Grand Chase Heroes escrita por Extase


Capítulo 43
Capítulo 40 - Simbologia: O Equilíbrio


Notas iniciais do capítulo

Desculpe se alguém, em termos religiosos, se sentiu ofendido neste capítulo. Não levem para o lado pessoal, pois as comparações aqui apenas caíram bem no contexto da história.



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Arme achava que o tempo da sua barreira já havia acabado. Devia se cuidar com a possibilidade de encontrar Sieghart. Ele não ficaria nada contente com a situação na qual ela o meteu.

Aquilo que haviam visto há pouco tempo parecia um garoto. Mas o que outro humano fazia ali? Lenacien não falou nada sobre a existência de mais um! Só podia ter entrado em Xênia após eles, para tal.

– Se nós o vimos, ele deve ter passado por Elesis e Sieghart. Como eles estão será? O que faremos agora? – Ronan queria saber. – Os grupos foram separados de uma maneira diferente daquela que Sieghart nos passou.

– Eu tive um motivo para fazer aquilo, então sou eu quem ficarei sozinha no lugar de Sieghart. Todos vocês: se movam conforme Sieghart pediu.

Arme falava aquilo, claro, só que não era sincera. O único motivo que havia ali era puro ciúme. Ela queria estar em um grupo com Ronan, mas se fazia de forte para ganhar pontos no conceito dele.

– Certo, Arme. Você fica por aqui. Vamos tomar o caminho para a próxima área.

E tudo o que ela gostaria de ouvir era: “Uma donzela não pode ficar sozinha. Por favor, aceite minha proteção”.

Arme entrou pelo portal. Tudo era frio ali.

***

Arme sorriu e gritou: “Praia!”. Saltava por toda a areia, até chegar ao mar.

***

Agora que lembrava de sua brincadeira na Praia Carry, ai que saudades sentia! Tudo era tão simples, ainda que na época ela não admitisse. No presente momento, congelava na neve. Sucumbiria ela?

– Me falaram que você passaria por aqui, garota. O que não me falaram é que eu não teria que sujar minhas mãos contigo. Você já está quase morta!

– Que-m... É... Vo... Cê!? – quis saber, antes que perdesse a cosciência.

– Haha. Direi meu nome já para ter a fama de ter dito a você as últimas palavras. Meu nome é Sharkaron, o guardião de Juriore.

Juriore? Ah, sim, esta era a Deusa daquela área, a Deusa do Equilíbrio.

Só risada era solta. Sharkaron não fazia mais questão de falar nada. Tudo que podia aproveitar era: estava com seu cajado na mão. Já que havia se lembrado mesmo de quando foi para a Praia Carry, usaria suas lembranças para realizar o que nunca se arriscou a realizar antes.

***

– Aqui tudo muda. – alertou Elesis. – conforme passado por Lothos, esse território pertence às ladras de objetos valiosos, sobretudo aqueles que têm algum poder mágico. As harpias do “vale das harpias”, que fica no mais alto ponto da serra que rodeia a Praia Carry, são temidas pela sua astúcia e velocidade. Elas costumam derrotar seus inimigos aos poucos, ao invés de partir para o combate direto.

Como sabe de tudo isso? – perguntou Arme.

Elesis já havia marcado isso em seu relatório de viagem. Eram informações de Lothos, como já disse, e eram importantes ao ponto de anotar tudo.

E tudo o que diz respeito a magia diz respeito a Cazeaje, – lembrou Lire. – é natural considerarmos que as próprias harpias foram fortalecidas por magia, não?

Lire não estava errada. Se as harpias tinham um motivo para roubar artefatos mágicos sempre que conseguissem, esse motivo era Cazeaje. Elas eram pequenas pecinhas para Cazeaje se fortalecer. Dita Rainha das Trevas, Cazeaje era uma arquimaga especializada em magia negra que tinha tudo ao seu controle, ou quase tudo. Cada pequena magia adquirida por Cazeaje através de suas centenas de subordinados era um novo caos a ser jogado no mundo.

Ouvindo essa explicação, Arme assustou-se. Antes que fosse percebida, já realizava sua magia de ocultamento em algo que carregava em sua pequena bolsinha.

***

Se daquela vez se sentiu acuada pela possibilidade de ter seu maior tesouro mágico roubado pelas harpias, agora que possuía outro tesouro – o cajado de Cazeaje, superior a todos os cajados e cetros no qual já encostou – deveria enfim usar os tesouros em conjunto.

O pequeno movimento com o cajado foi o que bastou para sua magia de armazenamento, ou ocultamento, trazer de volta à dimensão atual o que ela gostaria. Sharkaron já havia dado as costas imaginando que Arme congelou para valer.

O objeto que retornou a este mundo foi revelado: eram folhas de papel antigo!

As folhas flutuavam e então Arme falou algumas palavras mágicas. Provavelmente as leu do livro. Foi o suficiente para Arme flutuar a uma baixa altura e expelir uma bola de energia nunca presenciada antes. O brilho da gigante bola atraiu a atenção de Sharkaron.

– Que tal congelar-se? – Arme provocou não tão intencionalmente. Apenas caiu bem na situação.

– Menina tolinha, minha grossa pele é apenas uma das coisas que me faz sobreviver a este lugar. Eu estou acostumado, já que vivo aqui desde que nasci!

Arme sorriu. Testaria se era tão bom assim. A gigante bola se expandia tanto que já encostava em Sharkaron, que não conseguia se mexer de repente.

A bola teve uma figura estranha estampada. Era um espírito mágico. Aquilo criou fogo, e Arme se sentia perfeitamente quente. Sharkaron, como era o atingido, sentia tudo em uma intensidade bem maior. Estava sofrendo de dor. Arme sentia algo prazeroso, logo toda a neve de seu corpo havia derretido.

Seu poder mudou. O espírito estampado também. Agora, Tudo ficou frio. Arme não sentiu a mudança de temperatura por alguma razão. Sharkaron, no entanto, foi submetido ao maior gelo que presenciou. Estava completamente congelado.

O ataque ainda não acabou. Outro espírito apareceu e a bola mudou. Era verde agora. O elemento em questão era o vento. O vento rachava o gelo e o que restou de Sharkaron era quebrado em pedacinhos microscópicos. Arme caiu.

Caída, respirava pesado. Nunca experimentou nada parecido antes. Sentia-se poderosa. Não tão poderosa por ter caído após realizar sua mais nobre ação até agora. Mas que seja, se sentia poderosa de alguma maneira! O livro jogado no meio da neve encarava Arme, como se tivesse vida própria.

– Lembre-se de seu equilíbrio, jovem maga. – uma voz calma, porém confiante, recomendou.

O que Arme fazia ali deitada? Estava tomada pelas trevas do poder do livro?

***

Elena foi uma das melhores professoras que a escola violeta já teve, Arme ouviu falar. Ela sumiu repentinamente. A única pessoa capaz de derrotá-la, dentre magos, era Cazeaje. Dentre os cavaleiros, provavelmente apenas o falecido Elscud Sieghart ou o desaparecido e imortal fundador de seu clã seria capaz de derrotar Elena.

Isso era o que fazia pensarem pela escola de magia: Por que é que alguém como Elena sumiu de repente? Ela parecia ter amor pela escola e todos que tinham algum potencial para derrotá-la não tinha deixado indícios de passar por ali.

Quanto aos dois amigos de Arme, ambos morreram. Ela estava para se formar e para entrar na guerra contra Canaban. Era estranho estar presente em um exército de verdade, mas se era ela quem deveria distribuir os escudos-mágicos, não podia levar seu trabalho na brincadeira. Outras vidas dependiam da sua.

Era chato toda a formalidade por estar se formando na escola de magia, mas como ainda tinha um último dia lá deveria explorar o que os dois amigos que um dia criara ali falaram antes de se partir: “para uma escola de magia, a escola violeta possui muitos segredos. A localização da sala de Elena é um deles”.

No intuito de encontrar a verdadeira Elena e pedir ajuda na guerra, Arme partiu. A sala foi encontrada com muito esforço! Aquilo mostrava o porquê de os professores elogiarem mais a Arme do que aos outros.

– Como imaginava, Elena não se reclusou em sua sala secreta. – decepcionou-se. Uma fechadura mágica, no entanto, chamou sua atenção. – Uau, essa magia é rara!

E então Arme, mostrando do que era capaz, abriu. Lá dentro havia um livro.

“Àquele que encontrar esse livro: não encoste. Toda a magia negra irá consumir-te até o fim dos tempos, e a segunda Cazeaje há de nascer de suas trevas. Em hipótese alguma abra o livro, ou a consequência será dobrada”.

E aí ficou o enigma. O que aquelas palavras significavam?

***

– Maldição alguma tem razão, nem enigmas. A verdadeira razão que existe dentro de você chega a ser contraditória: a verdadeira razão... É a emoção. Por favor, pense no equilíbrio.

– Que maldita voz é essa? – Arme se levantou apanhando o livro. Esperava que a autora da voz aparecesse.

– Sou eu, e venho acompanhada de sua morte! – gritou uma voz parecida, mas alterada. Era muito mais maléfica, mas Arme se identificou estranhamente com ela.

– Agora está falando minha língua. – Arme gostou. – Que a brincadeira comece.


Algo caiu da bolsa que Arme carregava. Nem se importava para checar, afinal o livro estava seguro em sua mão assim como o cajado... E sua bolsa ainda estava presa em seu corpo com a alça na diagonal. O que mais poderia importar, dentre o que ela carregava?

– Seja quem for, vou te matar! – Arme gritou.

Enquanto corria para atingir magias de curta distância, Juriore se apresentou. Arme ficou parada um instante. “Eu sou o único que pode derrotar Juriore, por isso eu fiz esta divisão. Mesmo vocês que enfrentarão os outros Deuses, fiquem alertas. A tarefa de todos têm a mesma importâcia”, Sieghart havia explicado. A que ponto Arme caiu? Simplesmente queria matar Juriore, quando na verdade era uma missão de Sieghart... E mais. Juriore era imortal, jamais concluiria este desejo. Arme decaiu? O que ela era? Por que tudo aquilo?

***

Foi instantâneo. Caiu segurando com as duas mãos na cabeça e se contorcendo. O frio voltou à tona. Juriore se distanciava, mas a voz da Deusa do Equilíbrio continuava a falar. Tudo o que Arme enxergava, naquele espaço vazio, eram olhos maléficos. Parecia... Cazeaje? Por que enxergava Cazeaje?

– Você desobedeceu aos mandamentos. A todos eles. – era a segunda voz de Juriore, aquela que não parecia tão bondosa. – Primeiro mandamento: amar aos seus Deuses acima de todas as coisas.

Na visão de Arme, Sieghart a encarava: “Vamos nos dividir para atacar os Deuses”, ele falava. A cena mudou e o que enxergava era Amy e Jin atacando ao Deus da Luz. Em questão de segundos, tudo mudou e agora eram Elesis e Sieghart quem davam golpes cruciais em um Deus, ZIG.

– Segundo mandamento: Não usar o nome de seus Deuses em vão.

Arme enxergava a si mesma no dia que foram às fontes termais. Seus pensamentos ecoavam: “Pelos Deuses! Eu não devia ter usado essa magia!”, se referindo à leitura de mentes.

– Terceiro mandamento: lembra-te do dia de sábado para santificar-te.

Grand Chase andava normalmente no fim de semana, à procura do calabouço de Gorgos. Na cidade em que estavam na visão, passaram por um templo de adoração. Arme olhou e seguiu em frente.

– Quarto mandamento: Honrar pai e mãe!

Bem, talvez eu tenha falado demais, Elesis. Mas como disse, essa memória veio à tona. Não sei se é real, não lembro da aparência dos meus pais e nem se foram essas as palavras ditas. Talvez meu medo das luzes e medo de Cazeaje tenham criado uma falsa memória? Foi só o que lembrei, e não sei dizer até que ponto é real, caso alguma parte de fato seja”, foram suas palavras no navio que ia em direção à Terra de Prata. Naquele momento, Arme sentiu profundo ódio dos pais. Como eles a largaram por aí no mundo?

– Quinto mandamento: não matarás.

Os pedacinhos de Sharkaron eram tão pequenos. Arme conseguiu dividi-lo tanto, que sequer pôde ver a expressão que ele soltou em seu último momento. Aquela sensação maravilhosa era a de matar?

– Sexto mandamento: guardar castidade nas palavras e nas obras.

Arme estava deitada na cama conversando com Lire sobre Ronan. Ela gostava tanto dele! Violava aquilo que dizia que ela não deveria nem mesmo ansiar alguém para ela.

– Sétimo mandamento: não roube.
A Arme da imagem que enxergava abria o cadeado mágico de Elena para pegar o livro intitulado de “magias proibidas de Cazeaje”.

– Oitavo mandamento: não levante falsos testemunhos.

Às vezes a Lire tem umas tendências homossexuais. É melhor ficarmos longe dela”, dizia seu próprio eu projetado na lembrança.

– Nono mandamento: Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos.

Arme encarava Ronan de toalha se desculpando nas termas por arremessar Ryan em cima de Lire. Por que tinha tanto a necessidade de encará-lo? Até o deixou encabulado!

– Décimo mandamento: Não cobiçar as coisas do próximo.

Não vou pegar o cetro de Elena agora que a derrotei. Ainda vou me encontrar com Cazeaje, e garanto que o cajado dela será bem melhor”, pensava enquanto ainda se direcionava ao Castelo de Cazeaje. A imagem novamente mudou: retornou para as fontes termais.

A Elesis tem seios... Maiores que os meus! Ela é a maior de todas nós”, era o pensamento que a surpreendeu.

***

– Você, garotinha, quebrou todas as regras que os Deuses formularam. Você não é digna de respeito, o que lhe falta... É equilíbrio.

Ainda estava se contorcendo quando a última palavra foi dita. Era uma das típicas ocasiões que lhe falavam algo que impactava. Arme estava decidida a acabar com Juriore, agora. Sentia mais do que uma vontade... Uma necessidade!

Pegou o cetro. Com todo aquele frio no corpo, teria que chamar de volta o espírito do fogo:

– Invoco o espírito de Efreet: Anel do Fogo! – e ele apareceu. Arme sentia-se quente novamente. Sua defesa ao gelo aumentou.

– Por favor, imploro que me salve. Não toque nos brilhos azuis que hão de se propagar. Eles matam qualquer um instantaneamente. – Falou a voz bondosa de Juriore.

Era por isso que Sieghart queria enfrentá-la. Ele era imortal, afinal.

– O equilíbrio lhe dirá o que merece! – a voz maldosa falou. Juriore balançou seus pratos, para dizer qual valia mais.

“Uma balança?”, Arme notou sem imaginar o que significaria.

O prato direito da balança se ergueu mais do que o esquerdo. O ferimento que Arme tinha desapareceu assim que ela atacou Juriore.

Equilíbrio... Então Juriore provavelmente teria sua vitalidade restaurada se o outro lado da balança se sobrepusesse.

Espírito de Exaon: Nevasca!

– Eu sou do gelo, isso não fará efeito em mim. – alertou.

Sem problemas. Arme não queria que ela fosse congelada ou que aquilo ocasionasse algum tipo de ferimento. Só queria fazer com que seu gelo (que por ser mágico era melhor do que o gelo do local) travasse o sistema da balança. Agora Juriore não poderia modificar o lado que pesa mais, futuramente.

– Ora, sua... – começou, fazendo o poder do qual alertou se realizar.

Em todas as direções – frente, trás, ao lado esquerdo, ao direito, acima e até para dentro da terra que estava abaixo – a sua magia de morte instantânea foi liberada.

Como não ser atingida se aquilo avançava até que encontrasse um ser vivo? Só podia teleportar. Esperou que se afastasse de Juriore o brilho azul e se teleportou para mais perto dela.

“Equilíbrio... se aquilo mata, precisa encostar em pelo menos uma pessoa para enfim matar e servir ao seu propósito, assim a magia chegará ao seu ponto de equilíbrio”, era a lógica intuitiva.

Agora que já havia teleportado, tentou ser rápida. Não foi tão rápida, mas foi o quanto precisava para acertar a Deusa:

Espírito de Siba: Tornado.

O tornado a atingiu e como ainda estava tomada pelo espírito, Arme teleportou novamente para trás dela e inventou de usar um de seus melhores ataques para dar uma dor razoavelmente forte.

“A rajada de vento vai varrer todo o gelo do metal da balança e restaurará a funcionalidade dela se sobreviver. No caso, tem que ser um ataque do fogo”, deduziu acertando:

Rio de Lava! – e a lava subiu, consumindo o espírito que tomou Juriore. A verdadeira Deusa parecia recobrar a consciência.

Arme se sentia tentada a continuar atacando Juriore, com seus olhos perversos.

– Você não deveria mais tocar neste livro que está na sua mão. – a voz boa da Juriore indicou e fez o livro flutuar, indo direto para o interior da bolsa da garota. – Mas também, tudo é uma escolha sua.

A vergonha de Arme está só começando. Ela se sentia uma monstra, por todos os atos terríveis que cometeu.

– Não se sinta assim. A profundidade do meu verdadeiro eu tentou lhe dizer mesmo enquanto o outro espírito me impedia: a resposta é o equilíbrio. Não importa se você desobedeceu as regras que nós Deuses criamos ou não. Se você os desobedeceu por uma causa mais nobre e numa medida certa, sua consciência estará em perfeito estado.

Juriore tinha razão. Quem nunca quis ter um namorado? Não ouviu falar de absolutamente ninguém que mantinha a castidade até depois da maioridade. Desde que fosse com uma única e adorável pessoa, estava bem. E seus pais, bem, ela não os conheceu. Tinha razão para ficar triste por eles. Seu falso testemunho não passou de uma brincadeira de mau gosto, coisa que um “desculpe” já resolveu.

– Parece que você finalmente entende o que é o equilíbrio. – Juriore concluiu, preparando para se despedir. – Levando meu conselho de não chegar perto do livro de magias de Cazeaje novamente, meu papel está cumprido. Acho que este é o nosso adeus.

***

Sieghart chutou Elesis para trás. Encostou em um brilho azul que não lhe fez nada. Ah, claro, ele era imortal.

– Fui obrigado a fazer isso. – ajudou-a a se levantar. Ela o olhava como alguém que o espreita. – Aquilo a mataria.

Sieghart mostrou-se preocupado e foi correndo até onde julgava que Juriore estava. Elesis tentou acompanhar o amigo correndo.

***

– Nosso... Adeus? – Arme sem motivo parecia murcha. Lembrou-se que deixou algo cair na primeira vez que teve a vontade de matar Juriore àquela tarde. Checou o que era. – A boneca que Elesis me deu em Serdin!

Arme já estava abraçada à boneca.

– Você tem um ar de preocupação. É sobre seus atos? Sobre sua doença? Arme, você melhor que ninguém sabe que o “mal-estar” da eplepsia não é “dor”. É “sensação”. Isso nasce dos seus sentimentos que são maiores que o de ninguém. Mais do que as luzes, o gatilho para isso é a ansiedade, por isso você sente uma necessidade tão grande de proteger seus amigos, de mostrar que não é inferior. Algumas pessoas com essas mesmas boas intenções tendem a ir para o mal. A boa intenção somado ao caminho errado, é uma escolha crucial. Exemplifico com seu livro.

Aquilo trouxe um pouco de clareza para Arme, entretanto sua situação permanecia a mesma. Se fosse verdade o que Cazeaje falou, “Enquanto existir guerra, existirá discórdia. Enquanto existir discórdia, haverá temores. Esses temores em sua ápice trarão o ódio em sua forma humana mais uma vez: Cazeaje, o ódio encarnado. Ela voltará. Apenas esperem”, Arme provavelmente lutaria contra a verdadeira forma de Cazeaje, e não um corpo-recipiente. Nesse caso, precisaria do livro para derrotar a inimiga!

Estava caída. Algo a pegou por trás. A maga olhou para cima e encontrou um rosto familiar e uma espada apontando para ela.

– Conte-me seus motivos para fazer aquilo comigo no desfiladeiro incandescente de ZIG e a libertarei. – Sieghart intimidava. Elesis e Juriore pareciam transtornadas.

– Eu fui egoísta por um motivo banal de querer estar à frente, e só... Imploro dessa vez com sentimentos verdadeiros: me desculpe. – Pediu, sabendo que “ciúmes” de uma companheira como Elesis não era motivo para nada.

Sieghart possibilitou que ficasse em pé enquanto ordenava a Juriore que lhe entregasse a terceira essência.

– Juriore era a maior preocupação do Sieg, ele estava muito aflito pelo seu bem-estar. – Elesis confidenciou enquanto Sieghart se entendia com a terceira Deusa. – Não diga que te contei isso, mas creio que você foi fantástica para superar as expectativas de Sieg, que somente ele poderia pressiona-la!

Arme levou o elogiu naturalmente. O importante é que agora estava com alguns de seus amigos outra vez.

– Agora que chegamos a Juriore, podemos caçar o nosso almoço. – Sieghart havia adiado antes – soube que aqui há uma deliciosa carne de Kenkro!

– Você diz... Essa carne? – Ryan indagou, com as risadinhas de Lire acompanhando ele.

É claro... Eles eram elfos, deviam ser peritos em caça, Sieghart notou.

Como um membro novo na equipe, o imortal achou estranho Ryan só comer vegetais, mas as outras estavam acostumadas a essa mania. Enfim, poderiam voltar a andar depois do delicioso banquete.


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