pescoço, de uma forma que ninguém conseguisse me ver chorando.

- O que aconteceu? – Josh sussurrou em meu ouvido e eu apenas neguei com a cabeça.

- Eu sou muito idiota.